O garoto da Casa ao lado escrita por Almofadinhas


Capítulo 6
Natal em Hogwarts




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A garota da Sonserina em quem Samantha havia feito aparecer horrorosos furúnculos, foi curada pela Madame Pomfrey e liberada em pouco tempo da enfermaria.

Os boatos que corriam pela escola, eram de que agora ela vivia com medo de ficar na sala comunal da Sonserina ou em qualquer lugar onde Samantha, Jessica e Amanda pudessem estar. Uma das monitoras da Casa, ficava sempre próximo a ela. Não sabia o que ela havia feito, mas fiquei com dó da garota. 

Samantha, assim como suas duas amigas, no dia do "ataque", foram mandadas à sala da diretora Minerva McGonagall, onde cada uma perdeu 30 pontos da Casa, além de Samantha receber detenção por 1 semana.

Depois que a semana de detenção dela passou, era óbvio que ela fez de tudo para infernizar minha vida. Logo no primeiro dia, nas aulas de Feitiços em que compartilhávamos com a Sonserina, ela fez meus cadarços se amarrarem um ao outro, com a intenção de me fazer cair ao levantar. Minha sorte foi que, quando eu ia sair da carteira, senti que meus pés estavam juntos demais e desamarrei os cadarços a tempo. 

De longe pude ver a cara de frustração dela. Elas também colocaram uma bomba de bosta na minha mochila e várias outras coisas assim. Muitas vezes eu tive sorte de ver ou reconhecer um feitiço, antes de cair nele.

— Você precisa reportar isso para alguém - Jane dizia - Você não vai deixar essas três se safarem, vai?

— Um dia elas vão ter o que merecem, Jane. Não vale a pena me estressar com elas.

— E você vai ficar caindo nas armadilhas delas?

— Eu só não quero arranjar briga. Daqui uns dias elas cansam - eu falei - Você vai ver.

— As vezes eu tenho vontade de socar sua cara, Chloe - Jane falou.

 >>>

O dia dos alunos irem para casa no feriado de Natal chegou rapidamente. Eu e Hannah fomos nos despedir dos nossos amigos.

— Me mandem cartas! - Jane falou.

— Pode deixar - Hannah respondeu.

— E nada de... - Jane começou a falar.

— "Se divertirem demais sem mim" - completei - Pode deixar. 

— Isso.

Ela deu um último abraço na gente e foi para a carruagem que os levaria até a estação de Hogsmeade.

— Amo vocês - ela disse pela janela.

— Nós também - respondemos.

Passando pelo meio metro de neve que estava no que antes era o gramado de Hogwarts, nós voltamos para a escola, agora muito mais vazia. Era estranho ter ficado para trás. 

— E então, o que você quer fazer primeiro? - perguntei à Hannah.

— Não faço ideia - ela disse parando na escadaria de mármore - Que tal irmos buscar um chocolate quente?

— Vamos! - concordei.

Para entrar na cozinha de Hogwarts, bastava fazer cócegas na pera do quadro. Em geral os alunos não podiam ir à cozinha, mas como a escola estava vazia e eu sou monitora, concluímos que não devia ter tanto problema. Nós duas descemos a caminho da cozinha.

— Faça cócegas na pera - informei à Hannah.

Assim que a frutinha começou a rir, o quadro deu lugar à uma abertura na parede, revelando o local onde toda a comida de Hogwarts era preparada. Alguns elfos domésticos nos viram e encararam.

— Com licença - falei - Será que nós poderíamos pegar duas xícaras de chocolate quente? Por favor. 

Um dos elfos nos olhou.

— Claro, minha senhora - ele disse e foi mais a fundo na cozinha.

Em pouco tempo ele voltou com dois copões de chocolate quente fumegando.

— Obrigada - disse Hannah.

— Muito obrigada, senhores - eu agradeci aos elfos e saí pelo buraco no retrato.

Com nossas bebidas, eu e Hannah fomos buscar um lugar confortável para ir e ficar conversando.

— A Torre da Grifinória está cheia. Não sei se devia te contar, mas o time inteiro da Casa concordou em passar o Natal aqui, treinando. Logo na volta teremos um jogo contra a Sonserina.

— Não me diga que o seu goleiro está aqui também? 

— Ele não é meu

— Estou brincando, Hannah. 

Nós continuamos subindo as escadarias.

— A Torre da Corvinal está praticamente vazia. Podemos ir para lá - sugeri. 

Minha amiga concorda e nós continuamos seguindo pelas intermináveis escadarias até chegarmos à Torre da Corvinal. Sentamos nas melhores poltronas em frente à lareira e passamos o resto da manhã lá.

 

Quando desci para o almoço no dia de Natal, vi a lindeza que o castelo estava. Haviam luzinhas por toda parte (algumas eram fadinhas de verdade!), azevinho, guirlandas, enfeites natalinos e a coisa mais bonita de todas: 12 grandes pinheiros de Natal, elegantemente arrumados, no Salão Principal. 

— Acho que isso é a coisa mais bonita que eu já vi - Hannah disse quando me encontrou no Salão.

— Eu concordo plenamente.

— Ah, venham por favor - falou a diretora McGonagall para os alunos que chegavam para o almoço.

No lugar das 4 mesas de costume (uma de cada Casa), somente uma se encontrava no meio do Salão.

— Não tem necessidade comermos todos separados nessa data tão especial! - a diretora disse.

No total havia mais ou menos 23 pessoas no Salão, incluindo o corpo docente da escola.

Maravilhosos pernis, frangos, saladas, arroz e pratos de todo tipo, decoravam a mesa. Foi um banquete delicioso de ser comido.

Após o almoço, eu e Hannah fomos ao corujal despachar uma carta à Jane, assim como os presentes para ela. Nós já tínhamos aberto nossos presentes e recebido uma carta dela e de nossos familiares, mas ainda não tínhamos tido tempo de retribuir tudo isso.

Depois do corujal, fomos dar um passeio pelos terrenos da escola.

— Olha - disse olhando o céu - o time da sua Casa está treinando.

— Quer ir lá ver? - Hannah perguntou, esperançosa. 

Eu sabia que ela estava querendo ir ver Travis treinar, então concordei e, juntas, nós fomos sentar na arquibancada do campo.

Apesar de fazer um frio e ter nevado nos dias anteriores, o céu estava limpo, o que dava uma boa visibilidade do campo e dos jogadores. Os artilheiros da Grifinória arremessavam a goles com o objetivo de fazer gol. Travis defendia 98% das vezes. Os batedores jogavam os balaços um para os outros. Enquanto isso, o apanhador do time pairava lá encima, provavelmente em busca do pomo.

Depois de uns 30 minutos de treino, um dos jogadores veio até nós. Por um momento fiquei estática, com medo de que eles fossem me xingar por ser da Corvinal e estar aqui ou algo assim. 

— Oi Hannah - ele disse - Oi... Chloe Wood, certo?

Eu assenti.

Era Arthur Harris. Brice Cooper - um dos batedores - veio voando logo atrás dele.

— Nós estávamos pensando - ele disse - Vocês querem jogar com a gente? Se reunir quem ficou na escola e pegarmos algumas vassouras no armário, conseguimos montar um time para jogar uma partida. 

— Mas vocês jogam, tipo, de verdade - Hannah disse - Vamos ser massacrados. 

Brice sorriu e respondeu.

— A gente vai embaralhar o pessoal para ficar nos dois times. Vocês topam?

Eu olhei para Hannah e concordei. Estava com saudades de voar. 

— Beleza então, vamos chamar os outros alunos - Harris falou animado.

Dois outros jogadores foram chamar os outros alunos que estavam na escola. Eu e Hannah seguimos Arthur Harris e Travis Baker (para alegria de Hannah) até o vestiário.

— Acho que isso cabe em vocês.

— Acho que é a primeira vez que uso uma roupa da Grifinória - disse me vendo vestida com os trajes de treino da Casa.

— É, ficou bom - Arthur disse.

Não sabia se ele estava se referindo sobre eu ficar bem nas roupas da Grifinória ou se o tamanho tinha ficado bom. A segunda opção me parecia mais condizente. 

Nesse momento, Brice e Kevin (apanhador) entraram no vestiário com 7 vassouras.

— Peguei as melhores que tinha. São meio velhas mas dá pra se divertir - Kevin afirmou.

Não demorou muito e surgiram no vestiário (além dos outros jogadores da Grifinória) mais 5 alunos. Um deles era da Corvinal também, só que do quarto ano, um do sexto ano da Sonserina e três da Lufa-Lufa, incluindo uma menina.

— Vamos montar times então.

Com um sorteio, os times foram montados. Eu e Hannah ficamos separadas, porém ela estava no mesmo time que Travis.

— Em que posição vocês jogam? - perguntou Arthur ao resto do time - Tirando você Brice, que eu sei que é batedor e você, George, que também é artilheiro.

— Eu posso ser batedor - disse o menino da Sonserina.

— Ótimo.

— Eu vou de artilheiro.

— Eu sempre joguei como goleiro com meus amigos - disse o menino da Lufa-Lufa.

Todos olharam para mim.

— Apanhadora então.

— Você tem um olhar atento? - George perguntou.

— Acho que sim - falei.

Arthur Harris me olhou de um jeito engraçado, como se estivesse me avaliando de cima a baixo. 

— Ela tem porte de apanhadora. Magra e tem cara de que é rápida. Sabe voar bem?

Eu ergui a sobrancelha.

— Está tirando com a minha cara? - falei.

— Não, só queria confirmar. Vamos ao jogo então. Bora ganhar, time!

Travis fingiu um apito e nós subimos. Apesar de ser meio velha, dei o meu melhor com a vassoura. Que ótimo, pois eu estava jogando contra um apanhador "profissional". Lá embaixo, os próprios jogadores estavam marcando o placar, então eu não fazia ideia de quanto estava.

Vi George gritando por perto e decidi perguntar.

— Quanto a quanto? - eu gritei.

— 70 à 40 para eles!

Então estávamos perdendo. Foi aí que eu vi uma coisinha dourada uns metros abaixo e voei com tudo na sua direção. Kevin - o outro apanhador - também tinha visto e mergulhou em direção ao pomo.

— Vamos - eu dizia a vassoura.

Por uma fração de segundos, ou talvez por pura sorte, eu agarrei o pomo.


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