Recomeço escrita por darling violetta


Capítulo 6
A Verdade


Notas iniciais do capítulo

Eu demorei pra postar esse capítulo porque eu sabia o que queria escrever, mas não encontrava as palavras certas. Acho que agora encontrei.



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Diana acordou aquela manhã e estava sozinha. Havia uma rosa vermelha no travesseiro ao lado do seu e um bilhete que dizia:

“Me desculpe sair sem avisar, mas tinha um compromisso hoje cedo. Te amo, Bruce.”

Ela sorriu, aspirando o perfume da rosa. Saiu da cama e abriu as cortinas. O dia estava lindo lá fora. Perfeito para um passeio. Bruce não voltaria antes do fim da tarde e ela tinha o dia todo para si. Decidiu visitar Martha e talvez comprar algumas roupas para seu bebê.         

*****

            Bruce estava no consultório do psicólogo. O dr. Hastings foi muito bem recomendado por seus métodos. Bruce olhou ao redor. O consultório era uma grande sala, com paredes em tom amarelo ocre, e a luz do sol entrava através da grande janela. Tinha uma mesa, a prateleira cheia de livros de medicina e psicologia. Na parte mais próxima à janela, havia um divã marrom.

            Uma porta lateral se abriu e saiu um senhor em torno de 60 anos, usando um jaleco branco. O dr. Hastings era um homem alto, bastante magro, de cabelos grisalhos. Deu um sorriso para o paciente, antes de ocupar sua cadeira. Pegou uma pasta, folheando os arquivos.

            ─Então, senhor Wayne, o que o trás ao meu consultório?

            ─Nos últimos dias, tenho pesadelos com um episodio da minha infância. E ontem, estes pesadelos se manifestaram comigo acordado. Temo que possa significar algo grave.

            Hastings anotava tudo. Embora não conhecesse Bruce, ele lhe parecia um homem centrado. Mas a mente tinha suas complexidades e podia sempre surpreender. Olhou o paciente.

            ─O consciente tem seus segredos e, muitas vezes, eles se manifestam em forma de sonhos. Desejos reprimidos, fantasias e segredos que não contamos nem a nós mesmos.

            Bruce balançou a cabeça, ouvindo atento.

            ─Tenho um filho a caminho, e desejo minha sanidade para quando ele nascer. Há algo que possa fazer por mim?

            Hastings ficou de pé

            ─Já ouviu falar em hipnose, senhor Wayne? Não é uma ciência exata, mas eu uso em alguns casos. Se me autorizar, podemos começar uma sessão agora mesmo.

            Bruce concordou. Qualquer coisa para descobrir se havia algum problema. Hastings o mandou deitar no divã, e Bruce assim o fez. O médico se colocou a seu lado. Ele tirou um relógio antigo do bolso, e começou a balançá-lo na frente de Bruce.

─Agora, Bruce, quero que relaxe. Quero que preste atenção no movimento do relógio.

            Ele balançou o relógio na frente do Wayne. Seus olhos acompanhavam o vai e vem.

            ─Concentre-se no som da minha voz. ─Fez uma pausa. Diminuiu o tom da voz. ─Agora, seus olhos estão pesados. Sente as pálpebras pesarem? Agora feche os olhos. Você entrará em um sono profundo. Mas preste atenção... você não precisa ter medo, estarei ao seu lado.

            Bruce obedeceu e, aos poucos, foi fechando os olhos. Sentia tanto peso em suas pálpebras que não as abriria nem se quisesse. Depois de um minuto, Hastings continuou.

            ─Siga o som da minha voz... volte no tempo, em sua memória. Vá até o dia anterior. Diga-me o que vê.

            Ele então contou sobre o dia anterior. Falou sobre o trabalho, o jantar com Diana, as conversas com sua mãe. Nada demais, apenas a rotina.

            ─Bom, continue a voltar em suas memórias. Diga-me o que tanto preocupa em seus sonhos.

            ─Eu tinha oito anos, e voltava do teatro dos meus pais quando fomos assaltados. No sonho, meus pais morrem. Eu sei que a realidade foi diferente, mas sinto uma estranheza.

            ─Hm, este é o seu consciente falando. Deixe as idéias vagarem. Viaje mais profundo em seus sonhos. Não reprima nenhuma idéia, por mais absurda que seja. Consegue ouvir seu subconsciente?

            No mesmo instante, Bruce começou a ficar agitado. Ele via imagens de morcegos, e sua própria figura num traje de morcego.

            ─Acalme-se, acalme-se, os sonhos não podem pegá-lo. Está seguro comigo. Continue a sonhar, tendo a certeza que eles não farão mal a você.

            Então, ele lembrou. Lembrou-se da liga da justiça, onde era um dos membros fundadores. Lembrou-se de Diana, e Flash e Shayera. Lembrou-se de J’onn, Lanterna Verde e Superman. E por fim, da temida figura vestida de palhaço que aterrorizava seus sonhos. O coringa.

            As imagens antes embaçadas ganhavam cada vez mais forma em sua mente. Ele lembrou da semana anterior, onde era Bruce Wayne, mas também o Batman. E como foi parar naquele lugar.

            Batman recebeu um pedido de socorro e foi atender. Acabou se encontrando num galpão abandonado fora da cidade. Ele não era um tolo, e sabia se tratar de uma armadilha. Pouco depois, o Coringa apareceu, rindo por ter conseguido atraí-lo. Era o plano perfeito, pensou. Enquanto os dois lutavam, do meio das sombras surgiu uma gama de vilões. O Pingüim, Duas Caras, Máscara Negra, Charada e até Hera Venenosa.

            Eles lutaram e Batman parecia ter a vantagem, então o Coringa jogou algo em seu peito. A coisa parecia um híbrido de planta e animal, semelhante a um réptil, mas verde e coberto por algo verde e pegajoso. A coisa era rápida demais, e instalou-se em suas costas. Fios saíram da criatura, e se instalaram na espinha de Batman, logo abaixo de seu crânio. Os vilões se aproximaram quando ele caiu, satisfeitos.

            Bruce fechou os olhos, para reabri-los em outra realidade. Esta realidade.

            Ele voltou a ficar agitado, mexendo-se muito. Hastins tentou controlá-lo, mas não conseguiu.

            ─Acalme-se, Bruce, acalme-se. Vou contar até três e estalar os dedos. Você vai acordar, ok? Um, dois, três.

            Ele estalou os dedos. Bruce abriu os olhos, ainda agitado. A realidade veio com tudo. Ele estava numa realidade alternativa. Pior, muito pior. Estava preso em sua própria mente.


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Notas finais do capítulo

Dizem que a pior prisão é a própria mente. Vamos ver se é verdade. Até o próximo!
Gratidão!!!



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