Can I Crash Into Your Life? escrita por andeinerseite
Notas iniciais do capítulo
Mais um capítulo ^.^
Como eu havia dito, vou sim fazer um capítulo narrado pelo Bill, já que vocês aprovaram a idéia! Acho que será o próximo, o capítulo 12, mas não garanto nada, ainda estou pensando
Esse, como todos os anteriores, é narrado pela Jenny. Bjs :**
Passou-se uma semana. Chegou o dia da viagem, aquela que eu queria muito que chegasse, e que ao mesmo tempo queria que nunca ter que fazer. Confuso, não? Mas é exatamente assim.
Voltar para o Brasil era só uma forma que eu havia inventado de “me esquecer” de tudo. Me esquecer dele. Mas era óbvio que não funcionaria, as lembranças sempre seriam as mesmas.
O despertador tocou, deviam ser sete da manhã, por aí.
- Ain, só mais cinco minutos... - resmunguei, virando de lado e cobrindo a cabeça com o travesseiro.
Nada de cinco minutos. O vôo saía às dez, e eu ainda tinha que terminar de me arrumar. Desliguei o despertador e me levantei.
Havia alguma coisa errada com o meu quarto. Alguma coisa MUITO errada. Estava uma bagunça. Tudo estava fora de lugar. Minha mala, que eu havia arrumado na noite anterior, estava aberta, e a maioria das roupas estava no chão. Como se alguém tivesse entrado lá durante a noite e mexido em tudo.
Mas quem, quem teria entrado no meu quarto à noite e feito aquilo?
- Ah não! Meu jeans favorito! - me abaixei e peguei a calça no chão. - Estranho, muito estranho...
Larguei o jeans no chão e corri em direção à estante de livros. Apenas alguns estavam lá, outros estavam no chão também, e havia ainda alguns que estavam sobre a escrivaninha.
Um deles estava aberto. Era justamente aquele, In die Nacht. “Tinha que ser aquele maldito livro”, pensei. Estava aberto no capítulo dez. De repente, senti um calafrio e deixei o livro cair sobre o piso de madeira do quarto.
Havia, na parte inferior da página, uma mancha de sangue.
***
Meu pai me levou de carro até o aeroporto. Durante todo o caminho, eu não conseguia parar de pensar naquela mancha de sangue que encontrei no livro. De qualquer modo, não importava. Eu estava indo embora mesmo.
- Pai, já está na hora. - falei, saindo do carro , em seguida pegando a mala de rodinhas do porta-malas e o celular do bolso. Na tela, uma foto dele, meu anjo, Bill. O relógio marcava 9:30 a.m. Era a hora de ir.
Meu pai saiu do carro também, veio até mim e me abraçou.
- Vou sentir sua falta... Já estava me acostumando com você aqui. - disse.
O abraço dele era forte, apertado, talvez até sufocante. “Um abraço de urso”, sorri com a idéia.
- Também vou sentir sua falta, pai... Principalmente das suas broncas... - brinquei.
Ele riu e eu ri também. Eu ia sentir falta de Hamburgo.
E eu já sentia falta daquela pessoa.
- Então, tchau né... - falei.
- Tchau, até breve - disse papai.
Saí arrastando a minha mala. Quando ele já estava fechando a porta, parou e completou:
- Eu te amo, filha.
- Também te amo, pai - falei, com um leve sorriso nos lábios.
Finalmente ouvi o som do carro saindo atrás de mim e me dirigi à fila de check-in.
Depois do check-in e de todas aquelas coisas chatas que temos que fazer antes de embarcar, me sentei em uma das cadeiras disponíveis do aeroporto.
Comecei a pensar em tudo o que havia acontecido enquanto eu morava em Hamburgo. Todas as lembranças me remetiam a ele, a nós. Algumas lágrimas inoportunas caíram dos meus olhos.
- Merda, não posso chorar agora... Vai borrar a maquiagem... - resmunguei, limpando as gotículas de água salgada abaixo dos meus olhos.
Tentei me distrair vendo uma moça que se despedia do namorado. Eles se abraçaram e trocaram carícias antes dela finalmente dizer: “Tenho que partir.” O rapaz ainda a perguntou se ela tinha certeza do que fazia, e ela confirmou, acenando com a cabeça. Em seguida, deixou algumas lágrimas molharem seu rosto e saiu em direção ao portão de embarque.
O namorado ficou ali, parado, também chorava e repetia “Por quê? Por que tem que ser assim?”. Me senti assistindo um filme dramático.
“Senhores passageiros do vôo 483, favor dirigir-se ao portão de embarque.” foi a voz do auto-falante que ressoou pelo aeroporto.
“Vôo 483, que coincidência”, pensei. Nem preciso falar do que me lembrei ao ouvir isso, né?
O problema era: eu não sabia qual era o tal portão de embarque, haviam vários. E também não encontrava o balcão de informações. Andei e andei, mas não encontrei.
- Droga, vou perder o vôo! ><
Depois de percorrer todo o aeroporto, cheguei a um portão de embarque que com certeza não era o que eu procurava, pois estava completamente vazio. Na verdade, todo aquele corredor estava vazio, havia apenas um zelador passando uma vassoura pelo piso.
Então o vi, no final do corredor.
Era ele. Não poderia ser outra pessoa. Estava vindo na minha direção.
Corri e me entreguei em seus braços.
- Bill... Achei que nunca mais iria te ver... - murmurei, minha voz saiu abafada. Haviam lágrimas escorrendo dos meus olhos.
Ele, me abraçando com força, sussurrou no meu ouvido:
- Não vou te deixar ir embora, meu amor... Nunca... Ich liebe dich.
Um beijo. O melhor de todos, sem dúvida.
Um beijo de esperança. Esperança de um recomeço.
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o que será que vai acontecer, hein? xD