Keep Holding On escrita por Naokii


Capítulo 17
The picture




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/750455/chapter/17

A Foto

OS DEDOS DE Lyon passeavam pelas teclas do piano como se fossem feitos só para isso. Era como se cada parte do corpo do albino fosse criada para música. Como se sua própria existência viesse dela. De olhos fechados, o garoto sentia a melodia de seu corpo ser transmitida por sua voz e pelo som do órgão que tocava. Cada palavra que saía de sua boca lhe dava um choquezinho que inacreditavelmente lhe transmitia vida. Mesmo que não estivessem abertos, as lágrimas insistiam em se formar em seus olhos. Ele sentia a sua mãe ali. Tocando-lhe a garganta, seus dedos e passando as suas mãos delicadas nos fios de seus cabelos. Por mais que sua especialidade fosse violino, quando criança, sua genitora sempre tocava para ele uma música no piano. Tinha uma melodia simples, ela mesma havia criado para que o mais novo dormisse rapidamente, porém aquilo só despertava a criatividade do garotinho que apenas queria aprender a passear seus dedos pelo piano como se nascessem pra isso. Passaram-se apenas alguns minutos – por mais que pro ex-F4 parecessem séculos – quando a música chegou ao fim.

Abriu os olhos lentamente e parece que um choque de realidade lhe atingiu. Finalmente ouviu milhares de aplausos, o teatro gigantesco estava totalmente lotado. Pessoas de todas as partes do mundo estavam ali só pra ouvir sua música. Sorriu timidamente e sentiu seu coração aliviado. 

O seu concerto durou mais algumas horas. Quando finalmente deixou o palco e foi para seu camarim, sentiu as batidas do seu coração pararem ao ver uma pessoa em especial esperando alguém na frente de um dos camarins.

Paralisado, sentiu o peso do olhar da garota sobre si e viu que ela sorria e caminhava em sua direção.

— Lyon. – a sua voz o despertou de seu transe.

— M-Meredy. – foi tudo o que conseguiu falar.

— Faz tanto tempo que não nos vemos. Podemos tomar um café amanhã de manhã? Eu sinto que precisamos bastante conversar. – dizia animada como sempre.

Vastia sorriu minimamente e concordou, vendo a garota lhe dar um sorriso e despedir-se rapidamente, dizendo ter trabalho pra fazer.
Na manhã seguinte, o albino, pontual como sempre, já se encontrava no local combinado pelos dois. Meredy chegou poucos minutos depois, carregando algumas sacolas.

— Lyon! Desculpe-me a demora. Estava comprando alguns materiais para gravar alguns vídeos essa semana.

— Não foi nada, acabei de chegar. – ele sorriu. 

— E então? Já escolheu o seu pedido?

— Não. Queria esperar você, mas acho que vou querer um café Americano.

— Boa escolha, mas vou querer um Machiatto. – chamou o garçom e fez os pedidos. – Enfim, há quanto tempo, Lyon? 

— Sim. Me desculpe por ficar tanto tempo longe. – dizia envergonhado.

— Pois eu ouvi bastante de você, sr. F4. – riu. – Você é bastante próximo de Juvia Lockser, não é?

— Sim, e ela é bastante fã sua, na verdade. – lembrou-se. – Não é difícil de imaginar por quê. Você continua incrível como sempre. 

— E você? Seu concerto foi incrível. Sua mãe se orgulharia de você. – colocou a mão sobre a mão de Lyon.

— Obrigado. E o que faz aqui? Digo, como soube do meu concerto?

— Se eu disser que foi destino, você acredita? – Vastia fez que não com a cabeça. – Mas não vou contar quem me contou que você estaria aqui.

— Gray fez isso? – perguntou surpreso.

— Ele me pediu que não lhe dissesse, mas sim. Foi ele. Ele fez mal? 

— Não, na verdade. Acho que ele fez muito, mas muito bem. – sorriu calorosamente.
(* ̄(エ) ̄*)

— EU NÃO ACREDITO QUE ISSO ACONTECEU! – Sherry gritava loucamente, destruindo todo seu quarto. – Como eles ousam? COMO ELA OUSA? COMO ELES OUSAM FAZER ISSO? – lançou seu ipad longe, este que antes continha uma foto do beijo acidental de Gray e Juvia.

— Calma, senhorita... – uma empregada tentava acalmá-la.

— CALMA? EU VOU FICAR CALMA NUMA SITUAÇÃO COMO ESTÁ? – jogou um jarro na direção da mulher, que desviou por um triz. – ESTÁ DEMITIDA!

Abriu seu armário e se deparou com seus diários antigos da escola. Uma foto sua com Lockser caiu de dentro de um.

— Como pôde? – cuspiu na fotografia e chorou de raiva. – Eu não aguento mais. Esses dois. Eles vão se ver comigo. – pegou seu telefone e discou para um número.

Cada músculo do seu corpo estava rígido. Suas mãos tremiam de ódio, sua garganta estava seca. Seus cabelos desgrenhados. Olhou-se no espelho e riu de sua aparência. Uma risada seca, sem graça. Se sentia uma verdadeira vilã, mas não se importava. O ódio lhe consumira ao ponto de seus olhos lacrimejarem. No fundo, sentia-se cansada e abatida, mas pouco estava se importando. Precisava fazer aquilo. Juvia Lockser tinha que estar longe de Gray Fullbuster para sempre. A qualquer custo.

— Alô? – uma voz rouca respondeu a ligação. 

— Sou eu. Eu quero que você faça um servicinho para mim. – deu um sorriso maldoso vendo seu próprio reflexo no espelho.
(* ̄(エ) ̄*) 

— Não, não estamos namorando! – Juvia dizia para os jornalistas acampados na frente da escola. – O quê? Claro que não, foi um acidente, somos apenas amigos.

— Amigos não se beijam! – a voz de alguém chamou a atenção de todos, e a azulada logo percebeu que fora Natsu. Aquele maldito.

— EXTRA, EXTRA! NATSU DRAGNEEL, MEMBRO DO F4, ACABA DE CONFIRMAR RELACIONAMENTO DO LÍDER DO F4, GRAY FULLBUSTER E JUVIA LOCKSER! ENTENDA ESSA RELAÇÃO!

— O QUÊÊ???!?!!?!? – a azulava berrava. – Não, NÃO ESTAMOS NAMORANDO! – dizia a todos os repórteres presentes. – Foi um acidente. Estávamos indo pra minha casa porque ele foi atingido pela neve e acabamos ficando presos em um prédio antigo. Como acabamos dormindo e ele estava com febre e fraco, quando nós saímos, ele caiu por cima de mim e eu escorreguei na neve. Foi apenas isso. – falou.

Esperava uma reação positiva, como, por exemplo, os jornalistas se tocarem e vazarem do local, mas tudo aquilo só havia piorado tudo. 

— O QUE ELE ESTAVA INDO FAZER NA SUA CASA?

— VOCÊS FICARAM AGARRADINHOS NO PRÉDIO?

— SE FOI MESMO ACIDENTE, COMO OS LÁBIOS DE VOCÊS SE ENCOSTARAM TÃO PERFEITAMENTE?

Juvia estava possessa com todas aquelas perguntas. Pra início de conversa, se perguntava quem tinha tirado aquela maldita foto. Aqueles paparazzis desgraçados!!!! Conseguiu entrar na escola e logo passou a correr atrás de Natsu, que se escondeu atrás de Lucy. 

— SAI, DAÍ, PRAGA! VOU TACAR MEU SAPATO NA TUA TESTA!

— EU SÓ FALEI VERDADES! – disse o rosado, sendo atingido. 

Lucy deu uma gargalhada. 

— Natsu! Para de ser chato! Juvia só quis ajudar o Gray porque ele estava doente. Inclusive, ele ficou com uma ferida depois de tudo.

— Finalmente! – Juvia sorriu agradecida por alguém finalmente entendê-la. – Ele estava com febre, fiquei preocupada e... Ferida? Aonde?

— Na boca. Por que você não dá um beijinho pra sarar? HAHAHAHAHA!

— Eu odeio vocês! – gritou correndo atrás de seus amigos.

— Mas sério? Vai dizer que não gostou? – Lucy disse. – Vai dizer que não sentiu seu coração palpitar pelo riquinho? 

Antes que pudesse responder, o professor de biologia chegou e iniciou sua aula tediosa ao ver de Juvia, que acabou dormindo sem nem perceber.

Quando foi dormir, a escola toda estava um burburinho só sobre o tal "beijo" entre ela e Gray. Quando acordou, o burburinho continuava, mas dessa vez parecia se tratar de algo diferente. Todos lhe olhavam com uma mistura de raiva e ódio. As irritantes Bigs se olhavam com mais desprezo ainda.

Não se importou, andando ao lado de Lucy e Natsu, até que viu um telão no meio do refeitório com uma imagem sua.

— O quê? – foi a única coisa que conseguiu pronunciar antes de ser puxada por algumas garotas e jogada no centro da rodinha de pessoas que se formava.

— JUVIA! – Natsu e Lucy tentavam entrar pra ajudá-la mas as pessoas os impediam de chegar até Lockser.

— Que palhaçada é essa? – a azulada dizia se referindo a foto. – Tá na cara que não sou eu! – foi empurrada por Chloé, uma das Bigs (aquelas figurantes do capítulo 1). 

— Achou mesmo que sairia com NOSSO Gray, o enganaria dessa maneira e se safaria facilmente? A mentira tem perna curta, lavadeira. 

— E nós amamos cortar a perna dela. – Anastácia se pronunciou. 

— Juvia Lockser é uma vadia! – um estudante aleatório gritou.

— Você está traindo o Gray-sama! – algumas meninas gritavam.

— Não, eu não... – tentava falar mas sua voz era calada pelos gritos mais altos dos estudantes. O refeitório estava lotado de pessoas a chamando de vadia. 

— Nós precisamos chamar o Gray. – Natsu se virou pra Lucy, irritado. – Só ele vai fazer esses idiotas calarem a boca.

— Precisamos ir, e rápido! – saíram correndo.

Na antiga sala dos F4, Gray sorriu alegremente, colocando seus dedos sobre seus lábios e fechando os olhos, tentando lembrar da cena de alguns dias atrás. Ele dormindo sentindo o cheirinho de morango da garota. Se sentia tão relaxado só de se lembrar, seu coração palpitava. A sensação de ter os lábios da garota sobre os seus, mesmo que por poucos segundos, era o suficiente pra amolecer seu corpo. Por mais fraco que já estivesse, aquele toque o enfraquecera muito mais. Agradecia ao destino, o acaso, a coincidência e todos os responsáveis por aquele beijo ter acontecido. Céus, ele estava tão perdidamente apaixonado por aquela garota...

Não pôde concluir seus pensamentos apaixonados porque logo em seguida, Natsu e Lucy adentraram a sala, com semblantes preocupados.

— Gray, você precisa vir!

— É a Juvia, os estudantes, eles... 

Antes mesmo de ouvir o que seus amigos tinham a dizer, saiu correndo.  Quando chegou no salão do refeitório, ouvia os gritos de todos.

— Vadia, vadia! – diziam em uníssono.

Olhou pro telão e viu do que se tratava aquela confusão. Era uma imagem da azulada, seminua, dormindo junto com um homem de cabelos vermelhos. O rosto do homem não aparecia direito, mas dava pra identificar que a garota era Juvia.

Uma expressão irritada dominou o rosto do Fullbuster.

— CALEM-SE TODOS! – a presença do moreno foi notada e o silêncio dominou o ambiente. Abriram um espaço pra que o mesmo passasse. Ele caminhou com passos fortes até a mesma. Juvia o encarava com os olhos lacrimejados, com uma mistura de raiva e... medo? O Fullbuster ficou confuso por alguns segundos, mas não deixou que fosse notado em seu rosto. 

Quando mais se aproximava, Lockser sentia sua garganta secar e as pernas tremerem. Ela passou as costas da mão para limpar algumas lágrimas contidas que saíram sem ela perceber. Ela retribuiu o olhar do rapaz. Não tinha o que temer pois era inocente, e além disso não devia nada ao moreno. Então por que estava tão nervosa?

Gray finalmente chegou na frente de Juvia com uma expressão agora indecifrável. A segurou pelos ombros, firmemente. A garota quase não conseguia manter contato visual com ele, quando ele gritou:

— Como você pôde fazer isso comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Keep Holding On" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.