Enfim estavam no País do Relâmpago. Devido à isso, o clima acordou melhor entre os membros dos dois times. Sasuke e Sai não estavam mais se estranhando de um jeito anormal, pareciam ter se conformado de que teriam que conviver um com o outro e, quem sabe, até mesmo colaborarem entre si, então a briga outrora grave estava apaziguada. Naruto e Lee pareciam animados que iriam fazer reunião para discutir estratégias de batalha, antes que fossem diretamente ao porto. Gai ainda desconfiava da situação, como um todo, e estava levemente receoso em levar seu time para o x da questão. Eram os melhores ninjas, é claro, mas não sabiam exatamente qual ameaça enfrentavam. Estariam eles prontos para aquela situação? Tenten e Sakura não exibiam emoções mais fortes além de decepcionadas com as rotineiras atitudes de seus animados companheiros de equipe.

Todos já encontravam devidamente vestidos e alimentados para resolver o problema, sentados juntamente com o Raikage em uma sala de reuniões preparada para o ato. Darui não parecia muito desperto e atento, mas aquele era o seu jeito, ou seja, não havia nada fora do comum.

“Com sua licença, Raikage-sama, para discutirmos algumas estratégias antes de nos encontrarmos com o inimigo. Time Gai e time Yamato, eu preciso que vocês estejam extremamente focados em nossa missão. Não conhecemos o inimigo ninja e suas forças e não preciso vir aqui dizer o que já aconteceu com aqueles que foram. Não ajam sozinhos e não sejam impulsivos, vamos pensar com calma aqui em um plano de ataque. Todos estão comigo?”

Todas as cabeças balançaram-se em um aceno positivo e então ele continuou sua fala, extremamente sério.

“Lee, você é o nosso melhor atacante em combate corpo à corpo, ou seja, nossa primeira opção de ataque ao inimigo para descobrir suas intenções e, também, suas habilidades. Sakura, vou contar com você para ajudar Lee, por causa da sua incrível força e suas habilidades com ninjutsu, ajudando-nos a desvendar os pontos desconhecidos. Sai e Tenten, vocês ficam na linha de trás, porque são melhores em ataques à distância, também dando apoio aos que estão na linha de frente. Sasuke, precisamos de você afastado para que possa decifrar os movimentos do inimigo. Naruto, bem, eu não preciso dizer nada à você, apenas faça o que você é bom em fazer. Eu vou estar junto ao Sasuke, analisando o campo de batalha. Essa é a nossa estratégia, que independe do número de pessoas. Lee e Sakura, linha de frente; Sai e Tenten, linha de trás; Sasuke e eu como monitoramento; e Naruto como apoio. Todos entenderam claramente?”

“Dattebayo! Vamos acabar com esses caras e restaurar a ordem!”

“Naruto…” Começou Sakura, começando a ficar irritada com o amigo. Depois de uma guerra, ele realmente não aprendera nada sobre o que estavam falando?

“Eu sei, eu sei, Sakura-chan, não estou subestimando o inimigo. Só estou animado com a missão, vamos conseguir, -ttebayo!”

“Raikage-sama, há algo que queria nos dizer?”

O homem de cabelos brancos suspirou, coçando o bigode que havia se formado em seu rosto sem que ele percebesse.

“Tomem cuidado. E voltem… por favor. Contamos com vocês, Konoha.” Foi difícil e feriu seu orgulho o tom de voz desesperado que ouviu sair de si mesmo, mas, naquele momento, realmente não tinha escolhas a não contar com eles.

“Vamos lá, times.” Os ninjas se levantaram, curvaram-se respeitosamente e saíram em direção ao destino que tanto almejavam. O homem que ficou sozinho na sala deu um novo suspiro. Ainda estava um pouco reticente com a situação, mas precisava acreditar que tudo se resolveria dessa vez. Tinha que se resolver.

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Chegaram ao porto, cada um ansioso à sua própria maneira. Sasuke compartilhava do mesmo sentimento de seu sensei; toda a situação parecia estranha para ele e esperava que não tivessem grandes surpresas. Não conheciam o inimigo e isso por si só já era um fato bem grave, que poderia se transformar em qualquer coisa. Observava tudo com seu Rinnegan ativado, não perdendo nenhum detalhe.

Ainda era manhã e, nem ao menos por esse motivo, o local parecia habitado. Pelo contrário; andaram lentamente sem encontrar-se com ninguém. O sol estava quente sob as costas deles, mas não se importavam o suficiente com aquilo. Estavam ali em uma missão e nada tiraria o foco desta.

De repente, um grupo de homens começou a ser visto. Eles eram claramente piratas, lenços e chapéus sob as cabeças diversas. Eram quinze deles, o Uchiha contou mentalmente. Eles não andavam apressados e tinham em seus rostos a expressão de que os estavam esperando. Não soube dizer se algum deles era, de fato, ninja, mas não havia nenhuma bandana presente.

Não puderam analisar o suficiente, pois os homens atacaram. Eles eram rápidos, pôde ver, e ainda estavam em vantagem numérica. Se fizesse os cálculos exatos, seu grupo era composto por sete pessoas, ou seja, aproximadamente dois para cada um deles. Claro, alguém teria que lutar com três, isso era inevitável. Não pensou, apenas atacou. Deixou seu corpo se mover com fluidez, como sempre ocorria.

Parecia fraco, com seu único braço, mas havia superado essa falha há algum tempo. Por ter uma capacidade de aprendizado rápido, não teve muitas dificuldades para manusear a espada com a mão direita; era canhoto. Bem, pelo menos, denominava-se canhoto, pois realizava a maioria das coisas com a mão esquerda. A outra também era utilizada, não poderia se dar ao luxo de saber apenas um forma, por que e se essa forma fosse cortada como fora? Era preparado, só precisou adaptar-se.

Derrotaram todos em poucos minutos, não esperava menos daquela equipe. Todos eram capacitados, nenhum deles ficava para trás. Os piratas estavam no chão, machucados de alguma forma, mas não mortos. Sasuke não se importaria de matar um ou outro, mas Gai tinha uma política séria sobre isso em seu time; ele não tolerava algo assim de forma alguma e, bem, o moreno teve que aceitar as regras do jogo.

“É só isso? Achei que tivessem dito algo sobre ninguém conseguir…” Como esperado, Naruto era o mais ansioso e o mais precipitado. Todos olharam ao redor, ninguém estava se levantando para lutar. Não havia ninguém em pé além deles.

“Shh, tem alguma coisa errada por aqui. Eu consigo sentir.” comentou Tenten, com uma voz preocupada.

Todos olharam na mesma direção quando um homem ruivo virou a esquina e entrou no campo de visão. Ele não estava muito longe e ia caminhando de forma calma, ao encontro deles. Segundos tensos se passaram, até que o indivíduo se aproximou o suficiente e parou, olhando-os com intensidade e um sorriso sádico nos lábios. O que aquele ser estava fazendo sozinho ali, como se pronto para encarar a todos eles?

Seus cabelos eram vermelhos, de tom forte, quase tão vívidos como os de Gaara. Seus olhos eram negros, as bochechas do rosto quase inexistentes, o queixo quadrado. Tinha estatura mediana, mas sua presença impunha mais força do que aparentava. Algo em sua expressão… algo estava errado.

“Os famosos Naruto Uzumaki, Sasuke Uchiha e Maito Gai! Acompanhados de algumas… formigas. Eu ouvi falar muitas coisas sobre vocês, ninjas da Folha. Será que todas aquelas afirmações eram verdadeiras?” O sorriso aumentou e Sasuke não pôde deixar de analisar aquele comportamento.

O homem não parecia com medo, falava como se estivesse no controle. Como se, sozinho, pudesse enfrentar aos sete sem nenhum problema. Como se fosse, exatamente, aquele que estavam procurando e que derrotara todas aquelas pessoas, impossibilitando-as de voltar. Precisavam tomar cuidado com ele.

“Quem é você?” Gai elevou sua voz, dando um passo à frente. Ouviu um barulho atrás de si e, mesmo sem olhar, viu aqueles com quem lutarem anteriormente saírem com expressões aterrorizadas para longe dali. Concentrou-se novamente naquele à sua frente, pelo que parecia não haviam demorado muito a encontrar o ninja renegado. Claro, ele não parecia o ser, mas o Maito era observador o suficiente; ele tinha todas as posturas de um nukenin, saberia reconhecer de longe.

“Eu me chamo Ikari e é uma pena que essa seja a última vez que vocês irão me ver.” A fala pegou à todos de surpresa, aliada à uma posição estranha de luta que o combatente fez.

Lee não precisou lançar um olhar mais insistente à Sakura para que ela entendesse o que os dois deveriam fazer. Atacaram juntos, com ataques de taijutsu combinados, o Rock usou seu chute certeiro, lançando-o para que a Haruno o acertasse com seu punho pesado. Ikari chocou-se contra uma das estruturas metálicas que dava suporte aos navios, não muito longe dali.

Lee deu um sorriso para a companheira, como se comemorasse aquela pequena vitória de forma simplista. Mas logo voltou seu olhar para a cena ao ouvir uma risada estranha vindo do outro. Ele se levantou com dificuldade, uma das mãos no abdômen, aonde havia sido atingido pelo ataque combinado.

“Ouch, essa doeu mais do que eu esperava. Bem, acho que vou precisar de um pouquinho de ajuda para acabar com vocês, admito que não vou conseguir fazer isso sozinho.”

A tensão pairou no ar, pois não sabiam o que esperar. Iriam claramente ver, finalmente, a habilidade do inimigo? Seriam páreos para ela? O problema parecia simples, mas aquele sorriso no rosto dele… incomodava a todos de uma forma que não sabiam explicar, apenas estavam sentindo.

“Não sei porque mas não vejo nada bom vindo dessa fala. So consigo pensar nele fazendo o Edo Tensei agora.” Comentou Sakura, arrepiando-se com o próprio apontamento. Não havia falado baixo, não que isso importasse naquele momento, mas o ruivo pareceu escutá-la e, ainda, ponderar sobre a questão.

“Ah não, minha querida, o Edo Tensei seria muito pouco para derrotá-los. Os ninjas do passado eram muito interessantes, mas eu prefiro conservar suas memórias. Ao invés disso, por que não abusar do presente e trazer para o meu lado os ninjas mais poderosos da atualidade? Ah, Vila da Folha, vocês me fizeram esperar muito.”

Aconteceu tão rápido que não tiveram a chance de pensar muito sobre. Um sinal de mãos foi feito, fazendo sombras escuras saírem dos pés de Ikari. Elas lembravam muito um dos jutsus de Shikamaru, mas as linhas eram mais finas e tinham uma coloração diferente. Elas eram rápidas e passaram pelos pés de todos antes que pudessem perceber o que estava acontecendo. Mas, estranhamente, elas não se fixaram em ninguém.

Mesmo assim, não sabiam o que aquilo fazia. Tentavam desviar-se delas da forma que podiam, o que pareceu deixar as sombras mais alvoroçadas e então elas realmente estavam tentando pegá-los, mesmo em pleno ar. Gai deu um pulo atrás, curvando seu corpo de uma forma que uma delas não conseguisse atingí-los. Olhou ao redor, para analisar a situação. Os membros tentavam fugir como podiam, assim como ele próprio. Seus ninjas ali não precisavam de auxílio, conseguiriam se livrar daquilo sem problemas, eram treinados para situações assim.

Demorou apenas um segundo para perceber que dois deles estavam parados, cravados no chão como postes, nem ao menos olhando para os lados.

“Naruto, Sasuke, o que aconteceu? Por que estão parados?” Preocupou-se, pois, principalmente o Uzumaki nunca conseguiria ficar estático em uma circunstância como aquela. Seu aluno era mais contido que o loiro, mas também aquele tipo de comportamento era anormal para ele.

Ikari ajeitou-se, levantando-as mãos em direção aos ninjas citados. Os dois, como se diretamente ligados ao inimigo, no mesmo instante, viraram-se de frente para os outros, ainda no mesmo lugar. Linhas de chakra saíam pelas mãos do ruivo, caminhos que levavam diretamente para o único Uchiha ainda vivo e para o possuidor da Kyuubi.

“Finalmente, a hora do show.”