O garoto da Casa ao lado escrita por Almofadinhas


Capítulo 13
Regresso à Hogwarts




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No dia 1º de Setembro, meus pais me levaram à estação Kings Cross.

— Você não esqueceu nada?

— Não, mãe - respondi pela trigésima vez.

Meu pai ia empurrando o carrinho pela estação. O malão com as iniciais C.W ia em cima dele, junto com uma gaiola ocupada por uma corujinha - agora devidamente nomeada: Bowie. O nome dela tinha sido ideia da minha mãe e eu concordei que combinava muito com ela.

Quando passamos pela passagem, não demorei muito para encontrar Hannah, conversando alegremente com Henry.

— Oi! - falei, chamando a atenção deles para mim.

— Chloe! - disse Hannah, vindo me abraçar.

— E aí, Wood? - Henry cumprimentou.

— Então agora ela chama Bowie? - Hannah perguntou apontando para a coruja.

— Sim.

Meus pais começaram a conversar com os pais de Hannah e Henry.

Assim que Jane nos encontrou na plataforma, decidimos que era melhor entrar no trem e buscar um bom lugar para sentar antes que tudo ficasse ocupado (embora eu tivesse a cabine dos monitores). Nos despedimos dos nossos pais e entramos no enorme e vermelho Expresso de Hogwarts.

— Quer ajuda para colocar o malão e a coruja na cabine dos monitores? - Henry perguntou.

— Ah, não precisa. Pode ir indo com elas, depois eu encontro vocês.

Enquanto meus amigos seguiam pelo trem a procura de uma cabine grande e vazia (pois agora teria que abrigar Jane, Henry, Hannah, Travis e Brice, além das minhas visitas periódicas) eu rumei direto para a cabine dos monitores.

Alguns novos monitores já estavam lá, assim como Pietro, da Sonserina.

— Oi Pietro - cumprimentei sorrindo, tentando quebrar o gelo - As férias foram boas?

— Oi Chloe. Foram sim, e as suas? Você esteve na Irlanda, não?

— Sim, estive - falei - Foi maravilhoso!

— Quer ajuda com o malão?

— Pode ser.

Ele guardou meu malão junto com o seu no compartimento e deu uma olhada na gaiola.

— Essa coruja é nova?

— É. Ela estava tão sozinha no Empório das Corujas que eu não pude resistir. Obrigada pela ajuda, Pietro.

— De nada.

Eu deixei a cabine e fui direto colocar minhas vestes da escola. Ajeitei o distintivo de monitora e saí. Não deu 2 segundos e o expresso começou a andar. Decidi voltar para a cabine. Arthur já estava lá, conversando com o monitor-chefe da Grifinória. Meu coração deu uma leve descompensada quando viu ele.

Sentei com o resto do pessoal da Corvinal, mas não demorou muito para ele vir falar comigo.

— Chloe - ele disse - Quanto tempo.

— Não exagere - falei - São só dois meses de férias.

— Pare de ser sem graça, Wood - ele reclamou, sorrindo.

Eu sorri de volta.

— Você vai passar patrulhando as cabines?

— Daqui a pouco.

— Que tal irmos juntos? - propus - Assim a gente para na cabine dos nossos amigos na volta.

— Pode ser, então.

Ele ficou uns dois segundos em silêncio antes de dizer:

— Ei, você sabe da novidade?

— Qual novidade? - perguntei.

— Eu virei capitão do time de quadribol da minha casa.

— Isso é incrível, Arthur. Parabéns!

— Obrigado.

Nós fomos andar pelos corredores do trem, a procura de qualquer aluno que estivesse fazendo alguma coisa errada. No meio do caminho de volta, paramos na cabine dos nossos amigos. 

Quando a bruxa do carrinho passou, nós compramos um monte de doces. Peguei meu bolo de caldeirão e um suco de abóbora e voltei a andar pelo trem. Samantha Campbell parecia tramar alguma coisa com Jessica e Amanda, enquanto estava de mãos dadas com Luke. Passei rápido por ali, sem querer me meter em suas armações e voltei para cabine dos monitores.

O céu já estava escuro quando chegamos à Hogwarts. Os alunos do primeiro ano seguiram pelo Lago, enquanto nós fomos pelas carruagens até o castelo. Era bom estar de volta.

Houve a famosa Cerimônia de Seleção, vários discursos, nós cantamos o hino da escola e por fim o banquete foi servido. Eu não tinha me dado conta de que estava com tanta fome até começar a comer.

— Vejo vocês na sala comunal - disse à Jane e Henry e me levantei com os outros monitores, pronta para levar os alunos do primeiro ano ao dormitório.

— Alunos do primeiro ano da Corvinal! Me sigam, por favor!

Nós saímos do Salão Principal logo atrás da Lufa-Lufa. Eu ouvia as conversinhas animadas atrás de mim e a excitação de estar pela primeira vez em Hogwarts. Lá pelo quinto andar, eles já haviam cansado de subir.

— Já estamos chegando - falei, para a felicidade deles.

Quando paramos em frente a águia da Corvinal, ela nos fez uma charada.

— É assim que vocês entram - avisei - Resolvendo a charada. Caso respondam errado, precisarão ficar aqui até alguém acertar, portanto pensem bem antes de responder.

Levei as meninas ao dormitório, enquanto o outro monitor levava os meninos ao deles. Depois disso, pude voltar a sala comunal. Jane e Henry tinham acabado de voltar.

— Primeiro ano é sempre tão emocionante, né? - comentei.

>>> 

Com a nota dos N.O.M.s, eu podia me matricular em qualquer uma das disciplinas que eu havia feito, porém desisti de História da Magia (por motivos de tédio), Runas Antigas, Astronomia e também Herbologia, contrariando o que eu havia pensado que iria fazer.

Eu pretendia continuar todas as matérias, mas com a extensa carga horária e com uma chuva de responsabilidades sobre mim, decidi parar com algumas. No 6º ano, os alunos também tinham aula de aparatação, o que aumentava ainda mais o número de aulas.

Como agora havia poucos alunos por aula, todas as casas faziam as aulas juntas. Minha primeira aula do dia foi a melhor de todas - Poções.

— Muito bom ver vocês aqui - o prof Williams falou - Poções é uma matéria difícil e que exige muitas habilidades, por isso só aceito em minhas aulas quem teve E ou O nos N.O.M.s. Portanto, parabéns pelo desempenho dos senhores no exame.

Logo na primeira aula, tivemos que fazer uma poção super complicada.

Depois, foi a vez de Transfiguração e Defesa Contra as Artes das Trevas. Logo após o almoço, tive uma aula de Feitiços e Trato das Criaturas Mágicas.

Após essa aula de Trato, estudando os Dugbogs (Cava-Charco), os alunos precisaram ir se limpar, pois esses pequenos seres habitam no brejo. Aproveitei para ir tomar banho e depois rumei direto para a biblioteca.

Como era o primeiro dia de aula, ela ainda estava praticamente vazia, o que para mim é uma maravilha. Sentei em uma mesa afastada e comecei a fazer meus resumos e anotações, até ser interrompida por alguém.

— Já estudando, Chloe? Você não se dá uma folga, não?

— Boa tarde pra você também, Arthur.

Ele puxou uma cadeira e sentou do meu lado.

— Feitiços?

— É. Tá mais complicado do que eu imaginava - falei.

— Boa sorte - ele fez uma pausa - Sabe, eu achei que fosse ter notícias suas nas férias.

— Eu estava na Irlanda - falei rapidamente, me justificando.

A verdade é que durante as férias eu tinha esquecido da existência dele, mas não podia falar isso, porque depois do nosso quinto ano, eu iria parecer fria e insensível e pior, iria parecer que eu estava mentindo.

— Achei que você iria mandar pelo menos uma cartinha.

— Por que você não mandou primeiro, então? Se era tão importante pra você - falei antes que pudesse medir minhas palavras, me arrependendo logo em seguida.

Ele fez uma cara estranha.

— Sei lá, Chloe. Quando se trata de você eu não consigo usar a minha razão direito.

Nesse momento Hannah entrou na biblioteca.

— Chloe! Eu estava mesmo precisando de você.

Arthur levantou.

— Eu preciso ir, boa noite para vocês - ele disse e saiu.

— O que eu atrapalhei? - Hannah perguntou, sentando onde ele estava segundos antes.

— Nada - respondi.


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