P.O.V. Edward Cullen

Vou correndo para a calçada da loja e ainda consigo encontrá-la. Arrumo meu cabelo rapidamente, verifico minhas roupas e chego mais perto dela. Que parecia não ter notado minha aproximação ainda.

— Olá, Isabella. - Falo, olhando discretamente sua mão esquerda, onde não tem nada de anel. Ótimo. Olho discretamente a outra e também não há nada.

— Oi, Sr. Cullen. Aconteceu alguma coisa? - Perguntou, se virando para me olhar.

— Me chame de Edward, e sim, aconteceu. – Faço uma expressão séria e ela fica preocupada. – Eu quero saber se vai ter compromisso essa noite. – Abro um grande sorriso e ela abre a boca, parecendo chocada.

Mas logo se recompõe e faz uma careta.

— Bem, sim. Tenho. – Fala, cruzando os braços.

— E amanhã?

— Também, então senhor...

— Edward.

— Edward, eu não vou estar disponível em noite alguma. – Falou categoricamente, recomeçando sua caminhada.

— Mas por quê? – Corro para acompanhá-la.

— Eu não gosto de sair com os meus patrões. - Fala, fugindo do meu olhar.

— Eu não sou seu patrão.

— Mas qualquer posição que eu ganhe dentro do trabalho vão dizer que é porque estou saindo com o filho da minha chefe. Então obrigada, mas não.

Ela continua andando e fico estático. Ela me deu o fora? Realmente? Ninguém dispensa Edward Cullen. Devo estar sonhando.

Balanço a cabeça e volto para pegar meu carro.

(...)

— Qual é o problema? – Emmett pergunta, batendo seus ombros no meu. – Não cantou nenhuma mulher, só fica aí com essa cara de enterro e só entorna um copo atrás do outro.

— Ela me deu um fora. – Resmungo, virando o copo.

— Opa, opa, opa. Edward Cullen amarrando seu jegue? – Perguntou divertido.

— Para com isso, não amarrei nada, ela só é a mulher mais maravilhosa que já vi na vida, e louca, porque me dispensou. – Comento, pedindo mais uma dose para Vladimir.

— Wow, o cupido passou por aqui. Um brinde!

— Cala a boca. – Dou um tapa na sua cabeça. – Eu só não superei, é isso. Mas amanhã eu vou voltar naquela empresa e não aceito um não como resposta. – Falo determinado.

— Ai, ai, meu coração. Quero ser convidado para o casório. – Falou provocativo.

— Ah, desisto. Você sabe que eu não vou casar com ninguém, sequer quero compromissos.

— Aham, sei. - Falou meio sarcástico.

— Quer saber? Eu vou para casa. Amanhã tenho que distribuir aqueles currículos e tenho que acordar cedo. Boa noite. – Me despeço, colocando o dinheiro das bebidas no balcão e saindo.

— Boa noite, apaixonado. – Reviro os olhos e reprimo a vontade de dar-lhe mais um tapa.

Emmett é meu amigo há mais de dez anos, mas às vezes é tão irritante que eu não sei se rio, o bato ou se choro. Mas adoro ele.

(...)

Batuco meus dedos no volante do carro e fico refletindo.

Entrar ou não entrar?

Meus pais ficaram muito surpresos quando me viram acordado e arrumado para procurar realmente o emprego. Deixei meu currículo em alguns restaurantes e fui quase um miss simpatia, apenas para não passar uma má impressão, ainda não quero trabalhar.

O relógio do carro muda para 12:00h e eu decido ir atrás de Isabella, provavelmente será seu horário de almoço.

— Olá, onde é a área da Isabella? – Pergunto para a moça do balcão, vendo “Jéssica” no crachá. Ela fez uma cara de espanto mas logo se recompôs.

— É no corredor da direita, terceira porta à esquerda. - Falou, se inclinando, deixando o decote aparecendo.

Apenas agradeço e vou para onde ela me disse, a deixando decepcionada. Talvez outra hora, agora o foco é Isabella.

Encontro alguns conhecidos pelo caminho e vou cumprimentando. Apesar de viver viajando, sempre visito minha mãe em sua loja quando estou na cidade, então conheço boa parte dos funcionários.

Finalmente chego ao local onde a mulher me informou, encontro a porta entreaberta e escuto Isabella conversando com alguém.

— ... louca. Completamente insana, Bella!

— Kate, para com isso. – Isabella chiou. – E eu não sou louca, acontece que eu escuto o que todos dizem, inclusive Esme. Que ele é um garotinho mimado que vive às custas dos pais e ainda vive viajando, e claro, é um libertino. Ele ainda mora com os pais! Eu não ia sair com ninguém desse tipo. – Falou exasperada.

— Era só uma noite, não era pra casar com ele. Além do mais, a fama dele entre as mulheres é boa.

— Eu não quero casos, Kate. E também não quero fazer parte da enorme lista de conquistas dele. Não tenho tempo para isso, tenho que me focar no meu trabalho e em minha vida. Pode me dar licença? Tenho que avaliar isso aqui. – Isabella falou, azeda.

— Tudo bem, mas saiba que qualquer mulher aceitaria, menos eu, tenho Benjamin. – Ela fala e solta um risinho.

— Eu não sou qualquer uma, e eu tenho mesmo que avaliar esse desenho.

Escuto alguns murmúrios e passos, então saio rapidamente do corredor e vou para o elevador, indo para a cobertura que tem em cima.

Quando as portas se abrem, o jardim da mamãe aparece, várias flores para todos os lados, tendo algumas colunas e bancos brancos estilo grego espalhados por todo o local, deixando uma vista linda. Vou andando até chegar em um ponto onde eu possa ver boa parte da cidade.

Nunca o que ninguém me falou me atingiu como aconteceu quando Isabella falou aquelas coisas. As palavras de Emmett voltam à minha mente e eu as espanto, com certeza não é isso, não estou apaixonado por ela, apenas ela me deu o fora e estou chateado por ela não me querer, vou esquecê-la em breve.

Depois que escutei o que Isabella falou foi como se riscassem um fósforo e jogassem em cima de um caminho de gasolina. Algo mudou dentro de mim, agora mais do que tudo eu vou mostrar para ela que eu posso muito bem ter uma carreira e ser alguém digno, vou mostrar que eu posso ser qualquer coisa que eu queira e ela vai se surpreender, vou mostrar que também sou capaz de me virar, ou meu nome não é Edward Cullen.