Harry estava caminhando pela rua das magnólias sem rumo, o tempo estava nublado e frio para o verão, no entanto agora que os dementadores haviam desertado e não estavam mais guardando a prisão de Azkaban, certamente estariam por Londres espalhando a desolação e a tristeza, não que ele precisasse de um dementador para se sentir assim desde que descobrira que Alina estava namorando Duda ele sentia como se o mundo estivesse caído em sua cabeça dura, ele não acreditava como podia ter sido tão idiota, como podia ter deixado ela sozinha mesmo sabendo que ela precisava dele, nao que a vida dele nos últimos 12 meses tivesse sido um piquenique mesmo assim a garota tinha razão quando a gente quer realmente algo consegue dar um jeito para tudo, ele podia ter ligado para os tios para que passassem uma mensagem para ela porém duvidava que eles fizessem isso, poderia ter pedido o celular de Hermione enquanto eles estavam no Largo Grimmauld la nao era Hogwarts ele poderia usa- lo tranquilamente, poderia mandar Edwiges a ela e dizer que havia treinado a coruja para fazer entregas, ele podia ter feito tanta coisa que não tirava a razão da garota de estar com Duda e estar realmente brava com ele, afinal ele também tinha namorado Cho porque estava tão indignado de Alina estar com seu primo ? Mesmo sendo meio inacreditável que alguém quisesse estar com Duda de livre e espontânea vontade no mínimo isso era esquisito,  duvidoso e questionável ou talvez ele quisesse muito que isso não fosse verdade. Naquela tarde ele recebeu umas das corujas da torre de Hogwarts que trazia uma mensagem com a caligrafia fina e inclinada de Dumbledore dizia que em duas semanas o diretor iria até a Rua dos Alfeneiros para busca-lo, quando ele desceu de seu quarto para dar a notícia aos tios, os Pierce estavam na sala dizendo que iriam para o Estados Unidos e que deixariam Alina com eles por um mês. O garoto desistiu de falar com os tios e saiu para uma longa caminhada tentando colocar as ideias no lugar como ele iria passar duas semanas na mesma casa que Alina?

Depois de enrolar por mais de duas horas na rua, ele voltou para casa, notou que o carro do tio não estava na garagem, entrou no hall de entrada e escutou as vozes de Alina e Duda vindas da sala, a primeira coisa que pensou era que deveria sair dali o mais rápido possível ele não queria presenciar os beijos que os dois dariam em sua presença mais algo na conversa fez com que ele ficasse onde estava.

— Nós estamos juntos há semanas eu sou um homem tenho minhas necessidades, não posso ficar de mãos dadas e dando selinhos para sempre Alina – Duda disse impaciente, Harry sabia que Duda sempre teve tudo que queria na hora ele nunca iria esperar para ganhar algo e pelo jeito o que ele queria naquele momento era algo muito importante para Alina responder tentando disfarçar o aparente pânico na voz.

— Eu te disse que eu não estava pronta para algo mais sério e você disse que iria esperar ate quando fosse preciso – Alina tinha a voz tensa

— Eu não gosto de joguinhos Alina e você está fazendo isso comigo, não consegue ver o quanto me enlouquece ?

—  Duda por favor eu não quero assim!

Harry foi devagar até a entrada da sala olhou para os dois que não notaram sua presença silenciosa ali, Duda estava com o corpo corpulento em cima da garota e tentava aplicar-lhe beijos no pescoço enquanto a garota desviava das suas investidas, mais do que rápido Harry concluiu que algo não estava certo, adentrou o local de forma dramática fazendo com que Duda levasse um susto tão grande que saltou do sofá, onde segundos antes estava com todo seu peso achatando Alina, provavelmente havia achando que eram os pais chegando em casa.

— E ae Dudão! – ele disse alto o suficiente sentando no sofá de frente ao dois, Alina estava vermelha e olhava para os pés, Harry se serviu de alguns salgadinho que estavam em cima da mesinha de centro de Tia Petúnia – Espero não estar atrapalhando!

— Mais esta atrapalhando – Duda respondeu de forma mal educada encarando o primo visivelmente incomodado.

— Ah que pena porque eu vou ficar por aqui, estou tão entediado – Harry produziu um sorriso inocente no rosto e cruzou as pernas apoiando na mesinha de centro enquanto jogava salgadinhos para cima e pegava com a boca.

— Você não tem outra pessoa para infernizar não ? – Duda estava cada vez mais bravo, divido entre socar o primo na frente de Alina ou deixar para outra hora quando ela não estivesse por perto.

— Ate tenho mais hoje escolhi você – ele respondeu irônico fazendo Alina dar uma risadinha abafada – Se você quer privacidade vá para o seu quarto.

— Pois é isso que vou fazer – Duda disse estendendo a mão para Alina – Vem vamos lá para cima.

— Eu não vou – ela disse sem jeito – Acho que vou para casa.

— Seus pais estão viajando e deixaram você aqui para não ficar lá sozinha – Duda disse entre dentes apontando para o lado que seria a casa dos Pierce – Nós temos uma conversa pendente!

— Mais ninguém disse que eu teria que ficar no seu quarto! –Ela disse ignorando a última frase do garoto.

— Bom ate onde sei seu pai disse que você teria que se comportar, e acho que ir comigo ate meu quarto e não ficar aqui sozinha com o Harry se enquadra no “se comportar” – falou Duda enquanto fazia aspas com os dedos – Será que eu vou ter que ligar para ele?

— Primeiro ele nao é meu pai – ela disse tomando fôlego – Segundo, se é isso que você quer vá em frente, ligue para ele!

— Bom é isso que eu vou fazer mesmo – ele disse de forma infantil, se retirando da sala deixando pela primeira vez Alina e Harry sozinhos desde a conversa que tiveram no quarto do garoto.

— O Sr. Pierce está te obrigando a namorar o Duda ? – Harry disse quebrando o silêncio que caiu sobre os dois, sua voz demonstrando mais raiva do que ele queria.

— O que? – ela respondeu desconsertada – Claro que não, eu gosto dele e você não tem nada a ver com isso!

— É mentira, está estampado na sua cara, e por isso que não tem nenhum hematoma em você não é? – Ele pegou o braço da garota onde um ano antes estava roxo.

— Você ficou louco eu, eu gosto do Duda! – A garota disse gaguejando e puxando o braço que Harry havia tocado tentando disfarça os arrepios que se espalharam por seu corpo.

— Eu escutei a conversa de vocês – ele disse sem rodeios – Ele esta te obrigando a...

— Agora você escuta atrás das portas é? – Ela disse cortando Harry e se levantando, tomou certa distância dele e cruzou os braços encarando o garoto.

— Eu não estava atrás da porta e isso não importa, você não pode ficar com alguém por obrigação isso é horrível.

— Eu tentei ficar com alguém que eu gostava mais essa pessoa me deixou – ela disse se virando para ir embora – Eu vou para casa.

— Tudo bem se é isso que você quer vai em frente – Harry disse sabendo que a pessoa que ela mencionou seria ele – Mas se o que aconteceu aqui piorar, porque vai piorar eu posso não estar lá para te defender.

— Eu não preciso que você me defenda! – Ela disse se virando e olhando para ele desafiadora mas antes que ela pudesse continuar a argumentar Harry deu as costas para a garota e subiu as escadas indo para seu quarto batendo a porta em seguida.