A viagem a Sunshine Island fora um verdadeiro pesadelo, exceto pelo fato de Setsuna e Konoka terem enfim admitido seus sentimentos e agora estarem namorando. Depois de 31 dias naquele lugar infernal, o grupo finalmente pegou o barco que os levaria de volta para a Academia Mahora. Era um grupo peculiar aquele. Deveria ser apenas uma viagem de férias de ginasiais de uma escola feminina, que arrastaram seu professor e o melhor amigo dele junto, mas também havia o detalhe de que esse amigo era um youkai e algumas das meninas eram ninjas e espadachins, e que o professor delas era um mago. E que devido há várias confusões em que ele acabou envolvendo suas alunas, as garotas acabaram adquirindo algumas habilidades mágicas também. Mas não era nada que precisassem se preocupar.

Na verdade, eles precisavam se preocupar era com o fato de que estavam demorando demais para chegar. O barco que tinham pego na Ilha Misaki, depois de deixar Sunshine Island, e que deveria levá-los de volta para a Academia Mahora já deveria ter chegado ao seu destino há muito tempo. Três horas tinham se passado quando avistaram uma ilha sombria, com areia escura e uma floresta densa ao longe.

— Não parece a Academia Mahora – Asakura comentou o óbvio.
— É porque não é a Academia – Asuna respondeu – Onde estamos?
— Vejamos – Negi folheou o guia turístico, localizando uma imagem parecida com a do local onde estavam – Parece a Ilha Escuridown.
— O que? – Nodoka exclamou – Por que viemos parar aqui? Precisamos voltar para casa!
— Lamento. Tinha muita neblina no caminho, meio que perdi o rumo – o barqueiro desculpou-se, embora não parecesse lamentar. Meio que empurrou-os para fora do barco, jogando as bagagens para eles – Considerem isso como um bônus. Não se preocupem, não iremos cobrar por essa viagem. Volto para busca-los daqui a 31 dias.
— Espere! – Negi chamou - O ano letivo começa amanhã, você não pode… - ele interrompeu-se ao ver que o homem tinha desaparecido na neblina.
— As outras meninas terão uma bela surpresa amanhã – Yue comentou, imaginando a cara das amigas que não foram viajar, ao chegarem à escola e ver que o professor não estava presente.
— É… uma surpresa melhor que a nossa – Natsumi concordou, rindo nervosamente.
— O que é isso, anime-me, Natsumi! – Kotarô deu um tapinha nas costas dela, assustando-a. Às vezes Natsumi gostaria que ele percebesse a diferença entre garotos e garotas. Kotarô parecia tratá-la da mesma forma como tratava Negi e os outros amigos – Ganhamos uma viagem de graça, isso é demais!
— Ah, é mesmo. Você estava louco para vir até essa ilha – Haruna lembrou – Isso não é coisa sua, é, Kotarô? – ela encarou-o desconfiada.
— Claro que não! Acha que tenho dinheiro para isso? Chame de destino.
— Seja lá o que for, é melhor nos apressarmos e encontrar um lugar para ficar – Setsuna falou – Se vamos ficar aqui, precisamos de um lugar para passar a noite.
— Sobre isso… - Negi folheou o guia turístico – Péssimas notícias. Não tem hotel nessa ilha.
— O que?! – Todos exclamaram em uníssono.
— E tem mais – ele continuou lendo – Se quisermos comprar cabanas, custam 1,999,00 cada…
— Pelo amor de Buda, isso é muito dinheiro! – Asakura pulou para trás.
— Eu odeio esse guia turístico, só tem notícias ruins nele! – Asuna tomou-o das mãos de Negi.
— Espere Asuna! Não rasgue, ele é útil – Konoka pediu – Não sabemos o que pode ter nessa ilha. E se tiver outro dragão?
— Bem observado – Asuna o devolveu a Negi, contrariada – Eu odeio essa ilha! – ela bateu o pé no chão.
— Sério? Não achei ruim até agora – Kotarô discordou – Pelo menos não faz aquele calor absurdo e a areia não queima o seu pé, literalmente.
— Pelo menos alguém está feliz – Kaede riu – Mas ainda precisamos achar um lugar para passar a noite.
— Tem uma floresta mais adiante. Podemos usar as árvores para construir uma cabana ou algo assim – Setsuna sugeriu.
— Espera Setchan, pode ser perigoso – Konoka falou – E se tiver outro monstro naquela floresta?
— Se tiver outro monstro, iremos derrotá-lo, assim como fizemos com o dragão – Setsuna acariciou o rosto dela, sorrindo – Não se preocupe Milady, vai ficar tudo bem.
— Iremos apenas até a orla da floresta– Negi prometeu – Não vamos demorar.
— Não acredito que você vai junto, Negi – Kotarô cruzou os braços.
— Como assim? – Negi encarou o amigo confuso.
— Vai mesmo se arriscar na floresta e deixar sete das suas alunas desprotegidas? – ele perguntou – Assim como a Konoka disse, não sabemos o que pode ter nessa ilha, certo? É por isso que elas não te respeitam como professor.
— Kotarô! Não precisa falar assim com ele – Natsumi sibilou.
— Não, ele está certo – Negi respondeu – Sinto muito. Estava tão preocupado em construir logo um abrigo que não pensei na segurança de vocês…
— Deixe isso comigo – Kotarô interrompeu.
— O que?
— Vocês só vão até a orla da floresta arranjar madeira para construir uma cabana, certo? Nós vamos esperar por vocês aqui na beira da praia mesmo. Eu cuido das coisas para você.
— Ei, tem certeza de que é uma boa ideia, Kotarô? – Natsumi perguntou.
— É claro – ele respondeu – Esqueceu o que eu disse quando fizemos o Pacto Provisório? Eu disse que te protegeria. Bem, é claro que vou proteger todas as outras também – ele virou-se para as outras meninas – Se bem que só iremos ficar aqui sentados esperando por eles, então talvez isso seja meio exagerado – Kotarô coçou o rosto sem graça.
— É… talvez – Natsumi murmurou. E talvez estivesse enganada. Talvez ele não a tratasse como seus amigos homens afinal. Ela tinha se esquecido desse senso de justiça em Kotarô. De querer proteger as mulheres. E como ele se negava a lutar contra uma mulher. Isso costumava ser seu ponto fraco também, pois já tinham encontrado várias adversárias poderosas, mas Natsumi achava aquilo fofo.
— É melhor irem logo – Asuna mandou – Não se esqueça de que a Setsuna e a Kaede também são suas alunas, Negi, então cuide bem delas!
— Está bem! – ele respondeu, correndo em direção à floresta.
— Kotarô, deixo a Milady em suas mãos, então acho bom cuidar bem dela! – Setsuna gritou para ele, desaparecendo no meio das árvores, sendo seguida por Kaede.
— Pode deixar! – ele gritou de volta, percebendo que tinha ficado com uma enorme responsabilidade nas mãos.