Queria eu ser como os poetas antigos... escrita por Helen


Capítulo 1
Capítulo Único -- Melancolia pontiaguda




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deixa-me ser esquecido,

engolido pelos problemas

que eu mesmo engordei

oh, coisa boa que é

vestir a máscara de vidro

vidro brilhante do celular

em que posso deixar escondido

o meu soluço ao choramingar.

que inferno de alma!

ora queimando de ódio,

ora se derramando em tristeza

sujando minha imagem,

imagem de frio ser vivo

incapaz de sentir,

exatamente como amam fazer.

inferno de sentir,

que me dói tanto quanto me irrita

que me mostra minha fraqueza

revelando a inveja daquela beleza

que por nem por mil pratas posso ganhar

 

 

querer ser alguém que não sou

que tipo pior de sentimento há de existir?

me amassa e me faz minha dor

dor que tomo com a água do silêncio.

e de que adiantará escrever isso em poema sem rima

em verso mal feito

se no final tudo será desfeito

tudo será diminuído

até que não me sobre mais nada

além da raiva de ter tido

um sentimento repentino

que cedo ou tarde, isso eu sei

voltará para me fazer chorar de novo.

queria eu ser como os poetas antigos

reconhecidos e amados,

seus sentimentos exaltados:

"ele morria de sentir, e isso é lindo"

"devia ser lindo vê-lo compor isto"

e não diminuídos, massacrados

ridicularizados, idiotizados

 

Deus, por que não me deixas sofrer bonito,

com ouro e jóias ao meu redor

e com a alegria dos teus versos para me deixar melhor?

Pra que preciso ser como qualquer um,

ignorado e reprimido por mim mesmo

Deixado de lado por ser tão igual a todos?

 

Que diferença faz se eu sair desse grupo de amigos?

Vocês vão continuar tendo aquele ali, seu melhor partido

e poderão me esquecer sem medo, sem pena


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Notas finais do capítulo

Não se preocupe, leitor. Escrevi isso há tanto tempo que já nem lembro mais de quem falava, ou a situação em que estava. Se eu agora vivo sorrindo, é porque pude perdoar isso e esquecer com tranquilidade. E todos nós somos capazes disso.



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