Inevitáveis Reencontros escrita por Lady Cookie


Capítulo 3
Você não tem um pai?


Notas iniciais do capítulo

Boa noite meninas!
Obrigada as 32 pessoas que acompanha a fic, fico muito feliz !
A fic será postada agora de 15 em 15 dias, pois estou voltando a minha rotina de trabalho e minha beta tb.
Em falar nisso, Quel obrigada mais uma vez!
Bora ler!



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Anthony POV

Hoje era um daqueles dias que eu não queria ir para a escola, mas papai disse que eu precisava. Era um saco, eu sei, mas também era pior o sermão de que se não estudasse, não teria uma boa profissão para ter a vida que mamãe adorava me dar.

Quer dizer, costumava me dar.

Fazia mais ou menos um ano que papai e mamãe se separaram. Papai me disse uma vez que é necessário ter amor para que um relacionamento dure, por isso, amo minha coleção de carrinhos de corrida.

A separação aconteceu porque mamãe queria ter uma vida que papai não podia lhe proporcionar, já que ela sempre foi uma grande consumista, comprando várias coisas desnecessárias, mas importantes. Pelo menos, essa era a desculpa que ela mais gostava de dar porque valorizava demais o dinheiro. Ou não.

Papai costuma dizer que dinheiro não traz felicidade, mas era o que deixava mamãe feliz e o que o irritava, então, ela conheceu James e foi embora para longe, me deixando com Edward Cullen, meu pai.

Algum tempo depois, os documentos do divórcio chegaram e papai assinou, sem nenhum drama. Às vezes ainda me pergunto se mamãe era amiga desse James quando ainda era casada com papai.

— Tony! – papai me chama de algum lugar da casa.

Eu já sabia! Estava enrolando para ver se ele me esquecia aqui, mas, infelizmente, a realidade era bem mais dura, por isso, acelerei o processo e guardei meu estojo do Capitão América na minha mochila do Thor. 

— Precisamos ir, filho! – anunciou — Tudo pronto? – perguntou, provavelmente com sua xícara de café na mão.

Suspirei, chateado.

— Fazer o que, né? – resmunguei.

Cheguei à sala em menos de dois minutos com a mochila nas costas e dei um sorriso, tentando disfarçar a minha frustração, o que fez papai arquear a sobrancelha.

Eu odiava o fato dele me conhecer tão bem.

— Filho... – suspirou — Eu sei como está se sentindo – sorriu — Acredite, já estive em seu lugar um dia – agora seu sorriso era travesso, que logo murchou — Também sei que não é nada fácil para você, mas, agora, somos eu e você – apontou para mim, depois para ele — Somos uma dupla, campeão! – disse, na tentativa de me animar.

Ok, agora eu me sentia um pouco culpado.

Papai me amava e fazia esforços hercúleos para me ver bem ou simplesmente para me fazer sorrir, até mesmo quando me contou que mamãe não moraria mais conosco.

— Como Batman e Robin? – perguntei, animado.

Papai sorriu, satisfeito.

— Sim filho – afirmou — Exatamente como Batman e Robin – entregou-me meu lanche — Agora, nós precisamos ir, afinal, é o primeiro dia de aula e não queremos chegar atrasados, não é?

Balancei a cabeça, assentindo e caminhamos para fora, em direção ao carro estiloso de papai, que era cinza, inclusive, o mais bonito que eu já tinha visto. Até mais que aqueles da minha coleção.

Não demorou muito para chegarmos e papai estacionou e me encarou.

— Seu tio Emmett vem te buscar hoje – anunciou — Tudo bem para você? – perguntou e quase conseguia ver a preocupação em sua expressão.

— Oba! – comemorei pelo simples fato de amar meu tio porque ele é o melhor, muito legal, bem como sua esposa, minha tia Rosalie.

Papai riu e caminhamos em silencio para a escola, papai me levou até a minha sala, a frustração quase esquecida.

— Bom dia, Anthony – a senhorita Weber cumprimentou — Animado para voltar? Como foram suas férias? – perguntou, educadamente.

Olhei para papai, que assentiu com a cabeça e sorriu me encorajando.

— Bom dia, Senhorita Weber – devolvi o cumprimento, como mamãe tinha me ensinado há alguns anos — Minhas férias foram legais – sorri — Passei na casa da vovó Esme e Vovó Carlisle e foi muito divertido, também brinquei muito com tio Emmett e tia Rosalie.

— Nossa! – parecia fascinada — Isso quer dizer que se divertiu bastante, não é? – piscou — Bom dia, Edward! – cumprimentou papai.

Os olhos de papai brilhavam de admiração quando me viu contar sobre minhas férias. Sabia que, no fundo, ele tinha medo que o fato de mamãe ter ido embora me afetasse, de alguma forma, não que eu não ligasse para a situação, mas não pensava muito sobre o assunto.

— Bom dia, Senhorita Weber – desviou seus olhos de mim e a cumprimentou.

— Angela – ela resmungou, dando uma risadinha — Já pedi para me chamar de Angela, não é?

Papai deu de ombros.

— Desculpa, mas é a força do hábito – disse — Hoje, Emmett virá buscá-lo – anunciou — A autorização está na agenda, caso precise e, Anthony, obedeça sua professora e se comporte! – comandou, parecendo mais com ele mesmo — Agora, preciso ir, antes que me atrase.

— Tudo bem, papai – sorri e nós socamos um a mão do outro, como super-heróis.

— Vamos entrar, Anthony – a professora comandou, tocando em minhas costas e me encorajou a procurar um lugar para mim naquela enorme sala — Hoje temos uma amiga nova, sabia?

Eu conhecia a sensação de ser um novato, já tinha passado por isso já que voltamos para Forks, assim que mamãe e papai se separaram e, agora, morávamos perto dos meus tios e avos.

Papai viveu toda a sua vida aqui, conhecia todo mundo, mas Forks ainda era uma cidade pequena e, bem, papai precisava ir para a faculdade, para onde mamãe, Tania Denalli, também foi. Eles se conheceram na escola, mas foi só na faculdade que eles realmente namoraram. Papai me disse que antes havia uma garota que ele gostava muito, com quem perdeu contato depois do baile de formatura. Então, mamãe estava lá, eles desenvolveram uma relação, que culminou em uma gravidez e, logo depois, eu nasci.

Sim, apesar de ter só seis anos, sei como bebês iam para a barriga das mamães.

Papai se arrepende de não ter ficado com a “garota dos cabelos avermelhados”, mas, também respeita a sua relação com mamãe porque foi através dela que eu nasci. Nós dois somos bem parecidos, apenas a cor dos meus cabelos eram iguais a Tania.

Mas, voltando ao assunto principal, sabia o que era ser o centro das atenções e, honestamente, não gostava nenhum pouco disso.

Após alguns minutos, uma menina entrou em nossa sala. Ela era bem bonita, mas parecia desconfortável, então sentou-se em uma cadeira vaga logo a minha frente.

O sinal tocou e a senhorita Weber entrou na sala, dando um sorriso simpático, daqueles que professores são especialistas em distribuir.

— Bom dia turma! – ela sorriu — Meu nome é Ângela Weber e serei a professora dessa turma neste ano – cumprimentou.

Olhei para a garota novata e ela estava meio verde, acho que estava passando mal. Depois, começou a olhar desesperadamente para todos os lados, como se quisesse fugir. E, Deus, isso seria um problema! Quis tranquilizá-la e me aproximei.

— Oi – cumprimentei — Você é a aluna nova, não é? – ela olhava para os lados, duvidando que eu estivesse mesmo falando com ela — Eu me chamo Anthony e você é? – perguntei — Você tem um nome, certo?

Ela ficou me olhando por um tempo, tinha os olhos iguais aos meus, quer dizer, no mesmo tom de verde, sua pele era clara e o cabelo meio cacheado, a cor do cabelo dela era quase igual também, mas o dela era um pouco mais escuro, em um tom de cobre, como o de papai.

— Turma! – a professora chamou a nossa atenção para ela — Hoje temos uma colega nova – apontou para a menina a minha frente — Conheçam Marie Swan –sorriu — Ela se mudou há pouco tempo e, esse ano, estará nesta classe – explicou — Seja bem vinda, querida.

A tal Marie ficou vermelha, igual a um tomate que explodiria a qualquer momento.

— O... Obrigada, Senhorita Weber – gaguejou, demonstrando o seu nervosismo.

— Marie – repeti o nome, experimentando, o que chamou a sua atenção — É um nome muito bonito – elogiei — Sou — Sou Anthony Cullen, como eu disse antes – me apresentei, dando um sorriso de lado, daqueles que tio Emm me ensinou  — É um prazer te conhecer – cumprimentei.

— Olá... É... – gaguejou — An... Anthony.

— Pode me chamar de Tony – afirmei — É mais fácil – disse, tentando soar o mais simpático possível. Eu não queria assustá-la.

— Turma, a atividade de hoje é um pouco clichê – riu, como uma piada interna — Escreveremos sobre as férias – murmurou — Pode desenhar também.

A menina suspirou, como se estivesse entediada. Ignorei, abri a minha mochila e peguei meu estojo do Capitão America e meu caderno de desenho, concentrando-me em meu trabalho.

Quando terminamos, já estava na hora do lanche.

A garota nova, no entanto, parecia perdida. Era quase doloroso em observar porque já estive em seu lugar uma vez e, acredite, era horrível.

— Você quer sentar comigo? – ofereci — Marie, né? – perguntei, soando simpático.

Ela me observou por alguns minutos, parecia desconfiada, não comigo, mas com os outros e, por fim, aceitou.

— Tudo bem – assentiu, observando a movimentação das outras crianças.

Então, nós nos sentamos em uma mesa próxima a uma árvore. Ela estava mexendo em seu próprio lanche, enquanto eu pegava meu suco de uva favorito na minha lancheira.

— São Francisco, California – respondeu, olhando para o chão.

— Você parece gostar de lá – murmurei — Fala com certo carinho – dei de ombros — Talvez goste daqui – falei — Posso te mostrar alguns lugares legais que conheço, quer dizer, que tio Emm me leva, tecnicamente – ri — Como o parque que costumamos jogar beisebol – então me lembrei de como tio Emm costumava ser legal com crianças — Acho que você vai gostar dele, quando conhecê-lo, ele sempre me faz rir – ela me olhou, percebi quando ela escondeu um sorriso.

Eu a observei, enquanto comigo seu lanche, estava distraído.

— Hey! Sabia que você tem a mesma cor do cabelo do meu pai? – era engraçado e uma coincidência — É uma cor um pouco estranha, como ferrugem, sei lá.

Ela arqueou a sobrancelha.

— É a primeira vez que ouço alguém dizer algo como “cor de ferrugem” – caçoou — Porém, mamãe ama os meus cabelos, costuma dizer que é especial ter essa tonalidade – porém ela não estava animada — Deve ser legal ter um pai e um tio que podem sempre estar com você.

Ops!

— Você não tem um pai? – sussurrei — Quer dizer, todo mundo tem um pai!

Deve ser muito chato não ter ou conhecer um pai.

— Eu tenho um – explicou — Mas não o conheço e desconheço sua localização – deu de ombros — Mas, tenho mamãe, minha madrinha e meu avô – sorriu, animada, pela primeira vez.

Eu me imaginei nessa situação e, honestamente, não parecia nem um pouco legal.

— Eu te empresto meu pai, se quiser – ofereci — Ele é o melhor do mundo.

Ela quis responder, mas, então, o sinal tocou e voltamos para a sala.

A hora da saída logo chegou.

Quando sair da sala, consegui ver tio Emmett no portão.

— Tio Emm! – corri em sua direção, me jogando para ele.

— Tudo bem, campeão? – bagunçou meus cabelos — Pronto para passar a tarde com seu tio favorito?

Arqueei a sobrancelha, como papai fazia quando achava algo engraçado.

— Fala sério! – ri — Você é meu único tio.

— Essa é a vantagem, garoto! - deu um sorriso travesso.

Vi Marie e ela olhava para fora, procurando por alguém, acho que sua mãe estava atrasada ou algo assim. Por isso, puxei tio Emmett em sua direção.

— Hey Marie – chamei, ela desviou seus olhos para mim — Quero que conheça meu tio Emmett – apresentei — Tio, essa é a minha nova amiga, Marie.

E, juro, nunca vi meu tio ficar com os olhos tão grandes, não quando estávamos fora do McDonalds comendo um Big Mac. Aparentemente, tio Emmett sabia de algo que eu desconhecia ou... Sei lá.

— Oi – ela cumprimentou timidamente.

— Oi, Marie – cumprimentou — Muito prazer – ofereceu sua mão para que ela apertasse, em piloto automático, anestesiado.

— Pode chamá-lo de tio Emm também – falei animado.

Porém, meu tio ainda a encarava com os olhos arregalados, o que não fazia nenhum sentido.

O que estava acontecendo?

— Você está bem, tio? – sussurrei para ele, não querendo assustar minha nova amiga logo no primeiro dia.

Ele desviou seus olhos para mim e deu um sorriso sem humor.

— Acho que muitos coisas acontecerão, amigo!

O que isso significava?


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Notas finais do capítulo

Até a próxima!
Me contem o que acharam!



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