Wicked Game escrita por Grimmliz


Capítulo 1
✧ Nothing's fair in love and war;


Notas iniciais do capítulo

Alguém me para porque eu estou descontrolada. É a terceira fanfic de Fate que escrevo em menos de uma semana! Se sair uma Mertoria eu morro feliz rs Pra variar é uma ideia que vem de fanart, não de uma em específico, mas da perscrutada básica na minha pasta pecaminosa de KireiRin. Que o mundo me condene, mas eu shippo MUITO o Kirei e a Rin, meu guilty please assumido, e bem, pra quem tá no inferno, o que é sentar no colo do Kirei? *dá de ombros*

Espero que gostem ♥



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A respiração ofegante de Tohsaka Rin era o único som preenchendo o ambiente, enquanto seu corpo continuava estirado no chão e seus olhos fitavam o teto, uma situação bastante usual, já que Kirei parecia encontrar um imenso prazer em derrubá-la sempre que a oportunidade surgia.

Obrigou-se a se mexer, segurando com determinação o gemido de dor que ameaçou escapar por seus lábios. Ah não, ela não daria o gosto de seu sofrimento para Kotomine Kirei. Era a quarta vez que o padre a derrubava naquela posição apenas na última hora, e incrivelmente ela sempre conseguia bater o mesmo local — seu quadril direito. Rin tinha certeza que teria mais uma marca roxa para acrescentar em sua coleção que variava de esverdeadas a amareladas.

— O que foi Rin, já está cansada?

A voz profunda e imperturbável de Kirei viajou até Rin. Nenhum traço de exaustão, como se apenas tivessem começado. Seu sangue ferveu ao fitar a expressão que poderia ser dita complacente se não o conhecesse a tempo demais. Uma provocação silenciosa dançava nos olhos dele, e ele parecia nem se dar conta disso.

— Não se anime, Kirei.

O padre sorriu em aprovação, aguardando-a com uma paciência infinita, enquanto Rin encontrava ânimo para se colocar de pé. Sua coxas já queimavam com o esforço, assim como os braços, ainda detentores de uma força bem inferior à de Kirei. Não que ela esperasse lidar com ele facilmente, de forma alguma. Os anos que passou como Executor da igreja não poderiam ser comparados aos poucos de treinamento que ela vinha recebendo.

Rin se colocou de pé, passando as costas da mão pela testa. O cabelo se colava ao suor provindo do esforço físico, o mesmo ocorria com sua regata e shorts, mas lá estava Kirei, intocado e completamente composto, diversão crua estampada ao observá-la se recompor. A maga encarou-o com seriedade, avaliando as possibilidades que até então pareciam inexistentes.

Kotomine Kirei aparentava não possuir pontos fracos, e por mais que odiasse admitir era extremamente habilidoso, não só na luta corporal como na magia. Seu pai o ensinara bem, e talvez pudesse até mesmo sentir orgulho disso, caso não o achasse tão insuportável por razões desconhecidas. Sempre fora assim, desde criança.

Os olhos cianos de Rin correram pelo corpo de Kirei. Qualquer um que o visse daquela forma dificilmente o julgaria como um padre. As roupas negras estavam ali, porém, casuais, ainda que não houvesse nada de casual na forma como a camiseta preta se colava aos músculos de seu tronco e braços. Mas a cruz descansava em seu peito largo, mesmo depois de tantas tentativas de agarrá-lo por ela; o que era um golpe baixo, mas Rin só queria fazê-lo beijar o chão ao menos uma vez. Ninguém poderia condená-la por isso.

— Você dificilmente conseguirá me tocar dessa distância, Rin.

— Eu não preciso de você pra me dizer isso, Kirei.

Kirei resfolegou, divertindo-se com a frustração de Rin.

— Então, o que ainda está esperando?

Em seu frenesi, a maga avançou, ainda que nesse meio tempo a situação de Kirei não tivesse mudado. Ele nunca baixaria a guarda para ela, por mais que sua postura despreocupada dissesse o contrário. Kotomine Kirei poderia ser tudo, menos um péssimo instrutor. Ele a levava a sério, e não era nada menos que exigente. Era bem provável que alguma parte de Rin fosse grata ao padre no futuro. Mas ainda não. Agora ela só queria acertar-lhe com um soco, de preferência no rosto, para tirar aquele sorrisinho de sua face.

A Rin não era permitido usar magia em meio ao treino físico, mas ela desconfiava que mesmo isso não seria de grande ajuda contra o padre, que bloqueou seu primeiro golpe facilmente, obrigando-a a desviar do punho de Kirei, que passou perto demais de sua bochecha esquerda. A maga trincou os dentes, encarando-o com raiva fervilhante. Ele realmente não dava a mínima para o quanto o rosto era importante para uma garota.

A maga se afastou, cambaleante, buscando recuperar o equilíbrio perdido em seu desvio desesperado. Kirei não lhe deu muito tempo, avançando ele mesmo contra ela, que se abaixou bem a tempo da perna dele cortar o ar em um arco perfeito e letal, direcionado a lateral de seu corpo. Rin aproveitou da oportunidade, dando uma rasteira em Kirei, mas este pareceu nem sentir o golpe em seu tornozelo, firme como rocha. O padre sorriu vitorioso ao encará-la de cima, completamente desprotegida logo abaixo.

Rin percebeu de imediato seu erro, mas com seu centro de gravidade desequilibrado não houve muito o que fazer além de receber da forma menos dolorosa possível o soco que ia direto para seu peito. Seus antebraços reclamaram ante a pressão do punho de Kirei, que apenas terminou de lançá-la ao chão — mais uma vez — com o impacto.

Um minuto depois, Kotomine Kirei já estava sobre ela. Seu joelho pressionava o estômago dela, o antebraço sua garganta, o punho se elevava na visão de Rin, apenas numa ameaça e claro sinal de quem havia sido o vencedor da rodada, não que aquilo fosse uma novidade, embora a maga estivesse zonza demais para sentir algo além da dor que percorria seus ossos.

— Vai desistir assim, Rin? Achei que tivesse te criado melhor.

De alguma forma as palavras dele serviram para trazer foco a ela, que fitou-o sob os cílios negros, a sombra dele cobrindo-a como se fosse a própria morte.

— E o que você esperava?

Os olhos castanhos dele se prenderam nos dela.

— Tentar agarrar minha cruz novamente seria um começo interessante, ou ao menos, menos patético do que sua expressão de derrota nesse momento.

Rin semicerrou os olhos para Kirei, que exibia uma seriedade metódica.

— Sou seu inimigo, Rin. Imagine que sua vida depende unicamente da sua próxima ação. Lembre de suas lições. O que você faria?

A cruz de Kirei se pendurava no pescoço dele, roçando o peito de Rin que subia e descia irregular, ao balançar levemente devido ao fato dele estar curvado sobre ela. Kirei relaxou o punho, afastando o antebraço da garganta da maga, apenas para substituí-lo pela mão, que se fechou no pescoço dela. Ela quase rosnou para o padre, mas havia mais preocupações do que as marcas dos dedos dele que a acompanharia por dias, e a lembraria de sua fraqueza cada vez que se olhasse no espelho. Desta vez, derrotá-lo, era uma questão de honra, o bálsamo para seu orgulho aos frangalhos.

Rin se debateu sob o corpo de Kirei, que a observava com atenção. Mesmo usando de toda sua força, não conseguia movê-lo um centímetro sequer. Tudo que conseguia pensar era na necessidade de uma distração, mas não havia nada que pudesse usar, eram só Kirei e ela ali, e…

A ideia surgiu de insight.

Poderia dar certo. Kirei não esperaria isso dela — ela não esperava isso dela —, e embora não fosse um método muito ortodoxo... Rin encarou o padre sobre ela, e o semblante dele foi o suficiente para que tomasse sua decisão; não que a falta de oxigênio em seus pulmões não tenha colaborado um pouco.

A maga levou a mão até a corrente que tentadoramente se colocava em sua visão. Kirei riu brevemente, deixando-a agir no movimento que ele via como desesperado — o que de vários ângulos era —, subestimando-a pela primeira vez. Então, reunindo sua determinação, a maga puxou o cordão, obrigando o padre a se aproximar mais e... estava feito.

Rin colou a boca à de Kirei. O beijou. Poderia não ser o maior dos beijos, estava mais para uma simples união de lábios, mas ainda assim… A expressão de Kirei se alterou quase imperceptivelmente, mas Rin já conhecia os trejeitos dele devido a convivência de ambos. A maga afrouxou os dedos até soltar a corrente, que tilintou ao se ver livre, ao mesmo tempo em que afastou a boca da dele. As mãos se Kirei haviam diminuido a pressão no pescoço dela, o que fez sua respiração normalizar. Os dois se encararam em silêncio, até Rin se dar conta de que era sua chance, e rápida como jamais fora, inverteu suas posições, rolando sobre o padre.

A maga acabou sentada sobre o quadril de Kirei, e imobilizando os dois braços dele ao lado da cabeça.

Kotomine Kirei a fitava de forma inescrutável. Rin esperou, engolindo em seco, até que um sorriso finalmente ocupou a boca dele.

— Um esforço admirável, Rin — elogiou o padre, baixo, pausadamente. — Ainda que como professor eu não a aconselhe a beijar cada pessoa que tente tomar sua vida.

O rosto de Rin se aqueceu no ato, tingindo mesmo a ponta de suas orelhas. Havia tanto que ela poderia dizer a ele, mas tudo sumiu de sua mente diante de seu embaraço.

— Talvez eu deva considerar esta como sua primeira vitória? — sopesou ele.

A resposta de Rin, foi acertá-lo na face direita, concretizando o desejo de minutos antes, não só vingando todas as suas derrotas, como seu constrangimento. Levantando-se, apoiou uma mão na cintura ao mirá-lo de cima, quase perguntando a Kirei como era encarar o teto pela primeira vez.

— Pronto. Agora você pode, Kirei.

O padre apenas sorriu de seu jeito típico, ao sentar-se, encarando sua aprendiz que deixava a sala de treino pisando firme, os cabelos agora soltos ondulando às costas, ainda corada, não podendo deixar de pensar na magnífica rival que Tohsaka Rin viria a se tornar.


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Notas finais do capítulo

Podem jogar os paus e as pedras, tô pronta. (‘∀ `) ノ ~ ♡



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