Do Real ao Ilusório escrita por junkiep


Capítulo 1
Die rosenrot




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/74721/chapter/1

Sah ein Mädchen ein Röslein stehen

(Uma garota viu uma pequena rosa)

Blühte dort in lichten Hönen

(Ela floresceu lá no cume brilhante)

So sprach sie ihren Liebsten an

(Ela perguntou ao seu amor)

Ob er es ihr steigen kann

(Se ele poderia trazê-la para ela)

 

As notas da música ecoavam em minha cabeça de modo com que eu ouvia suas batidas fortes, que me faziam refletir. Haviam olhares sobre mim, eu sabia que haviam. Mas eu não ligava. Apenas ouvia aquela música em minha cabeça, e de repente, uma luz branca atingia fortemente minha vista. Abri os olhos. Vi meus pais, meus avós, meus irmãos, e o vi. Como um fantasma, ele estava ali, parado, no canto do quarto. Sim, aquilo era um quarto. Um quarto de hospital.

 

Sie will es und so ist es fein 

(Ela a quer e tudo bem)

So war es und so wird es immer sein

(Assim foi e assim sempre será)

Sie will es und so ist es Brauch

(Ela a quer e esse é o hábito)

Was sir will bekommt sie auch 

(Tudo que ela quer ela consegue)

 

Por isso a luz branca. Então minha mãe veio à meu encontro e me abraçou, enquanto minha irmã menor segurava minha mão. Logo que minha mãe me soltou, pude perceber que a mesma estava com lágrimas nos olhos. Chorava copiosamente. Pude perceber também, que tinha olheiras, assim como meu pai. Preocupação. Na minha cabeça, ecoava apenas uma pergunta: O que aconteceu?

 

Tiefe Brunnen muß man graben

(Poços profundos precisam ser cavados)

Wenn man klares Wasser will

(Se você quiser água limpa)

Rosenrot oh Rosenrot

(Rosa vermelha, oh, rosa vermelha)

Tiefe Wasser sind nicht still 

(Águas profundas não são calmas)

 

- Bárbara, minha filha, você está bem? – Agora eu voltava a observar o canto do quarto, onde o homem forte, de olhos azuis e cabelos negros se encontrava parado, escorado a parede. Parecia que ali, ninguém o notara.

- O que aconteceu, mãe? – Meu rosto transparecia dúvida, porém meus olhos não desgrudavam do homem encostado na parede.

 

 

Der Jüngling steigh den Berg mit Qual 

(O menino sobe a montanha com sofrimento)

Die Aussicht ist ihm sehr egal

(Ele não liga para a vista)

Hat das Röslein nur im Sinn

(Apenas a pequena rosa está em sua mente)

Bringt es seiner Liebsten hin

(Ele a traz para seu amor)

 

 

- Você sofreu um acidente sério. – E a expressão do rosto de minha mãe, de repente, tornou-se séria e agora o homem, antes escorado à parede, agora vinha em minha direção. E ainda assim, meus parentes não o viam. Logo, ele pegou minha mão.

 

Sie will es und so ist es fein

(Ela a quer e tudo bem)

So war es und so wird es immer sein

(Assim foi e assim sempre será)

Sie will es und so ist es Brauch

(Ela a quer e esse é o hábito)

Was sie will bekommt sie auch 

(Tudo que ela quer ela consegue)

 

- Eu conheço você. – Foi tudo o que consegui dizer. Minha voz começava a falhar. Eu sabia que conhecia aquele rosto. Os cabelos, normalmente rebeldes, agora penteados para o lado, o brilho de seus olhos sobre meu rosto e sua roupa branca. Eu sabia que o conhecia.

 

Tiefe Brunnen muß man graben

(Poços profundos precisam ser cavados)

Wenn man klares Wasser will

(Se você quiser água limpa)

Rosenrot oh Rosenrot

(Rosa vermelha, oh, rosa vermelha)

Tiefe Wasser sind nicht still 

(Águas profundas não são calmas)

 

- Richard. – E o mesmo sorriu pra mim, demonstrando que me conhecia. Apertou levemente minha mão e logo tudo começou a ficar meio embaçado e escuro. As coisas começaram a perder a forma e a única coisa que eu ouvi foi: “Estamos com você.”


An seinen Stiefeln bricht ein Stein

(Em suas botas, uma pedra quebra) 

Will nicht mehr am Fälsen Sein

(Não quer mais estar no penhasco) 

Und ein Schrei tut jedem kund

(E um grito deixa que todos saibam) 

Beide fallen in den Grund

(Ambos estão caindo em direção ao chão)

 

 

Acordei assustada e suando frio. Não existia mais meus pais, nem meus avós, que já estavam mortos. E nem meus irmãos. E nem o Richard. E a música Rosenrot, do Rammstein, repetia-se constantemente em meu som. As batidas fortes ecoando por meu quarto. Era novamente, um sonho. Nada era tão real quanto parecia ser.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey there, what's up? Particularmente essa foi uma das melhores histórias que eu já escrevi, sério mesmo. But, thanks a todos que leram, vão ler. Do fundo do meu crânio. rs

xx S.