All I want escrita por vivikasc


Capítulo 1
All I Want


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, se quiserem escutar com a musica All I want do Kodaline sintam-se livres. Eu não sei escrever então perdão por qualquer erro.



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Então era isso, Colin pensava, era isso o que Francesca tinha sentido tantos anos antes quando encontrou John sem vida em sua cama. Era esse vazio, esse desespero, essa sensação de que toda a sua felicidade foi subitamente arrancada do seu corpo, era como se ele nunca mais fosse ser capaz de sorrir de novo, de contar uma piada, de implicar com um irmão, ou de parar de chorar. Não, Penelope não estava morta, mas era como se estivesse, parecia que estava, porque nesse momento o corpo de sua esposa estava desacordado na cama em que dividiram por tão pouco tempo com quatro médicos controlando sua respiração e medindo sua febre a cada hora, ela se recusava a acordar mas se recusava a partir também, estava ali, presa em um limbo e mantendo o coração de Colin consigo.

Colin não sabia muito, tinha recém chegado de uma longa viagem da Itália, onde ironicamente, ele pensara, passaram sua lua de mel, juntos, felizes, finalmente longe de qualquer segredo que pudesse colocar a reputação dos dois em risco. A vida era realmente muito injusta. Ele partira para a Itália justamente porque haviam brigado, uma discussão feia em que ambos falaram coisas que não queriam e escutaram palavras que os dilaceraram por dentro, hoje tudo o que Colin queria era escutar aquelas palavras de novo se isso significasse que ouviria a voz da amada mais uma vez. O que Colin sabia, entretanto, era que Penelope estava acometida de uma doença e não se encontrava nem viva nem morta, se encontrava ali, deitada, sozinha, em algum lugar que ele não conseguia alcançar. Era engraçado, ele pensava, tinha viajado o mundo inteiro tantas vezes mas não conseguia chegar ao local onde a esposa estava, mesmo que estivesse bem ali, ao lado dele.

Colin ficava revivendo o mento em que o irmão mais velho, Anthony, lhe contara a notícia. Ele estava entrando em casa e encontrou o Visconde com uma face abatida e cansada bem no meio de sua sala. A mãe também estava ali, junto com Eloise e Phillip. Eloise não parava de chorar no colo do marido e quando percebeu a presença do irmão o choro só se aprofundou ainda mais. Ele entendeu então, que as coisas não estavam bem, percebeu que a esposa não estava na sala.

— O que houve? – Perguntou, tentando manter a voz firme mesmo sabendo que algo tinha acontecido, sabendo que não gostaria da resposta.

Neste instante o choro de Eloise se aprofundou ainda mais no colo do marido e a mãe levantou-se do sofá onde estava sentada para encarar o filho. Bastou um olhar entre os irmãos Bridgertons para que os olhos de Colin começassem a marejar.

— Ela está...? – Colin tentou perguntar a Anthony mas não conseguiu completar a frase. Morta. Ela está morta? Era isso que ele perguntaria se tivesse forças em seu corpo para fazer qualquer coisa que não respirar.

O irmão negou levemente com a cabeça, mas sua expressão não melhorou.

— Ainda não.

Ainda não? Que porcaria de resposta era aquela?

— Colin, ela... – Anthony tentou continuar seu raciocínio mas Colin já estava no segundo andar da casa, a caminho do quarto deles, porque ele sabia que era tudo uma grande brincadeira de mau gosto, mau não, péssimo, péssimo gosto, e ele sabia que entraria em seu quarto e a encontraria ali com aquele sorriso zombeteiro que ele tanto amava e com os braços abertos dizendo “seja bem vindo de volta Sr. Bridgerton.” Era a única explicação, uma piada, uma péssima e horrível piada.

Mas não era, porque ela estava de fato desacordada na cama, porque todos os médicos se viraram para ele e seus olhos estavam cheios de pena, porque ele se ajoelhou ao lado da esposa e aos prantos pediu que ela acordasse mas suas palavras não chegaram aos ouvidos de Penelope, porque sua mão estava gelada e quente ao mesmo tempo, porque ele sabia que nem mesmo ela seria capaz de uma piada daquele feitio e naquele momento Colin entendeu o que um coração em pedaços significa de verdade.

E desde aquele momento, dois dias antes, Colin não saíra do quarto, não ousava deixar seu lado e soltar-lhe a mão. Não havia tomado banho e suas roupas, as mesmas que usara para viajar, estavam implorando para serem lavadas, também não havia colocado nada para dentro do corpo, nem o chá que sua mãe insistira para que ele tomasse pois acalmava os nervos. Será que ela não entendia que ele não queria acalmar os nervos? Ele queria ver os olhos da esposa abrirem, aqueles olhos que ele tanto amava, aqueles olhos que ele demorara tanto para realmente percebê-los... Droga, como poderia ter sido tão burro? Como poderia ter desperdiçado tanto tempo ao lado da esposa?

Ele passou a observar então sua boca, forte, grande e feita para beijar. E como ele gostava de beija-la, e como ele estava com saudade do sabor dos lábios dele junto aos dela, de seus corpos colados, suados, tornando-se um. Como ele estava com saudade de suas piadas sempre no momento mais inapropriado da conversa. Como ele estava com saudade de apertar sua mão quando passeavam pelos parques de Londres e alguém ainda a encarava com raiva por alguma coluna escrita por Lady Whistledown.

Lady Whistledown.

Levou um tempo para que Colin reunisse coragem e força o suficiente para soltar a mão de Penelope e ir em direção a um baú que ficava escorado do outro lado do quarto, perto da penteadeira da esposa. Respirou fundo, abriu o baú e encontrou ali tudo aquilo que precisava naquele momento, uma cópia de cada uma das colunas de Lady Whistledown, guardadas por ordem de publicação. Ele pegou uma pena que ela também guardava ali dentro e que Colin sabia que fora a que usara para escrever desde sua primeira até sua última coluna. Ele passou os olhos para os escritos e não conseguia fazer suas lágrimas cessarem.

“E finalmente não poderíamos deixar de lembrar a presença mais marcante da noite, Colin Bridgerton, com seu sorriso marcante capaz de conquistar qualquer moça, e mãe, presentes no salão do baile. Infelizmente para as mulheres o terceiro filho da família Bridgerton, como seu nome iniciado com a letra C nos deixa compreender, não colocou os pés na pista de dança e passou a noite conversando com os membros de seu clã ao lado da mesa de doces.”

Colin sorriu involuntariamente, por mais que não quisesse sorrir, não conseguiu evitar pensar na esposa tantos anos antes, sentada em sua escrivaninha e pensando em seu sorriso. A vida funcionava mesmo de uma maneira engraçada. Penelope costumava dizer que fora o destino o responsável por juntá-los e sempre que começavam este assunto ela parecia tão feliz que Colin não conseguia contraria-la. Será que fora o destino o mesmo responsável por essa separação de almas que agora pairava sobre eles? Seus corpos tão perto um do outro e seus corações em locais tão distantes...

Colin sabia que Penelope sempre fora apaixonada por ele, ele sabia e nunca havia tomado nenhuma atitude tantos anos antes, e hoje quando ele finalmente era apaixonado por ela, quando ele finalmente correspondia a esse sentimento ela não estava mais ali presente para beija-lo e contar como foi escrever aquela coluna. Para o inferno com o destino.

Ele pegou a folha que estava logo abaixo daquela.

“E Penelope Featherington novamente errou na escolha do vestido, por mais que, querido leitor, todos sabemos que a grande culpada por isto é, na realidade, sua mãe Portia Featherington. Alguém avise a mulher que Penelope necessita urgentemente de um vestido azul!”

Colin não conseguia parar de pensar quanto tempo Penelope passou sentindo pena de si mesma, quanto tempo ela passou esperando que algum dia alguém a notaria de verdade, que veria o quão incrivelmente maravilhosa, inteligente, engraçada e bonita ela realmente era. Ele sabia que ela não se achava bonita mesmo agora em que era casada com seu amor de infância mas ele tinha feito uma promessa interna de que a faria mudar de opinião. Como tinha estragado tudo.

“Colin Bridgerton, como sempre, foi a grande estrela da noite, com seu incrível sorriso e certa impecável sabedoria na hora de conduzir uma jovem moça na pista de dança ele fez questão de conversar com diversas moças da alta sociedade londrina, embora boatos tenham surgido, querida leitora, de que seus assuntos resumiam-se a elogios genéricos e detalhes de sua primeira viagem para fora do país sozinho. Infelizmente ele dançou com apenas uma jovem e ela atende pelo nome de Penelope Featherington, mas fiquem tranquilas mães da alta sociedade pois todos nós sabemos que o verdadeiro motivo impulsionador desta dança é a amizade de Violet Bridgerton com Portia Featherington.”

E a raiva percorreu por todo o corpo de Colin, raiva por ter feito Penelope sentir-se tão diminuída, raiva por saber que naquela época ele tentou subornar a mãe mais de uma vez naquela mesma noite para que não fosse forçado a dançar com nenhuma Featherington, raiva porque tudo o que ele queria naquele momento era voltar no tempo e lembrar a moça de como ela dançava bem, fazer um elogio sincero e diferente dos que fazia para as outras jovens. Ele sempre achara que Penelope dançava bem e nunca tinha lhe dito isto de verdade. Pensando bem, tudo o que ele queria naquele momento era que Penelope acordasse para que pudesse dançar com ela mesmo sem nenhuma música tocando, só para sentir seus corpos juntos, em movimento, e ai sim, olhar bem no fundo de seus olhos e dizer “querida, acho que nunca cheguei a comentar mas acho você uma excelente dançarina.”

Colin pegou novamente a pena que por tantos anos fora propriedade única e exclusivamente de Penelope, parte de seus segredos, e começou a sublinhar todas as vezes em que ela mencionara o seu sorriso, um lembrete bobo de toda paixão e amor que ela sentia por ele, um lembre de todo o tempo que poderiam ter tido se Colin tivesse percebido o que estava bem ali a sua frente por todos aqueles anos.

Não sabia quanto tempo estava naquela função, não sabia como ainda tinha lágrimas para chorar, não sabia como ainda não tinha se jogado ao lado de Penelope na cama, a abraçado e pedido para que voltasse como tinha feito sem parar nos últimos dois dias. Ele estava pronto para fazer isso, olhou na direção da esposa, pronto para se levantar do chão onde estava lendo aquelas malditas colunas por sabe-se lá quantas horas e novamente segurar sua mão quando ouviu uma batida a porta.

Não fez questão de se levantar, de responder, apenas ficou ali encarando o nada quando o dono das batidas entrou no quarto mesmo sem ter sido convidado. Anthony.

— Vim ver como você está, estamos todos preocupados. – A voz do irmão estava pesada, baixa, cansada. Colin sabia que toda a família estava reunida no número cinco, sabia que estavam todos esgotados e acabados, que estavam todos preocupados com a esposa. Colin sabia que Eloise ainda não havia parado de chorar, como se ele tivesse parado.

— Na mesma. – A resposta seca, não queria conversar, não queria ver ninguém, só queria ficar ali, com a esposa, sozinho e segurando a sua mão. Os médicos voltariam a trabalhar no dia seguinte e ele sentia como se a cada minuto suas almas estivessem cada vez mais afastadas.

— Colin, precisamos que você saia desse quarto, que pelo ao menos tome um banho e coma alguma coisa.

Não fez questão de responder.

— Por favor. – Uma última súplica do irmão.

— Não vou deixa-la sozinha Anthony. Eu não posso, eu simplesmente... não consigo.

— Eu fico. Benedict está lá embaixo, ele leva você para a número cinco, Eloise precisa te ver, precisa de você. Tome um banho, coma alguma coisa e depois volte para cá, eu prometo que não deixarei Penelope sozinha por nenhum minuto.

Neste momento, Anthony entrou ainda mais no quarto, observou o que Colin fazia e estendeu-lhe a mão para ajudá-lo a levantar. Colin aceitou a ajuda, estava realmente muito fraco e com fome. Parecia errado sentir qualquer necessidade biológica nesse momento mas isso era algo que ele não conseguia mais controlar. Estava no caminho para a porta quando olhou novamente para o rosto do irmão mais velho, uma súplica silenciosa, Anthony assentiu e assim Colin deixou o aposento que tinha sido sua toca nos últimos dias e desceu as escadas. Não era possível que tivessem sido apenas dois dias que voltara de sua viagem de um mês para a Itália. Um mês e dois dias que não ouvia a voz da esposa, que não via a cor de seus olhos, que não escutava a sua risada. A sorte, pensou Colin, era que conseguia sentir sua presença naquela casa, como se ela ainda estivesse ali, distante, mas ainda estava ali, dizendo para ele que tudo ficaria bem... como uma vez ele fizera para com ela.

Chegou ao andar de baixo e para sua surpresa encontrou Benedict com uma face tão abatida quanto a de Anthony. Fora a primeira vez em muito tempo que ele entendera o elo que ser um Bridgerton significava, mesmo que Penelope não tivesse nascido uma Bridgerton era parte da família, era um membro do clã como Lady Whistledown se referira, e seu estado de saúde afetava a todos. Todos se importavam com ela e a amavam assim como ele sabia que ela amava e importava-se com todos. Ao finalmente perceber isso, ao finalmente entender a gravidade que aquela situação representava ele não conseguiu conter as lagrimas que tentara segurar ao menos na presença dos irmãos e desabou mais uma vez, ali, nas escadas, enquanto sentia os braços de Benedict ao redor de seu corpo, tentando transmitir a paz e a segurança que ambos precisavam e que nenhum dos dois possuía.

Ao entrar na número cinco viu o alivio na expressão da família ao perceberem que era ele, e não Anthony, que entrara pela porta. Não conseguiu encarar Eloise nem por um segundo e muito menos Francesca. Sabia que todos queriam que ele falasse com Francesca mas a situação dos dois era diferente, tinha de ser, Penelope ainda tinha uma chance e ele se agarrava a esse fio de esperança com todas as forças que tinha, porque sinceramente, ele sabia que na pior das hipóteses não seria tão forte como Francesca outrora fora. Buscou o olhar de Hyacinth mas logo arrependeu-se porque a menina consolava Felicity. Só então percebeu que as Featheringtons estavam ali. Olhou para a mãe com um pedido silencioso e recebendo sua aprovação subiu até seu antigo quarto para banhar-se.

Não se surpreendeu ao sair do banho e verificar uma muda de roupas estendidas pela cama, de mesmo modo que não se surpreendeu ao descer até a sala mais uma vez e encontrar apenas Benedict, Phillip e Simon o aguardando com uma bandeja de leite, biscoitos e sanduíches. Também tinha chá, mas ele preferiu ignorar, não queria se acalmar, não queria deixar os nervos esfriarem. No entanto, surpreendeu-se com a expressão no rosto de Phillip, como se o mesmo não dormisse a semanas. Ele era próximo de Penelope, claro, afinal ela e Eloise se visitavam a cada quinze dias praticamente, mas não imaginou que aquela situação pudesse o afetar tanto.

Mas é claro que afetava. Não conseguira encarar Eloise porque sabia que ela estava tão destruída quanto ele se encontrava naquele momento e pensou em como Phillip estava levando a situação, pensou em todas as lembranças que passavam na cabeça do cunhado quando via Eloise tão infeliz, tão próxima do que Marina fora. Colin sabia que Phillip achava que estava falhando, que não conseguia colocar um sorriso sequer nos lábios da esposa, sabia que ele pensava em Oliver e Amanda e em quanto aquela situação toda também afetava os sobrinhos. Não disse nada, apenas comeu e ao terminar foi ao encontro da irmã.

Levou-a até o escritório da mãe e no silêncio a abraçou. Ambos choraram, ambos precisavam chorar, juntos. Eles se deram o apoio de que precisavam. Não sabia quanto tempo tinham ficado ali, não sabia quantas promessas tinha feito para caso Penelope acordasse. Não sabia quantos planos teria de colocar em pratica quando a pegasse nos braços mais uma vez.

Ouviu um chamado vindo da sala. Os olhos de Colin encontraram os da irmã e ambos entenderam o que aquilo significava. Noticias. Alguém havia chego com notícias. Correu até a sala segurando sua mão e encontrou Anthony parado ali, o que aquilo significava? Ele havia prometido que não deixaria Penelope sozinha por nenhum minuto. Será que ela havia piorado? Que ele tivera de chamar mais médicos? Será que aquilo representava que ela...

— Penelope acordou – Declarou Anthony com um sorriso sútil formando-se em seus lábios.

Colin não teve tempo de assimilar o suspiro que Eloise dera, a expressão de alívio no rosto de Phillip quando viu a esposa sorrir e correr ao seu abraço, as lágrimas intensas de Portia agradecendo, Kate e Daphne se abraçando, Felicity, Prudence e Phillipa indo ao encontro uma da outra. Não, Colin não conseguiu assimilar nada daquilo, ele apenas correu, correu o mais rápido que conseguiu para fora da casa, para a rua, para a sua própria residência, não esperou uma carruagem, não notou se o tempo havia mudado, se a luz do sol ainda permanecia no céu. Ele apenas correu, com toda a sua força, o mais rápido que pode e ao chegar em casa correu ainda mais até o quarto, até encontrar a porta aberta e observar Penelope, observar seus olhos castanhos finalmente abertos e ver que um sorriso se formava em seus lábios.

— Anthony disse que iria lhe chamar, não sabia que você chegaria tão rápido. – Penelope disse sentada na cama e Colin finalmente escutou a sua voz, a voz que ele não escutava há um mês e dois dias, a voz mais preciosa que ele poderia escutar naquele momento. Então ela riu, riu dele parado a porta olhando em sua direção sem saber o que fazer, como reagir, riu e Colin percebeu que o som da risada dela era sua música favorita.

Ele se jogou em seus braços, a abraçando, beijando cada centímetro de seu rosto, cada pedacinho de seu pescoço, suas orelhas e finalmente seus lábios. Foi um beijo leve e delicado, como naquela primeira vez em que ela havia pedido para que ele a beijasse. Não queria forçar, sabia que a esposa estava fraca e sabia que aquilo era o segundo primeiro beijo dos dois, queria que lembrasse o anterior.

Então sentou-se ao lado dela na cama e a puxou para seu colo, envolveu lhe em um abraço e ficou ali, apenas abraçando-a, sentindo-a, ouvindo a sua respiração, como havia feito nos dois dias anteriores, mas agora era diferente, agora ela ouvia a respiração dele também.

 - Eu te amo – Ela falou, assim, simplesmente.

Ele colou sua testa na dela porque era a única coisa que tinha forças para fazer.

— Eu achei... – Colin tentou dizer alguma coisa mas sua voz falhou, ficou embargada e sua visão embaçou, ele não conseguiria e nem mesmo tentaria esconder as lágrimas, se não conseguisse falar para ela como aquele tempo sem sua presença havia sido então ela entenderia por meio de suas ações. Com eles sempre fora assim, palavras e gestos misturando-se em uma dança silenciosa e gostosa, demonstrando sentimentos e resumindo sensações.

— Achou o que meu amor? – Ela pediu, encorajando-o, dando-lhe forças.

— Achei... Achei... – Um suspiro, transformar seus sentimentos, aqueles sentimentos, em palavras era difícil, até mesmo agora em que ela estava bem ali, fitando-o com seus olhos castanhos com salpicos verdes perto da íris, ele ainda não acreditava, ainda tinha medo de ser tudo uma grande ilusão de sua mente cansada, uma mentira e um belo sonho. – Achei que nunca mais a veria pronunciar essas palavras. – Disse ele por fim.

— Colin, eu te amo, você sabe disso, não sabe? Eu te amo agora e te amarei para sempre. Eu te amo mais que tudo. Pelos filhos que teremos, pelos anos que passaremos juntos. Por cada um dos meus sorrisos e mais ainda pelos seus.

Colin sorriu, aquilo era real, tinha de ser. Como ela se lembrava das palavras exatas que ele tinha pronunciado a tantos anos ele não sabia, mas ela se lembrava e ele nunca sentira-se tão feliz em toda a sua vida.

— Acho que já ouvi essa declaração antes querida.

Penelope riu novamente, mais alto dessa vez e ele nunca se sentiu tão feliz em toda a sua vida. Ela explicou-lhe que os quatro médios estavam a caminho, deixou muito claro que achava quatro médicos um número um tanto exagerado, mas que estava sentindo-se bem, normal, um pouco cansada e com muita fome, mas não havia nada de estranho, nenhuma dor fora do lugar, sua cabeça não latejava e Colin pensou que naquele momento ela não poderia ter lhe dado um presente melhor.

— Agora, querido – continuou a esposa – você poderia me fazer o favor de explicar porque todas as minhas colunas estão espalhadas pelo chão?

Ambos olharam na direção onde horas antes Colin passara pensando em Penelope e em todas as vezes em que ela escrevera sobre seu sorriso, desejando tão arduamente que ele conseguisse ver o sorriso dela novamente.  

— Querida – disse ele por fim – eu tenho tantas promessas a realizar agora que consigo novamente ver a cor de seus olhos mas acho que quero começar por essa daqui... – E em poucos segundos ele estava em cima dela com as mãos subindo por suas pernas mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gosta e é isto, beijão.



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