Para Bakugou, não existia a palavra "tentar"; apenas "conseguir" e "ser o melhor" existiam em seu vocabulário quando o assunto era competir. 

Para ele, a vida era uma competição, com todos correndo atrás do primeiro lugar. Logo, ele buscava ser o melhor em tudo e, de fato, conseguia na maioria das vezes. Com uma individualidade incrivelmente explosiva e uma personalidade mais ainda, Bakugou usava e abusava dos talentos que possuía para se destacar onde é que estivesse. 

Ele tinha ciência de que não haviam caminhos fáceis para nada. Ou você é capaz, ou não. E por esta razão, odiava o maldito Deku. 

Um garoto sem talentos, um zero à esquerda e desastrado para um caramba. Bakugou o odiava por ainda assim, ele achar que algum dia se tornaria um herói. Como alguém sem individualidade e nenhum preparo físico passaria na prova de admissão da U.A.? Ele realmente achava que apenas estudar era o suficiente? 

Bakugou o odiava... por ser um garoto tão sonhador e confiante. 

Jamais admitiria que tinha inveja de Midoriya por toda sua autoconfiança. Bakugou não conseguia entender como um inútil podia ser tão determinado. 

Midoriya chorava por tudo, menos quando não alcançava seu objetivo. Ele recusava-se a derramar as lágrimas que se esforçavam para descer quando falhava. Pelo contrário, o maldito nerd se erguia ainda mais determinado que antes, pois nunca desistiria do sonho de ser um herói.  

Bakugou o achava tão ridículo, mas, no fundo – bem no fundo mesmo — gostaria de ser como ele. 

Quando ninguém estava olhando, Bakugou chorava de tanta pressão que sua ambição exercia sobre o mesmo. Eram em seus momentos de fraqueza que pensava em desistir de tudo, e assim odiava mais e mais ao Deku. 

No fundo, entendia como aquele nerd se sentia e imaginava o quão ruim para ele deveria ser não possuir nenhum tipo de poder, ainda mais tendo o sonho de tornar-se herói. 

No fundo, toda vez que o olhava retendo às lágrimas quando atingiam seu ponto fraco, Bakugou via a si mesmo em Midoriya. Imaginava que poderia ser daquele jeito; dar um verdadeiro pé na bunda da insegurança e não se deixar abalar. 

No fundo, o invejava.  

No fundo, o admirava. 

Porém, ninguém jamais saberia.