Snowflake escrita por Lily


Capítulo 18
Capítulo 18




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/748244/chapter/18

A música suave tocava na rádio, uma balada dos anos 80, ela cantava alto no estacionamento vazio, os pingos de chuva caiam contra o para-brisa, Caitlin deixou algumas lágrimas escorrerem, bateu contra o volante gritando refrão. Estava na merda.

Riu ao se lembrar de quando havia descoberto que estava grávida, Whitney Houston tinha sido sua companheira por uma semana inteira.

—O que fazemos quando estamos atolados até o pescoço com essa merda? – indagou para o vento. – Nos afundamos ainda mais com músicas tristes.

A música mudou, a batida ficou mais frenética, ela gritou batendo no volante e chutando com força. Estava irritada, chateada, triste, confusa e nervosa. Gritou ainda mais alto. Tudo o que queria era sumir, desaparecer. Gritou mais uma vez, desta vez viu suas mãos envolverem todo o painel do carro com uma camada de gelo. Se jogou contra o assentou passando a mão pelo cabelo e apoiando o cotovelo na janela.

Não sei se fico com pena de você ou digo eu bem que avisei. Frost disse, Caitlin revirou os olhos.

—Quero tanto me livrar de você agora.

Você sabe que eu não sou real, né? Que eu sou apenas um fruto de sua imaginação, sou apenas a sua mente, Caitlin. Sou aquela vozinha irritante. Não existe mais Killer Frost dentro de você. Nós sabemos muito bem disso.

E ela sabia, sabia que os últimos resquícios Killer havia ido embora no momento em que viu Iris atirar em Savitar. Ela morreu quando ele morrer, o amor psicopata era uma coisa louca. Fechou os olhos com força até sentir uma dorzinha ao redor deles. Seu celular vibrou dentro do casaco.

Barry: Onde você está?

Em um estacionamento de uma lanchonete na saída da cidade.

Barry: Não saía daí, estou indo te pegar.

Ok.

Pulou para o banco do carona e destrancou as portas, em segundos Barry estava no volante, ele olhou para o painel assustado. Ela deu de ombros e apoiou a cabeça na janela. Barry dirigiu de volta para casa de campo, era quase duas horas de viagem, seria mais fácil se ele tivesse usado sua velocidade, mas ele sabia que ela queria um tempo, apenas um pequeno tempo.

—Desculpa pelo o que Iris disse.

—Ela estava bêbada, ninguém consegui ter uma conversa séria quando esta embriagada. – disse sem olhar para ele.

—Vou conversar com ela, Iris vai aceitar.

—Espero que sim, mas por enquanto. – respirou fundo, sua respiração embaçou o vidro. – Acho que vou aceitar a proposta da minha mãe.

—Você vai para Londres?

—Por algum tempo, alguns meses. Eu volto antes de Josh nascer, não quero que você perca isso. – disse. – Apenas preciso de um tempo, Bar.

—Ok. Londres.

Eles ficaram em silêncio, Caitlin observou os carros passarem por eles, os faróis colidiam com seus olhos, ela podia ver a luz por debaixo das pálpebras. Barry diminui a velocidade.

—O que foi? – indagou abrindo os olhos e se virando para ele.

—Acho que estamos sendo seguidos. – Barry disse dando sinal para encostar, a chuva havia aumentado, os pingos caiam contra para-brisa como se fossem pequenas pedras.

—E você vai parar para eles nós pegarem? – indagou ironicamente. – Sério Barry?

—Fica calada e saia do carro.

—Está chovendo. – disse firme, Barry se virou para ela, ele tinha adotado aquele olhar preocupado, que havia descoberto recentemente que só era para ela.

—Apenas por alguns minutos, logo eu volto para te pegar. – ele falou, Caitlin assentiu. – Pega, tenta se proteger.

Barry lhe estendeu o próprio casaco, desta vez ela aceitou, então abriu a porta e saiu para a chuva, os pingos acoitavam seu rosto enquanto ela escorregava para o canto mais escuro da estrada, os carros passavam iluminando com seus faróis a estrada molhada. Barry deu a partida no carro saindo e alta velocidade, segundos depois um carro o seguiu, Caitlin se encolheu dentro do casaco correndo para debaixo de alguma árvore, os raios riscavam o céu, ela engoliu seco, a estrada estava molhada demais, qualquer um podia sofrer um acidente.

Fechou os olhos colocando as mãos nos bolsos, sentiu algo frio tocar seus dedos, envolveu o objeto dedilhando seu contorno, era uma chave, a chave da casa de campo. Respirou fundo.

—Barry volta logo, por favor. – sussurrou olhando para a escuridão, de repente ouviu um estrondo e o clarão ao longe, seu coração apertou, sentiu sua respiração parar. – Barry.

Um par de braços a rodearam com força, Caitlin respirou fundo sentindo o cheiro dele se misturar com o da chuva, apertou a camisa de Barry entre seus dedos apenas para saber que ele era real.

—Eu estou bem, apenas sinto muito pelo seu carro. Vamos sair daqui. – ele sussurrou, ela assentiu.

Barry evitava correr com ela naquele estado, mas a situação não lhe dava outra alternativa. Eles pararam na frente de uma enorme porta.

—Onde estamos?

—Buscando ajuda. – Barry bateu na porta, Caitlin lhe lançou um olhar preocupado que logo foi substituído por confusão assim que a porta se abriu e Felicity os olhou surpreso.

—O que vocês estão fazendo aqui?

—Precisamos de ajuda. – Barry disse a empurrando para dentro do apartamento, Felicity a puxou pelo braço.

—Você está ensopada, tire o casaco.

Retirou os dois casacos o jogando no chão, sua blusa não estava tão molhada então não marcava muito a sua barriga.

—Felicity posso usar seu telefone? – Barry pediu, a Smoak assentiu.

—O que aconteceu? – Feli indagou caminhando até o sofá, Caitlin a seguiu.

—Barry teve que explodir meu carro para me livrar de alguns idiotas que me perseguiam. – disse.

—Quer café?

—Não, é capaz de eu vomitar apenas com o cheiro.

—Você está bem? – Felicity segurou sua mão.

—Barry me salvou, então estou bem. – falou sorrindo mais calma. Seu coração ainda batia acelerado, olhou para Barry que estava com o telefone no ouvido e mexia no cabelo nervoso. Talvez estivesse falando com Joe, Barry sempre ligava para ele quando estava nervoso ou preocupado.

—Não faça isso, querida. – Felicity disse, Caitlin se virou para ela, arqueou a sobrancelha confusa. – Não se apaixone por ele, não siga em frente com isso.

—Do que você está falando?

—O jeito como você olha para ele, apenas esqueça. Isso nunca irá acabar bem. – ela falou apertando sua mão com carinho. – Estou falando porque sou sua amiga, sei como é esse sentimento, mas certas coisas nunca poderão acontecer.

—Por que você acha isso?

—Ele a ama, acho que sempre a amou.

Caitlin bufou, havia repetido aquilo para si mesma durante tanto tempo, que como Barry havia dito, já não convencia mais.

—O amor não é algo pequeno que se dê apenas para uma pessoa, ele é algo enorme, completamente exuberante e mágnifico. – disse, Felicity a olhou com pena.

—Por favor, Cait, eu apenas quero o seu bem.

—Eu sei, mas cada um sabe o que faz e o que carrega no coração. Eu vou ficar bem, eu prometo. – assegurou se levantando. – Posso usar o banheiro?

—Sim, vou ligar para Oliver e saber quando ele vem.

Caitlin abriu a porta olhando uma última vez para Barry, respirou fundo e fechou a porta. Se olhou no espelho, seu cabelo estava molhado e baixo, pegou um lenço na pia e começou a limpar a maquiagem borrada, desviou o olhar para o pingente em seu pescoço. Felicity estava errada, todos estavam, sabia que Barry a amava, não do jeito que amava Iris, eram tipos de amor diferentes, mas com a mesma intensidade, talvez com uma pequena diferença atualmente, mas ele estava lá, na verdade ele era. Sorriu tirando o batom, estava bem, colocou a mão sobre a barriga, estavam bem.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Snowflake" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.