Três anos se passam desde que Tsuki Uchiha deixou Konoha para ir atrás de seu pai, Sasuke Uchiha, com a intenção de ser mais forte. Era ainda madrugada em Konoha quando uma figura coberta por um manto escuro velho passava pelos enormes portões e continuava seu caminho pelas ruas nada mudadas. Depois de vinte minutos em uma caminhada a figura parou frente a um prédio alto próximo do Monumento dos Hokage e olhou para todos os lados vendo cada possibilidade de como alcançar seu objetivo, por fim deu de ombros e escalou o prédio emanando Chakra nos pés e aumentou exponencialmente sua velocidade naquela subida e em determinado momento pulou, agarrou a borda da varanda e impulsionou seu corpo de modo a equilibrar-se perfeitamente na estrutura e jogou seu corpo para trás e tocou o piso firme e aproximou-se da janela e deu três batidas nela.

—Mal acostumado. Entre logo. –

Obedeceu e depois de abrir a janela ele entrou no escritório do Hokage e recebeu um olhar confuso do loiro sentado em uma confortável cadeira. Um olhar que foi bem entendido. O rapaz retirou seu manto velho e deixou a mostra seu corpo de dezoito anos, Tsuki em três anos estava por volta de 178 cm e mostrava uma postura mais adulta, uma franja era o maior destaque em seu rosto, ele facilmente poderia ser confundido com o próprio pai se aquele cabelo fosse escuro e não rosado. Tsuki usava uma camisa de gola alta escura com protetores de pulso também escuros e uma bermuda também escura e uma sandália azul marinho, não havia o menor sinal de sua bandana.

—Meio ano atrasado. – Naruto sussurrou ao antigo aprendiz.

—Depois de liberado por meu pai eu andei um pouco e ajudei algumas pessoas em vilas e vilarejos. – O Uchiha respondeu. “E cuidei da minha saúde também” ele pensou.

—Acho que sou o primeiro a recebê-lo, não é mesmo? – O Hokage perguntou ao Uchiha. —Vai vê-las não é mesmo? –

—De manhã. Se não estiver ocupado gostaria de manter algumas coisas entre nós. – Haru falou se sentando em uma cadeira, com uma postura evidentemente mais séria.

—Tudo bem. – O Hokage respondeu e guardou alguns papeis que estavam em cima da mesa. —Prossiga. –

E então o Uchiha contou sobre aqueles três anos e mais algumas coisas também. Boas horas seguiram e quando ambos se deram conta à maioria dos lugares de Konoha já estava aberto. O Uchiha saiu da cadeira e exibiu um sorriso de canto e depois olhou para o Uzumaki que após um suspiro agitou suas mãos de modo que permitia a saída dele. Tsuki sem pensar duas vezes abriu a janela como na madrugada e depois de passar por ela pulou para o telhado mais próximo e correu pelo mesmo e pulou ao próximo, repetindo aquilo incontáveis vezes. Ele só parou porque chegou ao lugar que frequentou demais há alguns anos, o que havia sobrado da loja Kazame e não tinham indícios de construírem algo para a substituição. Ele foi para o chão e aproximou-se do que anos atrás era a entrada e ficou lá parado por incontáveis minutos de olhos fechados e recordando dos incríveis momentos que teve naquele lugar.

—Hora de deixar a nostalgia de lado. – Ele comentou a si próprio.

Com as mãos postas no bolso de sua bermuda ele deixou aquele lugar e regressou a sua caminhada por Konoha e reparando em vários dos lugares que não sofreram mudança na sua ausência. Quinze minutos se passaram e ele já estava em frente a sua casa e novamente sorriu de canto. Não precisou de muito tempo depois de bater a porta para ser atendido pela ninja médica que exibiu uma evidente surpresa ao ver o filho.

—Tsuki? – Sakura perguntou e continuou. —Tsuki! Você cresceu! –

—Oi. – Ele falou de uma forma amigável. —Sim, depois de três anos qualquer um cresceria. Papai mandou lembranças. – Ele comentou e olhou para dentro da casa. —Tá sozinha? –

—Sim, mas também já estava de saída para cuidar de alguns pacientes lá no hospital. – A Haruno respondeu. —Acabou de chegar? –

—Não, cheguei de madrugada. – Ele a respondeu. —Conversei um pouco com o Hokage. Vamos, vou te acompanhar até o hospital. –

—Só um minuto então. – Sakura falou.

A Kunoichi das Lesmas deixou a porta e foi para alguns lugares dentro da casa e pegou poucas coisas. Tsuki em silêncio olhava para a mãe e não abandonava aquele sorriso de canto. Não muito se passa e ambos já estavam andando pelas ruas de Konoha, um do lado do outro, a Haruno reparando nas mudanças de seu garoto e o Uchiha olhando unicamente para frente com um olhar calmo. Algumas mulheres evidentemente mais jovens que a Sannin das Lesmas olhavam com interesse para o Uchiha que as ignorava.

—Você se parece com seu pai. – Sakura comentou para o filho. —Tem um pouco do jeito dele também. – Ela continuou olhando o rosado. —Mas também tem seu jeito único. –

—Obrigado? – Falou depois de uma olhada rápida na Haruno. —Já que vamos ao hospital eu gostaria de mostrar algo que desenvolvi. –

—O que é? – Sakura perguntou.

Mas ela não teve sua resposta. E em mais alguns minutos eles já estavam andando pelos corredores do hospital, a Kunoichi não deixava de conversar com as pessoas que a conheciam, já o Uchiha apenas acenava de uma maneira que pudesse parecer amigável, mas não trocava nenhuma palavra com as pessoas.

—Você tem pacientes? – Tsuki perguntou.

—Tenho alguns. – Sakura respondeu e continuou. —O que estou indo ver não reconhece a realidade da fantasia. A coitada sofreu com pessoas ruins por semanas. -

—Ótimo. – Tsuki comentou.

E não demorou muito para mãe e filho entrarem em um quarto. Tsuki olhou para a mulher na única cama e reparou também que seus pulsos e pés estavam amarrados por couro firme em cada lado da cama, os lábios dela eram apenas cicatrizes de talvez incontáveis mordidas, seu braço direito era apenas uma imensa queimadura de segundo ou terceiro grau. Ele olhou para a Haruno a espera de respostas.

—Não sabemos quem é. – A Kunoichi falou. —Algumas pessoas a encontraram a alguns quilômetros, cinco pessoas foram precisas para imobiliza-la. Essas mesmas pessoas ficaram machucadas com tamanha agressividade e o quão insana era no momento. –

—Como ela tá quieta? – Tsuki perguntou.

—Genjutsu. – A Kunoichi respondeu. —Só assim para curar seu corpo sem que ela tentasse alguma coisa. Mas mesmo Ninjutsu Médico não é o suficiente para curar uma mente. –

O Uchiha ficou em silêncio e o quebrou com um suspiro. Ele aproximou-se da cama e com um simples selo liberou o Genjutsu que a deixava tão calma. Ele não se moveu nenhum centímetro quando a mesma tentou avançar para morder seu rosto, mas não o alcançou por ainda estar presa. O olhar daquela mulher para seus dois braços indicava que estaria disposta a arranca-los a base da mordida. Os olhos esverdeados de Haru em um segundo são aquele vermelho com três círculos negros de cada lado, apenas seu Sharingan padrão era necessário para o que faria.

—Hanabatake. – Ele sussurrou.

A mulher imediatamente parou com aquela agressividade. Sakura aproximou-se do Uchiha a espera de alguma resposta. Tsuki levou seus olhos para a mãe e sussurrou as mesmas palavras que havia dito. Em poucos segundos Sakura não estava mais em um quarto de hospital, mas sim em ambiente muito mais calmo com um gramado das flores mais belas já vistas por olhos humanos, o céu era um pôr-do-sol noturno com rosas amarelas e brancas. E em mais outro segundo a Haruno retornou ao quarto do hospital.

—Isso foi lindo. – Sakura comentou para o Uchiha.

—Obrigado. – Haru respondeu. —É um Genjutsu de Rank S, normalmente serve para tratar as vitimas do Sharingan e do Mangekyou Sharingan. Mas também serve para acalmar a mente e tratar pessoas como essa mulher. – Seus olhos voltam a ser esverdeados. —É um Genjutsu Médico. – Ele terminou e se afastou da mulher. —Deixarei com você um pergaminho que mostra passo a passo até sua conclusão. –

—Já vai embora? – Sakura perguntou.

—Não, é cedo ainda. – Tsuki respondeu e corou. —Vamos para casa. Quero que veja em primeira mão. – O Uchiha comentou saindo do quarto.

—Nem adianta eu perguntar, né? – Sakura comentou, e não obteve sua resposta.

E após uma caminhada de retorno tanto mãe quanto filho já estavam na casa e o Uchiha continuava com aquele sorriso de canto despreocupado. Tsuki por um breve momento fechou seus olhos e quando os abriu eles agora eram de outra cor e padrão, não o Sharingan comum, mas sim seu Mangekyou Sharingan. Em questão de poucos segundos ele foi sugado para dentro de uma espiral que também se formava no seu olho direito. A Kunoichi por um momento não entendeu o motivo de o Uchiha ter ido embora.

—Ele vai voltar? – Se perguntou.

Alguns minutos se passam e a mesma espiral volta a aparecer e a se expandir até finalmente por ela sair o Uchiha acompanhado de uma mulher de cabelo ruivo até a cintura e olhos verdes mais claros que de Tsuki, ela usava um cachecol branco ao redor de seu pescoço, uma calça escura com sandálias marrons, uma camisa de malha bege e por cima uma camisa de couro com zíper, a ninja médica reconheceu aquela mulher.

—Yahizui! – Sakura falou surpresa.

—E ai? – Yahizui falou ao lado do Uchiha.

Tsuki finalmente tornou seus olhos verdes e a espiral desapareceu. Ele pôs as mãos em sua cintura enquanto pelo mesmo e pela Uzumaki uma figura muito menor se esforçou para passar e quando conseguiu tropeçou-nos próprios pés e quase caiu. Sakura ficou em silêncio observando a pequena figura de cabelo rosado e olhos verdes usando uma camisa rosa e uma bermuda escura com listras brancas e pés sem nada.

—Esse é Toshi Uchiha. –