Choices of the heart - A seleção do príncipe escrita por DrewDeh


Capítulo 23
Canil




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Chegamos no canil e eu me sentia fora das selecionadas, todas capricharam ao máximo em suas roupas, parecia mais que iam a um baile do que a um canil da idade. Apenas Ava estava com uma roupa próxima da minha.  

—Bom dia, meninas! — uma mulher falou, a mesma tinha uma blusa com o nome da campanha. — Hoje vocês serão voluntarias e com isso é sua responsabilidade cuidar dos animais aqui. Alimentá-los, dar água, limpar as necessidades e brincar com eles é sua função. Temos muitos animais, então comecem o trabalho. — Ela falou animada e as meninas foram entrando. Fiz o mesmo olhando lugar, nada muito chique e parecia até um pouco malconservado.  

Caminhei pelo lugar vendo que eles estavam em "celas" onde tinha dois potes, escutei algumas reclamarem de terem que limpar as necessidades dos animais.  

—Onde fica as coisas? — perguntei a uma moça que também estava com a blusa da campanha.  

—Tudo fica naquela sala. — Ela apontou para uma porta preta que tinha escrito deposito. 

—Obrigada. — Sorri para ela e segui até lá, vi alguns tapetes descartáveis, provavelmente onde eles fazem as necessidades, peguei alguns e um saco de ração para cachorros, não vi agua então sai.  

Algumas selecionadas já trabalhavam, outras apenas olhavam os animais. Comecei o trabalho trocando os tapetes e colocando a ração nos potes, como de previsto eles tinham medo quando entrava em seu lugar, o que me deixou triste.  

Assim que os tapetes que eu peguei acabaram coloquei a ração de volta na sala e fui até a moça pergunta onde tinha agua para colocar, ela mostrou o frizzer que eles mantinham a água para não esquentar tanto já que passava o dia ali. Voltei aos cachorros que estava cuidando e coloquei agua para eles, então devolvi a garrafa, na volta vi uma das selecionadas, Julieta parada no meio das celas que eu estava cuidando.  

—Já cuide de 5 e mal chegamos. — Ela falou na maior cara de pau, fitei ela sentindo meu sangue ferver e então respirei fundo.  

—Você não deveria deixar. — A moça, que estava me ajudando a encontrar o material, falou e eu a olhei. 

Não deveria mesmo, mas tem muitos animais para ajudar e muitas câmeras por aqui. — falei e ela riu.  

—Tem mais para lá. — Ela apontou para outro corredor. 

—Vamos lá. — disse a seguindo e senti alguém nos seguir, virei vendo que era uma câmera e Ava.  

—Essa chegou a dois dias e ainda não comeu, só bebe agua. — a moça comentou e eu olhei a cachorra pequena com o pelo ralo — Tem pouco mais de um mês de vida e já foi tão maltratada. — Senti meus olhos enxerem de lagrimas e olhei para o teto tentando impedi-las de descer. 

—Pode pegar os tapetes e o resto do material, por favor? — Perguntei e ela concordou sorrindo. — Oi garota! — falei abrindo a cela com cuidado, me abaixei e entrei lentamente em seu espaço, ela correu para o fundo e começou a se tremer.  

A crueldade humana é horrível, maltratar um animal indefeso que mal cabe na mão. Eu já tinha brigado com senhores que encontrei maltratando animais, odiava isso e se pudesse mataria eles. 

Estiquei minha mão para ela cheirasse e a mesma fez isso, ainda com receio e se tremendo.  

—Aqui está. — a menina falou e eu puxei com cuidado seu tapete enrolando e entregando a ela que de imediato me entregou outro tapete, coloquei ali com cuidado e a cachorrinho cheirou me olhando em seguida.  

—A água e a comida — estiquei a mão e ela me deu a garrafa onde enchi o pote da pequena, empurrando lentamente para ela beber. Devolvi a garrafa ao vê-la bebendo a água de lado. Senti o saco na minha mão e despejei no seu potinho, devolvendo.  

A cachorrinha terminou de beber a água para a parede, peguei um pouco de ração e coloquei na minha mão levando até ela, que cheirou por um certo tempo e pegou uma bolinha comendo vorazmente. Não demorou para ela ter comido tudo, mas tinha receio de chegar perto do pote, o que me fez encher a mão com a ração e dar para ela. Em poucos minutos ela comeu tudo e escutei a moça comemorar.  

Assim que ela terminou de comer acariciei seu pelo branco com manchas em tons de mel. Ela respondeu acaricia lambendo minha mão. Consegui pega-la no colo e sai de sua cela.  

—Você conseguiu! — a menina falou encantada e surpresa. — Como conseguiu?  

—Não sei. — falei um pouco emocionada com o carinho da cachorrinha.  

—Quer dar um nome para ela? — ela perguntou e eu a olhei um pouco surpresa. 

—Posso? — perguntei feliz, nunca tinha tido um animal.  

—Sim, você fez ela comer, espero que continue comendo.  

—Ela vai se chamar Grace. — falei alisando seu pelo, a mesma se acomodou em meus braços. — Queria poder leva-la. — disse olhando aquele serzinho — Ela está tão machucada.  

—Temos ótimas pessoas para cuidar dela. — A moça assegurou e eu sorri a olhando.  

—Espero voltar aqui logo. — disse vendo que ela dormia em meus braços, ri fraco e continuei acariciando seu pelo.  

—Terá que voltar, se ela não comer. — Sorri para a moça.  

—Se o príncipe permitir, eu volto. — Dei uma olhada nos outros cachorros que Ava cuidava, eu não queria soltar a pequena Grace. Sempre amei esse meu nome, mas dificilmente alguém me chama por ele.  

Senti algo quente descer pelo meu vestido, me fazendo afastar a menina do meu corpo, arregalei os olhos quando vi que ela tinha feito xixi em mim.  

—Meu Deus, você mijou? — Giovanna gritou apontando para mim, como esperado a atenção foi todo direcionada para mim.  

—Não, a cachorra fez isso. — disse respirando fundo.  

—Vem eu te ajudo. — a moça falou e me guiou para outra sala, coloquei a cachorrinha em cima da mesa e ela parecia triste. A moça me estendeu alguns panos, que pressionei contra meu vestido tentado inutilmente seca-lo. 

—Impossível eu fazer tudo certo. — Suspirei triste olhando para meu vestido manchado.  

—Você quer uma blusa? Acho que cobre. — ela sugeriu e eu a olhei. 

—Claro, melhor que ficar com essa mancha para cima e para baixo. Pena que o cheiro de xixi vai continuar. — falei e me sentei na cadeira.  

—Tenta lavar, a blusa vai cobrir — sorri com sua ideia e fui até o banheiro lavando onde estava manchado, praticamente toda minha barriga ficou molhada. Voltei a sala e ela gargalhou ao ver meu estado — Desculpa, aqui a blusa. — Ela falou tentando não ri, mas eu acabei lhe acompanhando. 

 —Não tenho sorte. — falei colocando a blusa — Ficou bom? — perguntei levantando os braços e ela assentiu.  

—A Grace tem problemas de bexiga devido aos maltrato. — Ela falou — Parece que tem uma costela quebrada também - olhei para a cachorrinha ali parada, estava com pena. 

—Serio, se eu pudesse leva-la. Isso me deixa muito triste. Ver alguém maltratar de animais tão indefesos é de partir o coração. — Ela concordou e eu voltei a pegar a cachorrinha.   

Lembrei de uma frase que a senhorita Bolt tinha me ensinado para ajudar alguém ferido, poderia ser que ajudasse a cachorrinha. A moça pediu licença e eu consegui me concentrar na cachorra em meu colo, fechei meus olhos pronunciando a frase baixinho, caso alguém escutasse.  

Como um choque a soltei em meu colo e respirei fundo abrindo meus olhos. Não sabia o que tinha acontecido, nada assim tinha acontecido. Respirei fundo mais uma vez e me levantei saindo da sala, todos me olharam.  

Acabei por ter que devolver a Grace ao seu lugar e cuidar de outros cachorros. No final do dia, tirei foto com os funcionários do canil, já que eu estava com a blusa da campanha. Antes de ir me despedi da cachorrinha e dos funcionários, pedindo que se algo acontecesse com ela me avisassem.  

[...] 

Assim que chegamos na noite anterior Julieta foi chamada pelo príncipe e não compareceu ao jantar, o que nos deixou curiosas e um pouco aflita. O medo dela ter sido eliminada era grande, só não maior do que a próxima prova nos eliminar. Justin não tinha esclarecido como seria as eliminações durante essa gincana, mas todas estávamos com o mesmo pensamento, a cada prova alguém seria eliminado por não passar. 

Estávamos no café da manhã e por um milagre divino todas estavam caladas. Não demorou muito para todas estarem ali, menos Julieta. A porta foi aberta e Justin passou pela mesma parando diante da mesa e nos olhando.  

—Gostaria de informar que a senhorita Julieta Robert foi eliminada na noite de ontem. A mesma feriu as regras da competição ao não comprimir a tarefa no canil e ao trapacear assumindo autoria pelo feito dos outros. As câmeras não seguem vocês apenas para entreter o público, a principal função é observar o que estão fazendo quando eu não estou. Todas as imagens passam pela minha equipe que ao notar alguma infração me acionam e eu decido o que acontecera. — Justin falou de forma firme e nos olhava atentamente. Não parecia nada feliz com a situação. — Não pretendo eliminar por tarefa, mas se quebrarem as regras será isso que irá acontecer.  

Todas nós concordamos e ele se sentou. 


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