Can I Crash Into Your Life? escrita por andeinerseite


Capítulo 11
Capítulo XI - I'll never let you go


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo ^.^

Como eu havia dito, vou sim fazer um capítulo narrado pelo Bill, já que vocês aprovaram a idéia! Acho que será o próximo, o capítulo 12, mas não garanto nada, ainda estou pensando

Esse, como todos os anteriores, é narrado pela Jenny. Bjs :**



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Passou-se uma semana. Chegou o dia da viagem, aquela que eu queria muito que chegasse, e que ao mesmo tempo queria que nunca ter que fazer. Confuso, não? Mas é exatamente assim.

 

Voltar para o Brasil era só uma forma que eu havia inventado de “me esquecer” de tudo. Me esquecer dele. Mas era óbvio que não funcionaria, as lembranças sempre seriam as mesmas.

 

O despertador tocou, deviam ser sete da manhã, por aí.

 

- Ain, só mais cinco minutos... - resmunguei, virando de lado e cobrindo a cabeça com o travesseiro.

 

Nada de cinco minutos. O vôo saía às dez, e eu ainda tinha que terminar de me arrumar. Desliguei o despertador e me levantei.

 

Havia alguma coisa errada com o meu quarto. Alguma coisa MUITO errada.  Estava uma bagunça. Tudo estava fora de lugar. Minha mala, que eu havia arrumado na noite anterior, estava aberta, e a maioria das roupas estava no chão. Como se alguém tivesse entrado lá durante a noite e mexido em tudo.

 

Mas quem, quem teria entrado no meu quarto à noite e feito aquilo?  

 

- Ah não! Meu jeans favorito! - me abaixei e peguei a calça no chão. - Estranho, muito estranho...

 

Larguei o jeans no chão e corri em direção à estante de livros. Apenas alguns estavam lá, outros estavam no chão também, e havia ainda alguns que estavam sobre a escrivaninha.

 

Um deles estava aberto. Era justamente aquele, In die Nacht. “Tinha que ser aquele maldito livro”, pensei. Estava aberto no capítulo dez. De repente, senti um calafrio e deixei o livro cair sobre o piso de madeira do quarto.

 

Havia, na parte inferior da página, uma mancha de sangue.

 

***

 

 

Meu pai me levou de carro até o aeroporto. Durante todo o caminho, eu não conseguia parar de pensar naquela mancha de sangue que encontrei no livro. De qualquer modo, não importava. Eu estava indo embora mesmo.

 

- Pai, já está na hora. - falei, saindo do carro , em seguida pegando a mala de rodinhas do porta-malas e o celular do bolso. Na tela, uma foto dele, meu anjo, Bill. O relógio marcava 9:30 a.m. Era a hora de ir.

 

Meu pai saiu do carro também, veio até mim e me abraçou.

 

- Vou sentir sua falta... Já estava me acostumando com você aqui. - disse.

 

O abraço dele era forte, apertado, talvez até sufocante. “Um abraço de urso”, sorri com a idéia.

 

- Também vou sentir sua falta, pai... Principalmente das suas broncas... - brinquei.

 

Ele riu e eu ri também. Eu ia sentir falta de Hamburgo.

 

E eu já sentia falta daquela pessoa.

 

- Então, tchau né... - falei.

 

- Tchau, até breve - disse papai.

 

Saí arrastando a minha mala. Quando ele já estava fechando a porta, parou e completou:

 

- Eu te amo, filha.

 

- Também te amo, pai - falei, com um leve sorriso nos lábios.

 

Finalmente ouvi o som do carro saindo atrás de mim e me dirigi à fila de check-in.

 

Depois do check-in e de todas aquelas coisas chatas que temos que fazer antes de embarcar, me sentei em uma das cadeiras disponíveis do aeroporto.

 

Comecei a pensar em tudo o que havia acontecido enquanto eu morava em Hamburgo. Todas as lembranças me remetiam a ele, a nós. Algumas lágrimas inoportunas caíram dos meus olhos.

 

- Merda, não posso chorar agora... Vai borrar a maquiagem... - resmunguei, limpando as gotículas de água salgada abaixo dos meus olhos.

 

Tentei me distrair vendo uma moça que se despedia do namorado. Eles se abraçaram e trocaram carícias antes dela finalmente dizer: “Tenho que partir.” O rapaz ainda a perguntou se ela tinha certeza do que fazia, e ela confirmou, acenando com a cabeça. Em seguida, deixou algumas lágrimas molharem seu rosto e saiu em direção ao portão de embarque.

 

O namorado ficou ali, parado, também chorava e repetia “Por quê? Por que tem que ser assim?”. Me senti assistindo um filme dramático.

 

“Senhores passageiros do vôo 483, favor dirigir-se ao portão de embarque.” foi a voz do auto-falante que ressoou pelo aeroporto.

 

“Vôo 483, que coincidência”, pensei. Nem preciso falar do que me lembrei ao ouvir isso, né?

 

O problema era: eu não sabia qual era o tal portão de embarque, haviam vários. E também não encontrava o balcão de informações. Andei e andei, mas não encontrei.

 

- Droga, vou perder o vôo! ><

 

Depois de percorrer todo o aeroporto, cheguei a um portão de embarque que com certeza não era o que eu procurava, pois estava completamente vazio. Na verdade, todo aquele corredor estava vazio, havia apenas um zelador passando uma vassoura pelo piso.

 

Então o vi, no final do corredor.

 

Era ele. Não poderia ser outra pessoa. Estava vindo na minha direção.

 

Corri e me entreguei em seus braços.

 

- Bill... Achei que nunca mais iria te ver... - murmurei, minha voz saiu abafada. Haviam lágrimas escorrendo dos meus olhos.

 

Ele, me abraçando com força, sussurrou no meu ouvido:

 

- Não vou te deixar ir embora, meu amor... Nunca... Ich liebe dich.

 

Um beijo. O melhor de todos, sem dúvida.

 

Um beijo de esperança. Esperança de um recomeço.

 


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Notas finais do capítulo

o que será que vai acontecer, hein? xD