Amor Young And Beautiful escrita por Felipe Melo


Capítulo 4
4


Notas iniciais do capítulo

Sei que as coisas andam bem lentas, mas prometo que valerá a pena de verdade, as coisas precisam acontecer assim!!



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“But you are unfixable
I can't break through your world
‘Cause you live in shades of cool
Your heart is unbreakable”

Guardei a folha que Abel escreveu pra mim com muito cuidado na minha pasta. Eu não queria acreditar que ele tinha feito aquilo, mas também jogaria na cara dele quando tivesse oportunidade. Ele não iria escapar de mim. E na real mesmo, eu não sabia o porque disso. Ele tinha chegado praticamente hoje, e já estava causando uma grande confusão.
A pasta na qual guardei a folha era preta e com adesivos da Lana, já que eu amo essa mulher. É uma pasta simples, mas na qual guardo coisas especiais de pessoas que marcaram ou marcam a minha vida.
Abel, nesse ponto estava marcando como algo indefinido. Eu não sabia o que ele queria, e não sabia se era tão sozinho, a ponto de querer amizade justo comigo. O que eu também acho impossível, já que ele é bem popular e rico pra quem chegou agora.
— Pare de pensar - gritei pra mim mesmo - ele é um babaca e você tem que ignora-lo.
Joguei minha bolsa no chão, e arrumei as cobertas... não pensaria nele por hoje. Na verdade, não pensaria nele nunca mais...
Dormi acreditando que fosse verdade...
*

— CACETE JAMES - grita minha avó da cozinha - acorda ou se não eu acordo você, e tenho certeza que você não vai querer que isso aconteça.
— Porra - salto da cama literalmente e olho o relógio de cabeceira - estou muito atrasado.
Eu literalmente jogo qualquer roupa por cima, incluindo apenas um blusão do uniforme, e corro direto pra cozinha.
— Não vai dar tempo de comer né? - resmungo pra Déa.
— Não seu idiota - diz ela pegando uma embalagem em um papel e me entregando - corre e come no caminho. Vê se não morre...
— Aí credo vó - digo eu sorrindo - você como sempre pensando em mim, obrigado...
— Obrigado - diz ela se virando de costas e mexendo as panelas - some daqui antes que eu suma com você...
Saio sorrindo sabendo que era a mais pura verdade.


— Desculpe James, mas para você entrar em sala, só na segunda aula - diz o diretor Kelly - lamento.
— Ah diretor - faço minha melhor cara de interessado - mas é que eu amo biologia...
— Lamento - diz ele - mas sua avó não será notificada ... sabe como é não é mesmo?
— Claro que sei - digo por fim desistindo de entrar na primeira aula. O diretor, assim como o corpo decente, teme a minha avó mais do que tudo. Desde quando o corpo evangélico da escola, começou a cometer bullying comigo. Ela virou o diretor do avesso completamente.
Pego minha velha bolsa e me sento nos bancos de madeira do lado de fora da sala do diretor. O sol pelo menos entra pelas frestas da janela, e me banha um pouco com sua luz. É o suficiente para me fazer sorrir, e pensar que hoje será um dia produtivo, e bom... mas logo sinto a sensação de vertigem, aquela sensação de vertigem...E mal preciso abrir os olhos para saber que Abel esta bem na minha frente.
— Virou segurança garoto? - olho pra ele e me surpreendo com sua aparência. Os cabelos estão escondidos sob um boné vermelho de beisebol, e um blusão do METÁLICA o deixa com uma aparência bem tumblr.
— Alguém já está estressado aqui, ora, ora - diz ele se sentando ao meu lado - já está estressado James?
— Como não estar não é mesmo? - reviro os olhos - você sempre sabe aonde eu estou, como eu estou...Por acaso você instalou um GPS em mim? Por que não é possível...
— Não é pra tanto garoto - diz ele sorrindo - eu estava passando por aqui, e vi você por aqui. Nem tudo gira em torno de você.
— E desde quando eu disse isso? - ele está pedindo pra levar uns tapas - andando por aqui? Ninguém anda por aqui Abel. A não ser que você tenha sido expulso da sala, ou... Peraí... VOCÊ FOI EXPUL...
Sinto uma mão voar na minha cabeça e uma dor chata começar.
— VOCÊ É LOUCO? - digo pra ele - além de ser expul...
— Cala a boca animal - diz ele com a cara fechada - o diretor não sabe. E meu pai não pode sonhar com isso...
— Ué - agora isso me intrigava - você disse que não tem medo de nada. Porque teria medo do seu pai?
— Porque meu pai não é tão legal quanto eu - diz ele colocando as mãos atrás da cabeça - simples assim.
— Você mente muito mal - digo pra ele - e é muito folgado. Eu vou jaja é sair daqui.
— E eu também, vamos juntos pra sala - diz ele indiferente.
— Oh meu anjo - digo me virando pra ele - você é burro ou se faz? Eu não sou seu amigo desgraça...
— Então por que está falando comigo “meu anjo”?
— Por que você atrapalhou meu momento de paz...
— Você mente muito mal - diz ele rindo - você gosta da minha companhia e não admite...Gosta de fazer amigos...
— Cala a boca meu anjo - digo bravo me afastando dele no banco, isso é o suficiente pra fazê-lo gargalhar.


Abel entrou comigo na segunda aula, como de costume e prometido pelo diretor. Isso foi o suficiente para que Jessica e seus amigos do inferno, começassem a me olhas ameaçadoramente. Os arrepios que subiram pelo meu braço me indicavam que nada estava bem, e que a fase do fundamental estava finalmente voltando.
Sentei na minha carteira isolada de todos, e como sempre, Abel ao meu lado. Comecei a ignora-lo a partir daí, não tinha que ter nenhum envolvimento com ele.
— Ei James - diz ele - porque você está tão calado? Vai começar a me ignorar agora?
— Cala a boca imbecil - digo tirando meus fones - você não percebe que está piorando as coisas?
— Porque você se importa tanto? Você por acaso nunca ouviu Love?
— Que Love garoto? O único love que eu conheço é da Lan...
— Lana - ele me interrompe - essa mesmo. Ela diz para nos não nos preocuparmos. E você se preocupa demais... relaxa cara....
— Eu vou relaxar a minha mão na sua cara meu anjo - digo bem baixinho, esperando o professor Arthur começar a aula de física.


Enquanto a matéria de física prosseguia com suas fórmulas e anotações, Abel não me encheu mais o saco. Pelo menos dessa vez, ele anotava sem parar, e prestava muita atenção. Seus cabelos cobriam o rosto, e sua boca ficava seriamente rígida sob o lápis nos lábios, quase como algo provocativo...
— Idiota - resmunguei baixinho. Por que pensar nisso agora? E justamente de Abel?
Mantive os olhos fixos na lousa por mais dez minutos até sermos interrompidos pelo diretor Kelly.
— Abel Strugger - disse o diretor - um homem chamado Demétrius está procurando você.
— Demetrius? - aparência de Abel estava rígida, fria e seu rosto estava muito pálido. Seus olhos encontraram os meus, e vi medo em seu olhar... algo estava acontecendo.
— Você vai recebê-lo? Ele parece jovem - disse o diretor - não me parece uma pessoa má...
Havia apenas um silêncio, e um Abel fixo no espaço, com olhos e pensamentos muitos distantes. Que diabos era Demetrius? Porque ele estava assim?
— Me leva até ele diretor - disse ele - eu o conheço. Amigo de velhos tempos.
— Ah - disse o diretor sorrindo e batendo palmas - que ótimo. Ele estava na secretaria... deixarei vocês conversarem a vontade...
— James - disse Abel antes de sair - se eu não voltar tão cedo, você poderia levar minhas coisas pra sua casa?
— Eu não sou seu empregado garoto...
— Por favor - ele me disse isso e saiu pela sala, onde todos o olhavam com olhos fixos e curiosos. Inclusive eu.


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