O Poder Dormente escrita por Mah


Capítulo 2
Capitulo 2


Notas iniciais do capítulo

Quero agradecer a todos que derem uma chance, e a minha Laubs por sempre me apoiar. Espero que gostem!



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— Feliz aniversário! – Alguém pula em cima de mim, me acordando de um maravilhoso sonho. – Acorda! – A pessoa que teve coragem de me acordar continua gritando enquanto tento manter meus olhos fechados pelo máximo que posso.

— Feliz dezenove, querida! – Uma segunda voz diz, mais a distância. – Desculpe, não consegui detê-la.

— Vai embora! Eu quero dormir. – O peso da minha amiga continua sobre o meu corpo.

— Ei! Não é assim que se trata alguém que acordou as três da manhã e andou até aqui sozinha só para te fazer uma surpresa! – Eu sei que ela estava exagerando bastante para me fazer sentir culpada, mas...

— Ok, ok... já acordei. – Abro os olhos e sua cara sorridente estava bem em cima de mim. Conseguia sentir um cheiro doce no ar, e uma luz forte incomodava meus olhos.

— Faça um pedido. – Ela diz já ao lado de minha mãe, estendendo-me um cookie enorme com velhinhas espalhadas. What? I like it.

— Sério mesmo? Você me acordou as... – Ativo meu celular por um instante. – Seis da manhã?!

— Faz logo o pedido! – Apenas apago as velas sem dar muita força a isso. Não é como se nada fosse realmente acontecer.

Logo elas saem para cortar o biscoito, e eu começo a me trocar, agora não tem mais como voltar a dormir. Nossa, dezenove, até o som disso parece adulto. Não creio que já se passou tanto tempo, mas a verdade é que não faz muita diferença, nada nunca muda. Nada nunca acontece.  Well, not enterily true.  

Ainda me lembro do meu aniversário de dezoito anos, foi o único que algo realmente aconteceu. Tudo começou quase que exatamente como hoje, tudo sendo aparentemente normal, mas...

— Ei, você vem ou não? Tem um biscoito de confetes prontinho para ser devorado. – Maggie fala da porta.

— Já, já... – Termino de me arrumar e só então noto meu cachorro me encarando, ele está me observando, é estranho, mas normal. Ele tem feito muito isso, acho que a vida de cães não é tão emocionante quanto a dos humanos.

— Vem logo, depois de comermos, nós vamos fazer compras! – Maggie grita animada a distância. And... i stand corrected.   

*#*

— Chega disso! Não aguento mais! – Suspiro caindo (me jogando) na primeira cadeira que encontro.

— Mas como você é dramática, a gente só visitou quatro lojas até agora. – Ela põe as mãos no quadril e me dá aquele olhar que eu conheço muito bem. Aquele que diz ‘eu sei que você está cansada, mas eu não ligo’ e ‘para de ser dramática, eu ainda preciso ver as novidades que tem no quarto e quinto andar deste shopping. É, eu sei, olhares falam muito.

— Onze! Foram onze lojas! – Fecho os olhos tentando disfarçar enquanto pego meu telefone.

— Eu sei que é seu aniversário, mas o que eu posso fazer se ele cai exatamente numa “Black Friday”. – Me ajusto na cadeira e decido não me mover mais. Começo a sentir falta da terceira parte desse grupo, mas apenas lido com o substituto.

— Vai Emma, ainda tem muita coisa pela frente. – Minha mãe fala voltando do banheiro assustadoramente rápido. Sim, ela veio conosco. O que eu podia fazer? A mulher adora fazer compras e claramente não é genético.

— Já sei, por que vocês duas não aproveitam enquanto eu fico bem aqui relaxando, afinal é meu aniversário... – Isso! Apelo emocional. Junto com a minha famosa cara de ‘deixe-me em paz’ disfarçada com felicidade (falsa, é claro).

— Tem certeza? Não queremos te deixar sozinha hoje...

— Ah, relaxa, eu vou ficar conversando com Mason e eu tenho todas as sacolas para me fazer companhia. – Elas não parecem muito convencidas. – Vão, logo. Preciso de um pouco de paz.

Ok, foi meio rude, mas eu estou cansada e sem paciência para discutir mais que isso.

— Ok, voltamos em uma hora. – A minha mãe fala como se esperasse que eu dissesse isso, as duas saem praticamente correndo animadas. Às vezes eu acho que ela preferia que a Maggie fosse sua filha, ao invés de mim...  No! No bad thoughts today!

SOS! – Mando para o Mason após breve três segundos de ponderar as possibilidades de estar correta quando minhas intuições.

Meu telefone toca, e quando acho que era ele me respondendo, é uma ligação.

— O que houve?! Você está bem?! – Mal aperto o botão de aceitar e já fico mais calma ao ouvir sua voz. – E, onde você está? Por que não responde?! – Passa uns segundos. – Estou escutando você respirar.

— Não. – Decido parar de puni-lo. – Não estou bem, estou no shopping já tem três horas. Três horas. – Enfatizo tentando faze-lo sentir-se culpado, mesmo não sendo sua culpa.

— Eu sinto muito, muito mesmo. – A sua voz perde a preocupação e se torna doce e suave. – Eu quero muito estar aí com você, mas estou meio ocupado agora.

— Mas é meu aniversário... – Minha voz cai alguns decibéis e eu realmente começo a me sentir triste.

— Eu sei, e. Acredite em mim, não tem nada mundo que eu gostaria mais de estar fazendo hoje do que estar ao seu lado, mas eu realmente estou ocupado e preciso desligar. – A tristeza só aumenta, mas a culpa diminui porque consigo sentir sua sinceridade daqui.

— Ok, eu entendo... – Não sei o que foi que tinha na minha voz, mas o escuto suspirar e desligo o telefone pior do que estava antes.

Já estava um pouco melhor de ter visto tanto preço, quando a sensação de estar sendo observada surge novamente. Mais intensa. Ao checar todos os lados, não consigo ver ninguém nem notando a minha presença, ainda assim, aquele sentimento não desaparece.

Ele tem sido frequente na verdade. Desde meu último aniversário, desde o momento que eu achei ter visto uma luz tão forte, desde o segundo que tudo mudou, eu tenho sentido isso. É como se alguém estivesse me seguindo, mas nunca há ninguém. Aquele dia foi tão estranho, ainda não sei o que aconteceu, acho que foi apenas um engano, um truque da minha própria mente. Mas foi tão real, eu não apenas visual, eu tenho certeza que senti algo diferente, algo mudar, algo crescer. Não, melhor... Acordar.


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