Azul escrita por Maffle


Capítulo 7
Sobre ficar acordado


Notas iniciais do capítulo

Oi!

Minha vida tá toda enrolada, por isso acabo demorando um pouco mais. Mas juro que vou tentar continuar com a frequência! Não desistam de mim ♥

Boa leitura :))



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Não havia nenhum jogo de quadribol à vista, o que significava uma enfermaria relativamente vazia. É claro que os primeiranistas sempre acabavam fazendo hora extra por lá porque todo arranhãozinho parece doer mais aos onze anos, mas dessa vez Scorpius deu sorte. Salvo um ou dois alunos pedindo poções aleatórias, ele conseguiu encontrar a enfermaria silenciosa e intocável como deveria ser.

Um tempo antes, voltara para o dormitório, ainda confuso e decepcionado, para respirar por dois segundos. Foram dois segundos reservados para sentar na cama de Albus e estranhar tudo ali. Dois segundos para ver tudo fora de lugar e se perguntar como  podia estranhar tudo no quarto em que sempre estivera. Depois de aturar o próprio desconforto por todo o período de tempo, Scorpius se agachou e espiou debaixo da cama do amigo. Não havia mais nada ali. Levantou-se e foi para a enfermaria.

Rose explicara a situação e Madame Rotuney concordou em deixar Michael e Albus em lados opostos da Ala Hospitalar. Isso não os impedia de ver um ao outro e nem garantia que nenhuma outra briga aconteceria, mas era o melhor que podia ser feito; nenhum dos garotos estava apto para voltar aos dormitórios. A enfermeira conseguira pôr o nariz de Albus no lugar com facilidade, mas ele continuava sangrando ininterruptamente. Ela o deixou ali para observação. Já Michael aparentemente era fraco para poções e apagou com uma dose da medicação que Madame Rotuney receitara.

Como esperado, ela não estava muito feliz com os garotos problemáticos e seus organismos que iam fora do planejado. Lançou um olhar irritadiço para Scorpius e apontou impacientemente para os leitos dos fundos quando ele perguntou se podia ver Albus.

O Potter também não estava em seu melhor momento. Além de inchado, Albus tinha dois pedaços de algodão enfiados no nariz para parar o sangramento. A narina direita já chegava a ensopar o algodão de vermelho no momento em que Scorpius se sentou na cadeira ao lado da maca.

Nenhum dos dois disse nada por um tempo. Albus respirava pela boca feito um cachorro enquanto Scorpius observava com um meio sorriso os algodões despontando. Olhou no criado-mudo ao lado para encontrar mais algodão e um prato de metal para descarte. Se estivesse menos bravo, talvez até fizesse o sacrifício de repor o tampão improvisado, mas limitou-se a fazer uma careta e oferecer o prato. Albus tirou o algodão, espirrou, e colocou um novo.

— Acho que vou morrer.

Scorpius riu pelo nariz.

— Sim, provavelmente. O mais preocupante é a quantidade de lixo para o meio ambiente que você vai produzir até finalmente morrer de vez.

O outro riu fracamente, e Malfoy deixou o prato ensanguentado de lado. Albus não o olhara diretamente até agora e nem parecia ter planos de fazê-lo. O olho direito estava lentamente desinchando com as poções, mas ainda assim chegava a lacrimejar um pouco. O cabelo preto espetava o ar por todos os lados de forma caótica. Scorpius voltou a sentir a mesma aflição de quando olhara para o espaço vazio entre a cama de Albus e o chão do dormitório dos dois.

— O que está acontecendo, Al?

O amigo grunhiu. Scorpius prendeu a respiração.

— Eu só… estou lidando com muita coisa ao mesmo tempo. Entende? Não consigo organizar meus pensamentos direito.

— Isso nunca aconteceu antes. - respondeu, magoado. Albus franziu a testa.

— Claro que já, Scorpius. Passei por vários momentos esquisitos nesses últimos anos.

— Nunca aconteceu de você estar distante dessa forma comigo. Passamos por todas as nossas merdas juntos. Por que agora você me deixa de fora? Fica parecendo que eu sou o problema. Que você tá bravo comigo.

— Não é sobre isso. Tá tudo bem.

Scorpius balançou a cabeça, encarando os algodões que ficavam gradualmente rosa. Pensou na força que Michael deveria ter usado para fazer aquele estrago no amigo. Na fúria que devia ter provocado em Albus para fazê-lo rolar no chão na frente de todo mundo. Isso nunca tinha acontecido antes.

— É, bom, não tá tudo bem, né, Albus? Porque se estivesse você não estaria aqui perdendo sangue e ainda assim se recusando a conversar comigo direito. O que é que foi? Por que você me deixou de fora desse jeito? O que eu tô perdendo?

— Não importa! - exclamou Albus, inclinando-se para frente na maca. - Eu e o Michael nos desentendemos porque ele ficava inventando um monte de coisa que não é verdade sobre mim. Aí brigamos e saiu do controle. Fim.

— Que coisas que não são verdade? Ele tá fazendo alguma coisa com você?

— Não! É só... não importa mais.

 - Como não importa? Você socou o cara! Você já tinha socado alguém antes?

— Scorpius! - Cuspiu com rispidez. - Eu não sou esse cara indefeso que você inventou na sua cabeça! - Foi o suficiente para Scorpius se afastar. Não entendia para onde aquela conversa estava indo. Isso, porém, não impediu Albus de continuar: - Não preciso que você fique cuidando de mim o tempo inteiro. Não é minha mãe. Eu sei que você é monitor e é meio que seu trabalho se intrometer o tempo inteiro, mas por que você não cuida da sua vida pra variar?

Scorpius supunha que uma característica de um bom monitor era a paciência. Paciência para rondar por corredores vazios por horas, para ouvir desculpas diversas que não faziam sentido, ou para aguentar insultos infundados. Porque no fim das contas as pessoas falavam coisas bizarras quando estavam na defensiva, não importava quem ele fosse. Não necessariamente era pessoal. E sendo quem era, ser paciente e empático era a chave para lidar com as situações em que ele se metia.

Apesar de tudo isso, o Malfoy pôde sentir o próprio rosto se fechando e o calor saindo de seu corpo. Não houve tempo para tentar respirar fundo e argumentar com Albus. De certa forma, a barreira entre os dois amigos parecia cada vez mais grossa. Qualquer que fosse a motivação para estar ali, agora não havia mais nada. Scorpius só queria ir embora o mais rápido possível.

— Boa noite, Al.

Virou-se sem ver o olhar cheio de pesar e medo que Albus carregava, derrotado, na última maca da enfermaria.

 

x x x

 

Viu-se acordado horas depois de deitado. Era bem verdade que tinha resolvido dormir na hora do jantar, mas achava que tinha mais chances de pegar no sono se ficasse no escuro por tempo suficiente. Escolha ingênua, já que a sonolência nunca estivera tão longe dele como agora. O dormitório parecia ora quente, ora frio demais. A cama, muito estreita. Seus dedos não paravam de se mexer e percorrer todo o comprimento do lençol de algodão. Às vezes até chegava a puxar alguma ponta solta da fronha. Quando Zabini e os outros colegas voltaram do jantar e acenderam a luz sem hesitação alguma, Scorpius percebeu que nunca adormeceria daquela forma.

Precisava de ar fresco, mas já passava do toque de recolher. Por isso, desviou-se do olhar questionador de Luke e saiu do quarto para tirar os tênis e deixá-los ao lado da saída do Salão Comunal. De meias e sem ser notado, Scorpius deslizou para fora e - surpresa - as meias eram incríveis para encobrir seus passos. Só chegavam a deslizar um pouco pela pedra fria, mas ele não estava planejando nada extremo. Passos pequenos. Literal e figurativamente.

Sendo honesto, Scorpius queria jogar quadribol. Naquele momento. Sair do castelo, pegar a vassoura, e subir aos ares junto aos balaços. Bater em alguma coisa.

Naturalmente, nada disso seria possível depois do toque de recolher. Já estava quebrando regras por estar fora do Salão Comunal da Sonserina, sair do castelo não era opção para ele. Por isso, Scorpius optou por pegar o caminho mais longo que pudesse. Ia andar, andar e andar, até a exaustão dominá-lo e finalmente conseguir uma noite tranquila de sono. A Torre de Astronomia prometia muitas escadarias, e foi por ali que ele quis se aventurar. Encorajado pela falta de monitores - ele precisava ter uma conversa séria sobre isso— e do Filch, Scorpius subiu degrau por degrau cheio de ansiedade, sentindo a própria respiração distraí-lo de tudo o que passava pela cabeça dele.

Ao chegar ao topo, porém, quase deu meia volta. Como era de praxe, Rose estava ali. De meias.

Hesitou na entrada da Torre, pensando nas vantagens e desvantagens de estar ali naquele momento. Observou o pijama de bolinhas da garota, e o jeito como ela balançava as pernas numa ansiedade sem fim. Debruçada sobre o parapeito rochoso, Rose abandonara o telescópio para observar o céu da janela. Se não fosse Rose Weasley de quem estava falando, Scorpius diria que ela não sabia usá-lo, por isso o abandono. A maior parte das desistências da matéria acontecia depois das fatídicas aulas em que ninguém conseguia ver nada pelo telescópio. Mas Rose era Rose. Mesmo que agora não tanto. Ela tinha que ser a melhor das melhores em tudo o que fazia.

Bem, pensou, se estou na chuva é pra me molhar.

— Weasley! - exclamou, retribuído pelo sobressalto da garota ao ouvir a voz dele preencher o silêncio comunal. Virou-se num segundo, colocando as mãos sobre o peito. - Fora da cama depois do toque de recolher?

Ela arfou.

— Quase fiz xixi na calça. Você quer me matar?

— Olha, já passou pela minha cabeça, sim. - respondeu, encostando-se também ao parapeito para ficarem lado a lado. Ela revirou os olhos, ainda com as mãos no coração.

— Tá bom, Malfoy. Você nunca conseguiria.

Ele franziu a testa.

— O quê?

— Duvido que algum dia que você tenha matado uma formiga sequer.

— Pois é aí que você se engana, Weasley. - baixou a voz enquanto Rose chegava mais perto para escutá-lo. - Não sei se você sabe, mas sou filho de um Comensal da Morte.

— Não! - Ela arregalou os olhos teatralmente, agarrando-se ao braço dele para dar a dramaticidade.

— Sim! E é dos perigosos.

— Merlin, vou precisar avisar meus pais! Os heróis!

— Você nunca nos pegará, Weasley! - Pegou a varinha e acenou ridiculamente em direção à garota. Ela riu e fingiu desmaiar, caindo em cima dele.

Scorpius teve que pegá-la nos braços para impedi-la de cair no chão e continuar a brincadeira, mas não pôde evitar a estranheza do momento em que ela se inclinava sobre o tronco dele e ele envolvia a pele dela. Ela era quente e pesada. Os dedos acabaram pressionando as costelas de Rose. Mesmo sob o tecido, ele conseguiu sentir o sutiã debaixo da blusa. Engoliu em seco. Respirou.

Colocou-a de volta no lugar.

Ela ajeitou a blusa e o olhou de canto, quase com curiosidade. Scorpius tentou não pensar demais no assunto. Acabou por pigarrear e voltar-se para a paisagem, esperando aliviar a tensão.

— O que você tá fazendo aqui, Malfoy?

— Não consegui dormir - respondeu enquanto o coração desacelerava, mas a ansiedade de ser questionado florescia gradualmente na garganta dele. - Não sei quanto tempo passei olhando pro teto, mas uma hora não dá mais. A visão fica toda turva.

Rose não disse nada, limitando-se a assentir. Scorpius não conseguia ver o rosto dela ou ao menos julgar as reações à toda baboseira que ele estava soltando. O escuro angustiava por lembrá-lo da madrugada logo ao toque dos dedos. A escolha de encostar-se ali ao lado da garota pesava, e ele queria, de certa forma, fazer valer.

(Porque estava escuro, e ele não podia ver o rosto dela.)

— E aí se fico lá por muito tempo começo a sentir partes na cama que são mais desconfortáveis que outras e fico imaginando o que podem ser. - continuou ele. - Sempre penso que são as molas cutucando minhas costelas, porque uma vez ouvi que camas podem ser de molas. Mas não sei qual é a física de tudo. Ou se ao menos as camas de Hogwarts são de mola. Tipo, as molas realmente ficam de pé dentro do colchão? É isso mesmo que me cutuca? E se não é, eu sou louco de pensar que partes da cama são mais duras que outras?

Isso arrancou um risinho rápido da Weasley, que se inclinou mais um pouco no parapeito e coçou a testa. O pijama todo era de bolinhas. As meias eram comicamente marrons, a julgar tudo o que Rose costumava usar. Iam além do tornozelo, sendo desproporcionais com tudo o que ela representava. Ele não sabia o que isso poderia querer dizer.

Às vezes as outras meias só estavam todas para lavar.

— Ontem eu acabei pegando no sono no sofá do Salão Comunal. Aquele grande e verme… - Ela parou por um momento, levantando a cabeça na direção dele. - Com que frequência você vai no Salão Comunal da Grifinória?

— É… Não muito.

— Bom. Ok, certo. Tem um sofá perto da lareira. Estava frio. Acabei pegando no sono.

Parou novamente. Ficou assim por mais tempo do que Scorpius antecipava, e ele já imaginava que talvez seria só isso. Rose só estava jogando papo fora. Mencionando cochilos em sofás. Coisas assim casuais, bem típicas dos dois.

Ela respirou fundo audivelmente, quase como se quisesse prolongar o que quer que fosse aquele momento em que ela olhava para fora e Scorpius olhava para o cabelo curto e azul.

— Eu acordei no dia seguinte com pessoas já vestidas com o uniforme conversando. Tinha gente escrevendo pergaminhos na poltrona do meu lado. Foi meio… humilhante. Pra mim. Ninguém foi malvado nem nada, mas estar babando nas almofadas na frente de todo mundo foi esquisito. Nenhuma das minhas colegas de quarto notou minha falta, apesar de eu ter saído de lá por isso mesmo.

— Como assim?

— É… - Esfregou os olhos com os dedos, ainda sem olhar para ele. - Merda, por que estamos tendo essa conversa?

— Porque… somos aliados? - Ele riu internamente da ironia de ao menos saber o que aquilo significava, e Rose pareceu entender, porque finalmente olhou-o para soltar mais um riso frouxo. - Weasley, tá tudo bem. Sou o Monitor Chefe. Meu dever é prezar o bem estar dos alunos. Pode me contar qualquer coisa.

— Não é, não, seu vigarista. - Empurrou-o com o ombro. - Mas tudo bem. Elas estavam estudando para os NIEMs hoje. E ontem também. E antes de ontem. E provavelmente amanhã. Elas gostam de trocar anotações e de discutir sobre leituras externas que poderiam ajudar nas provas. Têm todo um cronograma de estudos que funciona impecavelmente. Todas as noites tem revisão.

— Uau. Elas parecem horríveis.

— É. Mas fui eu que comecei a tradição. Nós somos um clube fechado desde o 2º ano.  E eu queria ser sempre a melhor delas.

Uau. - fez Scorpius, torcendo o nariz. - Você parece horrível.

— Eu sei! - Rose riu, e, agitada, acabou por segurar os dois braços do garoto para enfatizar seu ponto. Ele ficou tenso. - É por isso que eu não quero mais isso! Eu era completamente obcecada pelo meu próprio umbigo. Só que eu fui e elas ficaram. Eu parei de estudar o tempo todo e elas continuaram. E, claro, não acho que elas devam parar o que estão fazendo só porque eu parei. Mas agora eu não consigo ficar mais lá. Me lembra de tudo que eu quero esquecer. E… o clima é ruim.

— Elas também desaprovam.

Ela assentiu e seu olhar se suavizou. Soltou os braços dele enquanto continuava em um tom mais baixo:

— Então eu parei de dormir lá. Ou tento ficar o máximo de tempo possível fora do quarto até ter certeza de que elas dormiram e só aí voltar pra dentro. Hoje… acho que hoje só fiquei com muita vergonha de voltar pra lá. Ou pro Salão Comunal.

— Aí você só vai dormir aqui no chão mesmo e esperar os elfos domésticos te varrerem?

Rose estreitou o olhar, sabendo que ele estava brincando, mas ainda portando sombras de preocupação com o assunto em questão. Scorpius, de certa forma, desconcertou-se com tudo aquilo. Até o cérebro bêbado dele na noite anterior podia constatar que ela sofria em algum grau, mas nunca chegara a qualquer conclusão. Era óbvio que ele não era o único a se incomodar com a mudança em Rose. Quando pensava agora, a maior parte dos amigos dela eram ligados a coisas que a antiga Weasley fazia. Os amigos do McLaggen se afastaram junto a ele, as parceiras de estudo perderam o objetivo em comum, os colegas de clubes continuavam indo às reuniões mesmo com a ausência dela.

Sobrava a família, ele supunha. Albus estava fora de si, mas talvez Lily estaria por perto? Ou até Hugo? Dominique? Ou… qual era o nome daquele ruivo mesmo? Não, o outro.

Talvez Scorpius só não estivesse prestando atenção.

Ele observou os olhos cansados pela falta de sono. Trilhou todas as sardas que passavam pelas maçãs do rosto, desciam para o pescoço e aterrissavam no colo. O jeito como a respiração dele imitava a dela para que eles estivessem em algum tipo de sincronia, apesar de não fazer sentido.

Ali no escuro, Scorpius quis se aproximar, porque Rose também o observava com curiosidade. Era como se nenhum dos dois conseguisse chegar perto o suficiente para entender de uma vez por todas. Ele seguraria a nuca dela, e talvez assim um deles poderia trazer significado ao fato de que ambos podiam entender a aflição do outro, mas ainda assim não podiam achar-se próximos o suficiente. Ao fato de que eles pareciam completos estranhos que compartilhavam sentimentos muito parecidos.

Rose soltou a respiração pela boca. Ele olhou.

Talvez tivesse imaginado em meio à escuridão, mas Scorpius jurava ter visto um meio sorriso de compreensão.

Mas estava tão escuro. E ele parecia flutuar até ela.

Por isso, precisou pigarrear e tentar desesperadamente encontrar algo pouco estúpido a se dizer. Poderia ter dito:

“Ei, Weasley, você sabe que horas são?”

Ou:

“Você sabia que minha primeira palavra foi Otto porque era o nome do gato do meu pai e eles ficavam chamando o nome dele o dia inteiro porque ele fugia o tempo todo?”

Mas em vez disso, escolheu dizer:

— Então, Torre de Astronomia. O lugar aonde os casais vêm pra dar uns beijos.

Foi só isso. Escapou sem nenhum pensamento a mais, e ele quase nem notou a conotação daquilo tudo até Rose prender o riso e levantar as sobrancelhas.

Scorpius ficou roxo.

— Não a gente! - apressou-se em dizer. - Os outros casais! Outras pessoas! - Sem conseguir se conter mais, Rose soltou uma gargalhada. Ele acompanhou num risinho nervoso. - Eu só estava retomando o assunto do outro dia. Você falou de pessoas trocando saliva na Torre de Astronomia.

— Para de falar de gente trocando saliva na Torre de Astronomia!

— Você acabou de falar.

Entretidos como estavam, era quase fácil esquecer que passavam do toque de recolher quando riam daquela forma. Mas era por rirem tão alto e ligarem tão pouco que provavelmente chamaram a atenção de Filch, que passou a ralhar muitos andares abaixo. Scorpius e Rose emudeceram imediatamente.

— Se ele aparecer na escadaria, estamos acabados. - ela sussurou, olhando para a única entrada da torre. Scorpius sentiu falta da Capa da Invisibilidade de Albus.

— Vamos conseguir sair daqui. - murmurou de volta. - Eu estou de meias.

Rose parou por um segundo para olhar para baixo e não encontrar, de fato, nenhum sapato. Só dois pés perfeitamente abafadores do som de caminhar. Ela precisou colocar as duas mãos na boca para não fazer barulho com a risada que escapou.

— Weasley, você que é a delinquente aqui. O que a gente faz?

Ela agarrou o braço dele, puxando-os para os primeiros degraus para descerem. Levantou-se nas pontas dos pés e chegou bem perto do rosto dele, quase a ponto de sentirem as próprias respirações. Eles se olharam.

Rose sussurrou, por fim:

— Corre!


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Notas finais do capítulo

Eu fui pesquisar como era uma cama de molas depois desse capítulo. Vi umas imagens e realmente faz muito sentido. Enfim.

Ahhhhhhh, acho que não tenho muito a dizer. Sou uma mulher de poucas palavras (há)

Enfim!!! No próximo capítulo estarei oficialmente na faculdade. Me desejem sorte. E tempo pra escrever.

Quem quiser deixar um review, sempre fico feliz ♥

Beijosssss



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