Eternamente Apaixonados escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 12
Chuva de Anjos


Notas iniciais do capítulo

https://youtu.be/v3d_lC2dP7k-Os anjos levam Clary para a cidadela e purificam ela



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P.O.V. Jace.

Clary dormiu no Instituto, no seu antigo quarto. De madrugada, eu acordei com ela gritando.

—Clary! Clary!

—Jace.

—Está tudo bem. Foi só um sonho.

—Não. Foi uma mensagem. Da minha avó. Está ficando pior.

—E o que Deus te falou?

—Ela me mandou fazer uma coisa ruim e essa não é a primeira vez. É sempre o mesmo sonho e eu sei que é uma mensagem.

—Maryse perdeu as runas e se divorciou.

—Isso é bom.

—É?

—É.

Ela colocou as mãos nos meus ombros, enfiou os dedos no meu cabelo e me beijou e eu a beijei de volta. Peguei na cintura dela, então... as asas dela se abriram.

—Desculpe.

—Não se desculpe. Você é linda.

Eu fiz menção de tocar nas asas dela.

—Não. Não faça isso. Seria uma situação embaraçosa pra mim.

—Porque? Dói?

—Não. Quando eu era criança e a minha mãe fazia carinho nelas eu... sentia cócegas na minha... borboletinha.

Ela falou com vergonha, as bochechas ficando rosa.

—Como assim cócegas na borboletinha?

—As asas estão diretamente ligadas ao cérebro e... elas são cheias de... terminações nervosas...

Ela ia falando e passando a mão no pescoço, olhando pra baixo e o rosto ficou tão vermelho quanto os cabelos.

—Então...

Quando ela falou sobre as terminações nervosas eu finalmente entendi o que as cócegas na borboletinha significavam.

—Você fica com... tesão?

—Ahm, é. E ás vezes é... mais que isso.

—Mais que isso?

—É.

—Mais que isso como?

—Se... mexer demais eu acabo... chegando... lá.

—Chegando lá? Você goza?!

—Ahm, é. Eu queria muito que abrisse um buraco e me engolisse agora.

Quem diria que tocar nas asas de um anjo deixaria ele excitado?

Eu comecei a rir e a risada virou gargalhada.

—Para de rir! 

Ela me deu um empurrão.

—Não é algo que eu possa controlar!

—Todos os anjos...

—Sim.

—Até os puros sangues?

—Sim. Só, cala a boca e me beija. Você sabe que você quer.

—Eu esperei muito tempo por isso.

Voltei a beijá-la e senti não só os seus braços, mas as suas asas me envolverem também. Comecei a inconscientemente ativar as minhas runas, todas duma vez.

Pude sentir o sangue de anjo pulsando nas minhas veias. Ela parou de me beijar e se afastou.

—Meu Deus! Você está bem? Eu to fazendo isso com você? Tá doendo?

—Sim para a primeira pergunta e não para as outras duas.

—Você estava fazendo aquilo sozinho?

—Sim. Eu tenho sangue de anjo também.

—Todos os Shadowhunters podem fazer isso?

—Não. Valentim injetou sangue puro de anjo dentro de mim enquanto eu estava dentro da minha mãe.

—Eu ein. Desculpe, eu não devia ter falado isso. Eu só... fui pega de surpresa.

—Tudo bem.

—Não. Não tá não. Eu passei a minha vida toda sendo chamada de abominação e com as pessoas me olhando torto porque eu sou... diferente.

As asas voltaram para dentro do corpo dela. Quando elas entraram, Clary mexeu as costas.

—Dói?

—O que?

—Quando elas entram e saem?

—Não. Quando elas saem é... libertador. Apesar de ter doído á beça da primeira vez. Elas rasgaram a minha pele, mas depois da primeira vez é ótimo.

Ela deitou na cama, os cabelos ruivos esparramados no travesseiro de fronha branca. Estava usando um lindo pijama com blusa de renda e algodão rosa. O short era um short doll preto todinho de renda que mostrava as suas coxas e suas belas pernas.

—Pode ficar ai se quiser.

—Ai?

—Aqui. Pode dormir ai se quiser, mas eu não vou transar com você. Não agora pelo menos. Eu quero ir devagar.

—Tudo bem pra mim. 

—Boa noite Jace.

—Boa noite Clary.

Felizmente apesar dela querer ir devagar, não quis ir tão devagar assim. Ela me deixou abraçá-la. Nós dormimos de conchinha.

Mas, algo não me saia da cabeça. Logo que chegamos ao Instituto, ela disse que eu, Alec e Izzi teríamos que perdoá-la pelo que estava prestes á fazer. Que eram ordens da avó dela. Ou seja, de Deus.

Eu sei é difícil entender, apesar de Deus ter aparecido para nós como a Rainha de Sabá e da Clary chamá-lo de vovó. Ele se referia a ele mesmo no masculino. O que significa que ele é os dois.

Quando eu acordei, ela não estava mais na cama, mas havia um bilhete.

"Tive que cumprir a ordem da vovó. Eu sinto muito. Te amo, Clary."

Os sensores aéreos começaram a apitar e logo Daniel Grigori e Lucinda Price estavam no Instituto. Eles olhavam para cima da janela, enquanto as enormes bolas de fogo caíam.

—O que é isso? Parecem meteoros.

—Não são meteoros. São anjos. Parece o dia da queda. Eles estão caindo?

—Não Lucy. Não estão caindo, estão descendo. Estão vindo direto pra cá.

—Descendo?

—Se estivessem caindo, estariam caindo por toda Nova York, talvez por todo mundo. O dia da queda foi um caos. Isso não é caos, eles estão vindo pra cá. De propósito.

—Porque?

—Eu não sei.

Logo, estávamos cercados de anjos. Anjos em formas masculinas, femininas, ruivos, loiros, morenos. Caucasianos, negros, indígenas.

—Daniel.

—Miguel.

—Miguel? Você é o arcanjo Miguel? O arcanjo que chutou a bunda do Lúcifer e o mandou literalmente pro inferno?

—Eu não... usaria essas palavras, mas sim. Sou o Arcanjo Miguel. Eu sei que está com a minha espada, Lucinda. Preciso dela.

—E como eu sei que você não é outro anjo, dizendo que é o Miguel só pra pegar a espada?

—Ele é o Miguel. O meu irmão mauricinho, da mamãe o queridinho.

—Tem certeza?

—Tenho. Eu reconheceria ele em qualquer forma.

—Eu sei que a minha lâmina está aqui. Posso senti-la.

Lucinda colocou a mão nas costas, puxou como se desembainhasse uma espada e de fato desembainhou uma.

—Espero que não use isso na minha filha.

Ela entregou a espada para Miguel.

—Sim. A Nephilim é a razão de estarmos aqui.

—Se encostar um dedo na minha filha...

—Calma Lucy.

—Alguém está usando a conexão dela com o Criador para fins maléficos.

—Como assim?

—Alguém está mandando mensagens á ela. Fingindo ser o Criador. Ordenando que ela faça coisas. Usando sua filha como arma.

—Meu Deus! O tanto que eu fiz pra proteger essa menina, o medo que eu tive.

Outro anjo se pronunciou.

—Meu Senhor, precisamos encontrar a Nephilim antes que seja tarde.

—Tarde pra que? O que essa pessoa está mandando a minha filha fazer?

—Ela matou todos os membros do Ciclo. Disse que eram ordens do Criador.

—E eram. Eram sim, entretanto a ordem de matar os membros da Clave não veio do Criador.

—Ela abriu um portal hoje de manhã. Dentro do Instituto. Se ela acha que Deus quer que ela acabe com a Clave, é pra Idris que ela foi.

Os anjos alçaram voo.

—Temos que ir atrás dela antes que seja tarde Daniel.

Quando chegamos á Alicante, Clary estava prestes a matar todos os membros remanescentes da Clave.

—Nephilim, pare!

Ela se virou para o Arcanjo Miguel e estava realmente com raiva.

—Será que algum dia, alguém vai me chamar pelo meu nome?! Porque, eu tenho um!

—Está contaminando não só a ligação dela com o Criador, mas ela também. Está alimentando sua raiva, suas inseguranças. Clarissa, não é a vontade do céu e do Criador que você mate essas pessoas.

—Quem é você e como sabe o que é ou não é da vontade da minha avó?

—Eu sou Miguel. O Arcanjo. A sua avó nos mandou, para impedi-la de fazer isso.

—Então, a vovó não quer que eu dê cabo da Clave?

—Não.

—Eu não acredito em você. Como eu sei que você é mesmo o Arcanjo Miguel?

P.O.V. Miguel.

Eu cheguei perto da menina e tentei tocar a sua cabeça e entrar em sua mente.

—O que está fazendo?

—Vou provar que estou dizendo a verdade.

Ela me permitiu transmitir a mensagem.

—Então, quando eu matei os membros do Ciclo e roubei a graça deles... não era o que a minha vó queria que eu fizesse?

—Sim. Era.

—E como eu vou saber quando é a minha avó e quando não é?

—Vamos te levar até a cidadela e te purificar no lago. Se houver algum tipo de energia demoníaca, o lago vai lavar.

—Tá bem.

Nós a levamos até a cidadela das Irmãs de Ferro e depois de passar pelo ritual de purificação, ela ficou bem.

—Tudo bem, está tudo bem querida.

—Eu pensei que iria me afogar. A água me engoliu, mas eu me sinto melhor. Menos... furiosa.

—Isso é bom. 

—Vocês podem voltar pra casa agora ou podem ficar.

—Como um caído? Não, obrigado.

—Devia ao menos experimentar algumas das coisas. Como batatas fritas com ketchup, hambúrguer, dar uma volta no parque. Você parece tão... sério.

—Eu levo o meu dever muito á sério.

—Talvez á serio demais. Ai, Azazel é um anjo ou um demônio?

—Anjo. Ele se corrompeu, tornou-se o primeiro caído.

—Ele não se corrompeu. Ele só... cansou de dizer amém pra tudo. É, isso não saiu como deveria.

—Ele teve uma prole de Nefilins que morreram durante a grande inundação.

—Inundação? Você tá falando do Noé?

—Sim. Noé.

—Porque os nefilins morreram?

—Porque o criador mandou a inundação para matá-los.

—Não. Ela não faria isso.

—Ele fez.

—Porque?!

—Porque ainda não era a hora de haverem nefilins.

—Mas, eles não tinham culpa.

—Os nefilins que Azazel gerou não eram como você. Eles eram gigantes, monstruosos. Eles eram uma ameaça á humanidade e á ordem natural, porque foram concebidos antes da hora.

—Então, eles machucavam as pessoas?

—Eles comiam as pessoas.

—Credo. E o Azazel? Onde ele está agora?

—Preso. Acorrentado.

—Porque? Porque ele fez os nefilins?

—Sim.

—E porque a minha avó não perdoa ele? Deixa ele ir. 

—Azazel é um anjo vingador. Anjos vingadores são máquinas de matar.

—Tipo um psicopata serial killer alado?

—Eu infelizmente não conheço esses termos.

—Psicopatas são humanos incapazes de sentir. E serial killers são assassinos em série. Eles tem essa necessidade de matar outras pessoas, geralmente um problema é associado ao outro e existe uma pré-disposição genética.

—Algo assim. Só que ele é um serial killer com a força de mil homens, uma força da natureza.

—Mas, a história diz que... Azazel se apaixonou pela humanidade. Isso não... aplacou a sua fúria?

—Por um tempo e de certa forma sim. Mas, com o tempo ele começou a gerar as abominações e a destruir tudo no caminho.

—Deve ser triste, ser assim. Não conseguir sentir nada.


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