― Nem pense em morrer! Você não pode morrer, Sasuke!

Era difícil entender o que acontecia ao seu redor, mas Sasuke sabia que ele estava perto de morrer. Em cima dele, Sakura tinha as mãos brilhantes de chakra médico e parecia mais determinada do que ele jamais vira em toda a sua vida.

― Vamos, continue conosco! Você ainda tem muito a viver com todos nós! Eu não vou te deixar morrer, não vou aceitar perder você de novo!

O interior de Sasuke pareceu se aquecer um pouco. Sakura era incrível…

Ela não desistiu dele em segundo algum, afinal. Na época de genin, acreditou nele até sua partida. E então treinou, se tornou mais forte, extraordinária. E continuou a busca por ele. E ali estava ela, impedindo-o de ir embora de uma vez por todas, com sentimentos muito diferentes do que os que tinha com doze anos.

O que o fazia rejeitar sua amizade até naqueles dias, mesmo sabendo que ela não sentia mais nada por ele? Pensava que era por Itachi, ela o curou e o ajudou a viver… Fez o desgraçado continuar de pé por mais tempo.

Mas não, não era aquilo. Era ilógico. Ela foi obrigada, afinal. Então, o que seria?

― Nós ainda não somos nem sequer jounins! Temos que nos tornar jounins, o Naruto disse, lembra?!

Talvez fosse o medo dela se apaixonar por ele de novo? Não, não era aquilo. Sakura havia crescido, amadurecido, e ele suspeitava que ela gostasse de Sai, por mais que ela mesma não percebesse. Mesmo se ela se apaixonasse por ele, ele sabia que não seria como antes.

E então, procurando em sua cabeça o que o fazia ficar longe de Sakura, se lembrou dos seus últimos momentos em Konoha. Um “obrigado” que dizia coisas que nem ele mesmo entedia, e concluiu, finalmente, que era aquilo.

 Sakura conhecia um lado dele que ninguém conhecia. Ela sabia que sua fraqueza era sua consideração pelo Time Sete, que ele se preocupava com todos mais do que deixava transparecer. Que o Sasuke de doze anos era uma pessoa frágil por dentro, confusa, infeliz e que deixava o seu lado mais humano pesar quando se tratava dela e de Naruto. Ela conhecia o que ele queria esconder.

 E aquilo era extremamente injusto com ela, pensou, sem entender ao certo o porquê, enquanto cedia à exaustão e fechava os olhos, abraçando o escuro.

. . .

 ― Me desculpe, Sakura ― ele disse, alguns minutos depois de recuperar a consciência, quase que completamente curado pela colega.

 Ela não perguntou e nem disse nada, mas ele sabia que ela entendia. Não era daquele jeito no começo da vida deles como colegas de time, mas depois de um tempo, ela passou a sempre entender. Sempre.

 Um sorriso cheio de lágrimas foi a sua resposta antes de Naruto envolver os dois em um abraço aliviado.