Young Blood | Interativa escrita por stxrmborn


Capítulo 2
Prólogo




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PRÓLOGO

———♛———

 τ н є   в ℓ α c k   ∂ r α g σ ท 

 

 

Pedra do Dragão fora outrora, um antigo e fortificado castelo, escuro e tenebroso, erguida há centenas de anos atrás por membros da Casa Targaryen ainda durante o Império de Valíria, apresentando técnicas avançadas de construção usadas pelos valirianos antes da Perdição. A fortaleza, apesar de bela, era um lugar sombrio e um tanto sinistro, com uma reputação temível, edificado no topo de um ilha isolada, esquecida, perdida e praticamente ignorada pelo resto de Westeros. Fora dado à Lorde Aegon quando ele era apenas um garoto, logo após ter sido legitimizado por Rhaegar Targaryen, fundando assim a Casa Blackfyre de Pedra do Dragão. 

Alguns anos mais tarde, ele veio a descobrir que apesar da decisão ter sido tomada por Rei Rhaegar e anunciado por sua Mão, Lorde Jon Connington, a ideia de torná-lo senhor daquelas terras fora da esposa de seu pai, Rainha Cersei da Casa Lannister. Soubera de imediato que ela não havia feito tal sugestão por gentileza, e não demorou a compreender qual eram as verdadeiras intenções da mulher. Seu príncipal objetivo era deixar o bastardo isolado numa região distante de Porto Real, diminuindo assim a influência de Aegon na corte e dizimando a ameaça que ele representava para o legítimo príncipe herdeiro e verdadeiro futuro rei, Joffrey Targaryen.

 Apesar de sua bastardia, ele era o mais velho dos três filhos homens do rei, além de ser admirado pelos nobres e amado pelo povo mesmo quando jovem, — por ser filho da boa e injustiçada princesa dornesa, Elia Martell. Mas a Lannister desejava que sua presença fosse omitida e sua existência fosse esquecida. Porém Aegon cresceu, floresceu e se fortaleceu. Derrubou a velha fortaleza que estava quase caíndo aos pedaços quando chegou ao lugar, reergueu uma ainda maior, com torres esculpidas em forma de dragões e serpentes, colinas altas e muralhas robustas. Construiu portos, estabeleu rotas de navegação e abriu suas portas para os mercadores das Cidades Livres, enchendo seus cofres com os lucros. A Casa Blackfyre possuia um fortuna sem igual, adquirida graças ao ouro que vinha do comércio estrangeiro. Mais do que suficiente para arcar com os custos de uma guerra, ele pensou.

Se encontrava na Câmara da Mesa Pintada, debruçado sobre o mapa esculpido e pintado na grande e longa mesa, onde foi planeada a invasão e conquista dos Sete Reinos há centenas de anos atrás. Um bastardo também pode conquistar reinos e destruir dinastias, — Oberyn Martell costumava dizer ainda quando ele era pequeno demais para entender o significado das palavras por qual a Princesa Elia sempre repreendia o irmão. Mas desde o momento em que se tornou um homem feito, a frase o assombrou e atormentou incansavelmente até mesmo depois da morte de seu tio, nunca deixando seus pensamentos. Com os anos, acabou se tornando mais do que uma simples frase, e se transformou numa promessa, a última coisa que sussurou no ouvido de sua mãe quando a mulher estava em seu leito de morte, no dia em que a perdeu para sempre. O desejo incontrolável de vingança misturado com uma inexplicável necessidade de conquistar, o sobrenome bastardo combinado com o sangue dornês.

Estendeu o braço para alcançar um cálice com vinho trazido diretamente de Dorne, levou o líquido até seus lábios, sem desviar seu olhar determinado da mesa por um segundo sequer. Algo dentro dele dizia que aquele era o momento certo para por seus planos em prática, momento por qual esperou todos esses anos. Fazia algum tempo que não visitava a capital, mas se mantinha muito bem informado, seu pai já estava velho e adoecia com frequência, se ele falecesse repentinamente o Trono de Ferro iria para Cersei e seus filhos. Aegon jamais permitiria que Joffrey ocupasse o lugar que era seu por direito.

Os três dragões ainda não estavam grandes o suficiente para ser montados, porem poderiam ser facilmente usados como armas durante uma batalha, seus homens estavam bem treinados e bem equipados, suas alianças já estavam seladas. Teria o apoio de Lançassolar, Jardim de Cima e Harrenhal, caso decidisse ir em frente com seus objetivos e iniciar uma rebelião, o resto seguiria ou simplesmente morreria resistindo. Seria conhecida como a Sexta Rebelião Blackfyre, a única cujo o líder saiu vitorioso da guerra. Já que vários outros haviam tentado e falhado antes, mas não ele. Por Doran, por Oberyn e por Elia, ele não falharia, ainda iria reinar sobre Westeros como Aegon, o Sexto de Seu Nome.

Sentiu duas mãos pequenas percorrerem cada lado de seus ombros tensos, apertando levemente. Lorde Aegon reconheceu o forte perfume importado da Ilha de Lys quase de imediato, e permitiu seu corpo relaxar por completo. Syrena, a Sereia, era como sua adorável mulher era conhecida entre o povo westerosi. A linda donzela lysena que viera do outro lado do Mar Estreito, para se tornar esposa do filho bastardo de Rei Rhaegar com a Princesa Elia.

Quando ela fora apresentada em frente e corte a família real pela primeira vez, — cerca de um mês após a cerimônia de casamento dos dois em Lançassolar — causara uma grande comoção entre os vassalos do rei. Na época tinha pouco mais que quinze anos, mas já era considerada uma grande rival da Rainha Cersei na batalha pelo título de mulher mais bela dos Sete Reinos de Westeros. E agora, com quase trinta e cinco anos vividos e três filhos gerados, não parecia ter envelhecido um dia sequer aos olhos de Aegon, desde que ele a viu pela primeira vez, há muitos anos atrás — no dia em que um navio vindo das Cidades Livres atracou no porto dornês.

 — Você acha mesmo que ele está morrendo? — uma voz suave e aveludada, perguntou em um tom baixo, fazendo com que o marido se virasse em sua direção.

— Ele está morrendo faz tempo, minha querida, isso não é novidade. — ele respondeu tão friamente quanto possível, contornando a enorme mesa para afundar em seu assento.

— Então porquê isso? — Syrena questionou, aparentando preocupação — Porquê o anuncio de um torneio tão de repente? E porquê seu pai exige nossa presença em Porto Real?

O homem de cabelos claros fitou o pedaço de papel amassado e jogado no canto da sala, o carta que recebera mais cedo naquela mesma manhã, uma carta de seu pai. Em uma escrita elegante e caprichosa, seu velho pai solicitava que Aegon, sua esposa e seus filhos viajassem até Fortaleza Vermelha para um torneio que seria realizado em Porto Real. Não havia sido um convite e sim uma espécie de convocação, como se o rei não estivesse disposto a tolerar a ausência dele em um evento real tão importante, de novo. Não que ele se importasse, já havia perdido a conta de quantas vezes rejeitou as tentativas de aproximação de Rhaegar ao longo dos anos, rejeitar mais uma não faria diferença alguma.

— Não posso sequer imaginar. — Aegon confessou, se virando novamente para a esposa — Deve ser algum interesse nos dragões, eles voam livremente sob a ilha, com certeza os rumores já devem ter chegado a capital.

— Ou talvez ele apenas deseje ver você, afinal, a última vez que você esteve em Porto Real foi há quase dez anos. — a loira sugeriu de forma doce — Já faz algum tempo que o rei se encontra adoentado, e ninguém sabe até quando ele vai aguentar, já está mais do que na hora de vocês fazerem as pazes, Aegon.

 — É tarde demais para isso, posso até perdoá-lo pelo que fez comigo, — pausou e respirou fundo, como se estivesse se esforçando para controlar sua raiva — Mas não pelo que ele fez Rhaenys, Jon e minha mãe, isso nunca.

Syrena parece insatisfeita com sua resposta, mas escolhe não insistir pois sabia que não funcionaria, nunca havia funcionado. Sua lady o fitou de forma triste por alguns segundos, antes de se afundar em uma cadeira à direita dele, colocando sua mão quente e macia sobre as mãos grandes e calejadas do amado marido. Não concordavam em tudo, mas ela o abandonaria, nem agora nem nunca. Ele apertou seus dedos de forma delicada, e um entendimento silencioso se instalou entre o casal.

— Eu te darei uma coroa de ouro e rubis, e o título de rainha. — o decreto parecia mais uma promessa — E deixarei nossos filhos com um trono e sete reinos unificados como um só.

Sentiu o peso que as palavras carregavam, assim como a inquietação que queimava em seu peito. Ele sabia que quando a noite chegasse seria assombrado por pesadelos novamente, pelas faces desconhecidas dos milhares que morreriam, o choro de orfãos e viúvas, a fome e a miséria, a dor e o desespero de tantos. Mas ele faz o possível para ignorar a onde de incerteza que o invadiu de forma repentina, e força um sorriso para a esposa. Será pior se Cersei conseguir colocar seu filho no Trono de Ferro, pensou. Ainda assim, quem podia garantir que o preço do poder valia que a dor dos inocentes que sofreriam com a guerra?

Os olhos violetas de Aegon se viraram em direção a janela, de onde ele podia vê-los. As três bestas voavam ao redor da alta torre, batendo suas asas contra o vento, rodeados por uma densa fumaça negra. Se moviam com agilidade, rápidos, monstruosos, mortais. Ainda eram pequenos, mas logo poderiam engolir a fortaleza com a sombra de suas asas gigantescas, cobrindo sol pálido que brilhava de leve sob a ilha e deixava a somente escuridão, assim como as trevas cairiam sobre Porto Real, quando o momento certo chegasse. 

 — Uma guerra está vindo. — a frase sombria veio como um mau presságio.

Naquela noite, na escuridão do céu, as estrelas chorariam sangue.


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Notas finais do capítulo

OIIIII MEU POVO! Olha quem finalmente postou o prólogo? Admito que ficou meio grande, queria fazer algo com, no mínimo, 600 palavras. Mas ai não deu, foi mal gente. Sei que ficou meio ruim, mas esse capítulo é meio que uma pequena explicação da história. Mas enfim, espero que tenham gostado. Aceito sugestões e críticas construtivas, serio gente, considero a opinião de vocês muito importante! Vejo vocês nos reviews, bjs.



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