Foi em 5 de Maio… Nunca me esquecerei dessa data. Lembro-me de vê-la dançar enquanto varria o palco do teatro em Paris, quem diria que acabaria assim. Mesmo sem poder saltar como antes fazia, era graciosa, ainda que com uma vassoura nas mão. Os cabelos negros estavam presos, e o face já não carregava um semblante feliz ou invés disso toda a opressão e talvez o fracasso de um sonho interrompido. Ela cantarolava uma ópera qualquer, não me atentei a saber qual era não queria reconhecer a música e nem vê-la novamente. O problema era que eu não conseguia me mover, estava ali preso aquela cena. Escondido feito um covarde. Com medo.

Ao tentar um pequeno salto caiu, sua breve apresentação para uma pessoa chegou ao fim, ali no chão, ela voltou a sua realidade. Levantou, pegou sua única companhia (vassoura) e com um choro contido, quase que um sussurro voltou a limpar. Talvez tenha se dado conta que ali não era mas o seu lugar.

E eu…? Eu fui em bora. Mais uma vez.