Realmente (Me Chamam de Rei) escrita por Jéssica Sanz


Capítulo 8
O terceiro anoitecer


Notas iniciais do capítulo

Esse é o melhor capítulo aaaaa



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Eu tomei banho e fiquei tranquilo, sem receber mais ordens. Obviamente, Namjoon queria que eu descansasse para receber a punição. Fiquei um pouco preocupado com a situação do hall para o baile, mas já o tinha deixado encaminhado. Provavelmente, teria que correr na manhã seguinte para terminar.

O dia seguinte… O dia em que aquele maldito devorador de carniças iria me engolir. Algo dentro de mim me dizia que ninguém seria engolido no dia seguinte, mas minha razão continuava a me dizer que eu era apenas um objeto, e que ele tinha uma promessa a cumprir, uma promessa que ia além da vontade dele. Ele precisava vingar a morte de sua família, a morte das famílias dos amigos que ele tanto protegia. Naquele começo de noite que desperdiçamos na biblioteca, ele me falou mais sobre o significado daquela promessa. Perguntei por que os meninos eram subordinados a ele, se os três tinham passado pela mesma coisa.

— Eu guiei os dois por todo o caminho até chegar aqui. Fui o primeiro a conseguir dominar um monstro, o que foi bem difícil. Tive que fazer isso para nos salvar. Hebi queria nos devorar.

— Que surpresa — eu disse, irônico.

— Pois é. Bom… Enfim, eu fiz algumas coisas que me deram algum crédito. Por fim, eles me escolheram para suceder Hyungsik.

— Park Hyungsik… Eu me lembro dele. O tal desentendimento foi todo culpa do meu tio. Como era de se esperar. Enfim, ele teve que ir embora. O filho dele se tornou nosso diplomata.

— Com licença — disse Taehyung, entrando na biblioteca. — Terminamos o jantar.



Sem querer me gabar, mas o jantar dos meninos não chegava aos pés do meu almoço. Não estava ruim, mas minha comida é outro nível. Quando terminamos de comer, Namjoon me mandou para o quarto para descansar do jantar, pois tinha algumas coisas a resolver com os meninos. Assim eu fiz, depois de desejar boa noite aos meninos.

Fechei a porta do quarto e me sentei na cama, tentando me acalmar. Não podia esconder de mim mesmo o quanto estava nervoso pelo que viria. Novamente, eu estava com medo, mas era um medo diferente. Se parecia mais com ansiedade, talvez um pouco de dúvida sobre como eu seria tratado, embora não conseguisse dar muito valor quando ele dizia “punição”. Eu tentei me livrar do nervosismo pensando em uma única coisa: aquela era a minha última noite, e eu esperava que ele a fizesse ser a melhor de todas as noites.

Finalmente, a porta se abriu, e eu olhei para ele. Ele entrou, trancou a porta, e só então olhou para mim. Quando aquele olhar me atravessou, eu quase senti vontade de sair correndo, mas não de medo. Ele parecia ser incrível demais. O olhar dele era o meu fraco.

Ele foi para o canto do quarto. Tirou o manto e o colocou sobre a cadeira. Depois, a camisa, e deixou-a por ali também. Aquelas costas já não eram novidade para mim, mas ainda mexiam comigo.

Então, ele virou-se para mim e veio sem nenhuma pressa. Meu coração, por outro lado, batia rápido demais. Ele subiu na cama, chegou bem perto de mim e começou a desabotoar a minha camisa, deslizando a mão de cima a baixo. Elas pararam no meu peito e ele segurou o riso.

— Que isso?

Ele parecia impressionado, de alguma forma. Eu mordi o lábio inferior para não rir também. Não era para ser divertido, era uma punição. Ele continuou o trabalho, desabotoando até a última casa. Depois, deslizou o tecido pelos meus ombros, puxou para meus braços até remover completamente. Jogou-o para um canto qualquer do quarto, sem ao menos desviar os olhos dos meus. Suas mãos subiram pelas minhas mãos e braços, refazendo o caminho do tecido, deixando meus pelos a fim de se eriçarem. Passaram pelos meus ombros e pararam em meu pescoço, de novo.

Tal como antes, ele tirou a mão direita e substituiu-a por sua boca. Assim que ele começou a me beijar, o arrepio foi se espalhando. Dessa vez, eu senti a liberdade necessária para não deixar meus braços travados ao lado do corpo. Minhas mãos encontraram suas costas novamente. Agora, sentiam e exploravam todos os seus detalhes. Esqueci completamente da punição e do domínio que ele deveria exercer sobre mim. Minha mão esquerda parou em sua nuca, puxou-o para mais perto de mim, e eu o beijei, tentando ser tão incrível como ele. Senti sua respiração acelerando enquanto suas mãos começaram a passear por mim, envolvendo-me, apertando-me. De repente, ele pegou minha mão que estava solta, separou seu tronco do meu, sem tirar seu rostinho do meu ombro, apenas o suficiente para que ele conseguisse levá-la ao seu coração. Eu pude senti-lo bater tão rapidamente quanto o meu. Não consegui segurar o riso, mas ele não durou muito tempo, já que eu continuei a beijar seu pescoço loucamente, arranhando-o de leve com os dentes que ele tanto analisara. Já ouvia a respiração rápida e intensa antes de ele colar a boca no meu ouvido, momentos antes de sussurrar.

— Por que você faz isso comigo?

Era uma pergunta interessante. Para respondê-la, soltei-o, me afastei um pouco, segurei seu rosto bem perto do meu, na distância onde tudo o que eu conseguia ver eram aqueles olhos maravilhosos.

— Eu te amo, Namjoon. Eu sou realmente apaixonado por você.

Ele ficou parado por um tempo curto, como seu eu não tivesse dito nada. Até que murmurou.

— Desgraça.

Namjoon me empurrou com toda a força que tinha e eu caí com tudo na cama, por um momento me lembrando de que era uma punição. Mas foi só um momento, só o tempo de Namjoon se colocar sobre mim e começar a me beijar desesperadamente. E eu, que também estava desesperado por aquilo, aproveitei aquele que era apenas o começo de uma noite inteira com a melhor punição que eu poderia ter.



Acordei agarrado com ele, o que foi uma experiência maravilhosa. Comecei a sorrir imediatamente. Acordei-o com vários beijinhos no rosto.

— Aish, me deixa dormir mais um pouco — protestou ele.

— Aigoo, que sono é esse? — perguntei, continuando minha tentativa.

— Eu trabalhei demais ontem, ora…

Sentei na cama, indignado.

— Ah, tá. E eu não trabalhei, não. Isso é preguiça, isso sim.

Namjoon olhou para mim, com uma expressão que parecia manifestar sua insatisfação com a minha audácia de escravo. De repente, puxou minha mão e me fez cair de mal jeito em cima dele.

— Eu já disse que te amo hoje?

— Hoje não — eu respondi, tentando não rir. — Só ontem, umas cinquenta vezes.

Ele passou a mão pelo lado do meu cabelo, acariciando-me de um jeito apaixonante (se era possível ficar mais apaixonado).

— Eu te amo — disse ele. Eu ainda me encantava com aquilo. — Eu te amo muito.

Eu não consegui não sorrir com aquele homem.

— Eu também te amo, Joonie.

Eu o beijei, e nos beijamos mais um pouquinho, até que eu decidi lembrá-lo.

— Caso você tenha esquecido, tem um baile hoje à tarde e o salão ainda não está pronto.

— Não se preocupe. Os meninos estão cuidando disso.



De fato, Taehyung e Hoseok estavam caprichando nos toques finais da limpeza. O salão estava uma joia, e eu me senti satisfeito por ter colaborado com ao menos metade daquilo.

— Eu tenho uma pergunta — eu disse.

— Você é muito curioso — Namjoon fingiu-se de insatisfeito.

— Quem vocês chamaram para esse baile?

— Você vai ver. Está ansioso demais.

Mais tarde, eu fiz o almoço, e nós comemos. Logo depois, Namjoon me levou para um dos quartos desocupados, onde quatro incríveis conjuntos de gala estavam dispostos sobre a cama.

— Este aqui é seu — disse ele, apontando para um dos quatro. — Está à altura de um rei?

— Não. Está à minha altura.


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Notas finais do capítulo

O que será que vai acontecer quando o sol se por?



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