Steal Your Heart AU escrita por MusaAnônima12345


Capítulo 1
Primórdio


Notas iniciais do capítulo

Primeiro capitulo postado hoje, 16/11/17: 16:45

Aproveitem essa nova trama pessoal! Nos vemos em breve! ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/747674/chapter/1

Eram apenas nove horas da manhã quando eu terminava de sair do meu banho. Enxugando meu cabelo, me dirigi até a cozinha do meu apartamento para começar a fazer o meu café da manhã e das minhas amigas. Peguei os ingredientes que precisaria e os coloquei sob a bancada da pia, pondo ao lado uma grande vasilha e algumas colheres de sopa. Com um sorriso nostálgico comecei a fazer a antiga receita que minha mãe sempre me fazia quando ia para a escola, ainda no ensino fundamental. Sabine Dupain-Cheng, minha mãe sempre dizia que eram os seus “Biscoitos da Sorte”. De fato eles sempre me traziam boas vibrações entre as mordidas deliciosas que aqueles biscoitos com gotas de chocolate me proporcionavam.

Sim, você ouviu bem. Biscoitos com gotas de chocolate.

Terminei de preparar a massa e coloquei as minhas pequenas obras de arte dentro do forno para assarem. Enquanto os minutos se passavam terminei de secar o meu cabelo, deixando as mechas soltas para que os fios úmidos se secassem sozinhos. Peguei o pó de café preto no armário da cozinha e coloquei um pouco de água para ferver, deixando minha mente se distrair um pouco com aqueles movimentos tão automáticos que tinham tanta história.

Desde os meus doze anos de idade sempre precisara fazer aquilo para ajudar meus pais dentro de casa e desde muito cedo eu aprendi a me virar sozinha para tentar construir um futuro melhor para meus pais e para minha irmã mais velha, Bridgette. Quando era mais nova e não tínhamos uma boa condição financeira e estável era ela que mais trazia dinheiro para a nossa estrutura familiar. Ela tinha quatro anos a mais que eu naquela época e trabalhava como auxiliar de cozinha no restaurante Le’ Vent Souflle da família do O’Green’s. Foi nesse tempo que eu conheci Kattie: ela era a filha única de Paul e Grace, os donos do restaurante que minha irmã mais velha trabalhava. Com o passar do tempo ela, Alya e eu nos tornamos amigas, para não dizer melhores amigas desde o ensino fundamental até o fim do ensino médio, no ano passado.

Dei um pequeno sorriso para o nada.

Se tinham pessoas que eu poderia dizer que são parte da minha família são essas garotas. Elas me viram nos meus momentos mais difíceis até os mais felizes da minha vida. Afinal, se não fossem elas e a ajuda que me deram quando meus pais decidiram abrir uma padaria para nos dar uma educação melhor. Com muito esforço e dedicação de minha parte e deles, nós conseguimos uma boa clientela e saímos daquela situação baixa que nós nos encontrávamos no passado. Hoje nós fazíamos parte da classe média baixa, mas jamais iríamos nos esquecer de onde havíamos saído. Pelo menos eu não.

Elas eram mais do que minhas melhores amigas: eram minhas irmãs.

Desliguei o fogo e despejei o café feito dentro da minha garrafa térmica favorita. O café da manhã estava quase pronto, então me preocupei em encarar os biscoitos quase prontos dentro do fogão.

Eles sempre foram os meus preferidos e consequentemente das minhas melhores amigas, Alya e Kattie. Aquela altura elas já deveriam estar acordadas, então supus que apenas o cheiro daquele abençoado café da manhã fosse o suficiente para acordá-las de seus sonos profundos. E não é que deu certo mesmo? De onde estava consegui enxergar uma cabeleira morena com os cabelos avermelhados se aproximando do cômodo onde o cheiro de biscoitos invadia o ambiente, vindos do forno. Ela arrumou os óculos em sua face e deu um pequeno bocejo, murmurando um “bom dia” pra mim.

— Bom dia Ay. – cumprimentei pegando a garrafa de café e a colocando sobre a bancada que a morena se sentara. Peguei duas xícaras e me servi de um pouco da bebida, sentindo seu cheiro forte me acordar no mesmo instante. – Dormiu bem? – perguntei tomando um gole de café e lhe encarando.

— Bem até demais. – ela respondeu sonolenta. A observei enquanto amarrava o cabelo bagunçado em um coque mal feito e dava uma pequena gargalhada. – Para quem foi dormir ás quatro e meia da manhã assistindo Phineas & Ferb em homenagem aos últimos dias de férias.

— Nem me fale. – comentei colocando a xícara sob a pia e tirando os biscoitos assados do forno. O cheiro instantaneamente me deixou com água na boca e não resisti pegar um no mesmo instante. A garota fez o mesmo, porém enchera a mão morrendo de fome. – E a ruiva, cadê? Já está na hora de levantar.

— Espera sentada amiga, aquela lá tem o sono mais pesado do que elefante. – Alya respondeu de boca cheia. Revirei os olhos e tentei evitar um sorriso. – Sério, pode estar chovendo granizo, pedra, meteoro que tenho certeza absoluta que ela não vai dar a mínima pra isso. Só imagino o que vai ser quando ela arrumar um namorado.

— Ele vai ter que aguentar essa barra. – rebati rindo. Ela balançou a cabeça e enfiou mais um punhado de biscoitos na boca. Olhei para o relógio pendurado na parede próxima ao corredor e terminei de tomar o meu café. – O pior é que tá na hora dela levantar mesmo, temos que arrumar a casa para mais tarde.

— Tá falando da social que o pessoal da facul vai fazer hoje de tarde? – ouvi minha amiga perguntar enquanto lavava minha caneca. Balancei a cabeça afirmativamente. – Amiga, só vai começar às duas e meia da tarde!

— Por isso mesmo. Já percebeu a quantidade de bagunça nessa casa? – retruquei me virando para a morena e secando as minhas mãos. – Cara, é incrível como três mulheres juntas sujam tanto um apartamento tão grande como esse. – reclamei.

— A culpa não é nossa se você tem TOC Marinette. – ouvi a voz de Kattie se justificando enquanto entrava na cozinha de súbito.

— Pronto, chegou quem não devia. – Alya cochichou baixinho.

— Eu não tenho TOC tá legal?! – protestei cruzando os braços para a ruiva parada na minha frente. Ela apenas revirou os olhos com a minha posição e se sentou ao lado de Ay.

— Claro Mari, claro. – a mesma continuou se servindo de minhas pequenas obras de arte com gotas de chocolate. – Vejamos, quem é a garota que dá chilique quando o volume da televisão fica no número ímpar?

— Ela. – ouvi Alya responder e fiz uma careta para a mesma.

— Quem dá piti quando um chinelo fica virado de cabeça para baixo? – a ruiva continuou me encarando com uma sobrancelha arqueada.

— Ela. – Ay respondeu de novo, enquanto tomava mais um gole de seu café.

— Coisas fora do lugar?

— Ela.

— Pó acumulado na estante da sala?

— Ela.

— Camas e sofás fora de ordem?

— Ela.

— Quem reclama quando tem muito lixo acumulado dentro de casa?

— Tá tá, já chega. – pedi pegando uma outra xícara e colocando sob a bancada para a aquela garota ruiva mais irritante do mundo.

— Não não, você quer que eu dê mais exemplos? – Kat, hoje você tá mesmo pedindo para morrer né? Misericórdia. Bufei enquanto implorava para minha salva-vidas me ajudar sem dizer uma palavra.

— Olha aqui Kat, acho que já está mais que esclarecido que uma de nós aqui tem TOC. – Alya disse me fazendo fazer bico para as duas. – Mas nem vem que não tem não tá sua ruiva pintada, hoje é o nosso último dia de férias e não quero discussão.

— Ô meu amor, aqui é natural tá legal. – a mesma retrucou fazendo graça para a morena de óculos e me fazendo segurar as risadas. Pronto. Começou. – Mas é bem diferente desse seu cabelo desbotado com cor de ferrugem falso ai.

— Olha aqui sua nojenta não me provoca não porque eu sei onde você dorme. – Ay rebateu fazendo careta para a ruiva, que para piorar toda aquela situação imitou ela. E eu só tava ali parada, observando o círculo pegar fogo rapidinho.

— Quatro olhos!

— Tomate de fim de feira!

— Abusada!

— Ferrugem!

— Morena de farmácia!

— Tapada de meia tigela! – Alya gritou e todo mundo calou a boca.

Cara, eu juro, não consegui segurar. Eu ri tanto que até comecei a chorar depois daquela. Quer xingar a sua amiga, mas não magoá-la? Chama ela de tapada de meia tigela. Nós ficamos naquela crise de risadas um bom tempão até eu quase me engasgar com a minha própria saliva e levar um tapão nas costas que quase me arrancou do chão. Ainda tossindo sinalizei para Kat que já estava bem e quase implorei para ela para de surrar as minhas costas.

— Sabe, você poderia ser... Um pouquinho assim mais delicada as vezes. – comentei terminando de lavar a pequena louça na pia e os colocando no escorredor de pratos.

— Eu não sou delicada. – a ruiva rebateu cruzando os braços e fazendo o típico biquinho bravo dela.

— Ela chega até ser enjoada de tão delicada. – Alya rebateu ao seu lado e piscando para minha melhor amiga. Ela lhe mostrou a língua e eu balancei a cabeça. – Ah, qual é, você sabe que eu te amo.

— É claro que sei. – disse me ajudando a guardar a louça nos armários da cozinha. – O que vocês seriam sem mim?

— Vamos nos arrumar logo, sim? – interrompi antes que ambas iniciassem outra discussão bem ali, na minha frente, de novo. – Quero causar uma boa primeira impressão e não podemos chegar atrasadas lá, então tratem de arrumar essa casa para não termos problemas na volta.

— Sim senhor. – elas disseram em uníssono e simplesmente desapareceram pelo corredor que dava para a sala e o segundo andar do apartamento.

 Suspirei. Aquele ano estava prometendo.

Levantei a cabeça e segui o mesmo caminho que minhas melhores amigas haviam passado.

***

— Fala sério Alex, sai desse banheiro cara! – eu gritei do lado de fora da porta mais uma vez naquela manhã. Já estava ali a mais de quarenta minutos tentando fazer aquele loiro sem vergonha desocupar aquele cômodo que estava tentando a todo custo entrar. – Eu te abrigo dentro da minha casa e é assim que você agradece Zuberg?

— Ah, cala a boca Agreste. – ele revidou abrindo aquela bendita porta com os dedos nas têmporas. Provavelmente aquela era a cara de quem havia bebido a noite inteira e agora estava de ressaca. Na verdade não estava com vontade de discutir com ninguém logo cedo, então apenas revirei os olhos e entrei no banheiro para tomar banho. – Vê se não se afoga dentro da sua própria chatice ai dentro! – ouvi ele gritar, mas não dei a mínima.

Prazer, Adrien Agreste. Pode me chamar de amor da sua vida ou o aquele cara ideal que todo mundo inveja também. Eu sou o filho mais novo do cara mais rico de toda a França, para não dizer do mundo é claro, Gabriel Agreste. Eu e meu irmão mais velho, Félix Agreste, somos os herdeiros de uma herança inestimável do mais conhecido estilista de moda e consequentemente temos tudo ao nosso redor. Inclusive todas as garotas que nós queremos. Desde o ensino fundamental eu ando com Cholé Bourgeios, a minha melhor amiga garota e também ficante de Alex – onde na verdade tá mais para uma verdadeira peguete, vamos ser sinceros pessoal. Alex era um ano mais velho que eu, tirando o fato que éramos muito parecidos também. Loiros, lindos e com um corpo de um verdadeiro deus na Terra, as mulheres caíam aos nossos pés, não importavam quem fossem. A única diferença física eram os nossos olhos: enquanto os meus eram verdes como esmeraldas os dele eram castanhos escuros, tirando o fato que seu cabelo também era um pouco mais escuro que o meu.

Porém, além de todas as discussões e xingamentos que trocávamos nas manhãs pós-ressacas, ele era um dos meus melhores amigos. Há muito tempo atrás, no meio de uma balada que eu e meu irmão mais velho tínhamos ido, eu o havia conhecido juntamente com Nino. Nino Lahiffe. Ambos encheram a cara comigo naquela noite e a partir dali ficamos inseparáveis, ou como disse, melhores amigos. Nós três dividíamos um apartamento de luxo bem próximo da Torre Eiffel, no centro de Paris. É claro que havia bastante espaço para nós três, mas as vezes me sentia sufocado ali dentro com tanta bagunça que aqueles dois deixavam dentro de casa.

No fim das contas, eu adorava os meus amigos. Eles eram parte da minha família. Talvez até mais que a legítima.

Balancei a cabeça e liguei o chuveiro para esfriar minha cabeça. Tomar um banho sempre me ajudava a esquecer tal assunto que eu tanto tentava deixar de lado.

Lavei o cabelo e logo aquela sensação maravilhosa que me fazia levantar a cabeça e começar mais um dia me enchera novamente. Hoje haveria uma festa para os calouros da faculdade François Dupont onde eu estudava fazia já um ano, então poderia ser considerado como um veterano pelo resto das outras pessoas e outros alunos. Eu fazia faculdade de Design, mais precisamente de moda por obrigação do meu pai – já que eu e Félix também éramos seus principais modelos para revistas e novos catálogos de moda -, mas a minha verdadeira paixão era a música. Eu não queria estar o tempo todo rodeado de câmeras e de fãs malucas que disputavam um pedaço de mim aos gritos – apesar de adorar essa parte. Não. Eu queria aproveitar a minha vida, me divertir, viajar para os lugares e ter a liberdade que eu sempre quis por trás de tudo aquilo que acontecia ao meu redor.

Eu queria viver de verdade, entende?

— Ô cara, cê vai demorar muito ai ainda? – Nino gritou do lado de fora me obrigando a fechar o registro de água e terminar o meu banho de uma vez.

Daqui a pouco seria só eu, uma festa daquelas e muitas garotas lindas e cheirosas do meu lado.

— Próximo. – anunciei abrindo a porta do banheiro e enchia aquele corredor de vapor de água quente, enquanto via meu melhor amigo negro revirar os olhos e fazer uma careta.

Ah, aquela manhã havia começado bem. Tenho certeza que aquele ano seria inesquecível.

Afinal, o que pode dar errado?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Steal Your Heart AU" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.