Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 3
Melissa


Notas iniciais do capítulo

Oi, estou de volta!
Diz aí, o que você faria se tivesse acabado de se mudar para um lugar novo? Seus planos incluiriam dormir e desfazer as malas? Bem, a Luisa não quis ficar jogada no sofá...
Bom capítulo pra vocês!



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Diário de Luisa Parkinson

   “Aonde moro atualmente, até  que  é  bem tranqüilo... As  ruas  não  são movimentadas,  de  vez  em quando  passa  um carro,  parece  até  que  moro no interior!  Já  faz  um dia que  me  mudei para  a  rua Bannerman;  antes eu morava  em um rua barulhenta,  com carros  passando de minuto em minuto, e ainda por cima com vizinhos chatos, implicantes  e  monótonos... Algo me  diz  que aqui  será  diferente.  É tão empolgante! Já  estou  até me acostumando com o sossego, e  a paisagem é  simplesmente  linda,  com  várias  árvores  nas  calçadas, pássaros  que  vem  e vão  pelo  céu  em bandos (alguns  até  de  espécies  que  eu nunca  tinha visto!).  Apesar de ser  um lugar bastante comum, ele me transmite  paz e felicidade...”

   “Posso até  ser nova por aqui,  mas julgando  por essa vista  belíssima  que  terei a sorte de poder prestigiar todas as manhãs, da janela do meu quarto, já  me sinto bem vinda...”

  “Bom, acho melhor dar uma volta por ai, afinal, o dia está lindo e não deve ser desperdiçado! Ah, qual é?  Você  realmente  achou que  eu ficaria  o dia  todo  enfornada  nessa  casa,  desfazendo  as  malas  que faltaram e  colocando as  coisas no  lugar?   Errou!!!   Tenho  o resto da  semana para fazer isso tudo.  Há muito  para se fazer e conhecer por aqui e, com meu “espírito aventureiro”, até os astros sabem que eu não conseguiria me conter por muito tempo... Enfim, volto a  escrever  mais  tarde, quando eu tiver mais novidades para registrar”.

 *    *    *

   Após terminar de escrever, Luisa saiu do aposento decidida a fazer algo incrível naquele dia. Dirigiu-se para a escada. Martelou os pés nos degraus ao descê-la em ritmo acelerado. Atravessou a sala de estar, no andar de baixo, e rumou em direção a porta de entrada, sem pensar duas vezes. Abriu-a, mas antes de sair lembrou-se de que quase esquecera sua inseparável bolsinha rosa de estampa florida, que levava consigo pra todo lugar. Voltou para dentro de casa, procurando puxar na memória aonde a havia deixado pela última vez. Por fim, foi encontrá-la atrás de uma almofada, no sofá.

   Finalmente! Agora estava pronta para encarar as surpresas que a esperavam do lado de fora.

   Com um sorriso empolgado no rosto, atravessou a fachada da casa, rumo à calçada. Segurou nas barras do portão, por um minuto, e respirou profundamente antes de abri-lo e sair para a rua deserta.

   Seus pés tocaram a calçada... E a ansiedade veio. Não sabia por onde começar.

   Ela queria sair, dar uma olhada por ai, conhecer seus novos vizinhos; Talvez no meio do trajeto ela acabasse encontrando sua prima Maria, e Alam, seu tio, quem indicou aos pais de Luisa, a casa para qual se mudaram no dia anterior. Luisa não sabia exatamente em qual das casas a prima e o tio moravam. Tudo porque, há tempos atrás, Alam e Crycie –os pais de Maria –estavam se divorciando. Maria acabou ficando com o pai. Danielly –mãe de Luisa e irmã mais nova de Alam –não tinha vindo visitá-los até então, por falta de tempo livre para planejar uma viagem. O problema é que eram muitas casas para escolher e Luisa não conseguia decidir aonde ir primeiro.

  -Por qual delas devo começar? -disse ela, pensativa. –São tantas!

  De início, achou melhor optar por escolher uma casa mais próxima a sua. A casa de Luisa se encontrava bem no meio da Rua Bannerman; Havia um sobrado branco à sua esquerda e uma casa verde a sua direita. Não havia mais que pestanejar... Era agora ou nunca.

   -O.k! Vou tentar o sobrado primeiro...

   Luisa passou pela entrada do sobrado e parou em frente a uma porta branco-encardido, rumo ao desconhecido, esperando ansiosa para saber quem morava lá. A garota bateu uma vez na porta, duas vezes, três vezes... E nada. Mas suas expectativas não a abandonaram. Luisa era persistente até demais. Não deixaria nunca um imprevisto estragar seu dia. Portanto, continuava sendo “agora ou nunca”.

   Insistiu mais um pouco e, sem sucesso, tentou outra abordagem que também servia para chamar a atenção. Essa, diferente da antiga, era bem mais sutil; Era somente usada em ultimo caso e costumava funcionar muito bem no seu antigo bairro. Ela encarou a porta pacientemente, recuou alguns passos para ver se não havia ninguém mais na rua, então usou sua arma secreta: Começou a gritar as primeiras coisas que lhe vieram à cabeça.

  -Oooi! TEM ALGUÉM EM CASA??? SOU LUISA PARKINSON, A  NOVA  VIZINHA! EU ME MUDEI ONTEM PARA  A  CASA  AO  LADO. EU IA  FAZER  COMO  TODO  MUNDO, IA  CHEGAR  E  ME  ATIRAR  NO  SOFÁ, COMO TODAS  AS  PESSOAS  QUE  ACABAM  DE  SE  MUDAR,  E  DEIXAR PARA  CONHECER OS  VIZINHOS  QUANDO  DE  REPENTE  ALGUÉM  SAÍSSE  DE  CASA  PARA  LEVAR  O  LIXO  NA  RUA  OU  FOSSE  PASSEAR  COM  O  CACHORRO... SÓ  QUE    EU  ACHEI  QUE  RENDERIA  MAIS  FAZER  ISSO  AINDA HOJE. MINHA MÃE  SEMPRE  DIZ  PARA  NÃO  DEIXAR  PARA  AMANHà O  QUE  PODE-SE  FAZER  HOJE,  E, LOGICAMENTE FALANDO, “EU JÁ DEIXEI PARA O DIA SEGUINTE” PORQUE ME MUDEI ONTEM E...

  -EI, VOCÊ!—disse uma voz desconhecida às suas costas.

   Luisa virou-se instantaneamente para a rua. Lá se encontrava uma garota alta e magra de cabelos loiros cor de mel. Seus olhos eram um tom misto de um azul-esverdeado. A garota estava com metade do rosto encoberto pela sombra que a casa de Luisa produzia na rua; na outra metade de seu rosto refletiam-se pequenos raios de sol que ultrapassavam o muro não tão alto, da divisa das casas. A garota usava uma regata e um shorts jeans. Tinha uma voz amiga e acolhedora, típica de uma pessoa tentando fazer amizade.

 -Quem? Eu? -indagou Luisa.

 -É, você! O que acha que está fazendo ai gritando feito louca na frente dessa casa velha? Quer acordar o quarteirão todo???? –obs: (Eram exatamente oito e vinte da manhã).

  -Não, essa não foi minha intenção –apreçou-se em dizer Luisa, meio embaraçada. -Eu só vim me apresentar aos vizinhos... 

  -Mas por que insistir nessa casa? –contestou a outra.

  -Não sei, tem algum problema com ela? -perguntou Luisa.

  -Não. É que ela é velha. E eu nunca vi ninguém entrar ou sair daí... Se sua intenção era conhecer os moradores dessa casa, lamento lhe informar que você veio aqui por nada, porque desde que eu moro aqui essa casa está vazia.

 -Você mora aqui há muito tempo?

  A garota refletiu um pouco.

 -Há aproximadamente uns catorze anos.

 -Sério? Quantos anos você tem?

 —Catorze anos. –respondeu ela, simplesmente. -Por quê?

  -Então você mora aqui desde que nasceu? –concluiu Luisa.

 -Desde que me entendo por gente –concordou a outra, com um certo orgulho na voz. -E quando exatamente você se mudou pra cá?

 -Ontem, às sete e quinze da manhã... Mas como você sabe que me mudei?

 -Bem, é meio obvio não é?  Você gritou tão exageradamente alto que chego a achar que o quarteirão inteiro sabe que você se mudou pra cá ontem... Mais tudo bem, não tem importância. Eu imagino como deve ser se mudar para um lugar novo. –ela sorriu, compreensiva, e se aproximou. -Sabe, eu sou a única moradora da rua aqui presente, mas se você quiser se apresentar devidamente... Sou toda ouvidos

 -Meu nome é Luisa Parkinson Guimarães Jackson, mais se preferir, me chame apenas de Luisa.

 -Ah, EU SEI! -interrompeu a garota.

 -O quê?

 -Eu sei que você se chama Luisa Parkinson...

 -Como...?  –Luisa franziu a testa. 

 -É elementar minha cara Luisa...—a outra disse, com ar brincalhão.

 -Não vai dizer que eu disse meu nome em voz alta também? –perguntou a morena, alarmada.

 -Não. –negou a moça desconhecida.

 -Então como você...?

 -Devo lembrá-la que você disse para eu não dizer que você disse seu nome em voz alta. E eu não disse.

 -Desculpe, mas... O quê?—gaguejou Luisa confusa. -Então, isso quer dizer que eu falei ou não?

  A garota sorriu largo.

 -Sem duvida.

 -Então eu... Ai, meu Deus! -exclamou Luisa ao perceber o que tinha feito. -Eu gritei tão alto assim? Você acha que mais alguém ouviu? Droga, gritar para chamar atenção dos vizinhos costumava valer como um sussurro onde eu morava... Ou esse lugar é calmo demais ou de onde vim é que era muito barulhento!

  -Eu não sei dizer... –admitiu a outra. -Mas acho que as pessoas têm que dar uma chance a você. Afinal, você é nova aqui! Não sabe nosso estilo de vida... Mas não se preocupe, vai se acostumar rapidinho!—ela cruzou os braços, observando Luisa. -E cá entre nós, eu acho que cheguei a tempo de te impedir de acordar algum indivíduo.

  -Como você pode ter tanta certeza? -perguntou Luisa, preocupada.

 -Porque ninguém saiu correndo de casa, desesperado de susto, USANDO PIJAMA, e  SEGURANDO  UMA  FRIGIDEIRA ou um TACO  DE  BASEBALL  para correr a traz  de você!

   As duas riram, ambas imaginando a cena descrita pela garota.

  -Á propósito, você ainda não disse seu nome. -lembrou-se Luisa, em perguntar.

  -Tem razão. Desculpe! Ultimamente ando tão distraída... Eu me chamo Melissa Rivera Alcântara -disse a garota. -Mas pode me chamar somente de Méli. É assim que todos me chamam...

 -Méli? Ah, certo. –memorizou Luisa. Então pensou em outra coisa para perguntar. -Onde você mora?

 -Moro naquela casa bem ali... –disse, apontando para a casa verde ao lado da casa de Luisa.

 -Não acredito! Você é a moradora da casa verde? Eu moro nesta casa amarela, ao lado da sua! -disse Luisa entusiasmada.

 -Moradora da casa amarela? –Melissa olhou para a casa. Nunca nem sequer havia reparado na cor.

 -É isso mesmo! Eu quase que fui na sua casa primeiro, mas alguma coisa nessa casa velha me chamou a atenção...

 -Sei como é. Esse é o efeito dos casarões antigos: Sempre atraem a atenção das pessoas. Não é a toa que renderam muitos filmes de suspense e terror, envolvendo casas abandonadas e coisa e tal. Elas são devidamente interessantes e inegavelmente misteriosas.

   Luisa assentiu positivamente, ainda olhando de soslaio para a casa que rangia e estalava no seu interior. Quase ao mesmo tempo, um carro passou por elas na rua e fez com que as janelas de vidro fosco trepidassem momentaneamente.

  -Então quer dizer que foi você quem comprou a casa ao lado da minha? –Melissa retomou o assunto. -Percebemos uma certa movimentação ontem de tarde, mas não desconfiei tratar-se de uma mudança. Minha mãe mesma achou estranho, pois essa casa estava a venda a vários meses e nenhum comprador havia dado as caras. Até agora. –e lançou um sorrisinho simpático para a menina nova.

   -Compramos a casa uns dois meses antes de virmos morar aqui. -confirmou Luisa. –Mudança é algo demorado.

   -É verdade. Então somos oficialmente vizinhas agora. -concluiu Melissa. –Gostei dessa história de ser a primeira pessoa a te dar boas vindas...

   -Ah, obrigada! -sorriu Luisa. –É mesmo um máximo estarmos morando lado a lado, não é?

   -É mais do que isso! É fantástico! -disse Melissa radiante.  

  -Você estava indo pra casa? -perguntou Luisa, percebendo estar, sem querer, impedindo a garota de terminar seus afazeres.

  -É, eu acabei de voltar da padaria. Fui comprar pães frescos para o café... Minha mãe pediu isso pra mim. Você sabe como são as mães: “Elas não deixam passar uma oportunidade de nos tirar da frente da tv”. É como se a vida delas dependesse de não deixar os filhos sem fazer nada! Pode reparar: elas sempre nos arrumam um serviçinho...  Mas aí eu te pergunto: Qual o mal de não se fazer nada?

  Então, com essa constatação final, as duas seguiram para o portão da casa de Melissa, conversando como se fossem velhas conhecidas. Acabaram trocando telefones e falaram de coisas que tinham em comum. Luisa contou histórias sobre ela e sua vida em seu antigo bairro, enquanto Melissa falava sobre o dia a dia no bairro das Turmalinas e na Rua Bannerman, alertando a recém chegada de todas as manias e normas que o bairro seguia. Uma das primeiras coisas que Melissa alertara Luisa era sobre o “horário do silêncio” -Lembre-se disso, dizia ela, aqui você só pode falar alto nas ruas ou bater na porta de alguém a partir das nove e meia ou você correrá o risco de acordar alguém. E acredite, isso será a ultima coisa que você vai querer fazer! Confie em mim, eu falo por experiência própria!—intensificava ela.

 -Caramba! Como as coisas acontecem, não? -comentou Luisa, pensativa, depois de algum tempo.

   -Do que você está falando?

   -É só meu segundo dia nesse novo bairro e eu já encontrei uma amiga!

  -Ah, isso? Bem, devo admitir que não é sempre que consigo ser assim com alguém desconhecido! Geralmente sou mais calada. Nós realmente temos muito em comum... –admitiu Melissa, abertamente.

    Luisa soltou uma risadinha.

    -Do que é que você está rindo? –quis saber Melissa, logo no principio.

   -Desculpe. É que eu não consigo imaginá-la sendo calada... –explicou Luisa.

  -Mas é verdade! Sei que é difícil de acreditar, tipo “eu sendo calada?”, mas é a pura verdade. Eu não sou assim sempre...

    -E eu posso dizer que acredito. –falou Luisa, pela surpresa dela. -Nós realmente temos muito em comum. Acredito que seu jeito desinibido tenha algo a ver com isso. E... Não quero nem pensar no que teria me acontecido se...  -Luisa parou de falar por um instante e sorriu, de canto de lábios.

  -O quê foi? Do que está rindo agora? -indagou Melissa, pegando-se rindo também.

  -De tudo que poderia ter me acontecido se você não tivesse aparecido e me informado, ainda em tempo, sobre o “horário do silencio”.

 -Ah, tipo:Os moradores saírem de suas casas segurando frigideiras e tacos de baseball?—falou Melissa com ar de riso. Havia algo de estranho no modo como ela pronunciava aquela frase, como se fosse um texto já há muito tempo decorado. -Bom, talvez eu possa ter exagerado um pouquinho. Mas, mesmo assim, teria sido bem engraçado...

   -Então quer dizer que era brincadeira? –espantou-se Luisa, novamente confusa.

   -Claro que sim! –ela deu de ombros. –Se acontecesse algo, é obvio que não seria assim, mas eu vou dizer o que realmente poderia ter acontecido: “provavelmente você iria de porta em porta, acordando todo mundo e deixando todos com raiva de você. Ai você voltaria pra casa e passaria o resto do dia trancada no quarto mofando, sozinha e solitária...”.

   -EI, TAMBÉM NÃO É PARA TANTO!—retrucou uma Luisa, fingindo irritação.

   -Eu sei. Isso também foi brincadeira... -riu-se Melissa. Luisa juntou-se a ela. Aquela garota era realmente hilária. –Mas se não fosse assim, provavelmente seria algo bem próximo disso. –concluiu a loira.

   Após mais algum tempo jogando conversa fora, no portão da casa de Melissa, as duas garotas se sobressaltaram ao ouvir uma voz ligeiramente alterada, vinda de dentro da casa:

   -Melissa Rivera, trate de entrar logo em casa e trazer esses pães para podermos tomar café! Puxa, daqui a pouco já estará na hora do jantar e nada dessa menina aparecer!!!

     Melissa encarou a amiga, fazendo uma careta.

   -É a minha mãe -explicou ela. -Eu não disse que ela não perde a oportunidade de me chamar sempre que eu estou me divertindo!? -disse ela revoltada. -Já estou indo!— acrescentou, na direção da casa.

   -Então é isso... Vou pra casa. Quem sabe a gente se vê mais tarde? -disse Luisa, já abrindo o portão de sua casa, tentando não atrasar, ainda mais, a garota em sua companhia.

   -Espera! -interpôs Melissa, no mesmo momento. -Por que você não vem comigo? Assim aproveito e apresento você pra minha mãe! Ela com certeza vai querer te conhecer...

    Luisa abriu um grande sorriso.

   -Então O.k! Só deixe-me avisar minha mãe aonde vou. Não quero que ela fique preocupada...

   -Tudo bem, eu espero.

   Melissa imaginou que a amiga fosse dar um grito para dentro dos portões de casa, já que estavam paradas logo ao lado de sua atual moradia, mas na verdade, o que se sucedeu foi o seguinte: Ao invés de gritar, Luisa tirou um celular da bolsinha florida e ligou para sua mãe instantaneamente. Logo de imediato, Melissa teve um acesso de riso ao se deparar com a cena.

    -Que foi? -indagou Luisa, enquanto discava o número de sua casa.

   -Você mora exatamente aqui! Por que simplesmente não vai chamar sua mãe?

   -Bom, você me alertou sobre o problema da gritaria por aqui, e tem mais: eu ganhei esse celular há quase duas semanas atrás, sendo que meu aniversário foi em novembro do ano passado! Sabe como é: Presente de catorze anos super hiper atrasado! -explicou a garota sorridente. –Acredite, assim é mais divertido...

    As duas se puseram a rir até que a mãe de Luisa atendesse o telefone, e isso não foi logo. Como a garota suspeitara, sua mãe perdera de novo o fone sem-fio de vista, e à uma hora dessas, deveria estar revirando a sala em busca do aparelho. Por fim, elas conversaram. E desligaram.

   -E então? Ela deixou? –perguntou Melissa, de súbito.

   -É evidente que sim! -sorriu Luisa.

   -Excelente! E sabe do que mais? Podemos assistir uns filmes depois...

   -Ótima idéia!

   Melissa continuou a falar sobre como decidiriam passar aquela tarde agradável, já abrindo o portão de sua casa e atravessando o quintal na entrada, pronta para apresentar tudo para Luisa... Sua mais nova amiga Luisa! Nesse ínterim, a morena começou a refletir sobre como havia conhecido aquela garota por acaso e ter sido tão espontânea ao falar com ela, e também, sobre como o fato de as duas terem muitas coisas em comum (até de mais) poderia não ser mera coincidência, mas obra do destino.


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram da Melissa? Deixem comentários :)