Choices of the heart - A seleção do príncipe escrita por DrewDeh


Capítulo 33
A festa




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O final da gincana levou mais duas selecionadas restando apenas 10 selecionadas e uma passagem para o palácio principal. Estávamos ainda em Saffron pelo fato de que Justin tinha colocado as 10 selecionadas para trabalhar juntas em uma festa para a realeza da Dinamarca.  

Enfim o dia tinha chegado e a festa estava pronta, depois de inúmeras brigas. Começaria as 17 horas.  

—Vocês sabem algo desse pessoal? — perguntei as duas que arrumavam meu quarto.  

—Não, nunca os receberam.  

—Isso é chato, não sei o que esperar deles. Cada dia um nervosismo diferente. — falei dizendo elas rirem.  — Vou dar uma volta, ver como esta os preparativos.  

Me levantei da cama e segui para fora do quarto. O palácio era enorme e eu ainda não o conhecia completamente.  

[...] 

Parei na frente de uma porta antiga. Algo me deixou bastante curiosa para saber o que tinha ali. Empurrei lentamente e entrei no local a procura da luz. Depois de tatear a parede achei o interruptor e acendi a luz vendo uma enorme sala cheia de caixas de vidro com objetivos estranhos dentro.  

Caminhei pelas fileiras lendo os nomes grudados na caixa. Pelos 10 objetivos que li parecia ser de magia. Tudo ali parecia ser de magia. No final da sala vi uma almofada vermelha com algo extremamente brilhante. Me aproximei lentamente vendo que era uma coroa. Li o quadro atrás da coroa.  

"Coroa pertencente a princesa Charlotte Ariel Scherbatsky, nascida em 15 de abril" 

Olhei para a coroa dourada cheia de pedras brilhantes, com três pedras enormes no meio da coroa. Eu a olhava atentamente decorando cada detalhe, aquilo era de longe a coisa mais bonita que já tinha visto. Ainda não sabia perfeitamente da história da princesa, mas sabia que não tinha um final feliz.   

Minhas mãos ganharam vida própria pegando a coroa. Dei um passo para o lado fiando na frente de um espelho em uma caixa de vidro que dava para ver meu reflexo e coloquei a coroa em minha cabeça. Milhões de pensamentos se passavam pela minha cabeça, principalmente de como seria se eu ganhasse a seleção. Provavelmente ganharia uma coroa. Seria a princesa e logo rainha. Eu realmente quero comandar uma nação por causa de amor? Amor o Justin valeria esse sacrifico? Eu não teria mais vida, todos tomariam de conta dela. Além dos milhares de regras.  

Suspirei fechando os olhos, estava cansada só de imaginar. Minha mente pedia folga de tudo isso, já estava nessa a alguns meses e era exaustivo. Abri meus olhos vendo meu reflexo no espelho e me surpreendi ao ver que as pedras tinham mudado de cor, agora estavam vermelho sangue. Imediatamente tirei da minha cabeça colocando de volta na almofada. Em dois segundos a pedra ficou branca novamente.  

Eu estava endoidando nesse lugar. Rapidamente sai dali e voltei para meu quarto.  

[...] 

Estava pronta com meu vestido vermelho escuro, que possuía as alças grossas no ombro. A saia do vestido era mais curta na frente do que atrás. Nos meus pés um salto agulha redondo preto com o salto prata. Uma gargantilha prata com brilhantes, algumas pulseiras finas e uns anéis completavam o look.  

—Vai arrasar, garota. — Astra falou, balançando seu corpo como se dançasse. Ri fraco de seu jeito e sorri de lado. 

—Vou sim. — disse sorrindo largo para as duas que me olhavam atentamente. — Está na hora? — questionei procurando um relógio.  

—Sim, pode ir logo. — Kayla falou e me empurrou para fora do quarto, revirei os olhos com sua brutalidade. Recompus minha postura e segui até o salão.  

O local estava incrivelmente decorado e luxuoso. Tínhamos feito um ótimo trabalho, mesmo que isso tivesse sido feito em gritos e tapas. Cores pasteis decoravam o espaço com flores brancas. Todos os funcionários estavam em trajes brancos para combinar com o local. Parei na entrada e coloquei um sorriso sutil em meu rosto.  

Cumprimentei algumas pessoas até chegar no bar para pedir um drink sem álcool qualquer. Dei um gole na bebida antes de sentir uma mão em minhas costas, com o susto inclinei meu tórax para frente e olhei para o lado, vendo Justin segurando o riso.  

—Desculpe, não queria assusta-la. — falou, voltando seu olhar para mim.  

—Tudo bem, só não esperava vê-lo tão cedo. — disse, tentando parecer normal.  

—Os dinamarqueses ainda não chegaram, apenas alguns políticos da região.  

—Acabei de cumprimentar alguns deles. — falei dando outro gole em meu drink.  

—Espero que seja sem álcool, moça. - Justin me olhou serio com um tom repreensivo. Sorri de lado com sua preocupação.  

—É sem álcool, Alteza. — afirmei passando o copo perto de seu nariz para que ele sentisse o aroma sem álcool.  

—Boa menina! — falou batendo de leve em meu ombro, me senti com um cachorro sendo adestrado, mas não comentei. — Separe uma dança para mim, volto logo. — vi o loiro sumir na pequena multidão e suspirei.  

—Você é fofa apaixonada! — Giovanna falou aparecendo do meu lado, a olhei confusa. — Está na cara, Kylie. Já falei isso.  

—Eu sei, só não gosto de deixar isso na cara. — falei dando um longo gole em minha bebida.  

—Você tem que relaxar, precisa de álcool. Coloca vodka nessa bebida e você vai ter uma noite mágica.  

—Estou bem sem álcool. — Ela deu de ombros indo até o bar.  

Caminhei pelo salão para cumprimentar todos ali, tinha que ser a mais simpática, segundo Kayla.  

[...] 

Meus pés já doíam e a noite mal tinha começado. A realeza dinamarquesa, composta por um casal e três filhos, tinha chegado 40 minutos atrasados para a festa. Pareciam confortáveis na festa, especialmente a mais nova que virava copos de álcool seguidos.  

—Me daria a honra de uma dança? — o rei da Dinamarca perguntou, me fazendo arregalar os olhos com tamanha surpresa. Me levantei do sofá sorrindo largo.  

—Claro, Majestade. — disse segurando sua mão. O rei Mikael me conduziu até a pista de dança, onde paramos frente a frente. Com um sorriso gentil ele colocou sua mão em minha cintura, diminuindo a distância entre nós.  

Meu coração acelerou com seu toque, algo em seus olhos me dizia que não era por gentileza. Sorri sem mostrar os dentes, para não deixar meu nervosismo transparecer. O rei me guiou em uma valsa tradicional pela pista, fazendo algumas pessoas se afastarem, outras nos observarem.  

Gal tinha nos ensinado por três aulas como dançar uma valsa perfeitamente, para casos como esse. Ficamos sendo o centro das atenções por cerca de dois minutos até que todos voltaram a dançar a nossa volta. Meu coração parou por meros segundos ao sentir a mão do rei descer pelas minhas costas e parar na minha nádega esquerda. Engoli a seco ainda sorrindo para o rei, mas comecei a procurar alguém para me ajudar pelo local.  

Dei um pulo para trás ao sentir ele apertar forte o local em que sua mão estava, pisquei algumas vezes tentando saber se aquilo era real.  

—Que tal 5 minutos na biblioteca? — Mikael murmurou em meu ouvido, me causando imediatamente náusea.  

—Perdão? — falei me fazendo de desentendida, me afastei lentamente de seu corpo, porem ele não gostou da ideia puxando de forma bruta meus braços para que nossos corpos ficassem colados.  

Mikael soltou meu outro braço para leva-lo até minha outra nádega. Encarei o teto branco com um belo lustre, na esperança dele se tocar. Não poderia fazer nada, afinal era o rei. Illea estava tentando ser aliado da Dinamarca a um bom tempo, me deixando em uma situação constrangedora e desesperada.  

—Não se faça de difícil, selecionada. Você está aqui para satisfazer os desejos da realeza. — Mikael falou de maneira bruta, ainda assim, baixo para que apenas eu escutasse. Fechei meus olhos reprimindo o choro, queria falar algo, ter uma ação, mas estava completamente paralisada.  

—Pai, estão te chamando para umas fotos. — Uma voz feminina disse e eu agradeci a Deus diversas vezes. Mikael me soltou e sorriu para a moça.  

—Obrigado, Elisa. Foi um prazer conhece-la. — Mikael falou para mim e saiu. Olhei para a menina ruiva e sorri de lado.  

—Não se preocupe, ele é um tarado, mas ninguém diz nada porque ele é o rei. — Ela falou de maneira entediada. — Sou Elisa Nielsen, a filha mais nova da realeza — a ruiva falou sorrindo largo.  

—Sou Kylie, uma das selecionadas. — disse a reverenciando.  

—Sem necessidade disso. Odeio reverencias. Por acaso, você é a menina de cabelo roxo ou ela já foi eliminada? — ela me olhou atentamente.  

—Sou eu, Alteza. — disse envergonhada.  

—Sem Alteza, apenas Elisa. Você deveria ter mantido o cabelo, era bem melhor. Queria eu puder pintar meu cabelo com tanta facilidade.  

—É só descolori. Da um grande trabalho manter a cor certa, a cada lavagem desbota. Nunca achei uma tinta durável.  

—Você entende disso? Descolorir? — ela me olhou de maneira travessa.  

—Um pouco, minhas amigas faziam isso e eu ajudava.  

—Se eu conseguir o material, você faz? — Elisa tinha um brilho em seu olhar como nunca tinha visto.  

—Acho que você não está com 100% consciente para tomar essa decisão.  

—Eu sei, tomei alguns drinks, mas eu sei o que estou fazendo. Nem estou tonta. — Ela deu de ombros — agora me responde, você faz?  

—Isso poderia me colocar em problemas, Elisa. — disse receosa de magoa-la ou ter problemas por negar ou aceitar.  

—Qual? Você não vai ser eliminada. Meu pai não vai brigar. Vamos lá, por favor. — Respirei fundo.  

—Tudo bem, eu faço. — disse fazendo a ruiva sorrir largo.  

—Tem encontro em 30 minutos lá fora. — Ela falou saindo rapidamente do meu campo de visão.  

—Você está bem? — Justin perguntou parando do meu lado.  

—Estou. — disse sorrindo de lado para ele.  

—Não parecia enquanto dançava com o rei, ele fez algo? — questionou, de maneira preocupada.  

—Está tudo bem, Justin. — falei sorrindo no maior esforço para não sair forçado.  

—Tudo bem. — Ele se afastou, me fazendo respirar aliviada.  

[...] 

Como dito Elisa me encontrou 30 minutos do lado de fora da festa com tudo necessário. Fomos a um dos milhares de banheiros do palácio e eu comecei a passar o produto para descolori seu cabelo ruivo.  

—Você tem certeza disso? — perguntei antes de começar a passar o produto.  

—Claro, já estou sóbria, Kylie. Vai fundo. — Ela disse sorrindo largo, parecia uma criança quando conseguia um brinquedo novo.  

Comecei a passar o produto, mecha a mecha. Colocando cada uma em um pedaço de papel laminado, até ter colocado em todo o cabelo.  

—Tem que esperar uns 30 minutos, ok?  

—Tudo bem, vou cronometrar, pode voltar para a festa. Você está sumida a muito tempo. — Ri fraco 

—Volto logo para ver como está. — Ela assentiu e pegou um aparelho que estava em cima da pia, começando a mexer nele.  

Tirei as luvas e a máscara que usava jogando no lixo. Me retirei do banheiro e voltei a festa, porem no caminho parei escutando gemidos. Inclinei um pouco a cabeça enquanto fazia uma careta de nojo. Minha curiosidade foi atiçada ao escutar a voz de Mikael, quem ele tinha pegado? Praguejei mentalmente diversas vezes antes de andar até a salinha escura.  

Levei minha mão a boca ao reconhecer Lais, a menina da minha cidade. A mesma estava de quatro apoiada em uma poltrona. Dei pequenos passos para trás, dando a volta para ir ao salão. Parei próximo a entrada vendo o pessoal conversar, não queria entrar ali. Foquei minha atenção em Justin que dançava com Giovanna. Ele precisava saber da Lais, aquele rei precisava ser parado.  

Fechei meus olhos com força tentando apagar aquela imagem, sem sucesso. Me afastei rapidamente da porta de entrada e fui para o lado de fora. Tirei o calçado que usava segurando pelo salto agulha em apenas uma mão.  

Caminhei na grama até achar um lugar afastado do barulho da festa e me sentei ali.  

[...] 

Despertei de meus pensamentos com uma mulher me sacodindo. Olhei para ela assustada depois de balançar a cabeça e piscar diversas vezes.  

—Oi? — a olhei confusa.  

—A princesa Elisa mandou chama-la. — Assenti me levantando. Caminhei para dentro do palácio ainda descalça.  

—Desculpa. — falei envergonhada ao entrar no banheiro.  

—Está esquentando, é normal? — Elisa me olhou apavorada.  

—Sim, as vezes esquenta mesmo. Vou ver como está. — disse colocando outro par de luvas e uma máscara. Abri alguns dos pacotinhos vendo seu cabelo loiro. — Já podemos tirar. — falei fazendo ela assentiu.  

Lavei seu cabelo para tirar todo o produto e sequei em seguida, rezando para ninguém escutar o barulho do secador. Então lembrei que ninguém escutou o rei e Lais gemendo loucamente na salinha.  

Levou cerca de 1 hora e meia para eu terminar definitivamente o cabelo de Elisa. Me sentia cansada por passar tanto tempo em pé e movimentando meu braço, estava desacostumada com isso.  

—Muito obrigada! — Elisa falou me abraçando apertado.  

—Por nada. — falei retribuindo o carinho. Ela me soltou e saiu correndo do banheiro com seu novo cabelo rosa.  

Sai do banheiro, dando de cara com Lais sendo arrastada por dois seguranças, Justin falava com o rei Mikael e parecia se algo bem sério. Mikael se virou no sentido da festa e Justin parecia cansado, se virando para caminhar na minha direção.  

—O que faz aqui? — Justin perguntou, seu tom estava completamente diferente de todos que eu já tinha visto.  

—Vim ao banheiro. Algum problema? — perguntei apontando para os seguranças.  

—Nenhum, volte para a festa.  

—Tudo bem, vou lá voltar para o rei querer também acabar comigo. — falei passando por Justin. Porem ele segurou meu braço me fazendo ficar frente a frente com ele.  

—O que disse? — perguntou de maxilar travado.  

—Nada Justin. Vou voltar para a festa. — disse puxando meu braço, só que isso fez ele apertar mais forte — Você está me machucando! — falei seria olhando em suas orbitas carameladas.  

—O que você disse, Kylie? — Justin perguntou novamente, deixando sua voz em tom quase que horripilante.  

—Você está me machucando, Justin. — falei segurando seu punho e puxando para trás para que ele me soltasse.  

—Desculpa. — Ele falou respirando fundo e piscando algumas vezes. — Serio, o que você quis dizer?  

—O rei apertou minha bunda durante a valsa e me chamou para uma rapidinha. A filha dele me salvou. Acho que a Laís não teve tanta sorte, mas ela parecia aproveitar bem a duas horas.  

—Duas horas? Você sabia? — ele me olhou perplexo.  

—Estava passando por aqui e escutei a voz dela, os gemidos, não sei como alguém não escutou. Tem duas horas que eu passei aqui.  

—Só volta para a festa. — Ele pediu e saiu pisando fundo. Se estivéssemos em um desenho animado provavelmente ele estaria com fumaça saindo dos ouvidos.  

 


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