Brincadeiras do destino escrita por Phoenix


Capítulo 1
Amor a primeira vista


Notas iniciais do capítulo

O começo de uma LONGAAAAAAA história de amor.



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Esse é o meu primeiro ano nessa nova escola e sei que será um desafio, conhecerei uma cultura diferente da minha, parece um pouco estranho, mas acho que no fundo me sinto à vontade aqui. Hoje será a palestra de abertura.

— Parece que quem fará o discurso é um menino muito inteligente. - Disse uma menina que estava ao meu lado. Ela era negra, tinha o cabelo platinado e cacheado, estava preso e ela tinha uma franja. Era muito, muito bonita.

— Sério? Fiquei sabendo que ele voltou esse ano do Japão, parece que morou a maior parte da sua vida lá. Será que ele fala "pastel de flango"? – Disse rindo a outra menina. Ela era branca e um pouco acima do peso, tinha o cabelo preto e liso, além de um estilo único, de forma que permanecia na moda mesmo usando o uniforme.

— Eu sou a Samanta. - Disse a garota platinada. - Parece que o QI dele é de 200! Ele foi o número 1 no Japão e já é o número 1 do Brasil, chegou com a melhor nota disparado.

— Prazer eu sou a Jéssica. - Disse a garota estilosa. - E qual o seu nome? - Ela virou para mim, perguntando. Eu uma menina parda, de cabelo castanho, nem magra nem gorda, nem bonita nem feia e com certeza nem feminina e descolada como elas.

— Meu nome é Catarine. Fico pensando que tipo de pessoa é esse número 1 de QI 200. Deve ser daqueles japoneses baixinhos, gordinhos, óculos fundo de garrafa, dentuço, feio e deve ser péssimo no esporte, pois nerd geralmente não trabalha o físico, apenas a mente.

Nós demos muita risada imaginando o tipo de pessoa que ele seria.

A cerimônia de abertura se iniciou.

— Chamamos o aluno Irie Naoki. – Disse o Diretor da escola.

A escola segue os costumes japoneses tradicionais, como, por exemplo, chamar os alunos pelo sobrenome, e, até pouco tempo, possuía somente japoneses entre alunos e funcionário que, inclusive, falavam em japonês. Assim, a escola decidiu que os alunos deveriam manter contato com a cultura brasileira, dando bolsa aos estudantes brasileiros que tinham interesse na cultura japonesa e em repassar a brasileira. Meu pai queria eu estudasse em uma escola boa e como seu melhor amigo de infância era japonês ele achou que eu me adaptaria com facilidade.

Aqui estou eu, querendo ver o “pastel de flango”.

 De repente levanta alguém muito alto e diz:

— Hai.

Que estranho, quando chamam precisa falar isso?

 — Gordinho ele não é. – Disse Jéssica.

— Nem baixinho. – Disse Samanta.

— Resta saber se é feio. – Eu disse.

 Quando aquele garoto se virou de frente, minha pupila dilatou, meu coração acelerou, quem era aquele! Irie Naoki! Um gato, lindo, meu Deus que japonês maravilhoso. Ele era bem alto, tinha o cabelo preto e liso comprido até metade do pescoço, aqueles olhos puxadinhos. Decidi me concentrar em seu discurso para ver se tinha como me apaixonar mais.

Ele se curvou com uma reverência e começou o discurso.

Nota mental, será que eu terei que me curvar assim também?

— Hoje iniciamos uma nova etapa na nossa vida escolar. A última etapa no Ensino Básico. Inicia-se também uma situação nova para o Colégio Nipo-Brasileiro, onde agora iremos partilhar nossa cultura e receber a desse país tão hospitaleiro que é o Brasil. Como uma pessoa de dupla cidadania, tenho certeza que essa combinação será de suma importância para o nosso crescimento pessoal, estudantil e profissional, pois cada pessoa única, com suas experiências e as culturas variadas que aqui teremos nos mudarão de alguma forma, espero que daqui até a formatura, eu possa olhar para trás e notar que sou uma pessoa diferente dessa que aqui se apresenta. Conto com os alunos, professores e funcionários para que juntos, nesse processo, possamos crescer não apenas em tamanho e conhecimento, mas também como pessoa. Arigatou.

E ele se curvou novamente.

Parece que a cultura oriental é realmente forte aqui. Mas eu acho muito bom, eles são muito educados. Fico imaginando o tipo de príncipe nipônico ele deve ser: cavalheiro, educado, carinhoso, fofo, tímido. Ai meu Deus!!!!!

— Estou apaixonada. –Disse

— QUÊ??? – Reagiram Jéssica e Samanta.

— Olha eu sei que o boy é gato e tal, mas apaixonada? Já? – Disse Samanta. Ela parece ser uma pessoa mais madura que o normal.

— AMIGA, HELLO!!!! Que isso gata, calma aí. – Disse Jéssica rindo.

Eu olhei seriamente para elas, a ponto de ficarem de olhos arregalados, então lhes disse:

— É sério, nunca me senti assim, meu coração acelerou, eu estou sentindo as tais das borboletas no estômago, é sério, me apaixonei.

Elas riram, e não foi pouco. Algumas pessoas até olhavam para nosso grupo. Nos levantamos e fomos em direção ao Irie Naoki. Eu não estava nem aí para o que pensavam, só me imaginava indo me declarar para ele...

— Olá, me chamo Araia Catarine, estou no 1º F, sei que será impossível estudarmos na mesma sala, já que você é tão inteligente e eu sou mais humilde de inteligência, mas gostaria de declarar os meus sentimentos por você. Foi amor à primeira vista.

— Senhorita Araia, nenhuma inteligência é superior a sua beleza, coragem e fofura, você é uma dama linda, como nunca vi igual, as mais belas flores não são dignas de serem comparadas a sua beleza.

— Aiiiiiiiiiii, Naoki!

Faço um bico, como se fossemos nos beijar e sou bruscamente interrompida por uma voz.

— Você está atrapalhando a minha passagem, saia da frente. Disse alguém à Jéssica.

Imediatamente acordei do meu devaneio, mas não pude perceber quem falou, mas aposto que foi aquele loiro de óculos ao lado o Irie Naoki, um japonês não pode ser tão grosseiro assim. Mas de repente, percebo que estou enganada.

— Sai da frente garota estúpida! – Dessa vez eu vi, eu olhei, eu não queria acreditar, pisquei dezenas de vezes, mas era ele mesmo, IRIE NAOKI QUEM DISSE AQUILO!!!!

— QUÊ???? – Disse Jéssica chocada.

— Além de estúpida é burra, deve ser da turma F com certeza. Continuou Irie a insultar.

Logo o menino loiro pediu desculpas. Bem quem eu pensei que fosse o grosseiro, me senti envergonhada por meu pensamento.

— Ele é temperamental, o perdoe, por favor. – Disse ele se curvando. Depois olhou para Samanta.

Nota mental: Sim terei que me curvar sempre, caçamba.

— Me chamo Smith Wally. Com licença. – Disse antes de sair.

Que menino gentil, eu me senti maldosa por pensar que ele seria uma pessoa grosseira, mas o que realmente me chocou foi a atitude de Irie Naoki, Deus o que foi aquilo? Meu coração estava apertado, mas a minha atração por ele ainda era grande demais.

Depois de andar pela escola, encontrei um garoto meio bruto, parecia que era do interior, usava botas e chapéu estilo cawboy, tinha uma mecha de cabelo que ficava no meio da testa e ele mexia e a enrolava com muita frequência. As pessoas ao seu redor o olhavam com desrespeito e desprezo, odeio esse tipo de atitude. Sem perceber já estou na sua frente sorrindo.

— Oi, tudo bem? Qual é o seu nome?

— Me chamo Queiroz Kawã, vim do interior de São Paulo, estou sem meus pais, moro com minha tia. Quero tentar mudar de vida aqui na capital. – Disse ele com um forte sotaque do interior e um sorriso sem graça.

— Seja bem-vindo! Eu sou Araia Catarine, vamos nos divertir e fazer o nosso melhor para alcançar nossos sonhos. Parabéns pela coragem! Nunca se sinta só, estarei aqui para quando precisar. – Então sorri no final dessa frase.

Enquanto ia embora Kawã me encarava.

(Sons do coração de Kawâ batendo acelerado.)

Enquanto minhas novas amigas e eu íamos para a sala de aula, escutamos alguns alunos falarem a palavra baka.

— O que será que isso significa? – Perguntou Jéssica.

— Eu não sei, mas eles estão se divertindo!- Retrucou Samanta.

— Baka... baka... baka...AH, já sei! Só pode ser BACANA! – Afirmei com toda propriedade. Tola Catarine...

Chegando na sala, o Sensei iniciou a chamada. Estudei muito os comportamentos orientais e decidi mostrar o que sabia.

— Araia Catarine. – Chamou o Sensei.

— Hai, Baka-Sensei! – Respondi.

Todos os japoneses da sala olharam para mim. O Sensei parecia querer me fuzilar com os olhos.

— PARA A DIRETORIA AGOOOOOORAAAAAA!!!

Mas o que eu fiz? Eu chamei ele de bacana em japonês, poxa que pessoal difícil de agradar. Chegando na diretoria, quem está lá? Ele mesmo, Irie Naoki. Ai meu pobre coração.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer nesse encontro casual?