Keep Holding On escrita por Naokii


Capítulo 13
A Leopard Can't Change Its Spots




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Um Leopardo Não Pode Mudar Suas Manchas

ERA POUCO MAIS de 10 da manhã quando Juvia saiu do banheiro, ainda com os cabelos molhados e os dedos manchados de azul (ela tinha retocado a cor dos seus cabelos no dia anterior), cambaleando um pouco. Puxou seu celular e só tinha as mensagens de sempre: Jellal mandando o link de um vídeo de um cara testando a teoria de que não dói cair numa gelatina (?), Lucy lhe mandando prints de um personagem de um anime que ela estava viciada e avisando que chegaria na casa dela pra ajudar sua vó mais cedo, e por último, uma mensagem de Gray desejando bom dia. Essa era nova. Respirou fundo com preguiça de responder, mas tirou uma foto de como estava e mandou pro Fullbuster, com a legenda "bom dia pra quem? Tch!" e um emoji irritado.

Abriu a geladeira e desceu as escadas tomando o resto de leite que tinha ali e logo pôde ouvir risadas altas da cozinha minúscula da lavanderia, onde Lucy, Natsu e Vovó Lockser estavam preparando cupcakes.

— Pra calcular a porcentagem dessas medidas você precisa fazer o seguinte! – a loira parecia bastante empenhada, explicando a matéria pro garoto, que parecia realmente interessado em aprender.

— Sabe, eu já fui professora particular de um garoto na época de escola. – começou a dizer a velha.

— Ohhh! Sério? – o rosado perguntou, parecendo curioso em saber da história.

— O ano era 76, eu e Johnny N'Volta passamos um verão inteiro juntos. Aquele verão me deixou detonada. Tudo aconteceu tão rápido, nós tinhamos plena sincronia um com o outro. Certa vez, eu o salvei de afogamento!

— INCRÍVEL! – Natsu dizia com os olhos brilhando.

— E o que a senhora ensinava? – Heartphillia perguntou.

— Anatomia, é lógico! Nós bebemos limonada, saímos pra jogar boliche e fizemos amor no...

— AHHHHHHHHHHHHHHHHH! MUITA INFORMAÇÃO! – os dois gritaram. Juvia, que quase tirava um cochilo sentada na escada, despertou do seu sono ao ouvir a gritaria.

— POR ALGUM MOTIVO, IMAGINAR ISSO ME FAZ QUERER SER CEGO!

— Isso não é aquele filme do John Travolta? Johnny N'Volta! Você nem se esforçou pra mudar o nome direito! – Lucy gritou enquanto a velha saia e ia em direção à fachada do estabelecimento, para varrer. – Tch.

Natsu sorriu, vendo a expressão risonha que Lucy tinha no rosto.

— Não vai comer nenhum cupcake? – ofereceu, enfiando uns quatro de uma vez na boca.

— VOCÊ VAI MORRER! – começou a gargalhar, dando tapas nas costas do garoto, que lambeu os dedos cheios de chantilly. – Sua cara tá toda melada, credo. – fez uma expressão de nojo, passando a mão na cara dele, tirando com força os farelos de lá. – Agora presta atenção! – disse, colocando um cupcake inteiro na boca, parecendo um esquilo. O rosado achou aquilo absurdamente fofo. Se pegou mais uma vez admirando os traços gentis em seu rosto. O Dragneel contraiu sua mandíbula, suspirando alto e engolindo em seco, puxando as bochechas cheias dela, sorrindo novamente.

— PARAAAAA! – disse, dando um tapa na cabeça dele. – Presta atenção!

— COF, COF! – uma tosse forçada é ouvida, fazendo os dois se virarem pra trás.

— Bom dia, flor do dia! – Lucy cumprimentou a amiga.

— Fale por você. – bufou.

— Ei, Jubs, posso falar com você em particular?

A garota apenas deu de ombros, indo pra fora do lugar.

— Eu tenho um plano pra desmascarar e acabar de vez com o Loki. Você pode me ajudar?

— Será um prazer! – a azulada disse friamente, estalando seus dedos.
...

— Queria saber o que que as pessoas veem em você! – dizia Gray, ajeitando a gola da camisa de Juvia e terminando as tranças de seu cabelo. Estavam na casa da garota, agora na sala de estar, porque antes, eles estavam na frente da Lavanderia Lockser e 3 caras passaram, dando em cima da azulada, fazendo Gray morrer de ciúmes por dentro. Todos que faziam parte do plano combinaram de fazer uma reunião na casa da Pow Blue Girl, mas até agora, só Gray tinha chegado e Lockser aproveitou a oportunidade para fazê-lo pentear suas madeixas enquanto ela tirava um cochilo. – Quer dizer, será que são seus olhos azúis que transmitem certa pureza ao mesmo tempo que passam poder? Ou são os cabelos recém-retocados voando com ajuda do vento da praia e... – Juvia abriu os olhos, meio zonza.

— O que você tá falando aí, hein?

— N-Nada demais. – respondeu rápido.

— Eu ouvi tudinho. – Mizu falou, sorrindo fofamente. O Fullbuster arregalou os olhos, desesperado, fazendo sinais pra menina calar a boca. – Gray-niisan, você é namorado da minha Neechan? – perguntou, curiosa?

— O que é que foi, tá ficando louca, Mizu? – Juvia rebateu.

— É que a vovó me disse que os namorados ajudam as garotas a se arrumarem!

— Gray-niisan, você gosta da minha neechan? Ela é muito malvada com você e...

A campanhia tocou bem no tempo certo e Gray pôde dar uma respirada funda pra tentar se acalmar.

— Já que todos estão aqui, vamos lá por tudo em ordem. – começou Natsu, quando todos se sentaram (como o sofá não tinha espaço suficiente, Gray e Juvia dividiam a mesma poltrona, o que o fez quase morrer, colocando as mãos no rosto pra esconder sua vermelhidão.

— Já me encarreguei de fazer os alunos da escola lotarem aquele teatro. Cerca de 5 mil pessoas estarão lá hoje, então temos que nos apressar pra que tudo deu certo. – disse Erza, colocando um fio de cabelo pra trás.

— S-Sim, eu enviei para todos ontem um convite para nos encontrarem lá. – Fullbuster conseguiu falar antes de voltar pro seu estado de quase-morte.

— Jellal já está lá resolvendo cada detalhe, então vamos nessa! – o rosado se levantou.

— Você não acha que somos um casal estranho? – disse Juvia, se levantando, para a tristeza de Gray.

— Não sei, vamos descobrir. – sorriu, puxando a garota pela cintura.

Antes que percebesse, Gray havia segurado o braço da Pow Blue.

— O que foi? – a azulada perguntou, o olhando estranho.

— Por que você que tem que sair com a Juvia? – olhou pra sua irmã que tinha um olhar que dizia "olha bem o que você vai fazer". – D-Digo, você e o Loki têm um passado, ele pode estranhar, você pode acabar se irritando e pode acontecer o que aconteceu no festival da outra vez. Você pode acabar brigando com ele.

— Eu prometo que não vou fazer nada. – levantando as mãos. – Alem do mais, Lyon está resolvendo assuntos pendentes e não pôde vir hoje! Não consigo pensar em quem faria companhia pra Jubs... – fez uma expressão pensativa enquanto o moreno estava praticamente com uma placa com "EUUUUUU", chamando atenção.

— Também não consigo pensar em ninguém. – Juvia falou, acertando em cheio o coração do Fullbuster, que foi choramingar no cantinho da sala. – De qualquer forma, deixa você mesmo já que foi o combinado. Natsu, Erza, Jellal, Gray, – o playboy se levantou ao ouvir seu nome. – Eu agradeço muito o que estão fazendo por Lucy e eu, sério. Vocês não tinham obrigação.

— Que nada – disse o azulado, guardando seu exemplar do livro "Como Dominar O Mundo Em 30 Dias". – Lucy é nossa amiga também. Eu não vejo motivo melhor pra querer chutar a cara de alguém.

Juvia abriu um sorriso.

— Ok, vamos lá! – todos começaram a sair, empolgados. Natsu e Jellal foram os últimos que ficaram, então o azulado segurou o pulso do amigo, chamando-lhe sua atenção.

— Natsu, eu sei que você e a Lucy realmente se tornaram bons amigos, mas eu não posso deixar de perceber que você nunca fez tanto por uma garota assim desde.. você sabe.

— O que você quer dizer com isso?

— Quero dizer que você mudou bastante desde a Lisanna. Passou a sair com várias, não se importar com nenhuma, e até fez aquela coisa ridícula com seu apartamento, transformando-o num lar de solteiro. – Natsu engoliu em seco, ouvindo as palavras de Fernandes.

— Isso não quer dizer nada. Não entendo aonde você está querendo chegar.

— Eu fui pra sua casa essa semana e vi dois travesseiros lá. Eu também vi um lençol maior, duas cadeiras na mesa, duas xícaras...

— Tá bom! Por causa do reforço, Lucy passa muito tempo na minha casa. Ela realmente me fez tirar notas melhores, então eu queria que ela se sentisse confortável como forma de agradecimento. Às vezes ela está cansada, então eu deixo ela dormir por lá até o horário que ela larga. Isso não quer dizer que eu...

— Esteja começando a gostar dela? E talvez seja por isso que você passou os últimos dias empenhado pra que ela terminasse com o namorado dela que a faz mal?

— Escuta, Jellal, eu tô nessa porque Lucy é minha amiga e eu sinto que devo fazer isso pela Lisanna, pelo que o idiota do Loki fez com ela. Eu não gosto da Luce desse jeito!

— Tudo bem. Só não esqueça que eu te conheço há mais de 7 anos. Eu sei quando você não está dizendo a verdade. – o rosado bufou, ao ouvir tais palavras. – E eu também sei que quando você gosta de alguém, começa a dar apelidos, como esse de agora. – saiu do local, deixando um Natsu perturbado para trás.

Ato I - Passeio pelo Parque de Diversões

Na primeira parte do plano, Juvia e Natsu participariam de um encontro de casais com Lucy e Loki. Quando nossa dupla NaJu chegou, apenas Lucy se encontrava no local, escutando música com uma expressão ansiosa.

— Yo! Lucy! – Juvia chamou sua atenção. Lucy abriu um sorriso pra ela e Natsu.

— Juvia, Natsu! Não pensei que vocês viriam juntos.

— Fui a última opção dela, na verdade. – Natsu falou casualmente. – Eu realmente tava com vontade de vir pra esse parque, então eu mesmo me convidei.

— Não consigo pensar em nenhum dos nossos amigos que gostaria de vir sem ser o Jellal e o Lyon.

— E o Gray? – Lucy sugeriu.

Natsu e Juvia ficaram boquiabertos:

— OOOOOH! Verdade!

— Vocês só pensaram nele agora? – gargalhou.

— De qualquer forma, vamos nos divertir bastante hoje. – sorriu, contagiando Natsu.

— Ah, você tá tão fofa e eu tô tão eu! – disse Juvia, observando a amiga.

Lucy estava com o cabelo amarrado em um rabo de cavalo, um moletom rosa, shorts brancos e meias até os joelhos. Usava um brinco que ela mesma mesma tinha personalizado do Ártemis de Sailor Moon. Ela estava básica, mas muito bonita.

— Nada disso, riu. Eu só tô normal.

— Falando nisso, quando seu namorado chega? Será que chegamos muito cedo? – Natsu começou a falar, fazendo a loira o encarar surpresa e em seguida desviar o olhar.

— Eu... não sei... se ele vem.

— Hã?

— Na verdade, ele brigou comigo essa manhã, então eu não sei se ele realmente vem e...

— Hey, Lucy! – uma voz chegou até o trio de amigos.

— Loki, você se atrasou. – Juvia disse friamente. O plano era ser adorável, mas com esse cara ela não conseguia nem forçar um mínimo sorriso.

— Haha, tive alguns problemas, gatinha. Mas você – virou-se em direção à Heartphillia. – não pode reclamar de nada. – ditou sério e olhou em direção aos amigos da namorada, sorrindo. – Essa daqui está me fazendo esperar demais pra ver o que tem debaixo da saia dela. – segurou o braço da loira com força.

— Isso dói...

— É a força do meu amor, quer ficar sem?

À esse ponto, Juvia segurava Natsu ao mesmo tempo que segurava a própria vontade de socar o babaca do castanho à sua frente.

— Oh, Natsu, vejo que está aqui. Essa gracinha é sua namorada?

— Não. – respondeu brevemente. – Somos apenas amigos.

— E você pode falar comigo quando quiser saber algo sobre mim. Eu também falo. – a azulada falou. Se fosse o Superman, Loki já teria sido carbonizado pela sua visão de raio laser.

— E-Enfim, vamos entrar.

— Olha! Um carrossel! Vamos lá, vamos! – animada, Lucy dizia para o namorado.

— Não, isso é coisa de idiota. Vá sozinha.

— Eu vou! – disse Natsu, animado, e ambos saíram correndo, deixando Juvia e Loki à sós.

Deus, me tire a vontade de apagar esse cara do mundo, amém, pediu mentalmente.

— Então... vocês são amigas há muito tempo? Eu acho que te vi uma vez naquele festival que Lucy me chamou. Você é a nova garota do Natsu?

— Somos amigas desde crianças e eu realmente estava lá. Não tenho nada com o Natsu sem ser amizade. – tentava ser gentil e delicada, mas soava grossa do mesmo jeito.

— Você não estava lá com um cara? Tenho certeza que não era o Dragneel... Aquele é seu namorado de verdade?

AF! Será que hoje é dia mundial de me perguntarem se estou com o Gray?

— Não tenho nada com ninguém, sou solteira. – concentrou todo seu chakra pra dar um sorriso tímido, mesmo que tivesse nojo do rapaz à sua frente.

— Legal, bom saber. – disse antes de Lucy e Natsu chegarem novamente, o rosado sendo carregado pela menina.

— Ele ficou enjoado, esse idiota!

— HUH! PRECISO DE COMIDA! Luce, eu quero algodão doce!

— Tudo bem, eu compro pra gente. – disse Loki. – Vai querer, senhorita? – se referiu à Juvia.

— Hã... não precisa pagar, eu mesma pago.

— Ora, eu insisto. Três algodões-doces, por favor. – pediu a um cara e logo os recebeu, entregando pra Juvia e Natsu, ficando com um.

— Eu não recebo? – a loira questionou, triste.

— Não, você sabe que precisa perder mais uns quilos que já foram achados novamente. Ah, e paga esse cara aí porque eu não trouxe dinheiro.

Dragneel tinha uma expressão zangada no rosto.

— Por que eu tenho que pagar?

— Como é? Não acha que já te faço um favor enorme sendo namorado de alguém como você? Tch! Se soubesse que você seria assim, não teria nem vindo.

— N-Não, desculpe. – puxou a carteira da bolsa.

— Opa, eu acabei de pagar, desculpa. Não tinha ouvido vocês conversando. – disse Natsu.

— Natsu, você não precisava ter feito isso. Você pode descontar do meu salário se quiser e...

— Que nada, quer um pouco? Eu divido com você.

— Não posso aceitar... – disse após receber um olhar de Loki.

Juvia olhava pra Loki com um olhar sanguinário.

— Se ela quer, então ela pode ficar com o meu. Não tô com vontade. – deu o doce pra amiga.

— Juvia...

— Tá pra nascer homem que vai mandar na gente, né, Lucy. Vamos seguir em frente que eu quero ir na roda gigante. – jogou os cabelos para trás, pegou na mão da amiga, a levando para a maior montanha russa que tinha no local, tomando liderança no quarteto.

Como não tiveram coragem de entrar no brinquedo, Lucy e Natsu ficaram esperando sua amiga e Loki voltarem, enquanto tomavam refrigerante.

— Luce, você nunca reparou na maneira que aquele cara te trata?

— Huh? – Lucy saiu de seus devaneios, encarando seu amigo. – Bom, ele é a pessoa que gosta de mim.

— Gosta? Te maltratando e sendo abusivo com você?

— Eu... Natsu, ele foi o primeiro cara que disse que gostava de mim. O primeiro a dizer que eu era bonita. – corou, lembrando da última parte. – Eu não posso simplesmente acabar com ele. Eu passei muitos anos da minha vida sendo abandonada pelas pessoas, então não posso ser abandonada por mais uma, não sei se vou aguentar.

— Luce...

Juvia e Loki chegaram bem na hora.

— Foi realmente divertido, não acha, Juvia-chan? – falava, tentando puxar a garota para si, mas ela retirou sua mão de si.

— É, claro. – forçou um sorriso.

Natsu se levatou.

— Vou comprar água, vocês querem?

— Ah, eu irei com você, então. – Loki se dirigiu até o garoto até uma barraca montada no centro do parque.

— Você acha que elas preferem com gás ou sem gás? – Natsu perguntou.

— Esqueça elas.

— Huh? – Natsu fez uma expressão confusa.

— Olha, eu sei que você ainda tem mágoa de mim e eu sinto muito pela louca da Lisanna... mas você precisa me escutar! Eu consegui o número de duas garotas e elas me mandaram mensagem me chamando pra encontrá-las agora.

— O quê? E as garotas? – Natsu cerrou os punhos.

— Ah, esqueça delas. Pode levar a Juvia, se quiser. Ela me disse que vocês não têm nada, então se você não quiser, eu posso aproveitar.

— E quanto à Lucy?

— Ah, aquela idiota é só mais um dos meus casinhos. Só estou esperando ela liberar para eu... – sentiu o primeiro soco lhe atingir, sendo seguido de vários outros.

Juvia e Lucy estavam esperando os garotos quando ouviram uma gritaria e uma multidão se formar perto delas. Correram para saber do que se tratava quando se depararam com Natsu sendo puxado por alguns seguranças para não voltar a socar a cara do namorado de Lucy.

— NATSU! O QUE VOCÊ FEZ? – a loira gritou.

Juvia tentava disfarçar a vontade de rir, enquanto ajudava (contra sua vontade) o idiota surrado a se levantar.

— O que aconteceu aqui? – Juvia perguntou.

— E eu lá sei? Esse louco começou a me agredir do nada!

Lucy puxou o rosado pelo braço para a entrada do parque.

— Por que você fez isso? – ela dizia chorando. Natsu não a olhava nos olhos. – Mesmo depois de eu te falar que ele foi o único que conseguiu gostar de mim como eu sou... mesmo com todos os meus defeitos que eu sei que posso melhorar! Por que você tinha que estragar as coisas? Eu fiz um penteado bonito para tentar receber um elogio. Ele falou do meu peso mesmo que eu não me importe e eu emagreci por ele. Eu quis o agradecer por conseguir gostar de alguém como eu e você bagunçou tudo! Agora ele não vai mais gostar de mim! – limpava as próprias lágrimas, soluçando. O Dragneel não queria encará-la pois sabia que acabaria estragando o plano. – V-Você não vai me responder? Você surta, bate no meu namorado e me ignora totalmente? O que diabos está acontecendo com vo... – não conseguiu terminar a frase porque foi interrompida.

Natsu simplesmente havia ferrado com tudo. Todo o plano que ele tinha feito iria por água abaixo tudo porque o garoto não conseguiu se segurar e fez duas grandes porcarias. A primeira: Surrar o namorado da sua melhor amiga. A segunda: Beijar sua melhor amiga no meio de uma discussão.

A reação inicial da menina foi entrar em choque. O que infernos estava acontecendo? Natsu era apenas um amigo, certo? Passados alguns segundos, fechou os olhos. Era um beijo casto, então tudo que sentia era a pressão dos lábios do Dragneel nos seus. Era como se o tempo tivesse parado para os dois, ambos podiam ouvir o ritmo do coração de cada um. O integrante do F4 se afastou com uma expressão culpada. Lucy ainda mantinha seus olhos fechados.

— Caramba, Lucy, me desculpe, eu sinto muito.

— Natsu, eu não sou esse tipo de garota com quem você está acostumado. – disse seriamente. – Por favor, esqueça o que aconteceu agora e não volte a falar comigo. É a única coisa que eu te peço. – se virou e saiu, deixando um rosado desesperado para trás.
QUE DROGA!, pensava. Queria socar a si mesmo, como pôde ser tão estúpido? A culpa tinha sido do idiota do Jellal que botou na cabeça dele que ele gostava da Luce. Balançou a cabeça ao perceber como a tinha chamado.

"Quando você gosta de alguém, começa a dar apelidos, como esse de agora." A voz do azulado ecoou pela sua cabeça.

— Eu sou um idiota. – disse, indo em direção a onde a loira havia ido para se encontrar com Juvia e Loki.

— Natsu, que demora foi essa? – Juvia brigou. – Vamos indo pro teatro agora.

— Eu não gostaria de ir com esse cara, na verdade. – disse o castanho. – Mas já que a Juvia-chan insistiu, eu irei. Mas você realmente precisa rever esse seu circulo de amizades, Lucy. – cutucou a garota, que não encarava o rosado.

— Vão indo na frente, queridos. – Juvia falou, esperando o casal tomar certa distância pra começar a falar. – Natsu, eu não sei o que aconteceu, mas eu vou descobrir. Você obviamente cagou com o plano, mesmo que eu ache merecido esse idiota ter apanhado, mas eu não vou deixar nosso trabalho ser em vão. Então força na peruca e vamos lá!

Ato II (final) - A Câmera Secreta.

Ao chegarem no teatro, seus ingressos já tinham sido gerados, então a cadeira de cada um era personalizada. Quando armou o plano, Natsu decidiu que era melhor separar Loki da Lucy e deixá-lo com Juvia, para que ele colocasse mais as garras de fora e ficasse mais fácil pegar ele no flagra. Tinha esquecido desse fato, e se amaldiçoou mentalmente pela porcaria que tinha feito minutos atrás, porque tudo que tinha entre os dois agora era o mais puro e desconfortável silêncio que já tinha presenciado na vida. Lucy não havia o encarado uma vez sequer desde o ocorrido, mas Natsu não parava de olhar para ela tentando decifrar seus pensamentos.

— Luce, me desculpe, eu realmente não sei o que estava fazendo. Foi apenas impulso e...

— Tudo bem, Natsu. Podemos só... não falar sobre aquilo?

— Não entendo por que está tão irritada se foi só um beijo... e eu realmente sinto muito.

— Só um beijo? – ela o encarou pela primeira vez depois de um tempo. – Eu não quero receber um beijo sem significado. Eu já falei que eu quero alguém que goste de mim. Eu quero alguém que realmente me beije porque sente que eu sou a única. – sua voz já estava ficando embargada pela vontade de chorar. – Então receber um beijo apenas por beijar é horrível para mim.

— E-Eu não... – o rosado não conseguiu, mas gostaria de falar que para ele, aquele beijo tinha significado sim.

— Huh, mas a Lucy não é sua namorada? – os dois se viraram para frente, vendo num telão a imagem de Juvia e Loki.

— Claro que não. Ela é apenas mais uma... não é como você.

— Assim como?

— Você sabe. Poderosa, segura de si. Você tem o que nenhuma das outras têm.

— Mas o quê... – Lucy observava aquilo surpresa.

A verdade é que minutos atrás, Juvia tinha dito para o Loki que queria mostrar algo a ele. Jellal rapidamente ligou a câmera e Erza o projetor, dando continuidade ao plano. A Pow Blue Girl o havia levado para atrás das cortinas.

— Ah, então quer dizer que você tem várias?

— Um monte, mas eu abandonaria tudo por você.

— Hum, entendi... então seu lance é ser abusivo com as garotas?

— Ah, longe de mim. Eu só dou a ideia. As que forem inseguras o bastante, cai como um patinho.

— Loki-kun, você gostaria de... ver uma surpresa? – mordeu os próprios lábios, fazendo Gray (que estava encarregado de puxar as cortinas) quase cair no chão.

— Qualquer um.

— Então olha para aquela câmera ali, seu babaca! — acertou um soco em cheio no queixo dele, bem no momento que as cortinas se abriram.

— O quê?

— Sua imagem está por todo o teatro. Todas as garotas daqui agora sabem o idiota que você é.

— Sua... – se levantou, indo na direção dela, pronto pra acertá-la, quando Gray se colocou na frente.

— Não, não. – falou, fazendo o garoto recuar.

— Ah, qual é. – Juvia afastou o moreno e encarou Loki. – Vamos, me acerta. Vai!

O castanho se levantou, pronto pra socar a nossa protagonista, mas ela pegou seu braço rapidamente e o girou com força.

— Era isso? – o jogou no chão.

Nesse momento, Lucy subiu no palco.

— Não acredito que pude ser tão idiota. – falou, observando o seu futuro ex-namorado se levantar.

— Lucy, não é o que você estava pensando...

— Como não era o que eu estava pensando? Eu acho que já vi o suficiente por hoje.

— Ah, quer saber? Você é patética. Eu odiei cada momento do seu lado. Quem gosta de uma garota que quer falar de video games, mangás e coisas masculinas? Mulher é mulher! Você tem que me agradecer por te fazer ser a mulher que você é. E quer saber mais? Você é tão fraca mentalmente que mesmo você não vendo problema com seu próprio peso ou o peso das outras pessoas, eu revivi seu antigo trauma de infância e te fiz querer emagrecer mais. E sabe por que eu fiz tudo isso? – enquanto falava, Lucy caminhava em sua direção, enquanto o mesmo dava passos para trás. – PORQUE EU QUIS! PORQUE EU QUIS ME DIVERTIR, igual a eu fiz com a Lisanna, a antiga garota que ele gostava. E agora eu fiz o mesmo com você. Você é tão sensível que eu te fiz querer se afastar de todos. Vejo que meu trabalho está completo.

— Você abusou de mim, me humilhou me extorquiu, entrou na minha mente de um jeito que afetasse meu relacionamento com todos e comigo mesma, e me fez me cortar apenas por diversão? Eu tenho nojo de você! – cuspiu na cara do garoto. – Eu tenho nojo de um dia ter brigado com os meus amigos que realmente se importavam comigo para alimentar a porra do seu ego, seu escroto! Eu tenho pena de pessoas vazias como você! – deu um chute entre as pernas do garoto e lhe deu um soco forte o suficiente para que ele caísse para fora do palco (já que já tinha andado até a ponta).

O salão inteiro berrou, falando como Lucy era incrível e xingando o garoto desmaiado no chão. A loira começou a chorar quando Juvia lhe abraçou, sendo acompanhada por Erza, Jellal e Gray.

— O-O-Obrigada. – não conseguia parar de soluçar. – E-Eu fui tão idiota... me des-desculpem por ter sido tão cega. Me desculpem por dar... trabalho para v-vocês. – tentava limpar as próximas lágrimas.

— Isso não foi nada. – disse Gray, com um sorriso no rosto. Nós apenas ajudamos, mas quem teve todo trabalho de planejar foi o Natsu.

De repente, Heartphillia sentiu um olhar pesando sobre si. Era Natsu, que sorria para ela da platéia.

"Você foi incrível, me desculpe" ela conseguiu ler o que os seus lábios diziam, mas não conseguiu sorrir de volta. Tudo o que fez foi virar seu rosto e se preparar para ir embora.

— Será que perdemos alguma coisa interessante? – Erza foi a primeira a falar.

— É o que parece. – Jellal disse, observando a expressão culpada que o rosado tinha no rosto. – Alguma coisa realmente aconteceu. E eu tenho muito interesse em descobrir.


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