A Difícil Arte de Amar escrita por Isabelle


Capítulo 13
A Difícil Arte de Viver na Solidão




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Capítulo 13-

                        A Difícil Arte de Viver na Solidão

Nina entrou no quarto. Andava de um lado para outro. Sua magia estava descontrolada. Quebrou alguns objetos involuntariamente. Sua fúria se misturava a sua tristeza. Em minutos perdera seu querido Nick e aquele que pensava ser o amor de sua vida. Não era justo! A mágoa tomou conta de seu coração, as palavras do loiro ainda feriam seu coração pois ecoavam em sua mente. Como adagas de mil cruciatos. Lágrimas corriam pela sua face. Não entendia como a situação havia chegado aquele ponto. E Nick estava fora de controle sim, era fato, mas daí ser acusada de incompetente, era muito para a garota.

Depois de tanto andar, ligou seu aparelho de som trouxa no último volume e deitou na cama. Naquele momento precisava de algo que preenchesse sua mente e talvez as palavras de Draco não encontrariam espaço para machucá-la. 

Dryade chegou ao seu limite, havia deixado que a sobrinha extravasasse sua tristeza, mas os decibéis de uma canção trouxa começou a incomodar a bruxa fazendo-a pensar se não era hora de interferir. Não entendia que feitiço tão barulhento ela poderia ter feito. E que música era aquela. Teve que gritar quando entrou no quarto.

- O QUE EM NOME DE MERLIN É ISSO? – perguntou a bela bruxa mais atônita ainda com tamanho barulho.

- É rock. – respondeu simplesmente. 

- PODE ABAIXAR UM POUCO? – insistiu Dryade.

- Não quero conversar. – mas abaixou o som.

- Querida eu sinto muito...

- Tia eu tentei... Juro que tentei... Mas, Nick saiu do controle, isso nunca aconteceu...

Nina se atirou nos braços da tia e chorou copiosamente, Dryade sussurrava palavras calmante em seu ouvido. Decidiu que uma poção  ajudaria mais no momento, depois avaliaria melhor os danos do coração da sobrinha. Draco havia ido longe demais e se arrependeria por ter sido um completo imbecil.

oOo

Na escola Nick não desgrudava da mão da avó. Eles aguardavam no gabinete da diretora, Narcissa havia pedido à diretora que desse uma chance a Nick se desculpar com a garotinha dos Potters. Pedido inusitado, a fama dos Malfoys sempre os precedia. Um Malfoy não se desculpava. Aquilo era algo novo, então Nick ganhou uma segunda chance.

Lils tinha um olhar cheio de coragem quando encarou Nick, uma Griffyndor legítima, herdeira digna dos pais. Nick se soltou da mão da avó e caminhou devagar até a porta onde a garotinha estava. O garoto tinha o olhar sério, carregado de arrependimento. Parou a dois passos da colega de classe, e naquela pose formal que sempre assumia diante das pessoas ele disse solenemente.

- Eu sinto muito... – baixou a cabeça respirou fundo e continuou. – Pode me perdoar por ter trancado você? Não queria te machucar.

A garotinha sorriu. – Não me machucou, eu só fiquei com medo.

- Pode também me perdoar por falar mal da sua mamãe? – Nick tinha o semblante mais aliviado.

- Se prometer não fazer mais... acho que posso! – Lils sorriu novamente.

Nick sorriu também. Voltou a avó e pediu o presente que haviam escolhido para a coleguinha. Era uma bonequinha trouxa. Nick havia arrastado a imponente Narcissa para a Londres trouxa e levou um bom tempo na escolha do modelo: era um bebê que chorava, fechava os olhinhos e tinha também algumas roupinhas para trocar. Ele sabia que as antigas coleguinhas de sala adoravam aquela boneca, então Lils também iria gostar. Na mesma loja ele vira uma correntinha com um pingente em forma de golfinho que Narcissa comprou, mas levou no Beco Diagonal, onde comprava as sua jóias e mandou que fizessem em ouro e os olhinhos em diamante, uma jóia digna de um Malfoy é claro. Seu neto ainda não tinha idade para compreender essas coisas, mas era um Malfoy, iria aprender com o tempo, e ela estaria ali para ensinar.

Narcissa tirou da bolsa um pequeno pacote ricamente embrulhado com papel rosa e grandes fitas de cetim, um tom acima do papel. Fez um feitiço rápido e entregou o pacote para o neto.   

Lils olhou incrédula para o pacote. – É para mim?

- Sim. Acho que vai gostar. – disse Nick sorrindo.

Imediatamente as crianças sentaram no chão e Nick ajudou a bruxinha a abrir o pacote. Ambos riam e as duas bruxas resolveram deixar as crianças sozinhas. No corredor elas ouviam a conversa animada dos dois. E viram quando Nick colocou o cordão no pescoço de Lils, a garotinha deu um abraço apertado no seu mais novo amigo. Ela havia saído ao pai, era generosa, gostava de fazer amigos, e já naquela idade sabia perdoar. Narcissa lembrou-se de quando salvara Potter, ele jamais a desapontou. Além de salvar seu filho várias vezes, era um excelente pai, a garotinha era exemplo perfeito disso.

Narcissa havia conseguido com uma taça de sorvete o que seu filho e Nina não conseguiram com longas conversas e punições. Em seu estúdio, ela observava o jardim de rosas, e pensava, ela havia desatado apenas um pequeno nó daquele emaranhado de fios de vida que tinha em suas mãos, o mais fácil talvez, agora pensava em seu querido e sofrido filho, quando ele se permitira ser feliz afinal? Ela não tinha a resposta, limpou um lágrima triste de seu rosto, talvez ela tivesse sim alguma culpa nisso, ela e Lucius haviam colocado seu bem mais precioso em contato com aquele ser repugnante, que nunca mais voltaria do inferno para atazanar ninguém.

Lucius a abraçou por trás assustando a bela bruxa, ele sempre sabia quando ela estava angustiada, e fugia do escritório para lhe dar nem que fosse um abraço, acamá-la e só depois voltar ao trabalho. Lucius era assim, seu Lucius.

- Desculpe não queria assustá-la. O que foi? Está chorando? – perguntou preocupado.

- Não foi nada. Ou pelo menos nada novo, amor. Mas... Pode me assustar sempre que quiser!

Lucius deu a manhã no escritório por encerrada, ficou com a esposa. Narcissa contou o que havia acontecido na escola e Lucius ficou orgulhoso da coragem do neto em reconhecer que estava errado e mais ainda por pedir desculpas. Agora havia Draco. O que seu filho faria naquela situação que ele mesmo havia criado? Não sabia. Na verdade não conhecia o filho e isso o entristeceu, mas ainda havia tempo, Merlin havia salvado a vida do garoto inúmeras vezes dando a chance a ele de corrigir seus erros.

oOo

os dias se passavam lentos e tristes. A tristeza era como um vírus que infectava a todos. Nick não aprontou mais na escola. Agora era amiguinho inseparável de Lils, ele a defendia, e protegia como a avó havia ensinado. Não havia mais intolerância entre os dois. Mas o garoto estava longe de Nina e isso doía. Ele estava triste.

- Papai, quando vamos ver a senhorita Nina? Por que não a convidamos para morar aqui? – pediu Nick ingenuamente.

- Nunca! Ouviu bem? Esqueça que ela existe! – Draco havia se abaixado e sacudiu o filho.

Nick se assustou. Draco ultimamente não conversava muito com o garoto. Estava explosivo. Não tinha paciência. Narcissa que passava pelo corredor, foi atraída pelos gritos, bateu a porta.

- No meu estúdio, agora. – disse simplesmente e saiu séria.

Draco percebendo o que fizera, abraçou-se ao filho, pode sentir seu coraçãozinho disparado. – Me perdoe filho, papai não vai mais gritar com você. Vai brincar no jardim, te encontro mais tarde, e se estiver disposto, vamos tomar sorvete!

Nick não respondeu. Saiu do quarto em direção ao jardim. Draco foi até a mãe. Ele sabia que a conversa seria difícil.

- O que em nome de Merlin foi aquilo, filho? – perguntou com uma ponta de decepção no olhar.

- Eu não sei mãe, realmente eu não sei...

Draco abraçou-se a mãe, ele sabia que precisava de Nina, mas não tinha a coragem do filho. Sua mente era invadida por outra de uma tristeza imensa, não podia lutar, não sentir o sofrimento de Nina era impossível, ele nunca havia resistido à garota. E naquele momento era mais forte que ele.

- Eu sou um monstro mãe... Ela está com o coração dilacerado, eu tirei Nick dela... Eu não sei como consertar isso...

Narcissa aconchegou o filho com carinho. Ele sofria também. Agora encarava de fato o que havia feito. O que restava saber era o quanto desse amor havia sobrevivido a tudo isso.

Os dias se passavam lentos e melancólicos em qualquer que fosse o cenário, o que se via era tristeza, seres que definhavam, pois eram orgulhosos. Até que Merlin resolveu interferir.

- Nick, eu vi meu pai usar essa caixa para ir para Hogwarts, minha tia Hermione disse que se chama chave de portal e leva a gente para onde queremos. Então quando ele voltou, eu escondi ela na minha mochila. Pensei que poderíamos ir ver a Nina com ela! – a garotinha não cabia em si de contentamento.

- Legal!! Você sabe como funciona? – Nick tinhas os olhos iluminados com a possibilidade de ver Nina novamente.

- Sim. Temos que segurar firme nela. Vamos agora? – perguntou Lils ansiosa.

- Sim!!! – Nick segurou a caixa com força e Lils também.

Depois de um tempo eles estavam em uma sala empoeirada e escura. Não sabiam onde estavam com certeza Nina não estaria ali naquele lugar. As portas e janelas estavam lacradas e não havia ninguém por perto.

A tarde voou. As crianças dividiram o lanche que havia em suas mochilas. Nick havia assumido um ar protetor, mas Lils não tinha medo, Nick estava com ela. Às vezes gritavam, mas ninguém os ouvia, e os últimos raios de sol iluminavam parcamente o ambiente.

Na escola, Narcissa se desesperou juntamente com Ginny, quando receberam a notícia que as crianças não haviam comparecido a aula naquele dia.

- Como assim? Eu deixei Nick na escola no horário de sempre. – insistiu Narcissa.

- Minha mãe trouxe a Lils, tenho certeza. – informou a auror.

- Nick aprontou mais uma das suas...

A diretora imediatamente convocou todos os funcionários e deram uma busca completa na escola juntamente com Narcissa e Ginny. Depois de uma hora, ambas mandavam patronos aos pais das crianças. Narcissa ignorou os comentários da diretora acerca das traquinagens do neto. Ele havia mudado, ela tinha certeza.


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