Across The Frontline escrita por overexposedxx


Capítulo 24
Capítulo 24 - Kalopsia


Notas iniciais do capítulo

Olá, amores! Cá estou eu com mais um capítulo quentinho - e dessa vez, pra variar de verdade, atualizando rápido!
Espero que estejam bem e que gostem desse capítulo - e desse gif do casal injustiçado que eu particularmente amo também. Boa leitura! ♥



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Kalopsia (subst.): percepção ilusória onde se vê as coisas mais bonitas do que realmente são.

Nos últimos dias, mas sobretudo no presente, era esse o estado mental que Emmett diria que havia apoderado-se dele, se lembrasse daquela única palavra para descrevê-lo, e se acreditasse que era uma ilusão: as coisas estavam indo tão bem, em todos os sentidos de sua vida, que era como se todas elas fossem subitamente bonitas e boas demais à sua vista - e ninguém podia convencê-lo de que não eram.

E embora houvesse o sentimento de desconfiança querendo crescer em seu peito, ele sempre se esforçava para dispensá-lo em nome deste outro tão melhor - kalopsia. Já havia sabotado a si mesmo em momentos bons de sua vida vezes demais: não havia mais espaço para isso.

Ele, então, chegou em casa, depois da conversa com Carlisle, com o mesmo tom alegre dos últimos dias, mas com um "quê" adicional de leveza que não passou despercebido por Rosalie e Esme.

E apesar de nenhuma das duas ter dito coisa alguma sobre isso, antes que o ex-soldado pudesse ir ao andar de cima para trocar de roupas - de acordo com o que pediam seus planos de sair para correr naquele fim de tarde -, ao abraçar e trocar algumas palavras com a matriarca, ele não pôde evitar o sentimento de que queria e deveria ter com ela uma conversa parecida com a que tivera com seu marido - afinal, como dissera para Rosalie, ela o havia acolhido e dado a ele tantas coisas, muito além do material, naquela sua segunda chance, quanto Carlisle.

—Esme, na verdade, eu queria dizer algumas coisas pra você. - ele deu um passo para trás frente à escada, voltando para perto da mulher mais velha, que impediu-se de voltar a sentar no sofá assim que ele a chamara - Você tem alguns minutos?

—Bem, é claro, querido. - ela disse com alguma confusão, mas sorrindo enquanto se sentou e convidou-o a fazer o mesmo com um gesto para o espaço ao seu lado. Rosalie os assistia de perto, mas trocou um olhar com Emmett que a fez se mover dali.

—Eu vou ficar um pouco no jardim, mãe. - ela anunciou e Esme assentiu, então sorriu brevemente e saiu na direção da sala de jantar, onde ficava a porta rumo ao local que dissera.

Emmett, então, sentou-se ao lado de Esme, que virou-se o quanto pôde para dedicar-lhe total atenção, e começou a dizer todas as coisas que já havia repetido para Rosalie e Carlisle horas mais cedo.

Ela apenas assentia na maior parte do tempo, perguntando pequenas coisas, e ficou declaradamente feliz pela felicidade no rosto de Emmett quando ele contou todas as coisas sobre o campus em que havia ido. Quando ele perguntara o que ela havia achado da ideia da Aeronáutica, ela dissera entusiasmada que achava ótimo, contanto que ele achasse também, e é claro, que tomasse cuidado com o que quer que pudesse ser perigoso lá.

Emmett então prosseguiu, respondendo às eventuais coisas que Esme queria saber e confirmar com ânimo e, às vezes, preocupação - como antes. Foi só perto do final que sua expressão começou a se mostrar emocionada, dividida entre o contentamento e o aperto no peito - que Rosalie previra para ele que viria - pelas saudades adiantadas: nessa mudança, Emmett segurou uma das mãos dela em ambas as suas.

—...Enfim, eu não quero que pense que vou estar tão longe, ou que estou abandonando vocês, porque eu nunca faria isso. - ele disse, sério, apertando levemente a mão da matriarca na sua, como se assegurasse - Vocês são a minha família, Esme, e eu não poderia ser mais grato por um grupo de pessoas quanto sou por vocês. Vocês me deram essa vida esplêndida, uma segunda chance inimaginável, e esse é o único motivo pelo qual eu posso tentar uma coisa nova como a Aeronáutica.

À essa altura, quando Emmett estava prestes a completar a frase com a promessa de que manteria contato, Esme, de sobrancelhas emocionadamente unidas ao cenho, olhos marejados e um sorriso de mesmo tom nos lábios, interrompeu-o subitamente.

—Oh, querido! - ela disse de repente, soltando a mão da dele para abraçá-lo de repente, tão forte quanto podia e bem de perto, afetuosamente, com uma das mãos atrás de sua cabeça e as lágrimas rolando pelo rosto até o ombro dele, como uma mãe faria - Você merece tudo isso e muito mais, começando por tudo o que vai conquistar nessa nova missão. Eu estou tão feliz por você, e tão orgulhosa! - ela esfregou uma mão em carinho nas costas dele, e Emmett sorriu longamente, os olhos fechados ardendo conforme as lágrimas queriam se formar - E nós somos mesmo sua família, então não se importe com essa mãe chorona quando você for partir, e trate de nos dar notícias sempre, certo? - ela disse por último, se afastando com relutância e logo secando as bochechas e os olhos úmidos pelas lágrimas.

Emmett assentiu com a cabeça, rindo um pouco como Esme fizera também por causa da última frase, e deixou as lágrimas caírem, limpando-as de qualquer maneira, e rapidamente, com o dorso da mão.

—Eu prometo que vou fazer isso. Vou ligar a todo dia que puder, escrever sempre e passar por aqui nos dias livres que tiver. - ele confirmou, assentindo e levou uma mão à cabeça dela, como carinho, antes que se abraçassem outra vez.

(...)
Minutos depois, Emmett finalmente havia trocado-se numa regata e calça qualquer para dar sequência ao plano, que parecia extremamente convidativo, de ir correr naquele fim de tarde ensolarado, mas fresco, que fazia em Seattle. Carlisle e Edward já haviam chegado do trabalho também, mas estavam ocupados em suas respectivas organizações antes da hora do jantar, enquanto Rosalie ainda estava fazendo alguma coisa entre a garagem e o jardim, então ele avisara Esme antes de sair pela porta da frente.

E quando rumava à rua, no entanto, uma Rosalie animada atravessou o jardim para chegar até ele e, chamando por seu nome, conseguiu a atenção surpresa dele.

—Emmett! - ela chamou, correndo na sua direção, de pés descalços. O vestido florido de veraneio esvoaçava conforme seus passos, assim como os cabelos loiros, subindo e descendo por suas costas e ombros até que parasse à frente da efígie mais alta que a sua.

Ela tinha uma expressão feliz no rosto, os lábios alongados num sorriso, e se conteve apenas para recuperar o fôlego - o que Emmett observou-a fazer com curiosidade, mas sem poder evitar de sorrir também.

—Você vai mesmo sair pra correr? - ela perguntou, em expectativa, ainda regulando a respiração e sorrindo - Quero dizer, não estou dizendo pra não ir, mas o jantar vai estar pronto logo. Você podia caminhar no quintal dessa vez, é bem grande. - e gesticulou para trás de si, falando o que ele já sabia.

—Ah, eu não sei, Rose. Eu gosto de correr e também não em círculos, sabe? - Emmett explicou, franzindo um pouco o cenho. Ele viu a expressão de Rosalie mudar, então disse - Mas, você pode vir comigo se quiser e aí nós podemos só caminhar, se preferir. - ele deu de ombros e segurou uma mão dela discretamente.

Rosalie observou seus dedos se entrelaçarem e ergueu o rosto com um novo sorriso.

—Ah, não, tudo bem. - ela deu de ombros, assentindo devagar - Eu vou ficar aqui, pra você não ter que "pegar leve". - e estreitou os olhos. Emmett rolou os olhos em meio a uma risada abafada.

—Rose, você sabe que não foi o que quis dizer. - ele procurou o olhar dela, e arregalou os olhos quando ela o desafiou, arqueando as sobrancelhas sem dizer nada - Eu só disse "caminhar" porque você disse, então deduzi que preferisse. Mas, se você quer correr, vamos lá. - ele gesticulou com uma mão no ar, como se a convidasse, animado, e se aproximou dela para acrescentar - Eu ficaria mais do que feliz em competir com você, aliás.

—Bom, sorte sua que eu não vou aceitar o convite hoje, de qualquer maneira, porque você ia perder. - ela desafiou de novo, dessa vez sem conter o sorriso ao ver a expressão desacreditada dele - Mas, tudo bem, boa "corrida" pra você. - e sorriu ironicamente antes de dar as costas para ele e resmungar - Mesmo que eu aposte que você nem é tão rápido assim.

E foi então que Emmett a ouviu, não podendo evitar um sorriso longo de diversão nos lábios.

—O que você disse? - ele perguntou em tom de desafio, arqueando uma sobrancelha. Como esperado, Hale se virou na mesma hora, satisfeita.

—Eu disse - ela sorriu, se divertindo enquanto dizia lentamente - que aposto que você nem é tão rápido assim.

—Ah, entendi. - ele disse simplesmente, dando de ombros como se não fosse importante, e fingiu refletir por um momento antes de, de repente, começar a correr na direção da loira.

Rosalie riu alto em surpresa antes de começar a correr de volta na direção da casa e rumo ao jardim, às vezes ainda rindo e olhando para trás para checar o quão perto Emmett estava. Os dois correram pelo jardim como crianças, rindo alto e sem motivo algum além das cócegas que subiam ao peito por efeito daquela adrenalina boba. Os pés de Rosalie se embrenhando na grama, os cabelos esvoaçando conforme mudava de direção para sair do alcance de Emmett, que copiava os movimentos dela e gargalhava, esticando um dos braços toda vez que se achava perto o bastante.

—Você não pode correr pra sempre! - Emmett disse alto, entre risos, ainda a seguindo.

—Nem você! - ela devolveu, se divertindo e gabando com a expressão que deu a ele. Mas, não por muito tempo.

—A-ha! - Emmett exclamou, a pegando pela cintura e trazendo para perto com um dos braços, por consequência também a levantando do chão, e Rosalie riu alto com a surpresa, sem poder protestar: ambos alheios aos olhares felizes de Carlisle e Esme em sua direção, na sala de jantar.

—Eles parecem tão felizes. - Esme constatou alegremente, acarinhando o dorso da mão do marido que estava na sua.

—Realmente parecem. - Carlisle assentiu, sorrindo leve, e os dois se voltaram para a cozinha de mãos dadas quando viram Emmett e Rosalie mencionarem se virar para a casa - Só me preocupa como eles vão fazer isso funcionar. Algumas/as pessoas podem tornar as coisas difíceis, e Emmett provavelmente vai estar fora por um bom tempo logo. - ele pontuou, suspirando. Esme segurou ambas as mãos dele e conduziu-o a encostar no batente da cozinha.

—Eles trouxeram um ao outro de volta à vida, querido. - ela disse, serenamente - Vão conseguir passar por isso. - e garantiu como se soubesse, sorrindo perto do rosto dele.

—Deus, você é tão uma romântica incorrigível. - ele estreitou os olhos, ladeando o rosto dela com as mãos, e passou a ponta do nariz contra o dela duas vezes antes de beijá-la.

Esme riu docemente e deixou-se ser conduzida de volta para a mesa de jantar, entrelaçando a mão à do marido.

—Eu só estou dizendo a verdade. - ela pontuou, se afastando apenas para distribuir pelos lugares certos os copos que estavam reunidos num canto.

—Não me lembro de ter visto a nossa Rosalie feliz assim em muito tempo. Eu nem sei se já a havia visto assim, na verdade. - ela sorriu e viu o loiro concordar com a cabeça, acertando os talheres num espaço à frente - E Emmett... Acho que não lembro dele assim desde... - e encolheu os ombros, quando seu olhar encontrou o de Carlisle, que entendeu na mesma hora.

—É, eu sei. - ele interrompeu e suspirou outra vez, mas com mais leveza - Você tem razão. - e sorriu, voltando à cabeceira da mesa.

—Você acha que ele se lembra...? - Esme quis perguntar, cautelosa com as palavras outra vez.

Havia um certo olhar aflito em seu rosto quando alcançou o marido. Ele pareceu refletir por um momento, fitando as mãos dos dois, que se encontravam acima do encosto da cadeira.

—Acho que não. - ele disse, enfim, franzindo o cenho sinceramente - Acho que teria falado conosco se lembrasse. Ou com Rose, que também teria falado conosco a essa altura. - dessa vez, Esme quem pareceu refletir antes de considerar outra hipótese.

—Acha que ele vai ficar chateado quando descobrir? - ela disse baixo, se preocupando, e ergueu os olhos para o loiro sem esconder seu tom - Quero dizer, por não termos contado.

—Bem, ele teria todo o direito, não é? - Carlisle constatou, erguendo as sobrancelhas e fitando a esposa antes de desviar os olhos para as paredes - Mas, acho que não. Emmett passou por coisas demais, e aquela parte de sua vida foi apagada da consciência dele por bons motivos. Os mesmos pelos quais não seria mais certo ou justo da nossa parte se tivéssemos lembrado por ele antes da hora. - ele concluiu, umedecendo os lábios, como se mesmo essa certeza não fosse muito conforto - Com a terapia, quando ele estiver pronto, isso vai vir à tona, então ele poderá lidar melhor com todas as partes que vierem junto.

—Tem razão. - Esme assentiu, e sorriu otimista, reassegurando a mão de Carlisle na sua - Tudo vai se encaixar, hum?

—É claro que vai. - ele assentiu, beijando sua testa, e ambos sorriram sinceramente outra vez.

Não levou muito tempo até que fosse, de fato, a hora do jantar, e então Rosalie e Emmett finalmente chegaram à sala de jantar - parecendo muito felizes. Rosalie lavou os pés antes de entrar e então Carlisle se mobilizou a trazer um pano para ajudá-la a secá-los - o que gerou um momento divertido entre os dois -, enquanto Emmett ia ao andar de cima trocar a regata por uma camiseta mais "apropriada" para o jantar, aproveitando para chamar Edward.

Uma vez na mesa, Emmett acomodou-se ao lado de Rosalie e, desde então, conforme o jantar fluiu entre a família, os dois se entreolharam felizes e cúmplices de alguma coisa por diversas vezes: quando no lado de fora, depois da brincadeira entre os dois, eles haviam comentado sobre a possibilidade de, como haviam conversado dias atrás, contar para Carlisle e Esme sobre a relação entre eles. Mas, ainda estavam considerando, porque até a hora de serem chamados para o jantar não haviam chegado em combinado algum.

Ao menos não até que a família tivesse ficado em silêncio de novo, depois do fim de um assunto que conversavam, e Rosalie tocasse discretamente a mão de Emmett por debaixo da mesa, dando a ele um olhar que denunciava sua súbita decisão de trazer o assunto aos pais.

Edward, que estava sentado à frente de Rosalie, ao lado da mãe, levou o copo de suco à boca com um sorriso curvado que tentou esconder, mas sem poder evitar de olhar da irmã para Emmett com os olhos verdes faiscando em algum tipo de proveito porque, é claro, já sabia do que iriam falar.

—Mãe, pai. - ela chamou, pigarreando para entoar a voz, e o veterano se empertigou na cadeira quando ela o olhou de relance - Emmett e eu temos uma coisa a dizer.

—Oh, claro. - Carlisle assentiu, sorrindo suavemente e pousando os talheres no prato quando entreolhou-se com a esposa em concordância.

—O que é, querida? - Esme incentivou, sorrindo leve também, como se não fizesse ideia do que se tratava.

—É, hum... - Rosalie umedeceu os lábios, incerta, mas quando Emmett apertou levemente sua mão debaixo da mesa, ela teve o pensamento de que devia, e seria melhor, tratar aquilo como um curativo bobo, que devia arrancar de uma vez só. Então disse - Nós estamos namorando. Eu e Emmett. - e concluiu, encarando os pais e depois virando-se para fazer o mesmo com Emmett, que sorriu brevemente e entoou a voz, chamando atenção.

—Na verdade, isso é uma coisa que decidimos juntos a algum tempo e viemos querendo contar mas, - ele disse como se fosse óbvio, olhando firmemente de Carlisle para Esme - é claro, eu gostaria de pedir a permissão de vocês também. Afinal, eu sei que vocês são como pais pra mim, mas ela... - e olhou para Rosalie de relance- Bem, ela é realmente filha de vocês.

Esme e Carlisle se entreolharam frente ao sorriso simplório e explicação de Emmett, e sorriram longamente, sem poder esconder a felicidade de que falavam minutos antes.

—Você tem toda a nossa permissão, filho. - Carlisle assentiu, sorrindo e estendendo a mão para entrelaçar à da esposa sobre a mesa.

—É claro que sim! - Esme quase riu, entusiasmada, e sorriu maternalmente de Rosalie para Emmett antes de estreitar os olhos para confessar - Até porque, nós meio que já sabíamos. - ela disse, encolhendo os ombros.

Rosalie e Emmett trocaram um olhar rápido: ela franziu o cenho, confusa, e Emmett deu de ombros, achando graça. Edward riu enquanto abaixava a cabeça, balançando-a negativamente: eles achavam mesmo que estavam escondendo as coisas tão bem assim?

—E afinal, não poderíamos ter sugerido ninguém melhor. - Carlisle emendou, sorrindo para os dois, Esme assentiu orgulhosamente, tocando a mão da filha sobre a mesa em confirmação - Estamos felizes por vocês.

—Estamos. - Edward confirmou também, sorrindo de Emmett para a irmã, e o "novo" casal acabou rindo com a família antes mesmo que o assunto de como haviam sabido sobre eles - e desde quando - começasse.

A conversa, no entanto, não durou tempo demais: quando estavam prestes a levantar-se da mesa, a campainha soou alta, intrigando e chamando a atenção de todos - não só pelo horário peculiar para visitas, mas também pela dúvida de quem poderia ser.

Emmett se prontificou a checar a porta antes dos outros, e assim se dirigiu à sala de estar serena e alegremente, abrindo a porta da frente sem sequer antes tentar adivinhar de quem se tratava pelas vidraças laterais. Afinal, havia sido um dia bom demais para dar lugar à desconfiança.

Um dia bom demais. O sentimento receoso e familiar quis crescer no peito do ex-soldado quando sua mente enfatizou essa parte, mas ele o dispensou com urgência novamente: preferia continuar com a sua ideia de que as coisas estavam tão boas - mesmo que parecessem perigosamente melhores do que realmente eram.

Tanto a serenidade quanto a alegria, no entanto, se esvaíram com a vista que seus olhos alcançaram, um passo além da soleira da porta: um homem de meia-idade, pouca coisa abaixo de sua altura, olhos estreitos e azuis como os seus, assim como o queixo quadrado que definia o rosto cuja forma rígida restante se perdera. Os cabelos eram grisalhos, mais crescidos do que se lembrava e bagunçados, mas ainda era possível enxergar as mechas escuras que denunciavam sua cor natural. O homem vestia roupas surradas e os lábios pálidos, mas fora isso, também semelhantes aos seus, se curvaram num sorriso antes das palavras.

—Oh, meu filho! Finalmente encontrei você! - Jared exclamou num tom emocionado, e abriu os braços para Emmett que, com a mente estagnada no momento em que colocara os olhos nele, só pôde recuar um passo e franzir o cenho com veemência.

Então, o sentimento de segundos atrás voltou a ter lugar em seu peito e finalmente a parte ilusória de seu sentimento de bonança provou-se, inegável, desmoronando à sua frente.

Afinal, "Kalopsia" nunca foi sobre a beleza estonteante - mas, sim sobre a ilusão perigosa, e sempre fadada a acabar, que se faz dela.


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Notas finais do capítulo

É isso, amores! Espero que tenham gostado e sintam-se convidados a me dizer o que acharam - vou adorar saber!
Beijos, se cuidem e até o próximo!



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