Mudança de vida escrita por Hilda T 71


Capítulo 1
Capítulo 1




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Dois irmãos brincando, correndo, jogando bola. O mais velho, com dezessete anos, o mais novos, com oito. Apenas uma ilusão, só mais uma. O maior era feliz até um certo dia. Uma certa amizade começou, uma má amizade que o levou a ir para boca, usar drogas, e assim foi assumir a gerência e ficou do lado do patrão. O menino com oito anos se sentiu só e resolveu fazer uma visita a seu irmão. E começou a gostar e se envolveu e começou a usar drogas e ir pra boca.

Peguei armas e fiquei lá. Não fui mais à escola, reprovei, comprei uma moto, andei com armas, comprou correntes de ouro e relógio de ouro almejando o poder do meu irmão traficantes.

Certo dia, estourou uma guerra no Morro da Caveira, e seu novo patrão foi o primeiro a ser morto. O meu irmão logo avisou no rádio “Caiu, caiu, mano, vaza daí, o patrão morreu”, nos autofalantes do morro ele logo avisou “Agora eu mando, porra.” Eu resolvi bater de frente e, sem medo, saí no meio dos tiros, peguei a primeira arma grande que encontrei na frente ― era uma AK47 ― e fui atirando, tentando matar os traficantes rivais.

Logo depois, encontrei com um na mira e de costas para mim. A minha vida passou pela frente dos meus olhos, resumindo parágrafo por parágrafo. Então meu mano atirou antes, me colocou em sua proteção e me levou até o alto do morro, onde ele ficou após o fim da guerra.

De cinquenta até cem homens haviam sido mortos por nós, e isso deu uma grande felicidade. Eu era irmão do patrão, que bom! Que bom nada, fugindo de tiros de outros traficantes e da polícia. No dia 20 de julho, meu irmão, com 18 anos, deu um baile funk. Eu fiquei muito bêbado e no outro dia pedi a meu irmão para ser radinho. “Pode mas essa é a função mais perigosa, quando a polícia sobe, os radinhos sãos os primeiros a cair” ele falou.

E eu nem bola. Os anos se passaram, bailes, confrontos e poder, muito poder. Eu andava com cinco correntes de ouro no pescoço, no braço, dois relógios de ouro, um em cada, motos, peças da Oakley, EKO tênis de marca. Agora, o mais velho, meu mano, já tem 23 anos.

Eu cheguei e disse “Eu tô indo embora”. Ele ficou muito triste, fui embora e o primeiro a morar no morro do Quilombo. Virei radinho do cara, mas só arriscando a vida sem ganhar nada. Foi tempo assim. Aí, com armas nas mãos, pistolas, dois guris um dia chegaram e disseram “E aí, pô, vem cantar funk com nós em vez dessa vida.” Eu fui e tô fazendo baile funk no morro. Continua essa história.


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