POV de Jacob Black

- O que você quer, Edward? - Perguntei quando chegamos a um lugar mais afastado da casa, impossibilitando que nos escutem.

- Eu só quero lhe avisar de algumas coisas, assim como dar um recado. - Ele deu aquele sorriso torto, com qual Bella se derretia. Revirei os olhos, isso já era de se concluir.

- Mas o que você quer? - Repeti a pergunta.

- Bom, eu andei prestando muita atenção na mente de minha filha. - Ele começou a andar de um lado pro outro, fitando o chão. - Ela me pareceu ter vivido um passado muito sofrido e não quero que isso se repita. - Ele parou de andar e me fitou sério. Eu diria mais carrancudo.

- Jacob. - Ele resmungou. Ninguém mandou você invadir a minha mente. Eu pensei debochado.

- Eu não quero brigar, Jacob. Eu só quero lhe avisar que Renesmee me parece muito.. - Ele parou para pensar na palavra. - Muito inocente.

- Como assim? - Eu perguntei confuso.

- Ela não sabia que nem lobisomens e vampiros existiam. Isso tudo é como um mundo novo a ela. Acho melhor, - ele respirou fundo, como se fosse falar algo que não queria, - você levá-la em uma das noites da fogueira. E claro que você não pode falar sobre o impriting com ela. - Eu fiquei de boca aberta. O meu futuro sogrinho vai deixar eu levar a filha para a noite da fogueira? Perguntei chocado e debochado ao mesmo tempo. Infelizmente eu não tinha nada com a Ness.

- Eu escuto pensamentos, Jacob. Achei que você soubesse. - Ele disse nervoso. - Sobre a inocência de minha filha, inclui outras coisas. - Ele disse envergonhado.

- Como assim? - Repeti minha última pergunta, mais confuso ainda.

- Ela é pura, Jacob. - Eu dei um largo sorriso.

- Tá de brinks Edward? - Perguntei se ele estava brincando, debochadamente.

- Eu estou falando a mais pura verdade. Ela nem sequer beijou alguém. - Meu coração inflou de felicidade. - Mas, por isso, você precisa ir com calma. Agora, eu e minha família, delimitamos algumas regras: nada de carinhos indiscretos nela, principlamente enquanto ela for APENAS a sua amiga. - Ele quase guspiu em minha cara, com o ênfase em "apenas". - Não conte a ela sobre o impriting, assim como não dê indiretas, referente a qualquer assunto. Não pode sexo com ela antes do casamento, isso se ela lhe escolher. - O filho da mãe deu um sorriso debochado. - E você não pode tocar no assunto do impriting antes que nós, os Cullen, permitirmos. Fui claro? - Foi mais do que claro, foi transparente! Como assim, eu não vou poder conquistar a Renesmee? Pensei nervoso.

- Nós já conversamos e achamos melhor você dar um espaço para a Nessie. Você poderá vê-la quando quiser, mas não fique sem camisa perto dela - o meu tanquinho a enlouqueceria, eu sei que eu sou gostoso, pensei comigo mesmo, ouvindo um rosnado em responsta. - Nem pense em ter sonhos eróticos com ela cachorro, eu não perdoarei. - Com tanto sogro no mundo, eu tinha que arranjar um leitor de mentes?

- Eu ouvi isso, cachorro. Ninguém mandou você ter impriting com a minha filha. - Ele resmungou. - Eu não gosto disto mais do que você. - Ele resmungou cabisbaixo.

- Tudo bem. A próxima noite da fogueira será próxima semana, vou convidar a Ness. - Eu disse, já caminhando de volta para a casa.

- Nada de intimidades. - Repetiu Edward ao passar correndo por mim e entrar em casa.

- O que você queria com o Jacob, pai? - Perguntou a voz angelical de Renesmee.

- Nada não, filha. - Ouvi uma melodia iniciar no piano. - Essa música eu fiz para você.

Entrei na casa e vi Renesmee sorrindo abertamente.

- Olha Jake. - Ela se aproximou e pegou a minha mão. - Olha essa pulseira que linda. Eu ganhei quando pequena. - Ela me mostrou o seu pulso, onde continha a pulseira que eu a dei quando criança.

- Quem lhe deu? - Eu perguntei com um tom de indiferença.

- Eu não sei ainda, mamãe disse que você me contaria. - Ela seu um sorriso lindo, mostrando os seus dentes branquinhos. - Quem foi? - Seus olhos brilharam de curiosidade

- Fui eu, Ness. - Não, não fui eu quem disse isso, foi a sanguessuga loura! Acho que ela viu a minha cara de ódio e corrigiu. - Estava brincando. Ninguém mais tem senso de humor nessa casa! - Resmungou indignada. Só agora percebi o olhar mortal de Edward. Era a minha impressão ou ele estava do meu lado nessa luta? - Foi o cachorro.

- Foi você, Jake? - Renesmee perguntou com os olhos brilhando de expectativa. Será que ela correspondia aos meus sentimentos? Os olhos dela estavam tão mais brilhantes... Ouvi Edward grunhir. Será que foi algo que eu pensei?

POV de Renesmee Cullen

Desculpe, papai" Pensei após eu ter tido um pensamento inadequado. Me imaginei beijando aqueles lábios carnudos e macios de Jacob, puxando o seu cabelo, enquanto eu me perdia nas estranhas sensações de meu corpo. Meu pai grunhiu de novo. "Foi mal, pai." Pensei me desculpando. "Foi sem querer."

- Não foi nada, Ness. - Meu pai disse e Jacob ficou com um ar de pensativo, até dar um sorriso safado.

- Brigada pela pulseira, Jake. É linda! - Eu disse admirando a pulseira antes que eu corasse.

- De nada, Nessie. Eu fiz ela logo que você nasceu. - Ele disse com um sorriso que poderia ofuscar o brilho de qualquer ator ou modelo. Meu pai riu com esse meu pensamento. "Quer sair da minha mente, senhor Edward Cullen? Eu ainda não me acostumei com essa ideia de ter alguém lendo os meus pensamentos!" Pensei irritada, direcionando o pensamento a ele.

- Desculpe-me, filha. - Meu pai murmurou envergonhado. - Bella, poderia colocar o escudo sobre a Ness? Ela ainda não se acostumou a ter um pai leitor de mentes. - Meu pai falou se gabando. Logo depois grunhiu.

- No Jacob também, Bella. - Meu pai murmurou carrancudo. Ele começou a tocar outra melodia, maravilhosa.

- Essa música é de quem? - Eu perguntei.

- Essa melodia eu compus para a sua mãe, ainda quando a conheci humana. - Meu pai deu um sorriso torto e ouvi a minha mãe suspirar. Sorri diante do amor deles.

- É linda, pai. - Eu disse me sentando no sofá. Jacob se sentou ao meu lado e perguntou:

- Quer assistir um filme? - Ele passava pelos canais da TV rapidamente, como se fosse o dono da casa. Afinal, o que um lobisomem fazia no meio de uma casa cheia de vampiros? E, bem, uma meia-vampira. Olhei para o meu pai afim de ganhar uma resposta, mas ele estava perdido em pensamentos. Eu havia me esquecido que minha mãe colocara o seu escudo sobre mim. Agora meu pai não conseguia ler os meus pensamentos, mesmo eu já estando acostumada. Não era tão ruim o seu poder, quando não se tem um pedaço de mal caminho ao seu lado. O mesmo agora abanava freneticamente com a mão na frente de meus olhos.

- Meu Deus! Ela está catatônica! - Falou Emmett desesperado, me fazendo gargalhar. - Pelo menos, ela é bipolar. - Ele deu de ombros.

- Ness, você está bem? - Perguntou Jake todo preocupado e atencioso. Own, que fofo! *-*'

- Estou sim. Eu apenas fiquei perdida em pensamentos.

- Um beijo por um pensamento. - Pensei ter ouvido ele resmungar baixinho, mas deve ter sido coisa da minha cabeça mesmo. - Eu deixo você escolher o filme se você me contar sobre os seus pensamentos. - Ele fez uma carinha de cachorro sem dono.

- Ok, você me convenceu. - Com aquela carinha, quem ele não convenceria com aquela carinha? - Eu estava pensando... - Fiz suspense. Vi Emmett se aproximar. Meu Deus, mais um fofoqueiro! - O que você, um lobisomem, faz aqui numa casa cheia de vampiros? - Falei tudo muito rápido, mas tenho certeza que ele entendeu. Eu estava muito nervosa, pois não queria expulsá-lo daqui ou ele entender que eu não o queria aqui. Só queria saber, pois sou muito curiosa.

- Er.. - Jacob não falou nada que fizesse sentido. Percebi que ele suava em bicas.

- Meu Deus, Jake! Você está bem? - Perguntei, ele estava mais pálido do que o normal! Me assustei.

- Nessie, o Jacob era apaixonado pela Bella quando ela era humana. - Falou Rosalie (N/A: A fic tem uma vilã, que dumal) fitando as suas unhas. - Ele não conseguiu sair do perto dela agora.

- Mas ele não ama mais ela. - Edward falou sério, com o maxilar trincado e direcionando um olhar mortal a Rosalie.

- Você amava a minha mãe? - Eu tentei manter a voz suave e normal, mas não funcionou muito. Havia mágoa e triteza misturadas no som de minha voz. Lágrimas ameaçaram cairem de meus olhos, mas eu me segurei, pois ele não tinha culpa que a imbecil aqui havia se apaixonado por ele em menos de vinte e quatro horas.

- Sim. - Ele assumiu culpado, fitando o chão. - Mas Nessie, me escuta. Eu amava ela, mas é só porque você... - Ele encarou o meu pai que negou com a cabeça, em sinal de negativo. - Eu não posso falar. - Jacob, que havia se levantado enquanto falava, se atirou no sofá e colocou ambas as mãos na cabeça, uma de cada lado. Parecia que ele não queria ouvir a minha resposta.

- Querida. - Disse a minha mãe, estendendo os braços.

- Por que todos vocês se sentem tão culpados por isso? Qual é o problema do Jacob ser apaixonado.. - Eu estava falando, mas meu pai me interrompeu.

- Era apaixonado. - Corrigiu meu pai ao me interromper.

- Enfim, todos parecem esconder algo de mim, mas eu não me importo. Tem coisas sobre mim que vocês nunca descobrirão. - Eu disse e corri para o quarto. Eu queria extravasar a minha dor chorando, mas infelizmente, qualquer pessoa dessa casa escutaria. Troquei de roupa, escovei os dentes e pulei a janela de meu quarto. Eu precisa correr e chorar. Eram as únicas coisas que eu me permitia fazer agora. Além de, infelizmente, pensar.

Eu pensava em possíveis momentos que teriam acontecido entre a minha mãe e Jacob. Bem, que nenhum deles falou o que eles haviam tido. Imagine se eles namoraram? Fiquei chocada com esse pensamento. Eu parei de correr quando cheguei a uma enorme campina. Flashs passaram por minha mente, mas nenhum deles fazia sentido. Eu apenas via olhos vemelhos, muitos deles. Suas peles eram pálidas e usavam capas negras. Me arrepiei só de pensar em quem eles poderiam ser. Será que era algum Volturi? De acordo com Nahuel (que não se encontrava em casa, não sei onde estava, enfim), foram uns tais vampiros do clã Volturi que me raptaram. Bom, só sei que essa campina não me trazia boas lembranças.

Saí da campina caminhando, até que eu senti um cheiro diferente. Eu já havia sentido em algum lugar, mas não me lembrava onde. Foi quando eu vi o Embry, encostado em uma árvore sorrindo.

- E aí, Nessie? O que faz esta bela dama aqui sozinha? - Ele perguntou brincando.

- Vim ganhar um ar fresco, cavaleiro. Mas e o senhor? Não tardas a chegar em casa. - Ele gargalhou com a minha atuação de século dezoito. Eu sorri.

- Você poderia ser atriz, Ness. Além de ter um corpo lindo, ainda tem talento. - Eu corei fortemente, mas quis disfarçar. - Eu estava fazendo ronda, até que senti o Jake na miinha mente te procurando. Farejei o seu cheiro e a encontrei aqui. Fim! - Ele disse e me estendeu a mão. - Posso lhe acompanhar até a sua casa, pré-atriz?

- Pré-atriz? - Entrelacei a minha mão na dele.

- É, tenho certeza que será uma ótima atriz.

- Mas quem disse que eu quero ser atriz? - Murmurei indignada.

- Eu estou dizendo. - Ele murmurou enquanto caminhávamos pela floresta.

- Eu quero ser professora. Eu quero passar conhecimento aos outros. - Eu disse sorrindo, mas no fundo eu era muito insegura quanto a profissão. Eu não sabia se as aulas básicas do internato ajudariam em algumas coisa. Acho que seria como se eu tivesse feito até a quinta série.

- Não, Ness. Qualquer coisa você pede ajuda ao seu pai ou o seu avô. Tem um bando de sanguessugas lá pra te ajudarem! - Ele exclamou e eu o olhei confusa. - Esqueceu? O seu poder? Estamos de mãos dadas, você está me transmitindo os seus pensamentos.

- Não basta o meu pai em casa. - Bufei irritada, tirando a minha mão entrelaçada na de Embry. O mesmo, gargalhou. Típico dele, pelo o que eu pude perceber nesse pouco tempo.

Percebi que estávamos em um penhasco. Embry se sentou na beira dele e eu apenas o olhei apavaroda. Ele era louco ou o quê? O.o

- Vem aqui, Ness. - Ele me encarou. - Não tá com medo, não é? - Ele arqueou uma sombracelha.

- Tô sim. - Admiti. - Ainda mais, que vai ser um belo afogamento quem cair disso aí. - Eu apontei para o penhasco, que estava uns dez passos a minha frente. Quem caísse dali, cairia diretamente no mar gelado de La Push.

- Qual é, Ness. Eu e os lobos sempre pulamos de alturas maiores do que essa e nunca nos machucamos. - Disse Embry com um sorriso no rosto. - Vem aqui. - Ele deu tapinhas ao lado da rocha onde estava.

- Eu não. - Tremi só de pensar na altura.

- Então eu vou aí te buscar. - A última coisa que eu vi foi Embry correr ao meu encontro com um sorriso safado. Me pegou nos braços rapidamente e depois eu senti o ar batendo no meu corpo. Era desconcertadora a liberdade que eu sentia agora.

Embry estava com os braços em minha cintura, isso me permitiu de não afundar, pois eu não tinha prática em pular de alturas altas assim. Senti a água gelada atingir meu corpo, mas com o calor de Embry, era até propícia uma água tão gelada. Cruzei os meus braços sobre o pescoço de Embry enquanto voltávamos para a superfície.

Abri os olhos e vi ele sorrindo. Eu estava tentando recuperar o fôlego, quando vi Embry estava com os lábios entreabertos encarando os meus assim também. Eu sabia o que viria a seguir, mas eu não queria que fosse com ele.

- EMBRY! - Ouvi uma voz chamá-lo e virei o rosto na direção. Senti os lábios de Embry roçarem em minha bochecha.

Percebi de onde vinha voz, era de Seth. Ele estava rindo debochado de cima do penhasco, onde, pelo o que os meus olhos focaram, haviam vários homens musculosos e morenos lá em cima. Eu não os conhecia (ou apenas lembrava) deles, mas algo me fez sorrir pra eles.

- Ele não perde uma! - Ouvi uma voz rouca e grossa exclamar.

Não entendi o comentário, apenas nadei para a beira da praia, com Embry nos meus calcanhares. Não literalmente.

- Você quer subir e conhecer o resto do bando? - Ele perguntou fitando o penhasco.

- Pode ser. - Eu sorri.

- Então vamos. - Embry estendeu a mão.

- Não mesmo! Você não verá os meus pensamentos! - Falei, fingindo estar brava. Cruzei os braços.

Só então eu me dei conta. O vestido bege agora estava colado em meu corpo! Passei a mão para dessamasá-lo e tentei tirar o excesso de água. Assim como fiz com o meu cabelo. Ainda bem que a minha maquiagem básica era a prova da água, se não o meu lápis estaria todo borrado!

- AH NÃO! - Exclamei ao perceber que a minha pulseira de madeira, que eu havia ganhado do Jake, estava toda molhada e mal percebia-se a cor oficial da madeira, que era de um lindo tom avermelhado.

- Que que foi? - Perguntou Embry aéreo.

- Olha Embry! - Eu exclamei apontando para a minha pulseira e senti lágrimas cairem de meus olhos.

- Ai, Ness. Tá assim por causa dessa pulseira velha? - Ele perguntou.