–Matt!!!-Gritou Duda pulando nele.

–E ai tampinha? Como vai?- Perguntou o imbecil.

–Tô bem. Nossa, como você ta mudado em, bonito!!!

–Obrigado!- Ele começou a girar.

–O que aconteceu com seu cabelo?

–A capeta da Sol jogou cola nele, ela continua a mesma de sempre, na verdade até piorou.

–Percebi!- Ele olhou pra mim com uma cara de nojo. Sorri pra ele e mandei cotoco.

–Mocinha, você não tem que se arrumar para ir pro colégio?-Perguntou minha mãe dando um tapinha na bunda da Duda.

–Ah, é verdade! Mas só se eu conseguir tirara isso do cabelo. Matt, vai tomar café!- Ela olhou pra mim, mandei língua pra ela.

–Roberta, que movimento é esse aí...Matheus?- Perguntou meu pai.

–Bom Dia tio! Espero que o senhor não se incomode por ter chegado uma semana antes do programado, mas os meus pais tiveram que viajar hoje, pediram para agradecer ao senhor.

–Que isso garoto, tudo bem!Mas menino, como você cresceu, -A bichinha começou a rir se achando o tal.- O velho deu um abraço nele.

–É me diga, como você fez pra perder aquela barriga molenga?-Perguntei. Minha mãe me mandou um olhar de reprovação.

–Não ligue pra ela querido!

–É o que eu to fazendo tia.

O QUE? Agora eu vou ser ignorada?Ah, vão se ferrar!

Resolvi subir pro meu quarto, não tava afim de ficar vendo aquela melação na sala. Ainda era 7:00, só ia sair de casa 7:30. Sabe quando você olha pra uma coisa que gosta muito, que acha magnífica e aquela música de fundo toca? Isso acontece comigo quando vejo meu violão. Comecei a tocar, com ele o tempo passa rápido.

                                            [...]

Estava tão desligada do mundo que nem vi o baleia na porta do meu quarto me olhando com aquele sorriso sarcástico .

–O que é carrapato?-Perguntei.

–Hum, tocando violão?-Aff

–Não demente, tô encerando linha!Não ta vendo?

–Oh nããão, eu sou cego! - Tampou os olhos com  mão.

Comecei a rir como se aquilo tivesse sido realmente engraçado depois mandei cotoco pra ele.

– O que você que animal?

Ele abriu a boca mas não falou nada.

–Esquece!- Aquela merda ia aprontar alguma.

Tava lavando meu rosto quando ouvir algum retardado buzinando sem para. Resolvi ver quem era, pelo barulho tinha certeza que era bem em frente a minha casa, fui na janela do meu quarto com a intenção de chingar o espírito de porco.

–FILHO DA MÃE, TU NÃO TENS O QUE FAZER NÃO?

Tinha que ser, era o gordo no carro da minha mãe, com a fedelha da Duda e a Isa.

–VAI NA PORTA DA GELADEIRA!!!-Gritou o retardado, pisando no acelerador saindo com as meninas. Fui na cozinha  vi o papel onde ele tinha me mandado ir e estava escrito:

“Solzinha, fazer exercícios faz bem pra saúde.

Seus pais me deixaram levar vocês pro colégio,

Mas o carro ia ficar muito cheio.

Vá correndo e aproveita pra engrossar essas

varetinhas que você chama de perna.

Do gostoso,Matt”

Ele não fez isso!

–HAAAAAAAAAAAAAA...Eu vou matar, trucidar, esquartejar esse moleque desgraçado. Ele vai me pagar!

Peguei minha mochila e sai correndo, ainda bem que o colégio ficava perto de casa, mas ia ser uma boa corrida pra não dizer o contrário. Quando cheguei a campa tinha acabado de bater. Não era possível! Aquele maldito ta mesmo querendo perde a cabeça.Ele estava encostado no carro, quando me viu começou a rir. Ele ia perder as duas cabeças agora!

–HAHAHA!- Chutei entre as penas, ele se abaixou e dei uma joelhada na testa do idiota, ele caiu no chão gemendo de dor.

–Volta correndo pra casa, quem sabe esse grão de arroz que você chama de pênis não para de doer.- Falei entrando no colégio.

Subi as escadas correndo e entrei na minha sala.

–Atrasada de novo Senhorita Lacoste?Perguntou a professora Lilia.

–Não, que isso, eu sou a irmã gêmia da Marisol dã!

–Sente-se agora!- Mandou a coisa, já ficando co raiva.Mas eu tenho culpa? Ela não me viu chegando agora? Por que ela ainda faz uma pergunta idiota dessa? As aulas como sempre uma chatice total, no fundão da sala estava tendo um alvoroço, fiquei olhando pra descobrir o que era, até que jogaram um papel em mim.Abri e estava escrito:

“Festa na casa da Jack hoje!Vamos?

Por favor....

By:Emylly”

Olhei pra criatura que estava com os olhinhos arregalados as mãe fechadas em punhos em frente ao rosto. Ela tava fazendo a típica carinha hentai de “onegai” dela. Que nojo!

Escrevi no papel:”Que horas?” E joguei pra ela de volta.

Demorou um pouco, ela jogou o papel e mim de novo.

“Às 23:00 horas.Os pais dela viajaram!Você vai ou não?”

Escrevi: “Sim, passa lá em casa!”

Mais alguns minutos.

“Haaa, ta bom, eu vou fazer a cabeça do meu irmão pra levar a gente.Afinal, ele adora uma festa!”

–Que papelzinho é esse senhorita Lacoste?-Puta merda!

–Nada!

–Que tal compartilhá-lo com a turma?

Droga, droga!E agora?Pensa, pensa...

Coloquei o papel na boca e engoli. Não recomendo ninguém a fazer isso.

–Poxa, não vai dar não!- Falei, sentindo o papel descer por minha garganta.

A professora respirou fundo e voltou a dar aula.Quando bateu o intervalo, praticamente o terceiro ano todinho já sabia da festa. Isso não vai prestar! Hoje não era um dos mus melhores dias da vida, e aturar mais quatro aulas não rolava, tinha que ter alguma maneira de sair daquele colégio sem que ninguém me visse.Mas como? Passei o intervalo quase todo pensando em mim maneiras de escapar daquele lugar, mas nenhuma colava.Fui ao banheiro com o meu plano de fuga na cabeça, olhei pro teto, uma coisa que eu faço sempre, não sei porque,  avistei aquelas coisas... Ah como é mesmo o nome? Sei lá , que ativa quando estar havendo algum incêndio . Soltei meu sorriso diabólico. Sai do banheiro e avistei a galera todinha sentada em uma mesa.

–Quem ta afim de agüentar mais quatro aulas?-Perguntei.

–Tô fora!-Falou a galerinha toda junta.

–Ai se algum de vocês abrirem a boca, eu juro que  vou arrancar a língua. Esperem aqui!

Fui correndo pegar o isqueiro que tinha deixado na minha mochila da ultima vez, quando quis assustar a velha da minha mãe pra ela pensar que eu fumava. Voltei pro banheiro onde o pessoal esperava do lado de fora, mostrei a prova do futuro crime.

–Pra que é isso?-Perguntou  Deby.

Apontei para os supostos dispositivos. Todos soltaram seus sorrisinhos macabros.

–Seu eu fosse vocês ficaria na sala!- Falei, depois chamei a Emilly.

–Quando o alarme for ativado manda a galera pegar  as coisas deles e saiam correndo, pega a minha mochila também, não vai esquecer.Me espera lá fora!

–Beleza!-E a gangue foi pra sala como se nada estivesse pra acontecer.

Hora de colocar meu plano em pratica!

Fui no ultimo banheiro, subi no vaso sanitário, tentei acender o isqueiro umas das vezes até que consegui, demorou alguns segundinhos até que foi água pra tudo que é lado .Enfim o alarme de incêndio foi acionado. Eu sei, eu sou completamente maluca! Sai correndo do banheiro gritando “fogo”.Foi a maior confusão. Consegui sair de dentro do colégio, parecendo um pinto molhado, avistei o pessoal e fui correndo até eles, Emilly entregou minha mochila. Os bombeiros chegaram, foi toda aquela história, ver se não tinha feridos, se tinha alguém dentro do colégio, controlar o tão incêndio. Vish, dessa vez eu tinha ido longe demais... Dane-se! Fiquei procurando minhas irmãs, até que as encontrei. Duda estava abraçando  o André, que coisa mais tosca, será que só ela não via que aquele garoto era louco por ela? Não entendia poque ela tinha tanto medo de se declarar. Isa estava espremendo aquele cabelo loiro de farmácia.

A noticia do “incêndio” se espalhou rapidamente,  não demorou muito pra que os pais dos alunos chegassem desesperados procurando seu filhos.Vi minha mãe no meu da multidão, quando ela me viu acenando veio correndo, abraçou uma de cada vez. Quando chegou minha hora de ser abraçada ela começou a me encher de beijos babados.

–ECA mãe, me solta, eu tô bem!

–Fiquei tão preocupada com vocês.Não sei o que seria de mim se algo acontecesse!- Ai, que dramatização besta.

Depois de quase uma hora, os bombeiros liberaram o colégio para os alunos irem pegar suas coisas. Fiquei esperando minhas irmãs no carro. Depois fomos pra casa. Quando cheguei em casa, meu priminho idiota estava sentado no sofá, com bolsas de gelo nas duas cabeças.Ver aquela cena foi hilária. Subi pro meu quarto e fui secar meu cabelo que ainda estava meio molhado.Resolvi deitar um pouco, bolar um plano desses cansa.Estava quase pegando no sono quando meu celular vibrou, era uma mensagem.

De:Matt o gostoso

Para:Solzinha

Se você pensa que as coisas vão ficar baratas desse jeito não se engane, cheguei pra arruinar sua paciência pirralha!

Esse garoto é u imbecil, respondi

De:Sol

Para:Demente

Pode vir cachorro, vamos ver quem da conta do recado. Pirralha é a vovózinha, você com certeza tem a minha idade, então cala a boca!

Enviei.Depois meu celular voltou a vibrar.

De:Matt, o gostoso

Para:Solzinha

Pirralha, esqueceu que eu tenho 20?

E você quantos anos tem? 15? KKKKKKKKK

Vagabundo.Meu olhodireito começou a tremer.

De:Sol

Para:Demente

Não te interessa,  pouco me importa sua idade. Pra mim você é como merda.Não vale porra nenhuma.

Vai embora demônio _|_

Enviei a mensagem, desliguei meu celular e fui dá uma descansada.

                                                      [...]

Ainda estava com um pouco de sono, quando lembrei da festa. Levantei e sai correndo esbarrando na porta com o nojento do Matheus.

–SAI DA MINHA FRENTE PENTELHO!-Gritei, ouvi ele falar.

–A educação passou longe!- Ah, vai se ferrar!

Cheguei na cozinha meu pai estava lá, tomando um copo de água.

–E ai velho?-Falei.

–Quantas vezes vou te falar que é pai?!

–Tá bom, pai!

Olhei no relógio  ainda era 20:30.Resolvi pedir permissão pra ir a festa, não era uma coisa que eu gostava de fazer, mas eu tinha.

–Pai, vai ter uma festa na casa da Jack daqui a pouco...posso ir?

–Daqui a pouco que horas?

Droga!

– 23:00!Posso?

–Não, primeiro que hoje é quarta, e também porque você não anda merecendo sair.

–O QUE?ISSO É INJUSTO PAI, A CARA QUE SACO!-Sai gritando pela casa  e batendo o pé forte no chão.

–Marisol volta aqui!- Mandou meu pai, mas não dei ouvidos.

Fui pro meu quarto, no pé da escada esbarrei com o idiota do Matheus, nós dois caímos, ele pra um lado e eu pro outro.

–DESGRUDA CARRAPATO!- Gritei e subi as escadas furiosa.

Se ele pensa que eu não vou nessa festa ele ta muito enganado. Esperei a raiva passar, á ia dar 22:00, resolvi tomar um banho, quando acabei fiquei procurando roupas que prestasse pra ir, mas nenhuma foi com a minha cara. No final acabei com o meu all star, calça jeans e uma regatinha Coloquei a plaquinha na porta “Não entre, cão bravo!” Ai se alguém se atrevesse a entrar, mesmo assim tranquei a porta.Ia dar um jeito de sair pela janela então alguém jogou um papelzinho por debaixo da porta, estava escrito.

“Sol, fomos levar a Duda no médico, ela não estava se sentindo muito bem. Deve ter sido a roupa molhada que ela ficou usando por muito tempo. Se cuida!

Com amor, mamãe.”

–PEGAAAAA!-Gritei no quarto, agora eu tava livre.

Enchi a cama de travesseiro tentando fazer um formato que parecesse que eu estava dormindo lá, coloquei uma peruca parecido com o tom do meu cabelo. Estava perfeito!Quando deu 23:05 Emilly me mandou uma mensagem.

De:Emy

Para:Sol

Estou aqui na frente com meu irmão, vamos logo!

Respondi.

De:Sol

Para:Emy

Já estou descendo!

Abri a porta do quarto, a casa estava toda no escuro, sai andando de fininho, descendo as escadas, abri a porta da frente, parei pra fazer a dancinha da vitória,então...

–Onde você pensa que vai?-O cachorro pulguento acendeu a luz da sala.

MALDIÇÃO!