Amigos Ou Inimigos? escrita por Stormy McKnight


Capítulo 1
Amigos ou Inimigos?


Notas iniciais do capítulo

Olá! Tudo bem?

Fiz essa one para o desafio dos 100 temas, cujo tema atual é "uma história de um gênero que eu nunca escrevi antes", e eu percebi que eu nunca escrevi uma história em torno da amizade, só classifiquei algumas histórias com "amizade", mas o foco era outro. E também resolvi escrever em homenagem a uma amiga do grupo do Nyah no Facebook.

Boa leitura!



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Numa flor que tem espinho
Você pode se arranhar
Se o bem e o mal existem
Você pode escolher
É preciso saber viver

—É preciso saber viver, Titãs

 

Meu nome é Connor, e tenho 12 anos.

Meus pais me matricularam numa escola para que eu pudesse fazer amigos e aprender coisas que um dia seriam úteis para a vida.

Então, eu me levantei cedo para o meu primeiro dia de aula, fui para o banheiro, tirei as minhas roupas, e fiquei pelado.  Então segui para o chuveiro, e fechei a porta do box do banheiro. Abri o chuveiro e deixei a água cair.

Eu entrei debaixo da água e deixei que ela lavasse todo o meu corpo. Em seguida passei o sabonete, esfregando-me todo até o meu pipi. Tirei o sabão na água, e depois passei o xampu na cabeça e esfreguei. Em seguida tirei o xampu da cabeça e ao terminar, fechei o registro do chuveiro e sai do box.

Minha mãe chegou com uma toalha seca e foi me enxugando da cabeça aos pés.

"Hoje é o seu primeiro dia de aula, faça amigos. E você tem que se aprontar e ficar bem bonito, quem sabe você arranje uma namorada, filho.", minha mãe sussurrou.

"Mas mãe, eu não quero uma namorada.", eu contestei.

"Filho, você não quer se casar e ter filhos como os seus pais?", a minha mãe rebateu.

"Quero...mas não tão cedo.", repliquei "Eu prefiro deixar as coisas rolarem. E além disso, é o meu primeiro dia na escola, então...não tem nada demais. Os garotos vão me zoar, vão fazer brincadeiras comigo...mas, eu não vou ligar, sabe por quê?".

"Não, por que?", minha mãe devolveu.

"Porque eles é que são os idiotas. Eu sou mais eu. Eu não sou como eles", explanei.

"Você está absolutamente certo, filho. Onde você aprendeu isso?", minha mãe ficou assustada com o que eu havia dito.

"Eu não sei, mãe. Só sei que eu não deveria me importar com o que as pessoas acham ou fazem.  Eu sou diferente delas.", falei.

Minha mãe então me abraçou ainda com a toalha na mão. Nos afastamos depois.

"Vem, vamos escolher uma roupa bem bonita para você usar", ela me chamou.

[...]

Fui para o quarto com minha mãe e ela escolheu uma roupa no armário para eu me vestir.  Eu vesti a roupa escolhida, depois peguei a minha mochila com um caderno, um estojo com lápis e borracha, e a coloquei nas costas.

Saí do quarto de mão dada com a minha mãe e nós fomos para a mesa do café da manhã.

Chegando lá, eu fui comer o meu cereal favorito, uma fatia de pão com manteiga,  e beber um copo de suco de laranja.

[...]

Mais tarde, meus pais me levaram de carro até a escola, e eu desci do veículo com minha mochila nas costas. Então eu eles se despediram de mim.

"Tchau, filho! Boa aula!", eles me disseram.

"Tchau, mãe! Tchau, pai!", eu devolvi e acenei para eles.

Então eu entrei no colégio e fui andando pelo corredor. Olhei a minha volta para me familiarizar com o ambiente.

Logo, uma garota de cabelos castanhos, olhos da mesma cor, vestindo uma blusa rosa com uma saia curta da mesma cor, meias até a canela, e tênis da mesma cor da parte de cima veio até mim.

"Oi, qual é o seu nome?", ela quis saber.

"Connor", eu me apresentei.

"Oi, Connor! Meu nome é Larissa", ela devolveu.

"Muito prazer", eu disse olhando um pouco tímido para ela.

"...é o seu primeiro dia?", Larissa quis saber.

"Sim, por que?",  devolvi.

"Bem, é o meu primeiro dia também.", ela replicou.

"Legal", comentei.

"Quantos anos você tem?", Larissa me interrogou.

"Eu tenho 12 e você?", rebati.

"Eu tenho 13, um ano a mais que você.", ela comentou.

Fiquei mudo.

"Então...você quer ser meu amigo?", Larissa retrucou.

"Eu não sei...talvez", balbuciei.

"Vamos ser amigos!", ela sugeriu.

"...tá bom.", repliquei. "Mas só amigos."

"Claro. Você achou que eu queria ser sua namorada?", ela contestou.

"Não. Mas, a minha mãe espera que eu arranje uma namorada para depois me casar, essas coisas.", comentei.

"E você acredita no que os seus pais te dizem?", ela rebateu.

"Eu não sei. Mas, eles são meus pais, eles tem que ser respeitados, né?", devolvi com uma pergunta.

"Sim. Mas, algumas coisas você não precisa dar ouvidos. Tipo, você tem que viver mais, deixar a vida te levar.  As coisas vão evoluindo com o tempo.", ela explanou.

Antes que eu pensasse em uma resposta para dar à ela, o sinal para entrar bateu.

"Hora de ir para a classe. Me dê a sua mão, vamos juntos para a sala de aula.", Larissa sugeriu.

Eu fiquei um pouco deslocado com aquilo. Mas, acabei cedendo à ela.

"Tudo bem", disse e dei a minha mão para ela.

Nós fomos andando juntos de mãos dadas até a sala de aula.

[...]

Chegando na sala de aula, fomos recebidos pela professora presente.

"Olá, crianças!", a professora nos cumprimentou na entrada.

"Eu não sou criança. Eu sou um homem adulto. E essa daqui é a minha namorada", brinquei ao mencionar Larissa.

A professora começou a gargalhar.

"Connor! Eu não sou sua namorada! Sou sua amiga apenas!", Larissa se irritou com o que eu havia dito.

"Eu sei, Larissa. Eu estava só brincando", me desculpei.

"...vou pensar se eu aceito as suas desculpas. Acho que você vai ter que me beijar na bochecha em troca de desculpas", ela me chantageou.

Eu revirei os olhos para aquilo.

"Jesus! Se algum dia formos grandes, e eu for casado com tu...eu vou ter que aturar você como esposa?", falei hipoteticamente, claro.

"Vai, se quiser casar comigo!", Larissa exclamou.

Logo, a professora, após ouvir a nossa conversa, resolveu interferir.

"Crianças, não acham que é um pouco cedo para falar de casamento?", a professora nos interrogou.

"...foi a Larissa que começou, professora!", eu denunciei.

"Mentira, Connor! Eu só disse que éramos amigos e você de repente disse que nós somos namorados, e nós nem namoramos ainda.", Larissa exclamou.

"Ok, desculpa, garota.", falei arrependido.

"Eu já disse, se quiser desculpa, vai ter que me beijar na bochecha", Larissa disse e cruzou os braços."Eu estou esperando".

Suspirei e então resolvi atender o pedido da garota.

"Tudo bem.", consenti.

Então eu me aproximei de Larissa e dei um beijo no rosto dela. Depois eu me afastei.

"Satisfeita?", perguntei.

"Tá, desculpas aceitas. Eu vou deixar passar dessa vez, mas na próxima eu quero um beijo na bochecha de verdade", Larissa retrucou.

"...mas vocês garotas são complicadas! ", resmunguei.

" E vocês garotos querem tudo na hora. São uns apressados", ela devolveu.

"Mas, eu disse que eu não queria uma namorada. Eu só falei que você era minha namorada porque...bem, eu não sei...acho que saiu sem pensar.", argumentei.

"Sei...", Larissa fingiu que havia entendido a minha desculpa.

"Tá bom, crianças! Vão se sentar!", a professora nos cortou.

Então fomos nos sentar. Larissa estampou uma cara de emburrada e continuou assim. Garotas!

A professora se apresentou para nós, disse que o nome dela era Angela, e ela era nossa professora de Matemática.

Depois disso, ela foi fazer a chamada e começou a chamar os nomes um por um, e nós alunos íamos respondendo com um "presente".

Quando chegou na minha vez...

"Connor?", a professora inquiriu.

"Presente, professora!", respondi.

Larissa foi responder a chamada depois de mim.

"Presente, professora!", ouvi ela replicar.

Então eu olhei para ela e ela me mostrou a língua.

"Professora! A Larissa tá mostrando a língua para mim!", denunciei.

"Larissa! Para de mostrar a língua para o Connor!", a professora a censurou.

"Desculpa, professora. Mas, o Connor é um babaca!", Larissa exclamou.

Eu me voltei para ela e fui tirar satisfação.

"Olha, garota...tu fica mostrando essa língua para mim, tu devia usar ela para outra coisa...", insinuei.

Larissa se espantou com o que eu disse e fez um "O" com a boca.

"Professora! O Connor falou uma coisa pornográfica!", Larissa me acusou.

"Eu não disse nada. Apenas insinuei.", contestei.

"Connor, eu vou ter que mandar você para a diretoria agora!", a professora exclamou.

"Isso professora! Ele é um pervertido mesmo, tem que levar uma bronca da diretora!", Larissa se defendeu.

"Inacreditável!", praguejei.

Logo no meu primeiro dia de aula, eu iria para a diretoria? Você tá me zoando!

[...]

Cheguei na diretoria, a diretora pediu que eu me sentasse em uma cadeira da mesa dela e depois ela se sentou para me ouvir sobre o que havia acontecido.

"Então, Connor, esse é o seu primeiro dia de aula, e você já está aprontando...",  a diretora revirou os olhos "Enfim, me conte o que aconteceu."

"O que aconteceu, diretora, foi que a Larissa se invocou comigo e depois ela me mostrou a língua durante a chamada, e ai eu disse para ela que ela devia usar a língua para outra coisa...mas, eu não falei o quê", eu explanei para ela.

"Meu Deus! Você com essa idade já está falando coisas de adulto?", a diretora se apavorou.

"O quê?! Eu só insinuei. Não foi nada demais.", contestei.

"Connor, eu vou ter que ter uma conversa com os seus pais sobre isso.", a diretora retrucou.

"Mas diretora...", eu balbuciei "Ahn...posso ir agora?"

A diretora refletiu se eu poderia sair ou não.

"Olha, diretora, eu só brinquei que a Larissa era minha namorada, porque...eu sei lá, mas...a questão é que a garota começou a implicar comigo por causa disso, e depois mostrou a língua para mim. Eu só me defendi.", falei para ela.

"Se defendeu, mas de uma forma errada. Você poderia ter deixado quieto, ou pedir desculpas.", ela tentou me convencer.

"Pedir desculpas para a Larissa significa beijá-la na bochecha. E depois que eu beijo ela, ela age como uma ingrata!", contestei.

"Meu deus! Eu preciso muito falar com os seus pais sobre isso. Me lembre de fazer isso na hora da saída. Mas por hora, você pode voltar para a sala.", a diretora comentou.

"Claro, diretora..", fiz pouco caso daqui. Eu não iria lembrar a diretora de falar para os meus pais sobre aquilo. Eu não tinha culpa naquilo.

[...]

Voltei para a sala de aula e já estava na hora do intervalo. Eu fui pegar o meu lanche na minha mochila e Larissa fez o mesmo, só que sem olhar para a minha cara.

Nós saímos da classe e fomos para o pátio do colégio.

Eu me sentei debaixo da sombra de uma árvore e fui comer o meu lanche sozinho.

Dei uma mordida no meu sanduiche e fiquei olhando para o nada. Refleti sobre o que tinha acontecido.

Para a minha surpresa, Larissa apareceu e se sentou ao meu lado para comer o lanche dela junto comigo.

"Garota, porque você está aqui? Você me mandou para a diretoria, e agora vem se sentar comigo? Isso só pode ser perseguição!", comentei.

"Eu não quero falar com você. Só quero comer o meu lanche em paz", Larissa contestou.

"E você vem se sentar aqui comigo? Tô te estranhando. Você só pode estar querendo alguma coisa comigo.", falei.

"Eu não quero nada com você, só queria me sentar debaixo dessa árvore", ela declarou.

"Sei...", revirei os olhos.

Larissa deu uma mordida no lanche dela e ficou mastigando.

"Olha, Larissa...me desculpa pelo modo como eu agi...mas você também teve culpa no cartório. Você me atiçou e eu não estou falando de um jeito...você sabe, romântico...", balbuciei.

Eu senti que eu estava falando com o vento. Esperei pelo momento em que Larissa quebraria aquele silêncio.

"Eu não te entendo, Connor. Eu te ofereço minha amizade, o que você diz querer, e você já assume que eu quero ser sua namorada..", Larissa rebateu.

"Você parece não interpretar bem as coisas, garota. Então eu não posso brincar que você é minha namorada, só porque eu te acho uma fofa?", eu quis saber.

"Não, porque quando você se refere a mim como uma namorada, você já está querendo algo mais...", ela explanou.

"Meu deus! Que lógica é essa, garota?", eu inquiri.

"Bom, esquece. Quer uma mordida do meu sanduiche?", ela me perguntou.

"Pode ser...", repliquei.

Larissa me ofereceu uma mordida no sanduiche dela e eu mordi.

"Obrigado", falei com a boca cheia.

"Sabia que é feio falar de boca cheia? E..de nada", ela replicou.

Depois que mastiguei e mandei o pedaço do sanduiche dela goela abaixo eu reformulei meu comentário.

"Desculpa, eu quis dizer "Obrigado". ", corrigi.

"De nada", ela devolveu.

"Você quer uma mordida do meu sanduiche?", perguntei.

"Quero!", ela consentiu.

Então eu ofereci meu sanduiche e ela mordeu.

"Ai, não vamos brigar. Vamos ser amigos..", sugeri.

"Só se você parar com essa história de eu ser sua namorada", Larissa devolveu.

"Tudo bem. Eu paro.", atestei.

"Jura? De dedos cruzados?", ela comentou.

"Juro. De dedos cruzados", repliquei.

Nós então juntamos os nossos mindinhos e os cruzamos.

"Certo. De agora em diante, nós somos amigos.", Larissa atestou.

"Tudo bem.", comentei.

"Eu te acho muito bonito, Connor.", ela comentou.

"Você também não é de...digo, você também é bonita", comentei.

Eu juro que se eu tivesse completado a frase anterior, Larissa me mataria. Ô vida cruel!

E foi basicamente assim que eu e Larissa começamos uma amizade.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado^^

Até mais!



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