Promessa de amor - LM escrita por Senhora Sandoval


Capítulo 5
#5 - Julinho




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— A Safira tinha razão... - Maria sussurrou e riu beijando o ombro dele. - Te amo, meu grandão, te amo!

— Eu também te amo, e como te amo! - Beijou a testa suada dela, tirando alguns fios de cabelo do rosto de Maria.

NA MANHÃ SEGUINTE...

Maria e Estevão tomavam café na mesa entre risos e alguns sussurros, ela alisava a perna dele por baixo da mesa e comia atenta ao marido.

Safira olhava a cena de longe e sorria se sentido feliz por ter ajudado os dois, iria para casa em paz agora que via que a relação do filho com a nora havia mais uma vez voltado a ser o que era antes, ela alisou a mão do marido e tomou um gole do café.

— No que tanto pensa, em Safira? - puxou a mão devagar e tomou um gole do suco de laranja que tanto gostava.

— Na felicidade do nosso filho, Henrique ou será que nem isso eu posso mais? - o olhou de relance e levantou uma das sobrancelhas. - Está assim só porque neguei a te dar ontem a noite?

— Não, não estou assim porque negou a transar comigo! - falou sem muito ânimo. - Já arrumou sua mala? Já podemos voltar para nossa casa, eu sinceramente ainda penso que não deveríamos nem ter vindo pra cá, bastava usar uma máscara para não ter uma crise alérgica e pronto.

— Ah claro, queria que eu ficasse em meio a a reforma, a minha casa cheia de pó e eu espirrando como uma doida? - riu nervosa e soltou o ar. - Sinceramente, eu acho você um velho extremamente chato e ranzinza! E tem mais, você sabe que viemos a trabalho, aqui é mais perto da empresa e facilita nossa locomoção, além de evitar minha alergia, é diferente daquele buraco onde você resolveu me levar para morar.

— Não é nenhum buraco, se estamos lá é justamente por culpa dessa sua alergia que te faz espirrar como uma doida, assim como você disse ou quer que te lembre das crises de asma e alergia que tinha aqui? Eu só cuido de você, mas o problema é seu egoísmo que te cega, Safira. - limpou a boca com um guardanapo e levantou, beijou a testa da nora e do filho e saiu.

— Cachorro sarnento, velho caquético! - sussurrou mexendo o café com raiva.

Estevão desviou o olhar da mulher e olhou a mãe, Maria balançou a cabeça segurando o riso e viu a sogra olhar em direção a ela e ao marido.

— O que tanto olham? Perdeu alguma coisa, Maria? Estevão? - levantou jogando o guardanapo na mesa e foi em direção a sala.

— Eu falo com ela, deixa comigo que isso é problema de mulher, amor! - deu um selinho nele e levantou indo até a sogra, segurou o braço dela e olhou Safira. - O que aconteceu? Você estava tão bem humorada ontem a noite, brigou com meu sogro?

— Brigar? Não, não briguei, Maria... - puxou o braço e passou a mão no cabelo. - Ele que é um bruto e não me entende, por isso nosso casamento desandou tanto.

— Eles são assim, é de família e você mesma me disse, não estaria na hora de você mesma seguir seus próprios conselhos? - cruzou os braços e tocou o nariz vendo ela agitada. - Investe, pega uma camisola bem sexy e ataca teu marido, mulher! - falou fazendo Safira sorrir com a simplicidade que falou.

— Queria eu que fosse simples assim, Maria, aquele ali é muito pior que o Estevão, muito pior. - olhou o topo da escada a espera dele. - Obrigada por nos receber aqui esses dias, menina!

— A casa é sua, literalmente é sua, sabe que sempre será bem vinda aqui e os meninos te adoram. - sorriu ao ouvir os gritos da filha. - Obrigada pelos conselhos de ontem... - piscou para ela e se afastou, dando espaço a Estrela.

Estrela andou sonolenta até a avó e abraçou Safira pela cintura, resmungou deitando a cabeça no peito dela e fechou os olhos com um sorriso de canto.

— Bom dia, vó! - coçou os olhos. - Já está indo pra casa? - olhou duas malas.

— Bom dia, meu amor! - beijou e apertou a neta com amor. - Sim, vamos para empresa e depois diretor pra casa e não me olha com esses olhinhos, você sabe que pode ir lá pra casa quando quiser!

— Eu sei, mas não é a mesma coisa e senhor estava tão legal dessa vez que até a mamãe baixou a guarda e cedeu a seu momento terno, isso é raro, vovó!

Safira riu alto e alisou as costas da neta.

— Sua mãe é uma boa mulher e quando estamos com problemas costumamos ajudar uma a outra, nada mais que isso, uma ajuda entre mulheres da mesma família.

— Minha mãe é maravilhosa, assim como minha avó Aurora. - bocejou e se afastou de Safira se jogando no sofá. - Vocês deveriam conversar mais, vó...

— Sim, nós deveríamos conversar mais, mas ela quase nunca vem aqui, Estrela e eu quase nunca tenho tempo para sair de casa.

— Ela não vem porque fica sem jeito, sabe que a família da minha mãe é simples, a mamãe não veio de um berço de ouro e sei que por isso a senhora implicava muito com ela, mas agora viu que ela não é nenhuma golpista e muito menos ladra, acho que a vovó Aurora tem medo disso, de você a tratar mal ou sei lá o que como já aconteceu de outras vezes.

Ela olhou o avô que descia as escadas arrumando a gravata e sorriu.

— Bom dia, vovô... - falou calma.

— Bom dia, minha vida! Dormiu bem? - se aproximou beijando a testa dela e bufou tentando arrumar a gravata. - Merda de gravata!

— Deixa eu arrumar isso, com essa sua brutalidade só vai amassar a roupa! - Safira se aproximou e arrumou a gravata dele com calma, passou a mão no peitoral dele arrumando a camisa e se afastou. - Nós já vamos, Estrela... Já sabe que se precisar de mim é só me ligar, verdade? - virou alisando o rosto da neta com amor.

— Vocês nem vão esperar o Julinho chegar? - olhou os avós.

— Não, não vamos! - ela falou sem olhar o marido e pegou a bolsa. - Não sei nem o motivo desse menino vir aqui, realmente não entendo!

— Ele vem porque é meu filho, mãe! - Estevão falou ao lado da esposa que saia da sala de jantar com ele e caminhou até onde os pais e a filha estavam. - Independente do que tenha acontecido, o Júlio é meu filho e ele é bem vindo aqui, a final, quem deveria ter raiva disso era a Maria e não a senhora.

— Ele pode até ser seu filho, mas não é meu neto e eu já deixei isso bem claro! - apontou o dedo para o filho. - Eu não aceito filhos fora do casamento, da mesma forma que não aceito netos fora do casamento e não foi assim que eu te criei!

— Safira, eu acho que isso é um assunto que não precisa mais ser mexido, sim? - Maria falou segurando o braço do marido, sentia a respiração nervosa e olhar dos dois e se preocupava.

— Eu vou subir... - Estrela falou baixo sentindo o clima pesado e subiu as escadas.

— Me perdoe por isso, Maria, sua sogra passa dos limites com os pensamentos primitivos dela em culpar uma criança por algo que ela não tem a mínima culpa. - segurou a mulher pelo braço e puxou para si. - Já chega desse show, Safira, vamos pra casa!

— Você não me toca, não me toca que é um defensor do adultério e imagino que já tenha enfiado esse pinto em tudo que é buraco durante essas suas viagens! - falou levantando a voz.

— Mãe, já chega! - ele levantou a voz vendo a situação sair de seu controle. - Eu entendo que tenha raiva, mas não se esqueça de quem empurrou aquela vadia pra cima de mim e de que ela é sua sobrinha, então, não venha dar lição de moral aqui, mamãe!

— Vamos embora, você já passou dos limites, Safira... - sussurrava pra ela. - Anda, não vai querer ficar assada quando eu te pegar, vai?

— Não seja tarado, Henrique! - puxou o braço se afastando ofegante e seu coração veio a boca quando viu aquela criança de olhos azuis bem na sua frente segurando um ursinho que era de Estevão quando pequeno.

Ele coçou os olhos que estavam vermelhos pelo sono que sentia em estar ali tão sedo e bocejou sem entender muito aquele clima pesado, mas deu um meio sorriso tímido e abraçou mais seu pequeno ursinho.

— Oi, meu filho... Quem te trouxe? Hum? - Estevão se aproximou daquele pequeno garotinho de cabelos negros e lisos, pegou o filho o aninhando em seu colo e sentiu a cabeça do menino em seu peito.

— Oi papai! - bocejou e manteve seu olhar intercalado entre Safira e Maria. - A minha mãe, mas aí ela deixou eu ali fora e foi embora. Oi, vovô e Safila... E Maria. - falou um pouco atrapalhado.

Júlio era um menininho esperto que com seus cinco anos ganhava a todos com sua doçura e não lembrava em nada Ana Rosa, a mãe.

— Pensei que não fosse falar comigo, Julinho... - Maria se aproximou tirando o cabelo do rosto angelical do menino e sorriu. - Bom dia!

— Eu tô com sono, Maria, você vai deixar eu dormir com você, né? Minha mãe não dorme comigo, mas você dorme e me dá beijinho de boa noite e deixa eu dormir no meio de você e do meu pai. - ele falou com os pequenos olhos azuis brilhando e Maria pegou o menino dos braços do marido, Júlio logo se aninhou a ela e cheirou os cabelos da madrasta. - Você é cheilosa, Maria.

— É meu amor? - beijou a cabeça dele e olhou a sogra que olhava a cena sem nem piscar os olhos. - Você vai dormir comigo sim, vou te colocar pra dormir e te dar beijinho de boa noite também.

— Vai com ele lá pra cima, Maria, vai que conversamos depois! - falou calmo vendo a esposa subir com o filho nos braços. - Ele pode até ter sido fruto de um adultério, mas ele é só uma criança que independente de tudo merece ser amada e respeitada e aqui na minha casa o meu filho é amado, mãe, independente de você achar certo ou errado.

(...)

NO QUARTO DE MARIA...

Ela deitou o menino na cama e sentiu ele a puxar pela camisola, nunca conseguiu ter nem se quer um pingo de raiva daquele menino, por mais que soubesse de toda a história o único sentimento que nutria dentro de seu coração coração por Júlio era amor, amor de mãe, amor esse que o garotinho tanto sentia falta.

Ele enrolava as pontas do cabelo de Maria em seu dedo e bocejava com a cabeça no peito dela, estar ali era o que ele mais gostava, estar em entre os braços de Maria, se sentia seguro, amado e protegido.

Era apenas uma criança inocente que necessitava de amor e afeto... Era só mais uma vítima da maldade e egoísmo humano que não mede consequências em seus atos e chega a prejudicar até mesmo uma criança.

— Maria? - ele falou baixo sentindo o queixo dela em sua cabeça e jogou sua pequena perninha sobre ela. - Você é minha mamãe daqui, ó... - tocou o peito. - E eu te amo muito demais!

Maria naquele momento sentiu os olhos encharcados de lágrimas, apertou o menino em seus braços e sorriu sentindo o tanto de amor que ele transmitia com a sua inocência.

— Eu sou sua mamãe sim, sou sua mamãe e te amo mais que qualquer coisa, meu menino!


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