Eternamente Apaixonados escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 8
Clary criança




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P.O.V. Imogen.

O meu neto apareceu e ele estava com o bebê no colo.

—Muito bom Jace. Agora, traga-a para cá.

—Não.

—O que?

—Eu disse não. Você realmente tiraria um bebê da sua mãe?

—Querido esse bebê...

—Eu cresci sem pai e sem mãe. Abandonado, largado. Fui jogado de um lado para o outro. Enganado, usado, mastigado e cuspido. Ela merece algo melhor do que o que eu tive. Não vou deixar você tirá-la da família dela!

Então houve um brilho, como uma explosão nuclear. Uma quantidade massiva de energia divina e num piscar de olhos, o bebê era uma criança.

A mãe a vestiu novamente e escovou seus cabelos avermelhados.

—Mãe?

—Sim querida?

—Deixa eu ir.

—Ir? Ir aonde?

—Na casa do Jace. Deixa. Eu preciso ir.

—Precisa?

—Sim preciso. Eu não sei porque eu preciso, só sei que eu preciso.

—Eu vou cuidar dela. Eu prometo.

—Viu? Ele prometeu.

—Certo. Mas, se acontecer alguma coisa com a minha filha... eu vou esfolar vocês vivos.

—Tudo bem.

A menininha pegou um caderno, lápis e giz de cera. Enfiou numa mochila.

—Tchau mamãe. A gente volta antes de escurecer. Certo?

—Claro.

Pelo menos eu consegui trazer a criança Nephilim para o Instituto.

P.O.V. Lucy.

—Vai atrás deles Daniel. Não seja detectado. Se aquela vadia tentar alguma coisa, faça-me o favor e mate-a.

—Leu meus pensamentos.

P.O.V. Clary.

Eu fui o caminho todo de mão dada com o Jace. Eu gosto dele. Ele é meu amigo. O lugar era enorme, era uma igreja.

—Porque viemos pra igreja?

—Não é uma igreja.

—Bom, parece uma.

—É um disfarce.

—Como um feitiço de ocultação?

O Jace riu.

—É. Você é muito esperta, talvez esperta demais para o seu próprio bem.

Nós entramos no Instituto e os monitores foram á loucura. A Clary tapou os ouvidos.

—Credo! Que barulho horrível! Vocês deviam chamar o técnico.

—O que é isso juíza Horandale?

—É uma nephilim.

—Para com esse barulho!

Os monitores explodiram. Deu pra ver a onda de energia saindo da Clary.

—Ahm, desculpe? Eu não queria que isso acontecesse.

—Incrível.

Ela olhou para um ponto fixo.

—Nossa! Que coisa mais brilhante. Jace, me empresta o seu palitinho?

—Palitinho? Que palitinho?

—O palitinho mágico.

Palitinho mágico? Quem matou a charada foi a Isabelle.

—Esse palitinho?

Perguntou a Izzi mostrando a estela para a nova versão da Clary.

—Esse mesmo. Me empresta?

A Izzi deu a estela na mão da versão infantil da Clary e a mesma começou a desenhar no ar. Deu pra ver. Era uma runa. Uma runa nova, inédita. 

Quando ela terminou de desenhar a runa, ela se transformou num colar.

—Um colar?

—Não. Um pingente.

Clary devolveu a estela para Izzi e pegou o pingente do chão.

—E o que o pingente faz?

Perguntou Robert.

—É para um caso de emergência. Se alguém estiver morrendo, eu posso fazer um feitiço e colocar a alma da pessoa dentro do pingente, assim mesmo que o corpo seja destruído... a alma vai viver.

—E de onde você tirou essa informação?

Perguntou a Maryse.

—Você não ouviu?! A voz?

—Que voz?

—Era suave, mas mesmo assim era poderosa. Me deu até um arrepio.

—Você sabe se era a voz de um anjo?

—Não. Mas, era enoquiano se é o que quer saber.

—Enoquiano?

—É. A primeira língua, a língua dos anjos. Enoquiano. Ela existe desde antes da humanidade.

—E o seu pai te ensinou a falar enoquiano?

—Não. Eu não sei como eu sabia, eu só... sabia.

Respondeu a Clary colocando o pingente no pescoço.

—A criança criou uma runa e um objeto mortal duma única vez.

Falou a Lydia.

—O que é uma runa? E um objeto mortal?

—Ela fez e nem sabe como.

—Olha Clary, tá vendo os desenhos no meu braço?

—To.

—São runas. Elas concedem aos Shadowhunters habilidades especiais, como velocidade, força, resistência. O desenho que você fez usando a estela da Izzi, o palitinho da Izzi... era uma runa.

Foi o jeito de explicar para uma criança como funcionava e o que era uma runa.

—Mas, o pingente não é mortal. Ele não vai matar ninguém. Vai salvar alguém que estiver morrendo.

—Eu preciso que você me entregue o pingente.

—Porque?

—Objetos Mortais devem ficar em posse da Clave.

—Não, é meu.

—Por favor, Clarissa. Só queremos...

—Eu disse não. É meu. Eu que fiz. E se você pegar... é roubo.

Ela sentou no chão, abriu o caderno e começou a desenhar com giz de cera.

—Clary, nós queremos proteger a humanidade. Proteger, o que você criou.

—Eu não vou te dar. Desista.

—Com todo o respeito, senhora Juíza... é melhor ir com calma.

Eu puxei a minha avó para o canto.

—A mãe dela já fez a caveira da Clave e dos Shadowhunters pra ela. É melhor ir devagar.

—A criança criou um objeto mortal bem na nossa frente. E se esse objeto e essa menina caírem em mãos erradas? Nas mãos do Ciclo?

—Você tá colocando a carroça na frente dos bois. Ela é uma criança de menos de um dia de idade. Com as crianças é preto no branco. Ela pode ser nephilim, mas ainda é uma menininha.

O Alec apareceu correndo.

—Ai, a menininha sumiu. Num segundo ela tava lá e depois não estava mais.

P.O.V. Max.

Eu estava na sala de armas quando ela apareceu do nada.

—Parada.

—Oi. Eu sou a Clary.

—Eu sou o Max.

—Porque tem tantas espadas e armas aqui?

—Porque é a sala de armas.

—Legal!

Ela pegou duas lâminas na parede.

—Eu gostei dessas. Essas são lindas. Adagas. Vamos ver se você sabe mesmo lutar.

—Eu sou um Shadowhunter.

—Ser um shadowhunter é superestimado. Se eu ganhar, você me paga um sorvete, mas se você ganhar, eu te pago um sorvete. Apostado?

—Apostado.

Eu peguei a minha lâmina serafim e nós começamos a lutar.

P.O.V. Alec.

Todo o Instituto estava em confinamento e atrás da menina Nephilim. Estávamos procurando quando eu ouvi o brandir de lâminas.

—Jace!

Cheguei bem á tempo de vê-la, desarmar e render o meu irmão caçula.

—Ganhei! Você me deve um sorvete.

Ela tirou as lâminas da garganta do Max.

—Onde aprendeu a fazer isso?

—Eu não sei. O meu corpo meio que... foi sozinho.

—Isso foi demais!

—Clary! Estávamos todos preocupados.

—Porque esse alarme? Estamos sendo invadidos?

—Não. Como você veio pra cá?

—Bom, num segundo eu tava lá na sala com os computadores e dai... eu tava aqui. Não entendi direito o que aconteceu. O meu pai está aqui. Acho que veio me buscar.

Ela estava com as lâminas da Clary que morreu. 

—Eu não queria ter que deixá-las aqui, mas... eu não pego o que não é meu.

—Mas, elas são suas.

—São? Legal! Mas, a sua avô não vai ficar brava de eu levar as adagas embora?

—Não. Elas são suas Clary. Elas te escolheram.

Quando chegamos á sala de controle a Juíza Horandale falou:

—Ah, graças ao Anjo!

—Tchau senhora Horandale.

—Tchau?

—É. O meu pai veio me pegar. Ah, e eu vou levar isso.

Disse a Clary mostrando as adagas para a Juíza.

—O Jace disse que eu podia levar. Disse que elas eram minhas.

—Ele disse?

—Disse.

—Sim. Leve as adagas.

—Obrigado. Tchau.

Ela pegou suas coisas e saiu pela porta bem a tempo do anjo Daniel aterrizar.

—Papai! Papai!

—Se divertiu?

—Eu ganhei uma briga com um menino, o nome dele é Max e ele me deve um sorvete. E eu ganhei essas adagas.

—Bom, armas á parte. Vamos pra casa. A mamãe fez galinha á moda húngara.

—O meu preferido! Tchau!

O anjo abriu as asas e saiu voando.

P.O.V. Lydia.

Eu nunca tinha visto um anjo antes. Eles realmente são majestosos.

As asas enormes e com aquele brilho violeta iridescente. O mais engraçado é que enquanto nós ficamos todos maravilhados vendo aquilo, a menininha nem ligou. Ver o anjo aterrizar, as asas dele... foi como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Ela saiu correndo, se atirou nos braços dele e ele a pegou e levantou voo.

—Essa foi a coisa mais... linda que eu já vi.

P.O.V. Lucy.

Eu ouvi o Daniel aterrizar.

—E então? Foi tudo bem?

—Foi. A velhinha tentou roubar o meu pingente novo, mas eu não deixei.

—Que velhinha?

—A Juíza.

—E que pingente?

—Esse. Eu fiz. Sozinha eu que fiz.

—Ela criou uma nova runa e da runa saiu o pingente. Ela ouviu a voz do Criador. O Criador falou diretamente com ela.

—O Criador? Tipo... Deus?

—Isso.

—Vamos jantar.

Nós rezamos e comemos. Caso queiram saber, contanto que eu mantenha uma dieta estável de sangue humano, meu corpo funciona normalmente, mas eu nunca mais vou poder engravidar.

No dia seguinte, eu levei a Clary para fazer compras já que os macacões  de bebê não cabiam mais nela.

—Pronto. Temos tudo o que precisamos.

—Mamãe, porque as suas calcinhas são mais bonitas que as minhas?

—Não são não. As suas tem bichinhos.

—E as suas tem lacinhos e rendas.

—As minhas são calcinhas de gente grande. Acredite, um dia você vai chegar nessa fase e vai sentir falta das calcinhas de bichinhos.

—Mas, as de lacinhos e renda são mais bonitas.

—Mas, não são confortáveis. Que tal tomar sorvete?

—Oba!

P.O.V. Clary.

Os meus pais vão sair hoje á noite e a tia Ariane vai ficar de babá.

—Eu vou ver TV e você não vai passar por aquela porta.

—Tá.

Ela disse que eu não posso sair pela porta. Não disse nada sobre fazer um feitiço de projeção Astral.

P.O.V. Jace.

Eu estava no meu quarto, me preparando para dormir. Hoje foi um dia exaustivo.

—Jace?

—Clary? Como chegou aqui?

—Eu não estou aqui, exatamente. Bom, pelo menos o meu feitiço funcionou.

—Feitiço?

—Eu estou aqui, mas não estou aqui.

O nariz dela começou a sangrar.

—Ops. Hora de ir. Tchau Jace, boa noite.

—Boa noite.

Ela fez um sinal com as mãos, fechou os olhos e sumiu.


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