Sophia escrita por znestria


Capítulo 8
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Georgie estava certa: após o sucesso de Potter na primeira tarefa, as pessoas pareciam mais interessadas em discutir seu êxito contra o dragão do que importuná-lo nos corredores. O número de distintivos que diziam “POTTER FEDE” até diminuiu consideravelmente, e os que restaram normalmente se contentavam com “APOIE CEDRICO DIGGORY”. 

O tempo ia piorando cada vez mais. Sophia, entretanto, continuava sugerindo aos amigos que passassem mais tempo nos jardins, mas eles só iam às vezes, e ficavam pouco tempo. 

Em uma tarde de sábado em que se encontravam debaixo da árvore de sempre, Sophia conjurou chamas coloridas em um pote de vidro. O fogo dançava e mudava de cor ocasionalmente, e rapidamente esquentou os amigos.

“Ah, que lindo!” elogiou Georgie. “Podíamos assar marshmallows.” 

“Bom, eu não sei quanto a marshmallows”, disse Sean, revirando a mochila, “mas tenho aqui uns bolinhos de caldeirão que iriam muito bem quentinhos.” 

Os amigos comemoraram e cada um sacou a varinha e fez um bolinho levitar acima das chamas. Logo estavam saciados e aquecidos, e começaram a conversar mais animadamente do que antes. Sophia olhava, distraída, para os jardins ao redor deles. Percebeu, então, que Georgie a encarava curiosamente, e voltou sua atenção aos meninos. 

Passado um tempo, começou a chover, e foram obrigados a correr para o castelo, Sophia um pouco decepcionada. Mais tarde, na Sala Comunal, os amigos voltaram a discutir os acontecimentos da 1a tarefa, coisa que já tinham feito várias vezes. 

“O que vocês fariam?” perguntou Sean. “Eu não faço a menor ideia, os quatro foram muito bem, pensaram muito rápido…” 

“Krum foi bem inteligente de atacar uma região vulnerável do dragão”, disse Georgie. “É o mais fácil e com menos esforço.” 

“É, foi isso que Bard fez para matar Smaug”, comentou Sophia. 

Os amigos a encararam, confusos. Sophia olhou com expectativa para Georgie, mas ela também parecia perdida.

“Você não leu O Hobbit?”, Sophia disse, esperançosa, mas a amiga balançou a cabeça negativamente.

“Hobbit?” repetiu Rogério. “O que é isso?” 

“Ah, são um povo pequeno, do tamanho de anões, mas com pés muito grandes. Gostam bastante de comer”, explicou Sophia, com naturalidade.

“Então basicamente são o Chuck Wright”, riu Sean. Wright era um sextanista muito pequeno e bochechudo. Sophia e Georgie lançaram um olhar repreendedor ao amigo. 

“Parece que você esteve lendo muito o Pasquim”, disse Rogério, sorrindo.

“Não, só ficção trouxa”, respondeu Sophia. Sentia-se um pouco desconfortável quando zombavam da revista. Costumava defendê-la, pois não entendia o porquê dos bruxos acharem que as criaturas que o Pasquim publicava eram ridículas, sendo que era comprovada a existência de umas ainda mais estranhas (como diabretes da Cornualha, por exemplo, que só vivem para causar caos). Só parou quando leu um artigo que dizia que Tom, o dono do Caldeirão Furado, roubava fios de cabelo de seus hóspedes enquanto dormiam para depois esvaziar seus cofres em Gringotes. 

Os amigos voltaram, então, à conversa sobre a primeira tarefa, e logo estavam pressupondo a segunda.

“Aparentemente o ovo só grita quando é aberto”, disse Georgie.

“Um espírito agourento”, propôs Rogério, confiante.

“Ah, isso seria meio óbvio…” comentou Sophia. “Quem sabe alguma coisa a ver com o fato de ser um ovo? Sabe, quando os bebês nascem e saem do conforto do útero, ficam chorando o tempo todo porque acham que estão morrendo.” 

“Acho que brincar de babá seria um pouco fácil para o Torneio Tribruxo”, riu Sean, e os demais se juntaram a ele.

“Ah”, lamentou Georgie. “Queria que fôssemos bem próximos de algum campeão, assim ficaríamos sempre a par de tudo…” 

Sophia suspirou, concordando com a amiga. Queria ser próxima de algum campeão, mas um específico… Quando olhou para Rogério, que parecia pensativo, percebeu que o amigo provavelmente se sentia do mesmo jeito. 

 

 

 

Na quarta-feira daquela semana, Sophia caminhava com Fred e George, conversando entusiasticamente. Tinha acabado de lhes mostrar os pergaminhos de mensagem. Eram, à primeira vista, pedaços de pergaminho ordinários. A diferença é que, quando escrito algo, a mensagem desaparecia e aparecia em outro pergaminho. Sophia, sentindo a falta de algum tipo de comunicação instantânea fácil, enfeitiçara quatro pedaços diferentes para que ela e os amigos pudessem comunicar-se entre si. Era especialmente útil durante as aulas, quando não podiam conversar livremente. 

“Jogamos muita forca em História da Magia”, riu Sophia, e os gêmeos a acompanharam.

“Genial!” exclamou Fred.

“Não acaba o espaço para escrever?” perguntou Jorge.

“A mensagem que você escrever só desaparece quando a mensagem de outra pessoa aparecer. E a mensagem que você receber só vai desaparecer quando você colocar tinta no pergaminho”, explicou Sophia. “Pode ser só um pingo.”

“Brilhante!” Jorge sorriu. “Tem como enviar uma mensagem privada, só para uma pessoa?” 

Sophia franziu a testa. “Bom, não. Eu enfeiticei os quatro em conjunto.” 

“Acho que podemos pensar em um jeito de direcionar as mensagens a pessoas específicas”, disse Fred.

“Assim as pessoas não precisariam comprar conjuntos”, completou Jorge. “Cada um compraria seu próprio pergaminho e, para falar com outros, poderia, por exemplo, só escrever o nome da pessoa.”  

Sophia entendeu. “Como a rede de Flu! Você só fala o nome do lugar!” 

Os gêmeos concordaram, animados. 

Continuaram a discutir possíveis mudanças e também um nome para o produto. Fred e Jorge pareciam muito investidos na ideia de usar os pergaminhos para colar em exames. 

“Será que os encantamentos Anti-Cola não vão detectá-los?” 

Eles fizeram “Hum…”, pensativos. Antes que pudessem dizer algo mais, no entanto, chegaram à entrada da cozinha. Tinham decidido levar a reunião dos jardins para a cozinha, pois ainda demoraria para começar a janta e já estavam com fome. 

Fred fez cócegas na pera verde de um quadro de fruteira, e ela se transformou em uma maçaneta. Giraram a porta para dentro e, tão logo entraram, foram assediados por uma legião de elfos domésticos. Eles os cumprimentavam com reverências, e Sophia desviou o olhar, desconfortável. 

Sentaram-se em um canto, e os elfos trouxeram lanchinhos aos montes. Um deles, no entanto, estava vestido do jeito mais espalhafatoso possível: todas as suas peças tinham estampas em cores berrantes, nenhuma combinando entre si, e usava um abafador de chá como touca.

Sophia abriu um sorriso de orelha a orelha ao vê-lo.

“Olá!” ela cumprimentou. “Qual o seu nome?” 

“Dobby, senhorita!” o elfo guinchou de volta, em sua voz aguda.

“Bela touca, Dobby!” exclamou Jorge.

“Muito obrigado, meu senhor!” ele agradeceu. 

“Dobby, posso te perguntar por que está vestido assim, ao invés do uniforme de Hogwarts?” disse Sophia, o mais educadamente possível.

“Dobby é um elfo livre, senhorita!” ele estufou o peito, orgulhoso. “Compra as próprias roupas com o seu ordenado!” 

O sorriso de Sophia se alargou.

“Que maravilhoso, Dobby! Como exatamente você conseguiu virar um elfo livre?” 

O elfo estremeceu. “Dobby era servo de uma… uma família má!” 

Ele tremia, e Sophia o segurou, antes que pudesse tentar se castigar. Sabia que um elfo que desobedecesse tinha que se castigar fisicamente, de acordo com a magia que o prendia a um amo.

Dobby se acalmou e continuou: “Foi aí que Harry Potter libertou Dobby, senhorita! Harry Potter é um bruxo muito bom, muito generoso, nobre, grandioso! Libertou Dobby com essa mesa meia!” Apontou para uma meia preta e surrada que usava, seus olhos brilhando. 

“Ah, então foi você que fechou a passagem e fez Harry e Rony voarem com o carro para cá, dois anos atrás? E enfeitiçou o balaço para seguir Harry?” perguntou Fred, que parecia achar tudo muito divertido.

Dobby ficou um pouco constrangido. “Dobby estava tentando salvar a vida de Harry Potter, meu senhor! Dobby não queria machucar Harry Potter!” 

“Tudo bem, Dobby”, riu Fred. “Foi até bem engraçado ver Harry sem ossos em um dos braços.” Dobby soltou uma risadinha.

Então voltaram a discutir os produtos enquanto Dobby foi buscar chá. Ficaram pelo menos meia hora, até que se satisfizeram e saíram, com os elfos enfiando mais comida em suas mãos. 

Os gêmeos subiram para a Torre da Grifinória e Sophia para a da Corvinal. Encontrou os amigos na Sala Comunal e dividiu os lanches que trouxera com eles. Enquanto comiam, Sophia contou sobre o que pretendiam fazer com os pergaminhos e sobre Dobby, o elfo doméstico.

“Vou dar o poncho peruano que minha avó me deu para ele. É horrível, tem lhamas de todas as cores estampadas pela superfície”, disse Sean, abocanhando um grande pedaço de bolo. “Ele vai adorar.” 

Sophia riu. “Vai ficar uma enorme capa nele.” 

“Bom, eu concordo em fazermos uma visitinha à cozinha”, disse Rogério, a boca cheia de torta.

Os quatro continuaram comendo, conversando alegremente. Quando todos desceram para jantar, eles ainda estavam tão cheios que decidiram esperar mais um pouco. Sophia e Rogério pegaram seus materiais para fazerem deveres, mas Sean e Georgie ficaram jogando Snap Explosivo. 

Jantaram tarde. Estavam exaustos quando voltaram, então foram direto para os dormitórios. Uma vez em suas camas, Georgie comentou para a amiga:

“Sabe, pelo que você falou, gostei bastante desse Dobby… Ele prova que estávamos certas - realmente existem elfos que são infelizes com seu trabalho e que querem ser livres.” 

Sophia concordou. Também gostara muito do elfo. Estava até pensando em procurar a loja onde o pai comprara o pijama de trevos para ver se tinham uma seção infantil…

 

 

 

Sean realmente falara sério - no dia seguinte, passaram na cozinha antes da aula para entregar o poncho a Dobby. Este guinchou e deu pulos de alegria, e seus olhos até ficaram marejados. O elfo insistiu para que ficassem e comessem algo, mas não queriam chegar atrasados para a aula de MacGonagall, então embolsaram os lanches que os elfos ofereceram e saíram. Georgie adorara ainda mais Dobby ao vivo, e não parecia querer ir embora. Sophia teve certeza, pelo olhar da amiga, que voltaria a visitá-lo.

O resto da manhã passou sem muita excitação. À tarde, porém, a Prof. Sprout repassou um aviso que balançou todos.

“Aos que ainda não sabem, é tradição do Torneio Tribruxo que ocorra um evento social para nos integrarmos mais aos alunos de outras escolas”, ela começou. “O Baile de Inverno ocorrerá no dia de Natal, das oito à meia-noite, no Salão Principal. O traje é a rigor, então sugiro que comecem a se mexer para conseguirem seus trajes… É isso! Estão dispensados! Ah, menos você, Sr. Diggory, venha aqui, preciso dar uma palavrinha com o senhor…” 

Todos se retiraram da estufa, menos Cedrico. Sophia andava lentamente, em silêncio. Os amigos também não falavam, e ela percebeu que provavelmente estavam todos pensando a mesma coisa - quem iriam levar ao Baile. 

Os pensamentos de Sophia foram automática e involuntariamente para certa pessoa de expressão carrancuda, e ela rapidamente sacudiu a cabeça, tentando afastar a ideia. Então olhou para os amigos, assustada que eles pudessem ler sua mente, mas cada um estava absorto em seu próprio mundo. 

Subiram para a Sala Comunal ainda em silêncio. 

Durante o resto dia, os quatro falaram pouco entre si, e Sophia sabia a razão: era porque metade do grupo estava pensando em ir um com o outro. Sean e Georgie tinham começado a agir estranhos quando conversavam: falavam às vezes simpáticos demais, às vezes formais demais.

No dia seguinte, o comportamento dos dois continuou. Foi só à tarde, quando voltaram da aula de Trato das Criaturas Mágicas (que Rogério e Sophia não tinham pego), que mudaram. Os dois estavam muito alegres, e olhavam muito intensamente nos olhos um do outro quando falavam. Sophia e Rogério, quando os viram, trocaram um olhar rapidamente, entendendo o que acontecera. Não fizeram perguntas até a noite, quando Sophia finalmente ficou sozinha com a amiga. 

“Sean me convidou para ir ao Baile!” ela guinchou. “Estávamos voltando pelos jardins, e eu estava tentando me convencer mentalmente a convidá-lo, quando ele foi mais rápido! Ah, foi muito bonitinho, ele estava todo desajeitado, sem graça. Normalmente é bem mais convencido.” Ela disse a última frase em seu tom repreensivo de sempre. 

Sophia sorriu. “Estou muito feliz por vocês, de verdade.” 

Georgie corou. “Vocês já sabiam, não é, você e Rogério?” Sophia assentiu. “É, eu imaginei que já estava meio óbvio. O Rogério, coitado, ficou até um pouco excluído durante a Copa, pelo menos os pais dele estavam lá…” E deu uma risadinha. Então, subitamente disse, fitando a amiga de um modo intenso: “E você? Já sabe com quem ir para o Baile?” 

Sophia desviou o olhar, mas sabia que Georgie estava pensando na mesma pessoa que ela. 

“Ah, ainda não pensei muito”, mentiu. “Talvez um dos gêmeos Weasley, eles são bem legais… Ainda não percebi diferença de personalidade entre eles, então, como são iguais, poderia ser qualquer um dos dois… O Cedrico é bem bonito também, mas, como é campeão, provavelmente deve estar sendo paparicado por um monte de gente… Além do mais, não nos falamos muito.” 

Georgie, que olhava desconfiada a amiga, não pode responder, pois Nancy Clarke, que era muito fofoqueira e intrometida, entrara no dormitório. As duas foram cada uma para seu canto e não falaram mais no assunto até dormirem. 

 

 

 

Nos dias seguintes, sempre que encontrava os Weasley para discutir os produtos que estavam desenvolvendo, Sophia se sentia estranha. Não queria realmente convidá-los, então nem mencionava o Baile, mas sentia Georgie a encarando. Sempre que a amiga a questionava, dizia desculpas como “Ah, mas nem sei se já têm pares… E se não tiverem, como vou escolher qual dos dois chamar? E se o primeiro não aceitar e o outro sim, vai ser estranho… Imagina, saber que a pessoa preferia seu irmão, mas se contentou com você porque era o que estava disponível.” 

Como Sean e Georgie estavam cada vez mais próximos, Sophia passava muito mais tempo com Rogério. Um dia, enquanto faziam tarefa na Sala Comunal, timidamente lhe perguntou sobre o baile.

“Ainda não sei”, ele murmurou. 

“E Fleur?” ela tentou usar o tom mais delicado e descontraído possível. 

“Ah, bom…” ele mexeu no cabelo. “Não tenho falado muito com ela. Só às vezes sentamos perto durante as refeições… E ela parece gostar bastante com o Cedrico.” 

Sophia se sentiu um pouco culpada. Ela e Georgie conscientemente tinham começado a sentar sempre longe de Fleur, porque não gostavam de ouvir seus comentários negativos e não gostavam de ver Rogério se comportando como um cachorrinho atrás dela. E como Sean seguia Georgie e Rogério seguia Sean, o menino falava muito menos com a francesa. 

O amigo se levantou. “Hã… Eu acho que vou para a biblioteca, aqui tá meio barulhento.” 

Sophia assentiu, a culpa aumentando. Entendeu que ele queria ficar sozinho, então não insistiu. Voltou a escrever em seu pergaminho.

Estava quase acabando quando percebeu umas meninas do quinto ano conversando alto a seu lado, dando muitas risadinhas, de um jeito irritante. Ela estava prestes a mudar de lugar quando ouviu algo que a fez parar.

“Você vai com Cedrico para o Baile?” exclamou, eufórica, para Cho Chang. Esta se assustou um pouco mas concordou. Sophia deu uma risada muito alta, e tinha certeza que as meninas provavelmente achavam que ela era louca quando disparou para fora da Sala. 

Correu para a biblioteca. No entanto, Rogério não parecia ter estar lá. Correu pelas prateleiras, não se importando se Madame Pince aparecesse e a expulsasse, precisava encontrar o amigo… Ele tinha que estar ali em algum lugar…

Então deu de cara com uma figura alta e magra.

“Ai… Desculpa, sinto muito mesmo, não vi por onde estava indo…” ela dizia, se levantando, quando percebeu com quem tinha trombado, e paralisou.

Viktor Krum também se levantava, um pouco desequilibrado. 

“Non tem prroblema”, ele disse, em um sotaque muito forte. “Ecstou acostumado a balaços.”

Sophia soltou uma risada muito nervosa. Só tinha ouvido ele falar uma vez, e foram só três palavras (que ela repetiu várias vezes em sua cabeça depois). Desta vez, entretanto, ele soara até amigável, o que era desconcertante. 

“Porr que você ectsava correndo?” ele perguntou, surpreendendo Sophia novamente. Ela demorou um pouco para responder:

“Ah, eu… Hã… Estava procurando um amigo meu.” 

Percebeu que a expressão dele ficou um pouco carrancuda quando disse: “Non vi. Son os de cabelos larranjas?” 

Sophia abriu um sorriso e disse: “Não, é um outro. Ele tem cabelos escuros e pele clara.” 

Krum assentiu, sério. Não falou mais nada. Sophia estava prestes a se virar para ir embora quando ele disse:

“Qual é seu nome?” 

“Ah”, ela exclamou. Ficava estupefata a cada fala dele. “Sophia. Sophia Laurie.” 

“Sofiya?” ele repetiu. “É o nome da capital da Bulgária.” 

“Ah, quase. Meu nome é com ‘ph’.” Como ele não respondeu, Sophia soltou: “Significa sabedoria em grego. Meus pais gostam bastante da Grécia.” 

“Eu sou Viktor”, ele se apresentou. Sophia fez que sim com a cabeça; obviamente sabia muito bem quem ele era. Mas sorriu ao perceber que era humilde, apesar de todo o favoritismo de Karkaroff e do constante assédio de garotas de Hogwarts.

Ele tinha aberto a boca para falar mais uma vez quando Madame Pince apareceu e brigou com eles. Então, com uma cara feia, a bibliotecária encaminhou os dois para fora.

“A Madame Pince não é muito tolerante com barulho”, Sophia se desculpou. “Acho que é mal de bibliotecária.” 

“Em Durmstrang temos um velho mal humorrado também. Mas ele já non escuta muito bem.” Krum disse, fazendo Sophia rir.

Desceram as escadas, meio sem rumo. Ao chegarem no saguão de entrada, pararam, um pouco constrangidos. 

“Hã, eu”, disse Sophia, sem jeito. “Vou para lá.”  E apontou para as escadas que iam em direção da Torre da Corvinal. 

Ele concordou com a cabeça. Sophia não tinha certeza se isso era um gesto de despedida ou não, então esperou um tempo antes de se virar lentamente.

“Sophia”, ele chamou. 

A garota voltou a encará-lo e percebeu que ele franzia a testa. Demorou um tempo para falar:

“Focê querr irr ao Baile comigo?” 

Sophia sentiu como se tivesse sido atingida com um Feitiço do Corpo Preso. Não conseguiu reagir, e ficaram se encarando pelo que pareceram vários segundos. De repente, como se tivesse sido solta, respondeu, por entre os dentes: “Sim.” 

Então o mais espantoso aconteceu: ele sorriu. Seu sorriso era muito sincero e bonito, e Sophia não pode deixar de retribuí-lo. 

“Vejo você por aí”, ela disse e foi embora.

Seu sorriso não vacilou em nenhum momento enquanto subia para a Sala Comunal. 


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