It’s Mine

Até que as estrelas percam seu brilho.

Até que o céu perca suas cores.

Até o ultimo folego e a última gosta de sangue.

Seu coração.

Seu corpo.

Sua alma.

Tudo será meu.

Somente meu!

Puxou o folego, inebriado, extasiado e desejoso. Ofegou diante do aperto brusco e gemeu quando o prazer tomou conta de si.

Era tão doloroso e maravilhosamente viciante, e ele queria mais, ah, como desejava mais e mais; e quando a dor se fazia presente – por que ela se mostrava em algum momento – ele podia sentir o toque carinhoso, a caricia suave em seu pescoço exposto, e nesses doces momento que xingava seu instinto masoquista, a febre viciante que o fazia ansiar pela dor mais seduzente e prazerosa que seu companheiro poderia lhe prover.

Enquanto a dor se esvaia lentamente coberta pelo torpor húmido e carmim, as forças cruéis de seus membros também o abandonavam, tornando-o nada menos que uma marionete disposta ao bel prazer de seu acompanhante. Mas ele não se importava. Izuku Midoriya amava ser sua marionete.

Sim, ele amava. Por que cada pequeno pedaço do esverdeado pertencia a Ele. O governante de seu coração, corpo e alma. Cada misera gota de sua vontade eram dedicadas a prover e beneficiar seu doce e cruel amante.

Ele amava, por que sentia o retorno de tal sentimento.

Ele amava, por que cada vez que Shouto Todoroki lhe roubava a sanidade e o sangue, em atos impuros e insidiosos que desafiavam as leis do céu e inferno, ele podia sentir os sentimentos que habitavam o interior do imortal.

Quando as presas do bicolor afundavam-se em sua carne com uma delicadeza que apenas aumentava o prazer, Izuku sempre podia sentir a certeza crescer em seu peito. A certeza de que pertencia a Ele. A certeza de que seu corpo, alma e sangue eram Dele.

Enquanto se agarrava as vestes escuras e afundava na maciez da seda macia, ele podia ouvir os sussurros de paixão de seu amante com palavras que aceleravam seu coração ainda pulsante e era nesses momentos que sua mente trabalhava ainda mais seriamente, não pondo em palavras, no entanto ela ainda sussurrava mudamente que aquele homem, aquele imortal, pertencia a si, total e inteiramente a si. Cada pedaço e cada misera gota de sangue lhe pertenciam.

Por que Izuku Midoriya era egoísta.

E Shouto Todoroki pertencia somente a si.

Fim