Ensinando a Beijar escrita por Pakkuna


Capítulo 11
Sou Seu Guia




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Mello respirou fundo

Ficou respirando

Inspirava e expirava

Ele estava lá de novo

Na frente daquela porta

Quantas vezes ele já não tinha encarado essa mesma porta?

Era uma tarde de segunda-feira

E também o primeiro dia de aula

Mas da SUA aula

Bateu na porta

Logo ouviu aquelas mesmas palavras de sempre

— Pode entrar

E ele entrou

— Oi – disse Mello apenas

— Está aqui para a nossa primeira aula? – perguntou-lhe Near, calmo e objetivo

Mello se surpreendeu sobre como ele conseguia falar disso tão abertamente, sem vergonha alguma

— A-ahn... Sim, né – respondeu Mello. Foi o melhor que conseguiu dizer

— Ok – disse Near levantando e sentando na sua cama – Bom, sente-se aqui -  completou, olhando em direção a Mello

— Tá – dizia enquanto caminhava até a cama

Mello se sentou ao lado de Near

— Ta bom, e agora? – questionava Near enrolando uma mecha de seu cabelo e colocando uma de suas pernas sob a cama

Mello não sabia o que responder

Não sabia o que fazer

Não sabia por onde começar

Foi aí que teve uma ideia

De como escapar

.

— Por que a gente... não conversa? – sugeriu Mello – Para, sei lá, nós nos conhecermos melhor e para eu saber até onde você tem... hum, conhecimento sobre esse assunto – Mello terminou, olhando para o chão

Para ele, o professor, estava sendo mais complicado do que para o próprio aluno

Melhor, SEU aluno

— Tá – respondeu Near, com certo ar de decepção – Sobre o que exatamente quer conversar?

— Ah – Mello pensou sobre como iniciar essa conversa – Bom, com quantas pessoas você já beijou?

.

.

.

Mas direto do que isso não dava

— Ahn... Só com você – disse simplesmente Near

— Cara, sério. Pode falar – Mello não acreditava. Para uma pessoa como ele era difícil acreditar em coisas assim

— Estou falando, Mello – retrucou, olhando-o nos olhos

— Ah... – foi só o que conseguiu dizer – É sério?

.

— Que tipo de provas você quer que eu te dê mais? – Near respondeu

— Foi mal, é que parece meio difícil de acreditar – Mello falava deitando-se na cama e apoiando-se pelos cotovelos – Agora entendi por que você não beijava tão bem

— Como assim? – questionou-o Near

— Para você beijar bem é algo que se aprende na prática, ou seja, beijando bastante – falava Mello olhando agora para Near

Que estava vermelho com um pimentão

Mello fez uma cara de confuso

Até que entendeu o que disse

Se for para ensinar Near a beijar bem então eles teriam que...

Beijar bastante?

De acordo com Mello, sim

.

— N-não, e-eu não quis d-dizer t-tipo... – Mello tentava se explicar, e Near ficava cada vez mais vermelho – Eu não quis dizer que vamos nos beijar, s-sabe, tipo eu só vou te ensinar. Você vai beijar quem você quiser!

Near respirava calmamente para tentar voltar a seu estado normal

— Mas Mello... – disse Near

— O quê?

— E se... – Near parou um pouco e pensou no que exatamente ia dizer – E se a pessoa que eu querer beijar for você?

Near nem quis saber de rodeios

Mandou essa diretamente

Na cara de Mello

Que agora estava vermelho

Completamente vermelho

— C-como? – ele ainda quis perguntar para saber se era verdade ou não o que tinha acabado de ouvir

— Tipo, eu beijei o Mello – dizia Near, se aproximando – Então o Mello sabe o que tem de errado – e ele continuava se aproximando – Não seria mais lógico se a pessoa que eu beijasse fosse Mello? – Near finalizou, bem próximo a Mello

Mello não sabia o que responder

Então tentou dizer algumas míseras palavras:

— Bom, e se Mello não quiser beijar o Near?

— Seriam apenas beijos, Mello. Por que tem tanto medo? – perguntou Near, olhando-o nos olhos

— Não tenho medo! – exclamava Mello tentando se afastar de Near

— Então por que está se afastando de mim?

— Porque essa proximidade está estranha! – disse Mello, pondo-se de pé

Logo em seguida, Near também ficou em pé

— Mas seriam apenas beijos? Eu não seria diferente de todas as suas ficantes – falou Near jogando essa verdade na cara de Mello

— Mas é diferente! – tentou se explicar Mello

— Por que é diferente Mello? – Near perguntou com uma voz uma pouco mais alta que o normal

— Porque você é um garoto!

.

.

Sim, ele falou isso

Na cara de Near

O silêncio reinou por um longo tempo

Até que um se pronunciou

— Você não levou isso em consideração quando me beijou no refeitório. Por que tantos rodeios?- questionava Near, com a cabeça baixa

— Eu não te devo explicações e eu já te dei todas sobre o por quê de eu ter feito aquilo. Você conhece todas as minhas explicações (lê-se: Álibi)! – exaltou-se Mello – Até parece que você quer mesmo me beijar – completou

É, ele era cego demais para ver

 - Okay então Mello – Near dizia enquanto se sentava da sua habitual forma na cama – Não quero mais discutir. Será que dá para começarmos?

— Não. – respondeu Mello – Vamos deixar para amanhã e eu vou pensar direito no que fazer – disse ele, abrindo a porta e logo a fechando.

Deixando Near sozinho no quarto

E ele seguindo para o seu próprio

— Ah, como eu odeio aquele albino!

Aquelas mesmas palavras de sempre...

.

.

No quarto Near ficou pensando em tudo o que ocorreu

E pensando no quanto Mello era burro

Burro? Não

Melhor dizer cego

Já que não enxergava o que estava bem na sua frente

Near gostava dele

Near sabia disso

Não entendia porque exatamente gostava de Mello

Não entendia direito os seus sentimentos

Afinal quem é idiota o suficiente para gostar da pessoa que mais te odeia?

E ainda querer que essa pessoa descubra?

Então Near quis virar o jogo

Não ia mais tentar fazer Mello perceber

Ia deixar para lá

Ia seguir com as aulas normalmente

Mas sem mais indiretas

Ele já tinha dado todos os sinais possíveis para Mello

Então chega!

É como dizem:

Pior cego é aquele que não quer ver

Mello que continuasse no escuro

Ele que tentasse achar a tomada para acender a luz

E quando acendesse

Melhor, se acendesse

Ele iria se arrepender?

Não sabemos

Near ia ter que continuar com aquelas perguntas

Similares as perguntas que cercavam o Mello dia e noite

Uh, parece que o jogo virou não é mesmo?

Já que gostando ou não

Seu coração não era mais seu

Era a única lâmpada desse mundo escuro

E a única bengala que o cego teria

E o único que o guiaria para fora do quarto escuro

.

.

.

.

.

CONTINUA...


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