Konoha Hiden – Tsuki Uchiha escrita por King


Capítulo 14
14. Capítulo




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Haru caminhava pela aldeia. Naruto havia sido resgatado no mesmo dia pelos outros Kages que estavam na aldeia para assistir ao Exame Chunin e por mais outras duas pessoas. Ele não conseguiu se encontrar com o Uzumaki, pois estava sendo ensinado por Sakura o inicio das técnicas médicas, um ensinamento amplo de ervas até ao corpo humano. Inicialmente lia pergaminhos que continham todo detalhe possível, e a Sannin em silêncio o observava quando conseguia tempo para isso. Enquanto andava soltou um bocejo, há vários dias estava lendo sem um descanso sequer, se duvidasse poderia ter se esquecido de como era a aldeia.

—Um pouco de liberdade faz bem. – Comentou para si mesmo.

—Com licença. –

Haru olhou para trás. A poucos metros um homem de estatura mediana de pele branca, duas fitas roxas em torno de seus olhos, cabelo castanho desgrenhado e uma pinta abaixo da boca, usando um grande casaco verde que chega facilmente até os joelhos com bolsos em cada lado, uma calça marrom cobrindo metade dos pés e sandálias mostrando os dedos, ao redor de seu pescoço um cachecol rosa escuro, com uma mochila no ombro esquerdo, e uma máquina fotográfica repousando na mão direita.

—Falou comigo? – Haru perguntou.

—Sim. – O homem o respondeu. —Me chamo Sukea e sou um jornalista. –

—Certo, tchau. – Haru falou retornando a sua caminhada.

—Um momento. – Sukea deu mais alguns passos. —Soube que você é membro do clã Uchiha. Mas todos acreditam que haja somente dois membros. Eu gostaria de entrevista-lo. –

—Não. – Haru respondeu.

—Cinco minutos. – O jornalista pediu. —Podemos comer algo enquanto. –

Comida. Haru estava tão concentrado na leitura que se esqueceu de comer. Ele olhou para trás, para o homem que se dizia jornalista. Como soube que era um membro do clã Uchiha? Pensava nisso, mas seu corpo queria mesmo era outra coisa. Um som baixo, mas audível a qualquer pessoa próxima de Haru, soou de sua barriga. Seu rosto ficou um pouco vermelho.

—Certo. – Haru respondeu. —Aqui perto vende bolinhos com cobertura de xarope, vamos lá. –

—Oh. – Sukea pegou da mochila um bloco de notas e uma caneta. —É sua comida favorita? –

Haru não o respondeu de inicio. Mas depois afirmou mexendo sua cabeça. Ele se viciou naquela comida quando a Ninja Médica entregou um para que ele pudesse experimentar. E só recentemente encontrou um lugar que vendia. Pouco mais de cinco minutos em caminhada se passam e eles chegam ao lugar, era pequeno comparado as outras lojas, mas carregava um ar muito convidativo. Os dois entram e são observados por uma senhora atrás de um balcão pequeno.

—Se perdeu na estrada na vida, Haru-kun? –

Haru olhou na direção do balcão. A mulher atrás dele tinha um sorriso amigável, e por causa da idade usava um óculos, seu cabelo grisalho era penteado para trás e ela cobria sua cabeça com um chapéu de palha, usava uma camisa verde musgo com um lenço branco ao redor de seu pescoço.

—Desculpa Baa-chan. – Haru respondeu. —Enquanto estive fora ajudei o Daimyo, e agora esse cara quer me entrevistar. –

Aquela resposta de Haru rendeu para a mulher uma revigorante gargalhada. Já ele ficou em silêncio. Os dois se dirigem a uma mesa de madeira e se sentam nas cadeiras. O garoto de cabelo rosado olhou para o chão e exibiu um sorriso, um gato persa de pelos negros e olhos vermelhos estava em sua perna direita.

—Sombra. – Haru cumprimentou o gato e se voltou para Sukea. —Pode começar com as perguntas. –

—Certo. – O jornalista falou. —Qual seu nome? –

—Haru Yanozuka. – Ele respondeu e continuou. —Mas também Tsuki Uchiha. –

—Haru-kun, o mesmo de sempre? – A senhora perguntou.

—Sim Baa-chan! – Ele a respondeu animado. —E dobrado! –

—Você foi dado como morto. – Sukea falou. —Onde esteve esses anos todos? –

—Em uma fazenda. – Haru respondeu e explicou melhor. —Meus pais me acharam no leito do rio. – Ele abaixou os olhos falando dos pais. —Me criaram por todos esses anos como se eu fosse filho biológico deles. –

—Onde estão? – Sukea perguntou.

—Mortos. – Haru respondeu. —Meu pai, Toshi Yanozuka, morreu de envenenamento após um combate com Keidan, o Assassino da Névoa. Minha mãe, Yuri, morreu recentemente de broncopneumonia. – Uma leve dor no peito.

Após aquela resposta os bolinhos são entregues por uma menina. Ele olhou com discrição para a garota. Cabelo castanho até os ombros e mais um pouco amarrado em um coque, seus olhos também eram castanhos e usava uma camisa verde musgo sem mangas e uma saia laranja. Além de entregar os bolinhos (12) ela deixou dois copos de chá.

—Por conta da casa, Haru. – A garota comentou e sorriu docilmente.

—Obrigado, Mizuchi. – Haru respondeu corado e já pegando seu copo e bebendo o chá.

—Um amor? – Sukea perguntou.

Haru cuspiu o líquido de sua boca no rosto do jornalista. O jovem de cabelo rosa estava envergonhado, era evidente isso por causa da vermelhidão em suas bochechas. Sukea olhou de canto e percebeu que a garota que já tomava distância estava com um rubor também, tanto que a senhora no balcão perguntou alguma coisa que ele não ouviu.

—Brincadeira. – Sukea falou. —Mas seu pai foi morto pelas mãos de outro. O que você sente com isso? –

Haru olhou para o jornalista. Aquela pergunta sim era séria. O que ele sentia pela perda de seu pai? Ou o que ele sentia por Keidan? Aquela pergunta tinha consigo varias respostas. Ele deu outro gole no chá e depois de repousar o copo na mesa, observou por longos segundos a bebida se mexendo.

—Raiva. – Ele respondeu. —Não somente por não ter conseguido protege-lo, mas também por não ter matado Keidan. –

—Você tem algum objetivo? – Sukea perguntou.

—Proteger minha aldeia. – Haru falou e explicou. —O Hokage, Naruto-nii-san, me falou que para um Hokage, aldeia significa família. –

—Você pretende ser um Hokage? – O jornalista perguntou.

—Não. – Respondeu e bebeu chá. —Eu li sobre os anteriores. O segundo iria revirar no tumulo se um Uchiha se tornasse Hokage. –

—Haru Yanozuka ou Tsuki Uchiha. – Sukea iniciou. —Você é alguém que veio de fora dessa aldeia, mas tem raízes dentro. Você pretende ser um ninja? –

—Sim. – Haru respondeu sério. —Quando a aldeia foi atacada, eu lutava contra um Kage Bunshin do Hokage, se eu ganhasse ele iria me tornar um Genin. Essa vila é minha casa agora, é meu dever protegê-la. –

—Como se sente com essa mudança? – Sukea perguntou. —Digo, até pouco tempo atrás você era filho de um ninja aposentado que se tornou fazendeiro e sua esposa. Agora você é filho de uma Ninja Médica que também é Sannin, e de um ex-renegado e Sannin. –

—Isso é melhor que a solidão. – Haru respondeu. —Melhor do que chegar em um apartamento e não ouvir nem um “Bem Vindo de Volta”. –

—Obrigado, Haru. – Sukea falou.

O jornalista enquanto comentava já guardava seu bloco de notas e antes de se por de pé pegou um dos bolinhos e o mordeu. Haru deu outro gole no chá enquanto via o homem sair da loja. Ele se espreguiçou na cadeira e novamente ouviu aquele barulho vindo de sua barriga, era a fome o chamando pela segunda vez, pegou um dos bolinhos e o levou para sua boca e mastigou. Como sempre o sabor era dos melhores. Ele precisava revitalizar suas forças, há dias estava se ocupando somente com aprendizados.

—Baa-chan, você é incrível! – Haru falou mastigando.

—Não fale de boca aberta, ajudante do Daimyo. – A senhora gargalhou após o comentário.

Enquanto Haru comia, Sukea que estava em seu apartamento em frente ao espelho de seu banheiro, retirava as faixas roxas de seus olhos revelando assim uma cicatriz no olho esquerdo, e depois de remexer seu cabelo castanho o removeu, revelando ser uma peruca, e o original ser prateado e espetado. Aquele em frente ao espelho nada mais era que Kakashi Hatake, o Sexto Hokage.

—Interessante esse Haru. – Falou sozinho.

Ele retirou as roupas de Sukea e caminhou para um armário e se vestiu; camisa longa e calça azul escura, luvas sem dedos com placas de metal sobre elas, bandana nivelada e um colete escuro blindado com ombreiras e gola alta com os dizeres “Sexto Hokage” nas costas, botas que iam até a panturrilha e uma braçadeira com o símbolo do clã Uzumaki no bíceps esquerdo. Após vestir-se de forma mais adequada ele saiu de seu apartamento e foi rumo ao único lugar que o atual Hokage poderia estar. Sua viagem não demorou mais que cinco minutos e quando chegou lá, viu o ex-aluno com o rosto apoiado em ambas às mãos, tirando o que seria um cochilo. Ele retirou de seu colete um livro que lia já há alguns anos e bateu suavemente no couro cabeludo.

—Kakashi-Sensei, chegou quando? – O Uzumaki perguntou.

—Há pouco. – O Hatake respondeu. —Eu soube de um garoto Uchiha querendo ser Genin na base de um combate. –

—Como soube? – O Sétimo perguntou, mas continuou. —Já resolvi isso. Ele perdeu o combate. –

—Eu tenho minhas fontes. – O Sexto respondeu e continuou. —Você lutou com ele, não eu. –

—Mas no momento não tem turmas para se formar. – Naruto falou. —E o que viu nele? –

—Passado. – O Hatake respondeu.

—Passado? – O loiro perguntou.

—Alguém que segue o caminho já trilhado por uma pessoa anteriormente. – O Sexto falou com um ar mais sério. —A raiva que ele sente por um assassino pode um dia guia-lo pelo mesmo caminho que Sasuke. –

“Ele poderia procurar por vingança?” O Uzumaki pensou nisso. Haru que se mostrava como uma pessoa gentil teria a coragem a seguir o mesmo caminho que um dia Sasuke Uchiha seguiu? Ele não sabia, mas via sempre que a mente do garoto absorvia muito ensinamento. Seus olhos azuis se voltam para o ex-professor de equipe que já aguardava a poucos passos da porta.

—Pode ir. – O Uzumaki respondeu. —Não seja muito duro. –

Kakashi abriu a porta e saiu por ela. Do lado de fora ele colocou as mãos nos bolsos de sua calça e com paciência caminhou pelos corredores do edifício até que finalmente não estivesse mais nele. Tinha se passado pouco tempo desde que deixou Haru comendo na loja que também não era muito longe, ele deveria ainda estar por lá. A sua caminhada tornou-se uma corrida. Não levou mais que dez minutos para chegar à loja e entrar na mesma, recebendo da senhora atrás do balcão um olhar de surpresa, afinal não era todo dia que um Hokage entrava em um lugar daqueles. E estava certo. Haru ainda estava na mesma mesa terminando de comer talvez seu quinto bolinho, o garoto tinha estomago para tudo aquilo de comida. Ele se aproximou do rosado e enquanto o mesmo bebia do chá, bateu seu livro no couro cabeludo dele e recebeu do mesmo um olhar nada amigável.

—O que foi isso? – Haru perguntou.

—Seu dia de sorte, garoto. – Kakashi respondeu. —Sou o Sexto Hokage. O Sétimo me deu permissão para lutar com você, e caso ganhe será um Genin. –

—Mas eu já perdi na primeira luta. – O rosado falou.

—Com ele. – O Sexto falou e apontou o polegar para si. —Não comigo. Agora tire a bunda da cadeira e vamos. –

Haru exibiu um sorriso animado e se pôs de pé. Antes de se afastar da mesa ele pegou outro bolinho e o devorou em duas mordidas. Mexeu no bolso de sua bermuda escura e retirou dela algumas moedas e entregou para a senhora no balcão que inicialmente negou.

—Pegue Baa-chan. – Haru falou. —Não vou sair daqui sem pagar. –

—Certo. – A senhora falou após um suspiro. —Suma daqui logo. –

—Volte sempre. – Mizuchi falou recolhendo as sobras da mesa.

—Sempre! – Haru a respondeu enquanto saia.

—A luta vai ser no mesmo lugar que a anterior. – O Hatake falou.

Haru concordou. O Sexto Hokage com um Jutsu de movimento abandonou o rosado. Haru ainda não iria ao terceiro campo de treinamento. Ao ser deixado sozinho ele correu em direção a casa Uchiha, sua viagem levou mais ou menos dez minutos. Ele entrou e correu para o quarto decorado recentemente a ele e tirou da cama uma camisa verde musgo sem mangas com gola alta, Sakura havia lhe dito que aquele era um presente de outra pessoa. Ele se vestiu e se olhou no espelho, o símbolo do clã estava em suas costas. Claro que preferia as camisas anteriores, a vermelha e a preta, mas estavam sendo arrumadas já que foram estragadas por uma técnica do Sétimo Hokage. Ele saiu do quarto e depois da casa e com animosidade correu na direção do campo de treinamento, estava pronto para sua luta com o Sexto Hokage.

Mizuchi


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Notas finais do capítulo

Roupa do Haru
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