Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica escrita por Gizelle PG


Capítulo 19
Pra que tanto picolé?


Notas iniciais do capítulo

Olá meu povo! :D

Vamos a mais um capitulo que a coisa tá esquentando aqui...

"O horário da manchete de jornal estava certo... Agora alienígenas hostis estão no controle da escola. É no meio dessa enrascada, que o trio de amigos se re-estabelece... Mas não importa o que façam, o adversário parece sempre estar em vantagem. Muita água ainda vai rolar até as coisas se resolverem, e alguns velhos amigos podem aparecer para ajudar".



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748924/chapter/19

Mas que diabos você está fazendo?—gritou Melissa, finalmente desvencilhando o braço do da amiga. Ela fora arrastada para fora do salão, em direção ao corredor das bebidas, onde Luisa estivera mais cedo. –Eu ainda não havia terminado com o Daniel San!

—Pode crer, vocês dois já acabaram—intrometeu-se o Doutor, postando-se entre as duas.

Você!—gritou Melissa, indignada ao ver o rapaz. –Não! Tudo menos você!

Prazer em revê-la também, Melissa—sorriu o Doutor, ironicamente. –Também senti sua falta.

—Seu incompetente! Por que resolveu voltar logo hoje? Estava planejando estragar a maior noite das nossas vidas? Porque conseguiu!

—Você está bonita de vestido –disse ele, selando as portas que levavam ao salão de festas, com a chave sônica, isolando-os do restante das pessoas.

Quê?—indignou Melissa. –Eu estou aqui, te dando o maior sermão de todos, e você vem falar do meu vestido? Não mude de assunto seu pervertido!

—Não leve a mal, mas eu estava me referindo à Luisa. –explicou ele, inocentemente, de modo a fazer a outra corar. –Quanto a você, menina irritante, se quer um elogio sincero sobre suas roupas, então eu ficarei feliz em mentir.

Melissa cruzou os braços, aborrecida, e revirou os olhos, soprando para o lado um punhado da franja que soltara do penteado. Ela sabia que ele só a estava provocando e que a ultima vez que isso ocorrera fora há anos atrás. Não deixaria isso ficar barato! Discutir com ele era basicamente seu jogo favorito. Ela não perderia a chance de pegar no pé do rapaz por nada no mundo. Nada, a não ser por Luisa.

—Mais que droga! Parem vocês dois! –disse Luisa, fazendo os dois cessarem a discussão. A garota correu para a outra extremidade do corredor, ficando emparelhada com o relógio na parede. Foi com a voz receosa que anunciou: -São vinte três e quarenta e cinco. É agora. Meu Deus, é agora!

—Do que você está falando? –perguntou o Doutor, indo na direção de Luisa, olhando do relógio para a menina e da menina para o relógio.

—Estou falando daquela coisa! Afinal, por que você nos trouxe para cá? Será que não percebe que não adiantará nada nos salvar se todas aquelas pessoas ficarem pesas cara a cara com aquele monstro!? –repreendeu-o Luisa.

—Você disse monstro?—perguntou o Doutor, ignorando aparentemente todo o resto da afirmação. –Então você viu alguma coisa?

—Vi sim... –disse Luisa, meramente confusa. –Espere só um instante: Você está aqui por causa dele não está? Sabe quem ele é? Sabe o que quer conosco?

—Não –contrapôs o Doutor. –Não sei qual o interesse dele em vocês... Nem sei de quem se trata, pra começo de conversa.

—Fala sério! Você? Sem saber de alguma coisa? Me belisque, acho que estou sonhando... –cutucou-o Melissa.

—Estou falando sério! Na verdade, eu só estava passando por aqui... Estava completamente absorto, cuidando da minha vida, quando a TARDIS localizou ação alienígena hostil nessa área. Achei que não faria mal dar uma olhada e ver o que podia descobrir. Nem esperava ver vocês por aqui. Já que falamos nisso, por que estão aqui?

—Estudamos aqui –explicou Melissa. –Hoje é a nossa formatura...

Formatura?—ele pareceu meramente confuso. –Por acaso é aquela coisa que as pessoas fazem na igreja quando crianças, todo domingo, durante um ano inteiro?

—Não, isso é Catequese. Que é totalmente diferente de formatura informou Melissa, pacientemente. -Formatura é uma festa que os alunos dão para comemorar o fim de um ciclo de aprendizado. No nosso caso, é o término do Ensino Médio.

—Ah, claro! Claro! Falta de atenção minha –disse ele, se espreguiçado. –Pois bem, então deve ter a ver com a permissão que vocês precisam para poder prestar serviços ao exercito, estou certo?

—Não é bem isso –retorquiu Melissa, franzindo a testa. –Até onde eu sei, significa que podemos prestar uma faculdade e mandar um pouco mais em nós mesmos... Quanto ao exército, não sei de nada quanto a isso. Só acho que eu não ficaria bem no posto de servidora da pátria. Você consegue imaginar as palavras “Melissa, cumpridora das leis” na mesma sentença? Pois é, nem eu...

—Tem razão! –sorriu ele. –Desculpe o mau jeito, estou um pouco enferrujado desde a ultima vez que nos vimos. Isso já faz tempo, eu presumo... –deu uma inspecionada no visual das duas. -Quantos anos vocês tem agora?

—Dezessete –murmurou uma Luisa, em um volume muito inferior ao que costumava usar para falar. Durante toda aquela conversa, ela estivera longe dali, com o rosto apoiado contra a vidraça das portas do salão, tentando enxergar alguma coisa através desta... O que era praticamente impossível, pois o vidro era fosco e qualquer coisa que passasse do outro lado não pareceria com mais nada além de um borrão colorido. O Doutor e Melissa voltaram-se para ela, quase ao mesmo tempo que a menina voltou a encará-los também. Dando as costas para a porta, ela cravou seus grandes olhos castanhos nos amigos e disse:

—Não acham que está... Muito quieto lá dentro?

—Quieto demais –concordou o Doutor passando novamente a chave sônica na porta, achando a freqüência certa e destrancando a maçaneta. –Garotas... Fiquem atrás de mim.

Eles entraram no salão. O silencio era completo, o que tornava a situação cada vez mais tensa. Logo de início um choque: pessoas. Muitas pessoas. Pessoas caídas no palco, pessoas sob as mesas, pessoas deitadas na pista de dança... Pessoas desmaiadas por todos os lados! “Parecia hora da sesta no hotel da preguiça”. Todos estavam por aí, largados como se sua alma estivesse afastada do corpo. Como se ali só sobrara o corpo físico. Nenhum deles parecia voltar a si, todos apagados por conta de alguma coisa que no mínimo, ingeriram ou inalaram no decorrer da festa.

—Mas o quê... –Luisa não acreditava em seus olhos. Todos os seus amigos e muito mais estavam fora de si. Ela avistou Ferris caído próximo à porta, provavelmente tentara escapar do que quer que fosse, antes de cair desmaiado. Ela tentou reanimá-lo, mas de nada adiantou. Estava prestes a mudar de estratégia,  quando algo a afligiu ainda mais: a visão de sua mãe caída na outra extremidade do salão fez eriçar os cabelos em sua nuca e seu coração palpitar acelerado. Era a sua mãe caída no chão. Sua mãe e seus amigos estavam no chão, inconscientes. Luisa definitivamente precisava fazer alguma coisa!

—Doutor... –chamou ela incrédula. –Venha ver isso... –havia resíduos do tal picolé misterioso de chocolate por todos os lados, inclusive nas mãos e lábios das pessoas. Luisa lembrou-se de como fora estranho a distribuição dos sorvetes começar assim, do nada, no meio da festa de formatura. Ela pretendia mostrar o tal picolé para o Doutor escaneá-lo com a chave sônica, mas foi no exato momento em que pretendia fazê-lo, que a tal criatura verde saltou do teto (sabe-se lá como foi que conseguiu se sustentar lá em cima, com o peso e o tamanho que tinha) bem em frente ao trio que gritou e saiu correndo, dessa vez sem nem ao menos ter a chance de lacrar a porta. Com o baque que o bicho proporcionou ao chocar os pés contra o chão da pista, um disco na sala do DJ girou e voltou a funcionar sozinho, tocando o som *LiKe a Cookes (Coll Kids) –Echosmith  e o globo da discoteca recomeçou a girar, iluminando todos os corpos caídos no chão. A criatura chiou horrivelmente e começou-se uma perseguição dentre os corredores do colégio Michael Richard Kyle, sem previsão de vencedores. O monstro era só um, enquanto eles eram três... Por outro lado, o bicho dava no mínimo dois deles... É. Não é bem o que se pode chamar de “vantagem”.

Mas o quê?—grunhiu Melissa indignada olhando para trás de esguelha, deparando-se agora com três seres da mesma espécie, correndo lado a lado, no seu encalço. –Só pode ser brincadeira!

—Tudo bem, hora de fazer uma recontagem de pontos –falou Luisa. -Chances de escaparmos: zero.

—Pelo menos eu ainda não disse aquela frase –falou o Doutor em êxtase.

—Que frase? –perguntou Luisa quase sem fôlego.

—A que eu digo que vai dar tudo certo e que nós vamos escapar numa boa!

—Não tem mesmo chance alguma da gente virar o jogo? –indagou Melissa. –Sabe? Eu não pretendo morrer aqui...

—Isso depende.

—De quê?

Da nossa sorte. –anunciou ele, passando a frente das meninas na corrida. –Por hora, talvez seja melhor nós só corrermos! Poupar o fôlego pode ser crucial para nossa sobrevivência! Até que eu pense em alguma coisa melhor...

—É melhor pensar logo! Eles estão nos alcançando... Aaaah! –gritou Melissa ao ser puxada na direção contrária à que corria. Não havia dúvida, um daqueles seres estranhos a pegara.

—MELISSA! –brandiu Luisa, mas não conseguiu concluir o grito, pois a mão do amigo espalmou-se contra seus lábios, impedindo-a de continuar. Em seguida, ela foi arrastada para dentro de uma sala, com o interior em completo breu. Depois, foi instruída a ficar em silêncio. Eles dois haviam despistado os “bichos papões verdes”. Por hora, estavam a salvo.

—O que você fez? Não podemos deixar Melissa para trás! Sabe-se lá o que farão com ela...

—Não mais do que fizeram com os outros demais, eu presumo.

—Mesmo assim, isso não é confortante, sabia? –retrucou Luisa, nervosa.

—Me desculpe. –ele suspirou. –Eu não devia tê-la puxado sem aviso. Foi errado e eu sinto muito.

—Tudo bem, eu acho... –disse ela sentimental. Luisa andava passando por diferentes ciclos emocionais desde que o amigo voltara. Isso a deixava inquieta e um tanto insatisfeita. Não gostava de demonstrar fraqueza, mas no momento a fragilidade parecia reinar em seu intimo. Ela simplesmente não conseguia evitar.

—Você está bem? –perguntou ele mansamente, notando que havia algo de errado com ela.

—Sim. Eu vou ficar bem. –ela disse rapidamente, sem pensar. -Olhe... Só me diga isso: Você conseguiu ver os bichos feiosos também, não é? Agora sabe com quem estamos lidando? Sabe o que são aquelas coisas?

—Eles são chamados de Slitheen. São uma família de alienígenas, originados do planeta Raxacoricofallapatorius, todos caçadores de recompensas. Criaturas inconseqüentes, capazes de matar... Capazes de fazer qualquer coisa, por dinheiro.

—Tá legal. Então você quer dizer que esses Raxaco... Raxa... Ahrr! Esses alienígenas quererem alguma coisa com a gente?

—Não qualquer coisa. Algo grande...

—Como a escola?

—Precisa ser muito mais valioso que uma escola. –então o Doutor soltou uma risada contagiante. –Não, conhecimento não é bem o forte deles. Duvido estarem atrás desta estrutura de cimento e tijolos... Eles querem coisas universalmente valiosas. Ouro por exemplo, viria bem a calhar. Se essa escola fosse feita de ouro, aí estaríamos com um problema danado...

Luisa ligou um interruptor de luz que acendeu uma seqüência de lâmpadas e iluminou parcialmente o interior da sala em que estavam. A garota crispou os lábios ansiosamente, ao se deparar com a visão de centenas de troféus velhos que a escola ganhava em campeonatos todos os anos, disputados com outras escolas. Alguns em prata e bronze, a grande maioria sendo de ouro...

—Você disse o quê mesmo sobre termos problemas se tivéssemos ouro?

O Doutor bufou.

—Droga. Eu e a minha boca grande.

—Precisamos de um plano... Você por acaso já pensou em alguma coisa?

—Não. Bem, talvez. Ainda está faltando se esclarecer um importante ícone para que possamos montar o quebra cabeça... Bem, até agora, o que sabemos sobre o caso?

—Sabemos que tratá-se de um bando de alienígenas gananciosos que pretendem... Anh, roubar os troféus da escola? E que puseram a escola inteira pra dormir para que ninguém pudesse pegá-los no flagra?

—Sim, e não. Eles podem mesmo estar aqui por causa dos troféus de ouro, mas não acho que tenham “colocado a escola para tirar um cochilo enquanto roubavam o lugar”. Isso não é bem o estilo dos Slitheen... Eles são mais do tipo que “mata primeiro e pensa depois”. Se as pessoas estavam só dormindo, como você mesma disse, então quer dizer que eles ainda precisam delas para alguma finalidade, de outro modo, já teriam matado a todos no salão.

—Não diga uma coisa dessas! –pediu Luisa, lembrando-se da figura da mãe desfalecida no chão.

—Me desculpe os termos, mas é a verdade. –disse ele, apoiando-se sobre uma banqueta ao lado da porta. –Você estava lá dentro do salão há mais tempo que eu... Não se lembra de ter visto nada suspeito na festa? Pessoas vestidas de maneira estranha falando algo suspeito... Um cochicho estranho... Uma conversa que mencionasse alguma coisa...

Os picolés!—brandiu Luisa, entusiasmada. –Como não pensei nisso antes?

—Picolés?

—Hoje mesmo, um tempo depois de eu ter chego na festa, eu vi duas de minhas amigas chupando picolés. Depois de vê-las passarem por mim, notei que havia muitos outros alunos fazendo o mesmo. E é claro que um picolé não é a coisa mais comum de se encontrar em uma festa de formatura. Sei que não parece fazer nenhum sentido agora, mas eu me lembro de ter visto picolés caídos por todos os lados no chão do salão de festas, quando nós voltamos lá ainda apouco... Todos pareciam ter gotas da massa de sorvete derretido nas roupas e no rosto, inclusive a minha mãe! O que me faz crer cada vez mais que foram eles os causadores dos desmaios das pessoas...

—Então você está me dizendo que estavam todos chupando os picolés? Tem certeza disso? Será uma acusação e tanto em cima das pessoas que prepararam a massa do sorvete...

—Eu tenho certeza! –disse ela sem hesitar. -Eram os picolés.

—Então é isso: Os picolés devem ter algum tipo de agente químico misturado com a composição da massa... –constatou o Doutor entusiasmado. -Pense nisso: Um único agente responsável por fazer todas as pessoas dormirem!

—Tipo um sedativo ou um calmante?

—Exatamente.

—Nós estávamos fazendo testes com sedativos algumas semanas atrás, no laboratório da escola. É claro que não estávamos usando as pessoas, mas...

Vocês têm um laboratório aqui? Qual o problema de vocês?—questionou o Doutor, apreensivo, gesticulando com as mãos e começando a andar em círculos pela sala de troféus. –Isso é um desacato! É uma loucura! Uma sinfonia inteira de instrumentos desafinados... Um completo desastre!!!

—Por quê? Do que você está falando? –Luisa apreçou-se em perguntar ao ver a aflição do companheiro.

—Você não vê? Estamos dando todas as condições necessárias para que eles tirem vantagem sobre nós! Estamos lhe cedendo um ambiente cheio de pessoas inocentes, uma sala repleta de troféus de ouro e ainda por cima um laboratório, com componentes diversificados para que eles possam fabricar sua própria solução química necessária para adormecer a todos no prédio! Não me admiraria se descobríssemos que os picolés foram fabricados aqui mesmo...

—Então você acha que eles fizeram tudo isso aqui mesmo? Mas como poderiam? Acham que ninguém notaria três Aliens de dois metros de altura andando por aí?

—Você não conhece os Slitheen como eu conheço. Eles são criaturas egoístas e cruéis. Nem todos os Raxacoricofallapatorianos são assim, mas essa família em especial, já me causou muitos problemas... Eles precisam das pessoas fora de seu caminho por enquanto, mas quando tiverem acabado seu serviço sujo, comerão sua carne e utilizarão sua pele como um disfarce. Eles entram dentro da pele das pessoas e assumem suas identidades. Esse é o seu modo de se “misturar” com as civilizações.

—Que coisa horrível! Você acha que é isso que eles pretendem com todas aquelas pessoas? –perguntou Luisa, abalando-se. -E como isso seria possível? Eles são muito maiores que os seres humanos...

—Eles tem um compressor de matéria no pescoço. É ele quem ajuda o Slitheen diminuir um pouco de tamanho a ponto de caber dentro da pele humana. Tenho que me lembrar de todas as coisas que sei sobre eles, isso pode acabar nos ajudando no fim. Os Slitheen são criaturas feitas de cálcio. O processo de caber dentro da pele humana causa graduais trocas de gases. Os Slitheen tem uma fraqueza...

Bum!” A porta rangeu ao receber uma pancada brutal. Eram os Slitheen tentando invadir. Aparentemente não eram muito espertos, pois demoraram todo esse tempo para deduzir que a dupla se escondera naquela sala, mas pelo menos isso garantiu alguns minutos a mais de vantagem para Luisa e o Doutor se situarem.

—Doutor, o que vamos fazer? –então Luisa congelou. –Se eles vão comer todo mundo, então minha mãe também estará no cardápio! Ela, meus amigos, Melissa... Espere aí, Melissa! Nos esquecemos dela!

—Eu não a esqueci. Eu ia mencioná-la logo em seguida... –retorquiu ele. -Vamos seguir com o plano...

—E nós temos um?

—Agora temos. –sorriu ele. O Doutor virou-se para a porta e apontou a chave sônica em direção à maçaneta. A porta tremeu mais uma vez violentamente, não por culpa da chave sônica, mas pelos Slitheen do outro lado. Dessa vez as dobradiças quase se soltaram, então o Doutor disse: –Brilhante! Criaturas feitas de cálcio, picolés sedativos, nós dois encurralados em uma sala de troféus... Esse dia está ficando cada vez mais interessante! Fique atrás de mim agora, isso pode ser perigoso...

Ele apontou para a porta e a fechadura explodiu. Luisa não enxergou mais nada á sua frente além de uma nuvem de poeira que se formou com os estilhaços da porta. Ao abrir os olhos, percebeu que o amigo segurava-lhe a mão e, acompanhando o olhar do rapaz, pôde ver nada menos que um Slitheen caído no chão, aparentemente inconsciente. Ao seu lado, dentre uma das garras, estava o corpo frágil de Melissa, que também encontrava-se desmaiada.

—Ela vai ficar bem? –perguntou Luisa, arrastando o corpo adormecido da amiga para próximo da parede.

—Vai sim. Dentro de pouco tempo estará me chamando de “lunático fugido do hospício”. Confie em mim. –garantiu ele.

Luisa assentiu positivamente com a cabeça, acertando a cabeça da amiga em uma posição confortável.

—Onde estão... Os outros?—perguntou Luisa desconfortavelmente, olhando para o Slitheen.

—Devem estar no pátio apanhando os reféns desacordados –sugeriu o Doutor, sem nem se abalar. –O que nos dá mais um tempo para...

Vocês já tiveram tempo demais!—grunhiu uma voz áspera e alienígena.

O Doutor endireitou o corpo, estava frente a frente com um Slitheen.

—Olá pra você também. –disse o Doutor simpático. –Como vai a vida?

Está ótima, agora ainda mais com você fazendo parte dela... –disse o Slitheen. –Pena que isso significa que você morrerá logo...

—Oh, mais isso é desanimador! E eu pretendia fazer tantas perguntas à vocês... –disse o Doutor teatralmente.

Sem mais perda de tempo, Doutor! Seja breve, ou morra tentando... –disse um segundo Slitheen surgindo no corredor. Esse, por incrível que pareça, era aparentemente um pouco mais magro que o primeiro, um pouco menor e também mais encurvado. Era uma fêmea Slitheen. Sua voz também era áspera como a do macho, era apenas mais aguda. –Mas, por favor, não se incomode em permanecer vivo!

Se preferir, podemos lhe proporcionar uma morte rápida e sem dor. É uma garantia! Será divertido tentar perfurar seu crânio...

—Não obrigado. –dispensou o Doutor, a oferta. –Eu estou muito bem com todos os meus ossos nos seus devidos lugares.

É mesmo uma pena... –começou a fêmea Slitheen. Seu próximo ato seria o ataque, se o Doutor não tivesse contornado o assunto.

—Achei muito criativo o uso dos picolés sedativos. Creio que tenham criado o sonífero com os restos dos componentes armazenados no laboratório. Só não entendi para qual finalidade isso tudo serve...

Ah! Doutor, você é um homem inteligente. Pense um pouco. Você nos conhece, sabe que nós nunca faríamos mal algum aos pobrezinhos dos humanos...

—Não fale comigo como se eu fosse idiota! Não insulte minha inteligência! –disse ele, a piedade abandonando sua voz. –Eu sei bem do que vocês são capazes... Mas eu tenho uma pergunta pra vocês: Será que conhecem tão bem seu adversário quanto eu?

O que você quer dizer?

—Exatamente o que você ouviu –rugiu o Doutor, impiedoso. –Eu sou o Doutor, o ultimo dos Senhores do Tempo, e eu exijo saber qual o seu plano. E eu já vou avisando que é bom eu gostar, porque se eu não gostar, eu acabo com ele num estalar de dedos!

Isso é algum tipo de piada?—ribombou o Slitheen.

—Piada vai virar o seu nome se você não sumir daqui... –ameaçou o Doutor.

Oh! Mais ele é metido a valente, não é mesmo?—zombou o Slitheen. –Tem muita coragem...

—Eu não preciso de coragem. Eu sei quem vocês são. E sei quem eu sou. O que me torna um estrategista nato. –falou o Doutor, mexendo nos cabelos. –O negócio é o seguinte: Libertem as pessoas e dêem meia volta, que talvez eu possa deixá-los partir sem represálias... Se, e somente se, prometerem nunca mais voltarem ao planeta Terra.

Ah, Doutor... Mas assim você tira toda a graça da história! E o que nós ganharíamos com isso se fossemos embora? E o restante do nosso plano?—indagou o Alien, inconformado. –Você não acha que nós temos planos maiores que um simples roubo?

—Calma aí. Eu já estava chegando lá –interrompeu o Doutor. –Agora, já que mencionou, então diga: Picolés, tranquilizantes, atacar uma escola em noite de formatura... Por quê?

Doutor, você pensa tão pequeno que chega a me dar náuseas...—retrucou a fêmea Slitheen. –Não queremos tomar posse dessa maldita escola de humanos! Queremos o ouro que ela possui. Descobrimos que a renda dessa escola é uma das maiores em toda região e seria um desperdiço não começar por ela!—riu a Slitheen.

—Não quero dar idéias, mas não teria sido mais inteligente assaltar um banco? –sugeriu o Doutor, arrependendo-se amargamente logo em seguida, por ter sugerido isso.

Seria, mas os bancos são cem vezes mais bem protegidos. Além disso, não pretendemos acumular essa miséria de ouro... Queremos todo o ouro do planeta! E esse é o melhor modo de conseguir a nossa maior ambição!

—Que seria...? –instigou o Doutor.

Fazer do planeta Terra, o nosso lar.

Seu o quê?—exclamaram Luisa e o Doutor ao mesmo tempo.

Exatamente.—disse o macho Slitheen. –Vamos conquistar esse planeta aos poucos. Primeiro vamos sedar as pessoas, aí iremos comer sua carne enquanto elas dormem, não será tão divertido quanto MATAR, mas pelo menos será mais rápido! Depois usaremos sua pele para nos misturarmos entre os demais humanos e continuar a ação.

Até que o planeta esteja inteiramente habitado por Slitheens vestindo peles de humanos. E olha que nós somos muitos! —continuou a fêmea, atiçada. –Depois que a tarefa estiver concluída, iremos nos desfazer das peles e habitar a órbita da Terra, até o fim dos nossos dias.

—Não me parece um bom plano. Vem cá, o que te faz pensar que isso dará certo? Por que estão querendo se mudar de Raxacoricofallapatórius?—questionou o Doutor, internamente alarmado com tudo o que ouvira. –Ao menos que...

Nosso planeta está morrendo. Está em fase de DETONAÇÃO DELTA 6. Logo não restará nem sombra do que ele foi um dia...

—Isso não é problema meu –retrucou o Doutor, amargamente.

Ah! Mais isso irá refletir em você, Doutor!—ameaçou a Slitheen ferozmente. –Pode ter certeza que sim. O peso de todas as almas humanas cairá sobre seus largos ombros...

—É uma promessa? –empertigou-se ele.

Não. É uma ameaça mesmo. —rosnou a fêmea Alien. –Esteja ciente, Doutor... Você foi avisado! Lembre-se disso. 

No fim, ainda terá valido muito a pena termos nos dedicado tanto nessa causa...—disse o Slitheen. –Nos fora prometido o perdão dos Raxacoricofallapatorianos sob a sentença de morte da família Slitheen se ela obtivesse sucesso na busca por um novo lar... E é claro que não iríamos deixar uma oportunidade dessas passar... Afinal, não somos estúpidos!

—Eu descordo –disse o Doutor, ficando cara a cara com o Slitheen. –Por que se vocês acham que eles vão te perdoar por todos os crimes que prometeram, estão muito enganados... Eles querem usar vocês! Sabem que vocês fariam qualquer coisa para escapar da sentença de morte e estão aproveitando isso para manipulá-los! Será que vocês não percebem que estão sendo usados?

Por um só segundo o clima ficou tenso e o silencio reinou entre as três raças presentes no corredor. Isso até o Slitheen ponderar:

Você mente! Não me admira que não confiem em você... Acha que vamos cair na sua lábia? Eu digo que não! –o terceiro Slitheen acordou e juntou-se aos outros, partindo para o ataque...

—Luisa... -chamou o Doutor, recuando lentamente em direção à parede, sem tirar os olhos dos alienígenas, que se aproximavam cada vez mais. Aturdido, o Senhor do Tempo tateou o ar, à procura do ombro de Luisa. –Melissa está com você?

—Sim. –choramingou ela, pressentindo seu fim. –Foi muito bom te conhecer...

E eu posso dizer o mesmo—sorriu ele, tentando parecer o mais vulnerável possível. Mas no exato momento em que um dos Slitheens ameaçou erguer a mãozorra com as garras gigantes e atingi-los, o Doutor bradou: -Felizmente não será um adeus para nós... Mas sim pra eles!

O Doutor apanhou, sem levantar qualquer suspeita, um extintor de incêndio que estava na parede mais próxima, e ativou-o, jogando jatos de gelo seco no inimigo que grunhiu muito alto, abrindo uma brecha para grupo escapar. Nessa corrida contra o tempo, o Doutor carregou Melissa no colo e arrastou Luisa consigo, logo atrás.

Vamos! Corre! Isso não vai segurá-los por muito tempo... Vamos!—agitava-a, ele.

—Estou correndo o máximo que eu posso! –esbravejou Luisa, cansando-se.

Infelizmente não havia mais salas para se esconder e o inimigo se aproximava mais a cada segundo. Só um milagre poderia salvá-los... E é em histórias como essa, quando se precisa muito de um milagre, que seu pedido é atendido. O Doutor passou a frente de Luisa, deixando esta uns passos para trás, então cruzou um corredor, sumindo de sua vista por alguns instantes, até claro, que Luisa chegasse na esquina do corredor que ele havia entrado. Mas foi quando o fez que algo esquisito aconteceu: O corredor estava vazio. Isso era inteiramente impossível porque, mesmo com toda a velocidade que ele poderia ter alcançado, nunca teria conseguido chegar à outra extremidade do corredor antes dela entrar neste. Ninguém podia ser tão rápido, nem poderia passar por um corredor sem nem ao menos causar uma corrente de ar quando o fizer. Ela deparou-se com um corredor intacto... Menos por uma coisa que acabara de notar: Não era alguém, mas sim uma coisa. Era... Não! Não podia ser... Era uma mão flutuante! Sim. Era sem dúvida uma mão, sem nenhuma sombra de um braço acompanhando-a. Isso causou um sentimento assombroso em Luisa, algo que a deixou ainda mais entre a cruz e a espada. Agora ela não mais estava entre a saída e os Slitheen. Estava entre os Slitheen e uma bizarra mão flutuante. De qualquer jeito, ela iria morrer mesmo, de que adiantaria correr agora? Mas foi quando ia entregar-se ao desespero total que deparou-se com uma voz:

—Luisa, você ainda está aí?

Doutor?

—Sou eu! Bem aqui... Do outro dado da parede...

—Que parede?

—Você não entenderia... Escute, eu atravessei um tipo de Portal Tridimensional que foi aberto por algum motivo indefinido, como uma ponte entre a escola onde você está e uma nave segura e totalmente isenta de problemas... Pelo menos é o que eu espero.

—Você está me dizendo que está em uma nave?—indagou ela, incrédula. –E então por que posso ver sua mão? Por acaso esqueceu-se de levá-la consigo?

—Não! Eu disse que há uma ligação, um tipo de ponte que liga a nave com esse corredor da escola. Foi assim que eu atravesse para esse lado... E é isso que você também vai ter que fazer!

Quê?—gemeu ela. –E como eu vou fazer isso?

—É só atravessar para o outro lado. Tome impulso, como se fosse atravessar o corredor normalmente, e depois se jogue contra o “nada”... Eu prometo pegar você quando o seu corpo chegar desse lado!

—Eu não... –Luisa olhou desconfiada para a mãozinha que fazia-lhe um tchausinho, mas não pensou duas vezes ao vislumbrar pelo canto do olho uma garra Slitheen virar a esquina do corredor. –Lá vou eu... Aaaaaaaaaaaaaaaaaah!

—Peguei você! –no primeiro momento, Luisa só correu pelo corredor e, ao se jogar contra “sabe-se lá o quê” não viu nada além da mãozinha esticar-se para pegá-la. Quando finalmente abriu os olhos, estava nos braços do Doutor, rodiada por uma sala extensa e escura. –Calma. Você tá segura agora...

No momento seguinte, as luzes se acenderam. A sala revelou-se acinzentada, com paredes encurvadas, um monte de tralhas espaciais a um canto, e um grande painel de controles na direção norte, onde devia estar à frente da espaçonave. Havia uma enorme janela e, do outro lado, o espaço sideral vindo de encontro com o vidro. Na poltrona central do painel, estava sentado um homem alto, de cabelos escuros, e quepe na cabeça. Tinha um par de lindos olhos azuis e o rosto mais belo e jovial já visto. Usava um sobretudo azul marinho que exibia duas bonitas medalhas, por cima de um uniforme também azul, calças pretas e sapatos de cadarço. Parecia ser o capitão da nave e sorriu jovialmente, ao finalmente contemplá-los.

Doutor—saudou o homem. –Há que devo o prazer?

Jack?—exclamou o Doutor, mal podendo acreditar em seus olhos. Aquele homem era Jack Harkness, um velho amigo seu de grandes parcerias e incontáveis aventuras. –Eu não acredito nisso! É mesmo você?

—Eu é que pergunto! –sorriu Jack, ainda mais intensamente, dirigindo-se para abraçá-lo. –Você mudou de novo hein? Eu gostei! Está ainda mais sexy... –provocou Jack, cumprimentando o amigo. –Seu malandrinho... Pensamos que você tivesse morrido!

—Ah, me desculpe por isso. –falou o Doutor. –Eu sei que foi mancada minha não ter dado satisfação, mas em minha legítima defesa, eu digo que não tive escolha. Há alguns anos atrás, todos ficaram sabendo da minha existência universo afora... Os Monges Decapitados me avisaram sobre as conseqüências que isso causaria. Por isso dei-me a mim mesmo um tempo. De repente se abrigar na escuridão não pareceu uma idéia tão ruim... Às vezes, levantarem todos os holofotes de uma só vez para você, não é nada bom...

—Eu sei cara! Acredite quando digo que eu e o Allonso já passamos por isso. –disse Jack. O Doutor fez sinal de positivo com a cabeça. –Ele ficava querendo me cobrir com folhas de bananeira... Já imaginou como tudo fica embaraçoso quando você acorda vestindo um traje comestível e vai trabalhar dessa forma?

—Você saiu na rua só vestindo um traje feito de folhas de bananeira? Meu Deus, nem eu teria feito pior! –riu-se o Doutor.

—Pois é, nesse dia eu tive todos os holofotes virados pra mim, de uma só vez. Literalmente.—contou Jack, num tom divertido. –Infelizmente acabei assustando algumas velhinhas e surpreendendo algumas garotas... Tive dezenove pedidos de encontro só naquele dia. Minha caixa postal ficou uma loucura...

—Minha nossa! –riu o Doutor, sem poder se conter.

—Ei! –interrompeu Jack, ficando sério. –Você sabe que podia ter me avisado... Você devia ter dado ao menos um sinal de vida! Eu pensei que você estava morto... – o sorriso do Doutor foi se recolhendo aos poucos. -Agora, olhe só pra você! Está uma beleza. Um gato sexy como sempre... Cada dia mais jovem! Sempre passando a perna no tempo...

—Jovem por fora, mas já nem tanto por dentro. –disse ele pacificamente.

—E vejo que trouxe companhia! –deliciou-se Jack ao ver Luisa e, próximo dali, Melissa, que ainda dormia profundamente sob uma espreguiçadeira.  –Olá moça, Capitão Jack Harkness aos seus serviços...

—Ah... Muito prazer. –sorriu Luisa tímida. –Eu sou Luisa Parkinson...

—Luisa? Que belo nome... –ele beijou a mão da garota. –Sinto-me lisonjeado em conhecê-la...

—Ah, meu Deus Jack, ela só tem dezessete anos! –repreendeu o Doutor. –Não acha que flertar com ela seria um tanto inapropriado?

—Será que minha opinião não conta? Eu não estou me manifestando! –retrucou Luisa, sorridente. –Acho que já tenho idade suficiente para poder receber uma cantada de verdade...

—Fico feliz em ouvir isso –sorriu Jack.

Vai começar!—o Doutor estapeou a própria testa com a mão.

—O que está acontecendo? –bocejou Melissa.

—Oh! Bom dia Cinderela... –saudou Jack, bancando o galanteador, atirando para todos os lados.

Em quanto ele passava uma cantada em Melissa, que logo entrou na dele, assim como fez Luisa, o Doutor aproximou-se da menina que ainda contemplava-o, sonhadora.

—Ele não é demais? –suspirou ela.

—É sim, só não... Crie muitas expectativas sobre ele. O Jack não é muito do tipo que fica com um parceiro só... –advertiu o Doutor.

—O que você quer dizer com “um parceiro só”? Por que não disse uma namorada?

O Doutor arqueou as sobrancelhas e Luisa entendeu o sentido da indireta.

—Não pode ser... –disse Luisa, um tanto espantada ao contemplar Jack de longe. –Quer dizer que ele é...? Eu não acredito! Como um homem tão bonito pode gostar de ambos os lados da moeda?

O Doutor deu de ombros.

—O universo não explica esse tipo de coisa –falou enquanto caminhavam rumo ao encontro de Jack e Melissa. -Ele cria as coisas como um produtor cria um script. O Jack é uma peça nova. Ele não se encaixa em nenhuma qualificação determinada, especialmente porque é um humano futurista. Ele é diferente por si só porque evoluiu, assim como as outras pessoas de sua época, para um novo estilo de raça Humana. Basicamente, Jack é capaz de passar uma cantada em qualquer ser vivente que respire...—o Doutor fez uma pausa sugestiva. -Ou nem isso. Nem sei se ele ainda exige esse tipo de norma hoje em dia...

—Os seus cabelos são como fios de ouro... –dizia Jack para Melissa. -Por acaso você é nativa do Sol ou é quente assim mesmo?—cantou-a ele, antes de ser interceptado pelo Doutor que chamou-lhe a atenção, limpando a garganta. –Sim...?

—Jack, foi mesmo ótimo rever você, velho amigo! –disse o Doutor. –Mas nós precisamos voltar. A Escola das meninas está sendo dominada por Slitheens e eu realmente preciso fazer alguma coisa.

—Slitheens? Oh! Eu compreendo... –disse Jack meramente desapontado, soltando de leve a mão de Melissa que estava com aquela cara de boba apaixonada. –Eu por acaso detectei vocês com o meu scanner de longo alcance. Foi moleza transportá-los para dentro da nave depois... Falando nisso, desculpe o susto! Mas se vocês precisam mesmo ir, então o mínimo que eu posso fazer é oferecer-lhes uma última ajuda...

Nesse instante, uma mulher negra de um sorriso bonito, cabelos em um coque muito bem amarrado, jaleco branco de médica, blusa vinho por baixo, calça jeans azul e sapato salto alto, irrompeu na sala segurando uma prancheta de anotações.

—Jack, aqui está o diagnóstico do Allonso, ele tem que permanecer de cama e tomar esses medicamentos... –a mulher congelou e seu sorriso cresceu ao vislumbrar a figura carismática do Doutor. –Ai meu Deus! Doutor!—exclamou ela, correndo para abraçá-lo.

Martha Jones!—sorriu ele radiante, abraçando a moça com força. –Olha só pra você! Uma doutora de verdade, hein?

—Pelo menos alguém aqui é médico de verdade, afinal... –brincou Melissa num sussurro inaudível.

—Por que eu tenho a singela impressão de que o Doutor conhece todo mundo que surge na nossa frente? -perguntou Luisa sem compreender de onde ele conhecia todo aquele povo. Primeiro os Slitheen, depois Jack, agora essa tal de Martha. Afinal, existiria alguém que ele não conheça de verdade? O que Luisa não sabia era que Martha Jones e Jack Harkness já foram companheiros de viagem do Doutor e que uma vez companheiros, sempre companheiros.

—Nossa, há quanto tempo! –sorriu Martha entusiasmada. –Você está incrível! Regenerou de novo, é?

—É... Mais ou menos.

—É estranho, porque não é mais o seu 10º rosto... Mais ao mesmo tempo é! Como foi que conseguiu essa façanha?

—Complicado de explicar –contornou ele. -Ah... Sobre aquela mensagem que dizia que eu tinha morrido... –começou, na intenção de se desculpar, passando a mão distraidamente pelos cabelos.

—Ei! Não precisa se desculpar. Eu sempre soube que você estava vivo... –garantiu Martha, sorrindo. Eu sou médica. Deveria ser cética por causa da minha profissão, mas eu não consigo, porque depois de tudo o que eu vi estando com você... Entenda que eu não podia simplesmente me conformar com a notícia da sua morte! Lido com situações complicadas todos os dias, afinal é a minha profissão! Um dia ouvi por aí que você estava morto... Mas eu não podia simplesmente acreditar! Eu precisava de provas, então procurei o Jack. Desde então, viemos nos vendo...

—Vocês dois não estão, hã...

—Não! Não! Imagine. Nós só nos tornamos bons amigos... –disse Martha corando levemente. –Bom, ele me ajudou com as pistas e eu o estou ajudando a ficar bem com a própria saúde, não é uma boa troca?

—Pode crer –disse Jack fazendo um sinal de positivo para ela. –Hoje ela está aqui porque o Allonso está gripado, coitado! Eu estava fazendo minhas coisas de sempre quando, sem que eu esperasse... Zap! O computador rastreou a TARDIS! Nem podem acreditar na alegria que senti... Eu sabia que Martha iria adorar a surpresa... Infelizmente não tive tempo de avisá-la sobre as novidades. Achei que uma hora ou outra ela viria até a minha sala de controles. Todo mundo acaba vindo até aqui um dia.—sorriu ele, lançando uma piscadela ao Doutor, que não pôde deixar de soltar um sorriso.

—Eu ainda não acredito que você está aqui –Martha lançou um olhar por cima dos ombros dele. –E vejo que trouxe mais duas amigas suas...

—Ah, desculpe meus modos. Essas são Luisa e Melissa. –apresentou-as. As duas fizeram um aceno para Martha.

—São novatas? –perguntou Martha em um cochicho, de modo que só ele pôde ouvi-la. –Eu sei que você curte uma companhia de vez enquanto, mas não acha que elas são um pouco jovens demais?

—Ah, Martha! Elas são incríveis... Você não as julgaria pela idade se as conhecesse como eu conheço...

—“Oh, Matusalém”! Será que podemos voltar para a escola agora? Sabe? Está um caos por lá...—cortou-lhe Melissa.

O Doutor revirou os olhos para Melissa e Martha não conseguiu segurar o riso.

—Agora tenho toda certeza de que elas devem ser mesmo incríveis...

—Espere aí! O que você está insinuando? Melissa não conta. Ela é tão delicada quanto uma supernova explodindo! Às vezes chego a pensar que ela nem de fato é humana... –afirmou o Doutor.

Eu ouvi isso!—gritou Melissa.

O Doutor lançou a ela um olhar penetrante. Em seguida voltou-se para Martha que sorriu e afirmou:

—É, estou vendo que aquela loirinha ali te ama mesmo...

É, você nem sabe o quanto!—disse ele sarcástico, pondo a mão na testa e bagunçando o cabelo todo, parecendo um paranóico.

—Vamos Doutor? –convidou Jack, apontando para o Portal Tridimensional.

—Vocês vão à algum lugar? –quis saber Martha. –Tem algo importante acontecendo?

—Na verdade, tem sim –confirmou o Doutor. –Os Slitheen. Uma família Raxacoricofallapatoriana gananciosa, que pretende roubar a Terra para si, com a finalidade de passar a habitar e viver em sua superfície pelo resto de seus dias.

—Meu Deus, mas isso é terrível! –espantou-se Martha. –Existe algo que possamos fazer para ajudar?

—Não muito –falou Jack. –Precisamos averiguar todas as variantes e ver o que pode ser feito... Vamos!

Eles já marchavam rumo ao Portal invisível, quando Luisa falou:

—Espere! Não podemos simplesmente voltar... Eles estão em vantagem sobre nós e sempre estarão! Cada um deles vale por dois... Não podemos arriscar voltar sem antes bolar um plano!

—Luisa tem razão –concordou o Doutor. –E ainda acrescento: Já enfrentei os Slitheen antes, mas por alguma razão, não me recordo de qual era sua principal fraqueza...

—Então quer dizer que os nossos “simpáticos oponentes” tem uma fraqueza eminente... –argumentou Jack ardilosamente. –Algo que evidentemente poderíamos usar contra eles? Talvez. Então, vamos deixar de enrolar e por as cabeças pra funcionar... Especialmente o Doutor e eu, já que somos os únicos na sala que já enfrentaram aquelas coisas antes.

—Sim, Sim... Eu já os enfrentei antes. Nos encontramos pela primeira vez em Downing Street, em Londres. Ali ficava o gabinete mais importante, onde se encontravam todos os políticos, o primeiro ministro... Aquela foi à noite que ele morreu, e o dia que vim a conhecer Harriet Jones. Mulher incrível, mas um tanto inconseqüente, nem sempre tomava as decisões certas... –disse ele, perdendo-se em pensamentos. –Em fim, não é possível que eu não me lembrar...

—Os Slitheen são criaturas de quê mesmo? –perguntou Jack.

—Criaturas feitas de... –de repente o Doutor parou e pôde-se ver um imenso brilho dominar seus olhos castanho-esverdeados. -Cálcio! É isso! Os Slitheen são feitos de cálcio, o que só pode significar uma coisa, sua fraqueza é o Vinagre! É o único modo de detê-los...

Vinagre?—perguntou Martha quebrando o silencio geral em que todos, menos o Doutor e Jack, estavam de testas franzidas.

—Por que essas criaturas não seriam imunes ao vinagre? –perguntou Luisa confusa. –Por que esse seria o único modo de detê-los? Vinagre faz mal a eles?

—Precisamente. –disse o Doutor. –Na real, eu não teria sido mais específico. É exatamente isso. Os Slitheen são criaturas feitas de cálcio. Por acaso você já fez experiências com cálcio e vinagre? Sabe o que acontece com um osso de galinha se você o mergulhar em uma vasilha com vinagre por aproximadamente uma semana?

—Sim, o osso começa a se decompor. Fiz essa experiência na quinta série... –afirmou Luisa. –Mas então, você quer dizer que assim como o osso, os Slitheens...

—Minha cara Luisa, sei que isso pode ser chocante pra você, mas nem todas as criaturas desse universo são feitas de carne e osso. Muitas são compostas por algum tipo de matéria, mas outras não são feitas de matéria alguma. Se locomovem pelo tecido da existência e irradiam luz de seu corpo. Assim como existem criaturas compostas por gás, metal e pedra, entre outras dúzias mais, é claro.

—Valeu a explicação, “Sr. Enciclopédia ambulante!—cutucou-o Melissa. –Fala a verdade, você era o nerd da sala nos tempos de escola...

—Não era –sorriu o Doutor. –Eu era o engraçadinho.

—Dá pra ver –sorriu Melissa. –Por isso esse gosto tão deplorável para piadas? Você é totalmente pirado!

—Boa observação –disse ele, correndo de encontro com o portal. –E julgando pelas ações que um “homem devidamente pirado” exerceria, acho que estou pronto para enfrentar o inimigo... De uma vez por todas!

—É assim que se fala! –aplaudiu o capitão Jack, juntando-se a ele. –Vamos dar um banho naqueles “bichos papões horrorosos! E ainda sim terei tempo de voltar para a hora do chá. Eu adoro esse trabalho!

—“Ô, dupla dinâmica”!? –chamou Melissa. -Segurem um pouco a empolgação: Primeiro, onde vamos encontrar vinagre uma hora dessas, e segundo, como vamos atirar neles?

—Isso eu resolvo –garantiu Luisa, para os outros dois. –Temos um laboratório na escola! Com certeza devemos encontrar vinagre por lá...

—Certo. E quanto a atirar neles? –insistiu Melissa. –Usar como recurso os baldes de água da sala do zelador não é bem o que eu imaginava...

—Isso é simples –Jack tirou do bolso do sobretudo quatro pistolas de água. –Com isto aqui carregado até a boca, de vinagre, e uma ótima mira, que por acaso eu tenho, a vitória será nossa...

*   *   *

Martha ficou pilotando a nave, já que Allonso estava impossibilitado de fazê-lo na ausência de Jack. O quarteto caminhou rumo ao portal e atravessou-o, sem quase pressenti-lo. Ao chegarem ao outro lado, depararam-se com um Slitheen, que ficara de guarda naquele corredor.

Eu esperava que vocês retornassem mais depressa—chiou o Alien. –Me deixaram impaciente, e eu sempre fico com fome quando fico impaciente...

—Bom saber –disse o Doutor, mas ao ver que o Slitheen preparava-se para atacar, acrescentou: -Ou talvez não... Corram!

Todos correram pelos corredores, adentrando cada vez mais no interior da escola. Num exato momento, em que todos foram dar em um caminho que levava à vários destinos diferentes, o Doutor gritou:

Separar! —e cada um foi para um lado, menos Luisa, que ficou de mostrar a ele o caminho para chegar ao laboratório. A estratégia era simples: distrairiam os Slitheen, fazendo-os pensar que estariam apenas em uma brincadeira de predador e caça, quando na verdade estariam sendo levados para o seu fim.

O plano funcionara perfeitamente. Quando algum Slitheen parecia notar o Doutor e Luisa, rapidamente Jack e Melissa se prontificavam para distraí-los, isso até que o Doutor e a garota finalmente chegassem ao seu destino, sumindo totalmente de vista.

—Certo, aqui está! –Luisa entregou ao amigo um frasco de vinagre que se encontrava dentro de um armarinho no laboratório. –Será que é o bastante?

—Esperamos que sim.

Por fim, Melissa e Jack desataram a entrar na sala, seguidos de perto pelas criaturas enfurecidas. Os dois postaram-se atrás do Doutor. Este já estava em posição, mirando os inimigos com a pistola d’água.

O que significa isso?—perguntou um dos Slitheen macho, de uma forma divertida. –Estavam dando uma festinha aqui e nem nos convidaram...?

Não se aproximem!—gritou o Doutor, seus olhos pareciam novamente impiedosos. –Dêem um passo para trás e nada lhes acontecerá...

—Pensei que íamos matá-los...—decepcionou-se Melissa. –Eles não são do mau?

—Não é assim que o Doutor age –informou Jack. –Primeiro, ele analisa todas as opções possíveis, depois e somente se não houver outra forma, ele executa o plano de acordo como foi feito.

—Quer dizer...

—É. Eles morrem só em ultimo recurso.

O que foi Doutor? Parece estar tão tenso... Como se carregasse um peso nas costas, talvez?—anunciou um outro Slitheen.

—O que estão fazendo? –cochichou Luisa para Jack, enquanto esse carregava o restante das armas de brinquedo com vinagre.

—Tentando tirá-lo do sério –disse Jack e, dando uma risadinha forçada, continuou: -Uma péssima idéia...

O que foi Doutor, não tem coragem suficiente para falar diante de nós?—cutucou a Slitheen fêmea. –É um covarde espacial? É isso que você é... Um covarde?

Os outros três já haviam se armado e estavam empunhando suas armas de vinagre nas mãos, esperando o comando do Doutor ou alguma ameaça direta vinda dos rivais. 

—Não –disse o Doutor.

Não o quê? –retrucou o Slitheen macho impetuosamente.

—Não vão brincar com minhas emoções! Eu tenho total controle sobre minhas ações...

Tem certeza?—atiçou a Slitheen fêmea, deliciada com o ponto auge daquela conversa se aproximando a casa segundo. –Você até pode ter, mas seus amigos por outro lado...

Luisa viu o Doutor deixar os olhos baixarem até a arma de brinquedo que jazia em suas mãos e depois cruzarem-se com os olhos dos amigos, um de cada vez, demorando-se um bocada ao encontrar os olhos castanhos da menina. Devia estar pensando: “Que exemplo seria se deixasse às coisas acabarem daquela forma?”.

O que está fazendo com seus amigos? Quer transformá-los também em assassinos?—alfinetou a Slitheen fêmea, excitada e louca de vontade de matar.Você pode até saber bem o que está fazendo, afinal já deve ter feito isso muitas vezes, eu presumo...—ela fez mais uma pausa. –Mas será que seus adoráveis parceiros também sabem o que estão destinados a fazer? Será que sabem o fardo da culpa que terão que carregar consigo para o resto da vida, se nos matarem agora?

—Pra mim está ótimo! –disse Jack, seguro de si.

Não falo por você!—retrucou a Slitheen rispidamente. –Você é igual a ele, senão pior! Estou falando das duas fêmeas humanas jovens e sua inocente integridade que vocês dois irão destruir hoje!

O Doutor pareceu parar para pensar. Ficou algum tempo refletindo consigo mesmo. O silêncio entre o argumento da alienígena, e o atraso daquela resposta, tornava tudo ainda pior e mais tenso.

—O que estão fazendo agora? –quis saber Luisa, sussurrando de novo para Jack.

—Tentando apelar para a compaixão dele, sem realmente dar o braço a torcer. Os Slitheen são mesmo muito ruins nesse quesito...

O que foi Doutor? Perdeu a língua? –cutucou novamente o Slitheen macho.—O covarde em você está se rebelando?

Não. Sou. Covarde!—ralhou o Doutor, nervoso. Ele atirou para cima, ao que algumas gotas de vinagres espirraram contra o teto e respingaram sob todos que estavam na sala, de modo a dar apenas uma palhinha do que estava por vir, às criaturas. –Mas também não sou tolo. Se querem mesmo dialogar comigo, não devem fazê-lo zombando do meu potencial. Eu posso surpreender a todos quando quero, realmente não preciso continuar com isso e não vou. Eu não ajo assim. Não é uma de minhas regras e nunca será. Infelizmente, tenho que admitir que em uma coisa vocês estão certos: Não posso deixar que meus amigos resolvam tudo dessa forma. Não posso permitir que se tornem assassinos! Isso NUNCA é uma boa saída. —ele olhou exclusivamente para Luisa e Melissa. –Já errei muitas vezes nesse quesito... Agora as coisas têm que começar a mudar –voltou a olhar para os Slitheens. -Então eu revogo minha decisão! Ninguém interferirá no resultado final. Agora está entre mim e vocês... Se for pra carregar esse fardo, que seja somente um de nós. Ninguém merece conviver com essa culpa. —ele lançou um olhar significativo para Luisa. –Ninguém mesmo.

Mas o que foi tudo isso?  -reclamou um Slitheen macho partindo para o ataque. –Você fala demais seu tolo!

Diante da situação ameaçadora, o Doutor atirou vinagre sem hesitar no Slitheen que vinha-lhe em cima. Este explodiu no mesmo momento, espalhando partes verdes de seu corpo estraçalhado para todos os lados.

Corram!—o Doutor correu em disparada para o salão de festas onde estavam todos as pessoas desmaiadas. Os Slitheens restantes avançavam-lhe como um lobo avançaria em um cervo. A situação ficou tensa! Jack, Luisa e Melissa se separaram dentro do salão, enquanto o Doutor se prontificou a ficar bem no centro da pista de dança. Os seres se aproximavam, agora em maior quantidade e vantagem. Agora eles eram dez, vinte no máximo. Não havia dúvida, eles haviam chamado reforços... O Doutor não hesitou por nenhum segundo, só ficou observando a situação apertar para o seu lado. De repente, Luisa e Melissa foram encurraladas na sala do Dj e o capitão Jack atirava enlouquecidamente para todos os lados. Muitos foram atingidos, mas aparentemente, quanto mais Slitheens morriam mais deles surgiam. O Doutor parou por um segundo. Ele fechou os olhos e respirou profundamente.

É só isso que vocês tem?—insistiu um Slitheen. –Devo admitir que esperava mais de você, Doutor...

O Doutor finalmente abriu os olhos, uma expressão inigualável no rosto.

—E vai ter... O Show apenas começou!—ele atirou com a arma de brinquedo para cima onde estava o globo da discoteca e o vinagre ricocheteou para todos os lados, atingindo todos os alienígenas de uma só vez, liquidando finalmente a ameaça Slitheen. Era o fim do confronto.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Uauuuuu! Tá bem... Até eu me surpreendi com o potencial da MINHA regeneração de 15 anos! Mano... Eu comecei a sentir tudo acelerar de repente, como se fosse num filme. (Já tava aperfeiçoando bastante a escrita nessa época) Não sei se vocês sentiram a mesma vibe, mas rolou uma tensãozinha e uma acelerada nas cenas, né? Ou foi só impressão minha?

É... O Doutor deu uma lerdada sobre os Slitheen. Essa regeneração "Três em Um" as vezes bagunça a cabeça dele... (aguentar três Doutores diferentes pensando ao mesmo tempo não é mole não!) Mas dá pra ver que não é realmente nada que comprometa o desempenho dele, pois conseguiu dar uma de suas famosas reviravoltas, nos cinco minutos finais, sem dificuldade!

Sim!!! Jack, Martha e Allonso -gripado kkkkk -estão na área!!! Nhoooo Que Love... Amo esse pessoal, e poder representá-los é realmente EMPOLGANTE!!! Espero que tenham ficado bem legítimos.

Cara... Esses finais marotos, ficando cada vez mais épicos! Eu tentei finalizar da melhor forma possível para lembrar os desfechos dos episódios oficiais, deixando aquele famoso "gostinho de quero mais". Será que consegui? Digam vocês aí!

Espero que tenham gostado!

Até semana que vem!!!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Luisa Parkinson: A Companheira Fantástica" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.