Sangue, Suor, Lágrimas e Estilhaços escrita por Blue Blur


Capítulo 36
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

Tanto Rebeldes quanto Leais trabalham em seus próximos passos para a guerra.



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No solo lunar, uma nave aterrissou abruptamente, acrescentando mais uma cratera ao terreno naturalmente acidentado. A nave tinha uma cor rosa choque característica, com um formato peculiar que lembrava as pernas e os quadris de uma mulher (https://vignette.wikia.nocookie.net/steven-universe/images/b/b4/Pink_Diamond%27s_Leg_Ship_by_TheOffColors.png/revision/latest?cb=20180821184458). A nave começou a andar de forma desajeitada pelo solo lunar, com cada passo acrescentando mais uma cratera à lua e, em alguns momentos, quase tropeçando nas crateras preexistentes. A nave se dirigia à Base Lunar (https://vignette.wikia.nocookie.net/steven-universe/images/c/c9/Moonbase_Infobox.png/revision/latest?cb=20160106234844) e quase chegou a se chocar contra ela, tamanha era a falta de jeito com que a nave andava. Parando a poucos metros do lugar, a nave abriu uma escotilha de onde saiu uma Diamante Rosa extremamente aborrecida com a vida e andando rápido, com passadas bem fortes, acompanhada por sua pérola substituta, que era obrigada a correr para acompanhar sua Diamante, já que, pelo protocolo, ela é quem devia andar na frente de sua Diamante, anunciando sua chegada.

As gems responsáveis por ficar de vigia nos diferentes portões da base foram instruídas a não deixarem ninguém entrar no lugar, já que estava ocorrendo uma reunião importante entre as Diamantes Amarelo e Azul. Porém, tão logo elas viram a Diamante Rosa de cara amarrada, elas já saíam de ladinho, fazendo a saudação Diamante. Isso resultou na Diamante Rosa chegando facilmente à escadaria e, logo depois, à sala de comando.

(Diamante Amarelo): Na fase 3 de nossa operação, nós iremos...

*BLAM*

Tão logo ela viu a silhueta da Diamante Rosa, a Diamante Amarelo ficou com uma cara amarrada e com os olhos quase saltando das órbitas, o que fez as outras gems por perto se afastarem, incluindo sua pérola.

(Diamante Amarelo): O QUE RAIOS SIGNIFICA ISSO, ROSA???

(Diamante Rosa): Eu é que pergunto! Como é que vocês iniciam uma reunião sobre um ataque SEM me avisarem?

(Diamante Amarelo, séria): Isso não diz respeito a você! Agora suma daqui!

(Diamante Rosa): Como assim, não me diz respeito? É a minha colônia! Vocês estão simplesmente explodindo as coisas nela sem o meu consentimento!

(Diamante Amarelo): Não precisamos do seu consentimento para nada!

(Diamante Rosa): Como assim? Eu sou igual a vocês! Eu sou uma Diamante! Vocês não podem passar por cima de mim como se eu fosse apenas uma... uma... uma pérola! (logo depois ela cochichou “sem ofensas” para a pérola dela)

(Diamante Amarelo): Você falhou com suas tarefas como Diamante! Deixou que um quartzo rosa rebelde levasse consigo grande parte de suas tropas, incluindo sua própria pérola! Agora, ela está andando pra cima e pra baixo pela sua colônia com um exército daqueles carrapatos de carbono que você se recusou a erradicar quando começou a colonização!

(Diamante Azul): Amarelo, nós já conversamos sobre isso.

(Diamante Amarelo): Não o bastante! Pelas estrelas, nós tivemos que criar uma Divisão SÓ PARA MATAR esses macacos desmiolados! Ainda assim, eles conseguiram matar METADE da divisão! E o que fazemos? Exterminamos eles? Pulverizamos essas pragas? Não, nós gastamos recursos para cria-los em cativeiro! Criá-los em viveiros climatizados, com suprimentos e até mesmo um *urgh* programa de reprodução. Sério, quem teve essa ideia imbecil?

A última pergunta foi totalmente sarcástica. Diamante Amarelo sabia exatamente que tudo envolvendo o zoológico humano havia sido feito por ordens da Diamante Rosa, que intencionava salvar alguns espécimes da extinção absoluta, mas quando ela ficava com raiva, fazia questão de atingir da forma mais dolorosa possível. Usualmente, ela esmagava a gem petulante com o dedo ou soltava um raio nela. Obviamente nenhuma dessas duas opções eram cogitáveis para a Diamante Rosa.

Diamante Rosa, por outro lado, recebeu o impacto das palavras como se fossem balas. Ela ficou se tremendo toda de raiva, se segurando para não chorar. Óbvio que a Diamante Azul não gostou nada daquilo.

(Diamante Azul): Amarelo, já chega!

(Diamante Amarelo): E você, como sempre, passando a mão na cabeça dela!

(Diamante Azul): Isso não é sobre passar a mão na cabeça de ninguém! Faltar com respeito a uma Diamante é um crime imperdoável! Se você fosse uma outra gem, isso lhe faria ser estilhaçada!

(Diamante Amarelo): Estilhaçada? Você está falando sério? Uma Diamante de verdade condecoraria qualquer gem que se voluntariasse a meter um pingo de bom senso na cabeça dessa... dessa...

(Diamante Rosa): “Dessa” o quê, Amarelo? Anda, fala na minha cara!

(Diamante Amarelo): DESSA PIRRALHA MIMADA, INFANTIL, INCONSEQUENTE E INCAPAZ DE GERENCIAR A PORCARIA DE UMA COLÔNIA SEM CAUSAR PROBLEMAS PARA UMA CAPITAL QUE JÁ ESTÁ ATOLADA ATÉ O PESCOÇO EM PROBLEMAS!!!

Quando Amarelo terminou de falar, a Diamante Rosa se virou e saiu andando com pressa para fora, sem falar uma palavra, e fez questão de bater os portões. Subitamente, Diamante Amarelo começou a sentir uma sensação horrível de terror e angústia, como se estivesse diante da morte em pessoa. Sua pérola também estava tremendo, agarrada ao seu tornozelo. Quando a Diamante Amarelo se virou, viu a Diamante Azul praticamente lhe fuzilando com o olhar, enquanto emitia uma aura azul sinistra. A encarada sinistra durou mais alguns segundos, (que mais pareceram horas) já que a Diamante Azul queria fazer questão de mostrar sua reprovação. Logo depois, Diamante Azul saiu da sala à procura da Rosa, fazendo Amarelo suspirar em alívio. Diamante Azul achou a Rosa sentada, recostada numa parede, encolhida e sozinha, provavelmente depois de ter mandado sua pérola se retirar. Azul se aproximou para conversar com ela.

(Diamante Azul): Rosa...?

(Diamante Rosa): O que você quer?

Pelo tom de voz, qualquer um podia perceber que ela estava tentando (sem sucesso) disfarçar que ficou chateada e manter a postura de um Diamante fria e distante, mas quando você tem metade do tamanho das outras Diamantes e é milênios mais nova, fica difícil ser convincente.

(Diamante Azul): Olha, desculpe pelo que você ouviu lá atrás. A Amarelo não quis dizer aquelas coisas, ela só anda meio estressada com...

(Diamante Rosa): Você não tem que pedir desculpas por nada, e não diga que a Amarelo não quis dizer aquilo! É exatamente a mesma coisa que ela vem jogando na minha cara desde que a rebelião começou!

(Diamante Azul): Rosa, você sabe que a Amarelo se importa com você, é só... que esse é o jeito dela. Por isso que a maior parte do assunto de Inteligência Militar é com ela. Isso não quer dizer que ela não se importe com você! Todas nós nos importamos!

(Diamante Rosa): Não, você se importa comigo. Só você, e talvez, a Diamante Branco... a Amarelo me odeia e ponto final... Aposto que, se eu não fosse uma Diamante como ela, ela me estilhaçaria sem nem hesitar.

A mera menção à hipótese de sua adorável “estrelinha” ser estilhaçada fez um arrepio gelado correr pela sua espinha (se ela tivesse uma, pelo menos). Diamante Rosa tinha uma concepção horrível de sua conterrânea dourada e, embora Azul concordasse que Amarelo não era perfeita, ela sabia que tal ideia da Rosa era absurda. Diamante Azul não queria revelar isso agora, mas não teve outra escolha.

(Azul): Rosa, posso te contar um segredo? Algo que fique só entre nós dois?

(Rosa): Tudo bem, prometo não contar nem para a minha pérola.

(Azul): Lembra de quando você vivia insistindo para ter sua própria colônia, eu dizia que você merecia uma chance e a Amarelo vivia se recusando a acreditar no seu potencial?

(Rosa, revirando os olhos): E como eu poderia esquecer?

(Azul): Você sabe quem foi que lhe deu sua colônia?

(Rosa): Claro, foi você.

(Azul): Não, foi a Amarelo.

(Diamante Rosa): O QUÊ???

(Diamante Azul): Sim, a colônia era originalmente dela, mas ela pediu permissão para a Diamante Branco para doar para você, assim você poderia ter sua primeira tentativa como colonizadora.

(Diamante Rosa, sem acreditar): V-Você está brincando, não está?

(Diamante Azul): Não, é a mais pura verdade. É por causa dela que você tem essa sua colônia. Ela espinafra você por causa do que acontece porque, no fundo, ela tem medo de ser ridicularizada por ter fé em você.

(Diamante Rosa): Está dizendo então que eu sou uma vergonha para ela?

(Diamante Azul): Não, estou dizendo que tem alguém que acredita em você, mais do que muitas gems. Talvez, até mais do que você mesma.

Diamante Rosa não respondeu nada, ficando completamente perdida num turbilhão de pensamentos. Percebendo que a pequena estava refletindo em suas palavras, Diamante Azul sorriu e se retirou.

(Diamante Azul): Eu preciso voltar para a sala de comando agora. Ainda preciso terminar a reunião, sem falar que eu deixei minha pérola sozinha.

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De volta à Ahkvata

Thanos ainda estava em seu refeitório, completamente pelado, comendo pão feito com frutas e mel e tomando vinho. Merit chegou de repente no lugar e, ao dar de cara com o grego pelado, cobriu os olhos e virou de costas, horrorizada.

(Merit, ruborizada): Thanos... você ainda está pelado?

(Thanos, sem se importar): Sim, do jeitinho que vim ao mundo.

(Merit, ainda de costas): Incrível como você não se cansa de me surpreender...

(Thanos): E tem como não se surpreender com meu pintão?

(Merit): Pelos deuses, que vulgar...

Ironicamente, Thanos tinha um pequeno galináceo sentado em seu colo, piando suavemente enquanto recebia fragmentos de pão.

(Merit): Thanos, por favor se arrume. Ainda temos muito trabalho a fazer. A muralha pode estar nos estágios finais de conserto, mas ainda temos que cuidar do exército e também...

(Thanos): Muito a fazer? Eu vou é para casa!

(Merit): Isso é alguma piada, Thanos? Precisamos de você aqui! Agora que nossa cidade está se recuperando de um ataque maciço, provavelmente agora é que as Diamantes vão tentar uma nova investida! Precisamos de todo o pessoal possível!

(Thanos): Sim, mas essa não é a minha cidade. Na verdade, nem é mais a sua cidade. Francamente, aquele maluco tentou me matar!

(Merit): Sim, eu sei que essa cidade não é mais minha, mas ela ainda é importante! Se ela cair, as Diamantes irão atrás da minha cidade, e depois vão atrás de qualquer outra cidade grande o bastante para oferecer resistência. Qualquer um consegue deduzir isso! Como você ignora?

(Thanos): Ah, Merit... eu não faço mais parte dessa guerra... agora eu quero paz. Eu só vim para essa última batalha por um acerto de contas. Meramente vingança.

(Merit): Thanos, ninguém nesse mundo terá paz enquanto essa guerra continuar! Nosso mundo INTEIRO pode ser destruído! Qual a dificuldade de você entender isso?

(Thanos): Ah, meu pau... você está falando igual ao seu marido agora! Você costumava ser mais esperta, Merit.

(Merit): Esperta? Você chama de esperteza ignorar o perigo que está batendo às portas de nossas casas?

(Thanos): Merit, pense nisso como um investimento: eu salvei a cidade, eu matei umas gems importantes e agora eu quero aproveitar meus dividendos. Só isso.

(Merit): Bem, caso não tenha reparado, se o banco for à falência, você não tem investimento nenhum e tampouco dividendo.

(Thanos): Perante essa sua argumentação, eu só tenho uma coisa a dizer...

Thanos soltou um peido bem barulhento e bem demorado, por cerca de 10 segundos, fazendo Merit cobrir o rosto mais em reprovação do que em repulsa ao fedor.

(Merit): É assim que você pretende enxotar as Diamantes quando elas vierem atrás de você e de seus poucos amigos *Merit enfatizou bastante a palavra “poucos”*

(Thanos): Se alguma Diamante ousar pisar nesse planeta, ela vai ter seu fim nas minhas mãos, seja com estratégias, seja com armadilhas. Os vikings sabem se cuidar, tenho certeza de que eles não vão se meter em nenhuma batalha que já esteja perdida. A Penny e a Neera estão comigo. De resto... eu não ligo. A propósito, eu recomendo você voltar logo para casa e vigiar direito seu maridinho. Ele pode acabar encontrando outra garota de cristal no caminho.

Merit agarrou Thanos, pôs ele de pé e o empurrou contra a parede.

(Merit): Escuta, você pode falar a merda que for, mas não mete minha cidade e nem meu marido nas suas presepadas!

(Thanos): Mas você mesma não disse que eu podia falar da merda que eu quisesse?

Merit respondeu dando uma joelhada no galinho do Thanos, e não no que tinha penas. Surpreendentemente, a joelhada foi bloqueada por um campo de força. Só aí que Merit notou que Thanos estava usando o colar que ele ganhou como premiação no casamento dela.

(Thanos): Achou mesmo que eu iria para a batalha despreparado? Pelo menos esse seu casamentinho serviu de alguma coisa.

Merit respondeu jogando Thanos em cima da mesa, quebrando-a com o peso dele, e depois se retirando.

(Thanos): Ai ai, como é difícil lidar com esses maus perdedores. Né Arnaldo?

O galinho de Thanos piou suavemente. Pouco depois, Penny entrou no recinto, obviamente dando de cara com o Thanos pelado. Por alguma razão, ela não se surpreendeu com isso.

(Penny): Thanos, seus amigos vikings querem falar com você.

(Erik): Thanos, precisamos falar com você. O negócio é sério.

(Thanos): Ah, pelo amor de Odin, vocês não vieram aqui chorar por causa do Turn Down for What que eu dei na princesinha. Vieram?

(Erik): Ah, por isso que ela estava irritada. O que você disse para ela?

(Thanos): Do casamentinho de merda dela.

(Olaf): Não foi um casamentinho de merda. A comida estava ótima. A bebida também.

(Baleog): As mulheres então, nem se fala.

(Erik): Ok, mas não foi por isso que viemos aqui. É a respeito da cidade de Ahkvata, Thanos.

(Olaf): As defesas estão baixas. Embora os muros já estejam quase totalmente reparados, perdemos muitos soldados na última batalha e agora não temos mais o suficiente para guarnecer o perímetro.

(Thanos): O que vocês gostariam que eu fizesse, meus amigos?

(Baleog): Seguinte Thanos, conhecemos sua treta com o Sebek, e depois do julgamento compreendemos perfeitamente o que aconteceu. Porém, o povo de Ahkvata ainda é inocente, e como membros do Esquadrão Platina, é nosso dever defende-lo, foi nosso juramento. Sabemos que você, tecnicamente, não é mais parte do Esquadrão, mas para nós você sempre será nosso capitão.

(Thanos): Só vocês mesmo conseguem falar coisas que me tocam o coração. Bem, a ideia então é trazer homens capacitados para cá?

(Erik): Não exatamente. Achamos que seria melhor se nós mesmos capacitássemos os habitantes, assim eles poderiam, posterioremente, capacitar uns aos outros, e não seriam mais tão dependentes de nós.

(Baleog): Só tem um problema em relação a isso.

(Thanos): Vocês não sabem capacitá-los?

(Baleog): Exato... temos nossas próprias armas, mas não sabemos fazer mais. Temos nosso próprio estilo marcial, mas não sabemos ensiná-lo.

(Thanos): Ainda bem. Com esse estilo marcial de vocês, nosso problema de falta de homens só aumentaria.

(Erik): Ei, nós temos um bom estilo de luta!

(Thanos): Claro, e o nome dele é “berserk, berserk, berserk

(Olaf): Não é culpa nossa se esses homens não têm nenhum vigor!

(Erik): Então Thanos, poderia nos ajudar?

(Thanos): E eu lá recuso ajuda a amigos? Claro que posso ajuda-los.

(Baleog): Thanos, você sempre me surpreende. Por alguma razão, tenho quase certeza de que a Merit veio lhe pedir a mesma coisa. Por que você não aceitou?

(Thanos): Porque ela não pediu com educação. Sem “por favor”, muito menos um “obrigado”. Isso que dá ser uma princesinha boçal e mimada que sempre teve tudo fácil na vida.

(Olaf): Interessante Thanos, por que você se preocupa tanto com esses padrões de educação? “Por favor”, “obrigado”, “com licença”...

(Thanos): Não sei ao certo. Acho que é porque, na Grécia, o povo era assim, polido. Isso me ajuda a pensar na minha família, no meu lar e, bom, nos meus antigos amigos...

(Erik): Falando nisso, Thanos, quando dividíamos o quarto, você tinha uns pesadelos estranhos e balbuciava uns nomes estranhos. A propósito, quem era “Amphitrite”?

(Thanos): Ela? Bem... resumidamente, foi quem me ajudou a seguir em frente e a não desistir.

(Erik): Seu primeiro amor, né cara?

(Thanos): Sim.

(Baleog): Bom, eu imagino o que aconteceu com ela, já que ela não está aqui. Não fique assim, Thanos, eu te conheço. Você sempre usa sua dor para seguir em frente. Por isso que eu te admiro.

(Thanos): Nossa gente, obrigado. É bom ver que ainda existe gente que tem consideração por mim.

(Olaf): Você é um cara legal Thanos, só é mal-compreendido.

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2 horas depois...

Vestindo sua armadura completa, Thanos apareceu em um dos jardins de Ahkvata com os vikings.

(Thanos): Bem, aqui estou eu. Onde estão os carinhas que eu deveria treinar?

(Baleog): Venha com a gente. Vamos te levar para o lugar onde eles estão.

Os três vikings levaram Thanos para um bar de Ahkvata, onde estavam os aspirantes a guerreiros de elite. A maioria dos sujeitos eram extremamente mirrados. Só um ou outro eram parrudos... mais ou menos. Dois ou três eram mulheres.

(Thanos, olhando com uma cara de bunda pros vikings): Vocês estão brincando comigo, não é? Isso é alguma pegadinha, não é?

(Olaf): De forma alguma, Thanos. Este aqui é o glorioso grupo que se voluntariou para ser treinado por você.

(Thanos): Eu esperava mais de vocês. Francamente, eu venho aqui esperando que vocês me tragam homens, ao invés disso, vocês me trazem uma gurizada só.

(Erik): Quando a gente se conheceu, você tinha mais ou menos a mesma idade deles.

(Thanos): Esse é o seu argumento? Por acaso eu era mirrado assim?

(Erik): Na verdade, era sim. Você deu uma encorpada apenas recentemente.

(Thanos): Ah, é? Pois bem, vamos ver se, pelo menos, eles têm o mesmo preparo marcial que eu tinha.

Thanos apontou para um dos sujeitos e bradou uma ordem.

(Thanos): Ei, você aí! Pega!

Thanos jogou uma caixa para o sujeito. Era quadrada e prateada. O sujeito apara a caixa no ar, que subitamente se abre, revelando uma mãozinha que fica dando tapinhas leves no sujeito.

(Thanos): Eu jamais teria deixado isso acontecer comigo.

(Baleog): Tá, eu admito, eles são mesmo um POUQUINHO lentos.

Thanos e os vikings voltaram seus olhares para o sujeito, que ainda estava levando tapas da maquininha. Baleog perdeu a paciência e tomou a maquininha.

(Baleog): Tá bom, eu admito! Eles são ESTUPIDAMENTE lerdos!

(Thanos): Mas deixa eu adivinhar: eles são a melhor opção que Ahkvata tem para sobreviver.

(Olaf, coçando a cabeça): Era exatamente isso o que eu ia dizer.

(Thanos): Tudo bem, eu treino deles. Mas eu tenho as minhas condições, e a principal delas é que, se aquele rei lazarento tentar usar esses soldados contra mim, eu juro que vou enfiar aquela maquininha no cu dele pessoalmente, e fazer ela estapear-lhe a próstata até a morte!

(Erik): O que é próstata?

(Thanos): Você vai descobrir depois dos 40 anos.

(Baleog): Não se preocupe! Vou garantir que o Rei Sebek não os use para motivos mesquinhos.

(Thanos): Ótimo! Estão todos de acordo com minhas condições?

(Recruta): Que condições?

(Thanos): Ótimo! Então todos vocês agora estão oficialmente aceitos na Academia Militar do professor Thanos.

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3 horas depois...

Thanos chamou novamente todos os recrutas que os vikings apresentaram a eles. Dessa vez, eles estavam numa espécie de salão.

(Thanos): Muito bem rapaziada, vamos começar com o básico.

Assim que Thanos estalou os dedos, pelo menos uma dúzia de robôs apareceram, segurando armas falsas de espuma. Os robôs assumiram postura defensiva, mas se mantiveram estáticos. Penny apareceu empurrando uma maca cheia de quinquilharias eletrônicas.

(Thanos): Seguinte turma, vou ensinar vocês a não serem apenas uns mongolões que só sabem lutar...

(Baleog): Por que isso me ofendeu?

(Thanos): ...vou ensinar vocês a serem espertos. A criarem suas armas. Seu próprio estilo de luta. Mas antes, gostaria de ver o que vocês têm que pode ser chamado de estilo de luta.

Um sujeito meio mirrado pegou uma lança e partiu para cima de um dos robôs. O robô, com a espada de espuma, simplesmente afastou a ponta da lança e deu uma cassetada no sujeito, derrubando-o no chão. Uma segunda mulher tentou atacar com um arco e flecha, mas o robô agarrou a flecha e a usou para dar umas cassetadas na coitada. Outros avançaram com marretas, espadas e machados. Todos, invariavelmente, tomaram cassetadas e foram derrubados ao chão. Vendo que o treino físico não deu muito resultado, ele decidiu mudar para o treino de armas.

Thanos pegou algumas peças mecânicas e começou a encaixá-las umas nas outras.

(Thanos): É só fazermos isso, isso, e mais isso, e isso... e pronto, temos um rifle!

Todo mundo ficou se entreolhando, sem entender nada.

(Cara aleatório número 1, cochichando): O que é um rifle?

(Cara aleatório número 2, encaixando as peças): Assim, professor Thanos?

(Thanos): Não, não assim! Assim!

Thanos desencaixou a peça e encaixou de outra forma.

Os outros recrutas tentaram, de todos os jeitos, imitar o que Thanos fez, mas sem sucesso.

(Recruta): Acho que consegui.

(Thanos): Sim, você conseguiu... conseguiu ser expulso da minha academia! Fora!

(Recruta): Mas mestre Thanos...

(Erik): Porra Thanos, não é assim que se faz!

(Penny): Thanos, use aquela técnica que eu te ensinei?

(Thanos): Agora? Beleza. Muito bem, a minha mulher aqui me deu uma dica bacana de como ajudar vocês. Eu tenho um método muito bom que vai transformar vocês de frangotes nos melhores guerreiros que Ahkvata já viu. Sabem como eu vou fazer isso? Com música!

Ideia de música: https://www.youtube.com/watch?v=RYd-vhiXCNE

Thanos pegou uma lança, e começou a girá-la, indo para cima dos dois robôs, que tentaram ataca-lo, sem sucesso, enquanto ele se esquivava e acertava a cabeça deles com a arma.

(Thanos, cantando): Vamos à batalha! Guerrear! Vencer!

(Recrutas): Rá!

(Thanos): Derrotar os hunos, é o que vai valer!

(Um dos recrutas): Mas os hunos são nossos aliados...

Thanos acabou se aproximando de um dos recrutas, que tomou um susto e acertou uma cassetada no grego, que ficou puto e bateu de volta no aloprado.

(Thanos, cantando): Vocês não são o que eu pedi!

São frouxos e sem jeito algum!

Vou mudar! Melhorar! Um por um!

Noutra parte do treinamento, os recrutas treinaram tiro com rifle, errando as balas desastrosamente por conta do coice das armas. Thanos viu um pobre imbecil apontando a arma para si mesmo. O grego foi lá, deu um cascudo no imbecil e ajeitou a arma.

(Thanos, cantando): Calmo como a brisa! Chamas no olhar!

Uma vez centrado, você vai ganhar!

 

Thanos plugou várias peças de maquinaria no próprio braço, incluindo uma luva, que ele apontou para disparar projéteis. Um aluno tentou fazer o mesmo, mas a máquina explodiu na mão dele, forçando Penny a chamar um drone-bombeiro.

(Thanos, cantando): São soldados sem qualquer valor!

Tolos e sem jeito algum!

Mas não vou desistir de nenhum!

Num treinamento de combate corpo a corpo, um robô tentou acertar o Thanos com uma espada de madeira pelas costas, mas ele bloqueou o golpe agarrando a lâmina com as palmas. Um dos alunos tentou repetir o movimento, mas levou uma espadada de madeira no cocuruto. A espada acabou quebrando e o sujeito ficou com um sangramento. Teve um outro infeliz que tentou lutar boxe com um robô e acabou levando um soco na cara.

(Recruta 1): Alguns dentes eu vou perder.

(Recruta 2, desistindo): Diga a todos que eu já vou

Um recruta infeliz tentou, de novo, montar uma manopla de força, mas ela acabou explodindo no primeiro teste de esmurrar parede.

(Recruta 3): Eu não devia ter deixado de estudar

 

Um quarto recruta foi pro chão quando Thanos acertou um gancho nele.

(Neera): Não deixa ele te bater!

(Penny): Uma gem rebelde eu sou!

(Thanos): Por que vocês começaram a cantar?

 

HOMEM SER!!!

Na próxima parte do treinamento, os estudantes tiveram que aprender a pilotar alguns mini-mechas. Mas todos começaram a trombar uns nos outros.

Seremos rápidos como um rio!

— (HOMEM SER!!!)

— Com força igual ao de um tufão!

— (HOMEM SER!!!)

Outro até conseguiu acertar um soco no mármore, mas acabou não causando dano nenhum.

Na alma sempre uma chama acesa!

 

Thanos ficou olhando para os recrutas com a decepção estampada no rosto.

 

— Que a luz do luar nos traga inspiração!

 

(Thanos, cantando): O inimigo avança!

Quer nos derrotar!

 

Na fase seguinte do treinamento, os alunos começaram a lutar com os robôs usando armas de verdade. Um deles acabou sendo desarmado pela máquina que enfrentava, forçando um decepcionado Thanos a ir em socorro dele.

(Thanos): Disciplina e ordem vão nos ajudar!

Mas se não estão em condições de se armar e combater

Como vão guerrear e vencer?

 

Horas depois, o mesmo aluno foi escondido até o depósito de armas e religou os robôs, uns oito, e se preparou para lutar com todos ao mesmo tempo.

HOMEM SER!!!

Seremos rápidos como um rio!

 

O barulho das armas e das máquinas em operação acabou fazendo todo mundo acordar, inclusive o capitão Thanos, que foram checar o que estava acontecendo. Foi quando viram o sujeito lutando contra os oito robôs.

 

— (HOMEM SER!!!)

— Com força igual ao de um tufão!

— (HOMEM SER!!!)

 

Um último robô apareceu por trás do aluno. Quando Thanos achou que ele ia ser atingido, ele se virou rapidamente e decepou a cabeça do autômato.

Na alma sempre uma chama acesa!

— Que a luz do luar nos traga inspiração!

HOMEM SER!!!

Seremos rápidos como um rio!

 

De volta ao treinamento de autodefesa, os alunos voltaram a recapitular tudo com Thanos. Dessa vez, um deles até conseguiu acertar um golpe no Thanos.

 

— (HOMEM SER!!!)

— Com força igual ao de um tufão!

 

O aluno que antes não conseguia construir uma manopla direito conseguiu esmigalhar um bloco de mármore grande o suficiente para erguer uma pilastra grega.

— (HOMEM SER!!!)

Na alma sempre uma chama acesa!

— Que a luz do luar nos traga inspiração!

 

Eles aprenderam a realizar o katar e aprenderam a pilotar máquinas gems de combate. O resultado foi um pelotão de máquinas de guerra realizando movimentos de luta e inclusive disparando projéteis com uma precisão fantástica. Era oficial: estavam prontos para combater.

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Em algum lugar no Oceano Atlântico...

Duas naves grandes, em formato de braços, uma amarela e uma azul, voavam acima das nuvens, numa altura que nenhum humano jamais teria como interceptar. Eram as naves das Diamantes Amarelo e Azul, que estavam pessoalmente presentes para assistir ao ataque à região equivalente à Escócia. Seguindo elas, estavam várias naves menores de comando e centenas de naves de assalto, transportando várias guerreiras gems.

(Comandante Esmeralda): Minha Diamante, minhas naves estão em posição! Aguardando ordens.

(Comandante Hessonita): Naves em posição, minha Diamante. Aguardando ordens.

Hessonita ainda estava bem aborrecida por ter sido tirada da posição de comando daquela operação.

(Diamante Amarelo): Muito bem, vocês têm sinal verde para começar a operação.

(Diamante Azul): Lembrem-se: tomar este território é um objetivo secundário. A prioridade é causar o maior número de baixas às Crystal Gems, e principalmente eliminar o maior número possível de inimigos Classe Platina.

Trilha Sonora: https://www.youtube.com/watch?v=EmWOznX2uUQ

(Jade): Se preparem, garotas! Essa é a hora da revanche!

Todas as integrantes restantes da Divisão Sigma estavam concentradas para aquele momento crucial, mas de todas, Jade era de longe a mais focada. O foco dela era tanto que ela acabou assumindo, de forma involuntária, o comando da nave-canhoneira onde ela estava. A tensão que ela transmitia com todo o seu corpo estava deixando Larimar e Bixbita um tanto desconfortáveis.

(Jade, cantando): Mandadas de novo ao front

Para uma operação de desmonte:

Invadir esta ilha

Para atrair a milícia

 

(Jet): Mira travada

Canhoneira posicionada

(Jade): Aguarde a ordem

Então dispare a barragem

 

A ordem veio, e não só a nave de Jade disparou, mas também todas as outras canhoneiras dispararam. Nesse momento, elas estavam sobrevoando um assentamento de nativos, protegidos por uma guarnição de tamanho considerável das Crystal Gems. O impacto direto causou várias mortes instantâneas, além de fazer pontos estratégicos voarem pelos ares, em chamas!

(Comandante Hessonita): Ordens da Diamante Amarelo:

“Eliminem já os Platinas!”

(Comandante Esmeralda): Fracassos não serão tolerados

Enviem as jaspes e ametrinas

 

(Piloto de transporte): Pelotões lançados

 

Com os rebeldes pegos de surpresa, agora era o momento da infantaria de Homeworld brilhar: os orgulhosos quartzos das Diamantes Amarelo e Azul, bem como Jasper e outras soldados da Diamante Rosa, entraram no campo de batalha como bisontes imparáveis, prontos para pisotear qualquer coitado que estivesse desnorteado no meio daquele inferno.

 

(Jasper): Estamos de volta a ação

É hora da retaliação

(Jet): Destruam as Crystal Gems

Restaurem a lei e a ordem

 

(Jade): De volta a ação

A humanidade verá a destruição

(Bixbita): Faceta 7 em nossas mãos

Recuperada da rebelde facção

 

Quando os defensores perceberam o que estava acontecendo, iniciaram o processo de contra-ataque, enviando tropas de duas direções, a fim de flanquear a infantaria invasora. Os rebeldes acreditavam que, com a infantaria inimiga correndo (aparentemente) descuidadamente terreno adentro, se separando da armada principal, seria fácil eliminá-la. O que eles não contavam é que a infantaria invasora estava armada com as novas armas encomendadas pela Comandante Esmeralda.

(Comandante Esmeralda): Deixem que venham pela enseada

E preparem a emboscada

Empurre-os para a nossa armada

Que lhes bloqueará a retirada

 

Assim que os defensores se arregimentaram contra a força de invasão. As atiradoras dispararam todas ao mesmo tempo. O efeito devastador das armas não apenas matou grande parte da formação de contra-ataque dos humanos e das rebeldes, como também instaurou pânico, devido ao efeito devastador das armas. Em questão de segundos, os humanos que antes estavam ávidos para atacarem as gems de Homeworld agora corriam desesperadamente por suas vidas.

 

(Bixbita): Marquem suas posições

E preparem a artilharia

(Comandante Hessonita): Prisma e caças

Neutralizarão as ameaças

 

A Comandante Hessonita saiu de uma cúpula que ficava acima de sua nave e estendeu o Prisma bem alto, que começou a brilhar e a girar suas sete camadas diferentes, soltando luzes que começaram a se metamorfosear em monstros. Apesar de os humanos conseguirem enfrentar os monstros relativamente bem, com a ajuda das Crystal Gems, os monstros do prisma eram auxiliados pelas gems de Homeworld que, armadas com os novos blasters, faziam estragos tremendos entre os rebeldes.

 

(Comandante Hessonita): Ordens da Diamante Amarelo:

“Eliminem já os Platinas!”

Fracassos não serão tolerados

Enviem as jaspes e ametrinas

 

(Comandante Esmeralda): Pelotões lançados

 

(Jade): Estamos de volta a ação

É hora da retaliação

Destruam as Crystal Gems

Restaurem a lei e a ordem

 

(Bixbita): De volta a ação

A humanidade verá a destruição

(Jasper): Faceta 7 em nossas mãos

Recuperada da rebelde facção

 

Os defensores pouco puderam fazer. Em questão de poucas horas, aquele lugar inteiro estava nas mãos das gems de Homeworld.


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Notas finais do capítulo

Mais um capítulo feito. Céus, achei que esse nunca fosse sair. As provas finais estão acabando comigo. Felizmente está quase tudo resolvido. Com um pouco de sorte, talvez eu consiga aumentar minha frequência de postagens uma vez que eu fique de férias. Este capítulo trouxe duas novas músicas, uma delas sendo cortesia do meu irmão.

Assim, nós nos encaminhamos para o que espero que seja a antepenúltima batalha de SSLE. Eu já tenho o final planejado e, se a minha agenda permitir, vou postá-lo aqui. Ele é épico e merece ser lido e favoritado por todo mundo. Por hora é só. Até logo e torçam para que eu retorne em breve.



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