—Seus pés estão inchados. - Cisco disse, Caitlin tirou os pés da cadeira e se virou para o computador.

—Estou caminhando pela manhã. - mentiu.

—Pensei que caminhar fizesse você perder peso, não inchar os pés.

—Nenhum corpo é igual aos outros. - disse sem olhar para ele. - Já fez o orçamento de tudo que vamos precisar? Temos que apresentar isso a Oliver e ao dr. Parker amanhã.

—Claro, está na minha sala, já eu pego. - Cisco saiu do córtex a deixando sozinha, Caitlin voltou a puxar a cadeira e colocar os pés descalços sobre ela.

—Não sabia que você era tão espaçosa. - levantou a cabeça encarando Barry, bufou tirando os pés da cadeira, seus trinta minutos de pés para cima não deveriam ser interrompidos. - Não se incomode comigo.

—Ok. - colocou os pés para cima de novo.

—Trouxe macarons para você. - ele disse lhe entregando uma caixinha retangular de papelão. Caitlin a colocou no colo abrindo a tampa, havia uns oitos macarons coloridos enfileirados.

—Obrigada.

—De nada.

—Mas por que isso? - indagou colocando o amarelo na boca, limão siciliano.

—Nada, apenas lembrei que você gostava e trouxe.

Ele havia se lembrado dela, merda que ele realmente não estava ajudando em nada naquela situação.

—Oh, estão maravilhosos. - disse enfiando o de framboesa e o de chocolate na boca. Iris e Wally entraram na sala, a West, quer dizer, Allen, segurava um copo grande de café, o cheiro chegou ao seu nariz fazendo se estômago revirar.

—Bom dia. - Iris desejou se aproximando dele, Caitlin desviou o rosto tentando evitar o aroma do café, seis segundos. - Você está bem, Caitlin? Depois do susto de ontem.

Assentiu sem conseguir abrir a boca por causa dos doces e do enjoo.

—Papai disse que ainda não tem nenhuma pista. - Wally disse se sentando na cadeira ao seu lado. - E o novo parceiro dele parecer ser meio mala.

—É um antigo conhecido de Caitlin. - Barry falou passando o braço pela cintura de Iris. - Ele é um idiota.

Iris riu então colocou o copo de café sobre a mesa, perto o suficiente para Caitlin sentir como se estivesse bebendo ele, seu estômago aperto, sentiu o que havia comido voltar pelo seu esôfago, chutou a cadeira com força e correu para fora do a mão sobre a boca, esbarrou em Cisco, mas conseguiu desviar a tempo para chegar ao banheiro. Se inclinou sobre a privada e vomitou, o gosto amargo e azedo tomou conta de sua boca, sentiu o vômito sair junto com as lágrimas, malditos hormônios, maldito bebê, maldita vida.

Ei, ei, não culpe o floco de neve, ele não tem culpa de nada. Frost falou.

—Saí da minha cabeça. - brandou com raiva, não se importava em ser chamada de louca, não aguentava mais aquilo.

—Caitlin? É o Joe, você pode abrir a porta?

—Acho melhor não. - disse indo até a pia e limpando a boca com a água.

—Estou sozinho. - ele falou, ela ponderou antes de dizer.

—Está aberta.

Joe entrou carregando uma sacola que lhe entregou.

—Água mineral, Dramin e alguns bombons de menta para tirar o gosto ruim da boca. - ele enumerou se apoiando na parede.

—Pra que isso? - indagou tirando um comprimido da cartela e o colocando na boca com um gole de água.

—Ele é bom para os enjoos da gravidez.

Ela congelou com a garrafa na boca, olhou para Joe.

—Do que você está falando? - indagou se fazendo de desentendida.

—Você sabe muito bem do que eu estou falando, quando Francine estava grávida de Iris, ela também tinha os pés inchados e os enjoos matinais, era uma merda. - ele disse, ela engoliu seco e abaixou a cabeça envergonhada e receosa. - Não se preocupe, eles não notaram, ainda.

—Você vai contar?

—Não, você que tem que fazer isso.

Sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, não podia contar para ninguém, eles nunca entenderiam o porquê de ainda estar mantendo o bebê, ele fazia parte dela agora, era seu filho, nunca o deixaria.

—Quantos meses? - Joe perguntou.

—Mais de dois.

—Logo sua barriga aparecera e você terá que dar muitas explicações.

—Joe, eu não posso contar, não posso.

—Por que não? De quem é o bebê? De Julian. - ela riu sem humor, seria bem mais fácil se fosse de Julian.

—Nunca houve nada entre mim e ele, nunca dormimos juntos. - disse.

—Então de quem é o bebê?

—Savitar.

Nem precisava olhar para Joe pra saber como ele estava. Confuso, perplexo e surpreso.

—Como?

—Quando Killer Frost tomava meu corpo eu tinha alguns apagões, não me lembro muito bem, mas ela era bem atirada e atrevida, acho que Savitar se aproveitou disso. Joe, ela o idolatrava, faria qualquer por ele. - falou como se tentasse se desculpar. - Eu não sabia do bebê até três semanas atrás, ou talvez soubesse e estava apenas adiando o inevitável.

—Oh Caitlin. - Joe a abraçou, Caitlin se deixou desmoronar nos braços dele, toda aquela realidade voltou com força e lhe socou na boca do estômago.

—Por favor Joe, não conta para ele, eles não precisam disso, eu posso me virar sozinha. - pediu em meio aos soluços. - Barry não precisa saber. Ficaremos bem.

—Não, Cait. Vocês não vão ficar.

***

Ela estava completamente indisposta para voltar para o córtex depois da conversa com Joe, por isso pediu para ele inventar alguma desculpa por ela ter ir embora, pouco se importou com as mensagens de Cisco que bombardeavam seu celular alguns minutos depois dela ter saído do laboratório. Pediu um táxi e foi para o parque aproveitar o sol e a indisposição. Tirou as botas as segurando na mão enquanto andava descalça pela grama verde, o céu azul cintilava sobre sua cabeça.

Sabia que Joe estava certo, sabia que devia contar se não nunca ficaria bem, porém era mais fácil esconder do que enfrentar a realidade.

—Eu disse para se livrar dele. - a voz soou perto o suficiente para faze-la dar um pulo de susto, se virou sem encontrar ninguém. - Livre-se dele. - olhou a sua volta, o parque estava estranhamente vazio, não havia ninguém a quilômetros de distância. - Esse bebê é maldito.

—Quem está ai? - indagou soltando as botas e se preparando para lutar. - Mostre-se!

A figura grisalha do início da manhã do dia anterior se fez a sua frente, por um instante Caitlin pensou ser um fantasma, mas assim que a mão enrugada segurou seu pulso ela percebeu o quanto estava errada.

—Livre-se desse bebê enquanto ainda temos tempo ou terá graves consequências.

—Do que você está falando? - perguntou assustada.

—Essa criança trará caos a todos nosso, ele será nosso fim. Mate-o.

—Desculpa, mas quem quer que você seja, foda-se e fique longe de mim. - ergueu a mão atirando gelo contra a mulher, a adaga de gelo atravessou a senhora como se ela fosse feita de fumaça.

—Eles estão atrás de você e vão lhe achar, mate-o enquanto ainda está viva ou pode ser pior.

—Ninguém vai encostar um dedo sequer no meu filho. - disse.

—Sobe minhas ordens eles vão matar vocês dois se assim quiser. - a velha disse.

—Tentem.

—Ok, Caitlin. Você será responsável pela morte de seu bebê.

Caitlin piscou, então quando abriu os olhos a mulher já havia desaparecido. Se jogou de joelhos no chão. Alguém queria a morte de seu filho, isso não era bom. Pegou as botas e correr, tinha que pegar suas coisas e sumir o mais rápido possível. Ninguém tocaria em um fio de cabelo de seu filho.