Pequenos contos de um cotidiano corriqueiro escrita por Luna


Capítulo 6
Capítulo 6




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— Então gatinho, posso fazer o trabalho com vocês?

Leão que sabia como o Escorpião tinha boas notas em história, aceitou de prontidão. Nem questionou o amigo, pois tinha certeza que Sagi aceitaria numa boa. Eles se davam bem.

— Vamos fazer o trabalho onde? – Perguntou Sagi. – A gente nunca foi na sua casa né Scorpy?

— Pode ser lá, mas dai vocês vão ter que ir comigo de ônibus. – Deu de ombro. - Não é muito longe.

— Beleza! Vamos almoçar lá em casa para conseguir dinheiro para a passagem primeiro? – Disse Leão.

Os dois concordaram. Sagi estava eufórico! Usaria o ônibus sem a mãe pela primeira vez na vida. Era só mais uma passo para conseguir ir na loja de brinquedos.
Os pais de ambos deixaram que fossem fazer o trabalho com Escorpião, mas pediram diversas vezes que tomassem cuidado no caminho e toda a rotina de pais preocupados de sempre.

— Nossa, isso aqui tá bem apertado. – Reclamou Leão.

— Daqui a três pontos sai bastante gente, dai arranjamos lugar para sentar.

De fato aconteceu, muitos passageiros desceram em uma parte da cidade que era mais voltada para o comercio. Leão e Sagi admiraram o amigo que sabia tudo sobre transporte público.

— Eu já ando a bastante tempo. – Deu de ombros.

— Cara, como você fez para seus pais deixarem você vir SOZINHO de ônibus para a escola? – Sagitário perguntou animado.

Escorpião se surpreendeu com a pergunta. Não tinha a mesma visão sobre aquilo e achava bem melhor morar perto do colégio do que pegar ônibus todo dia, então não entendia o alvoroço.

— Meus pais não tinham outra opção. – Falou e olhou pela janela.

Leão e Sagi continuaram fazendo barulho, Escorpy ficou tentado a colocar seu fone de ouvido para evitar o exagero que era aqueles dois quando animados.

Quando saltaram Sagi percebeu que o Escorpião vivia em um apartamento, pois a rua onde estavam só tinha comercio e alguns prédios. A animação estava ainda maior, pois era raro que fossem a um lugar alto.

— Me diz que tu mora no último andar!? – Sagi não se continha.

— Não, porém é no 8°. – Escorpião percebeu então que a animação era apenas de um, e não de ambos os amigos. - Leão, tá tudo bem?

— Eu tenho um pouco de medo de altura. – Disse.

— Que isso Gatinho! Como que eu nunca soube disso? – Perguntou tirando onda.

— Nós nunca fomos para lugares altos? – Disse Leão para Sagi. Encarando os apartamentos lá no alto.

Escorpião pegou a mão do amigo e disse:

— Vamos todos juntos, você vai ver como é seguro.

— Ok. – Ficou envergonhado. Machucava seu orgulho ter medo de algo.

Sagitário não ficou para trás, pegou a outra mão livre e os três entraram no prédio e usaram o elevador tudo juntinho.

Entrando no apartamento se depararam com um ambiente muito limpo e neutro. Tudo era basicamente da mesma cor o que deixava aquilo monótono. Porém parecia “chique”. Leão percebeu que o amigo devia ser bem rico. Sagi nem ligou, só queria encontrar uma janela e olhar para baixo.

 - Cadê a sua mãe? – Perguntou Leão que ia até a mesa. Jogou sua mochila acima dela e ficou de costa para a janela. “Se não vejo, não está lá.”

— Tá trabalhando, só volta a noite. Vou pedir para ela levar vocês para casa quando chegar.

— Ah, beleza! Onde é o seu quarto?

— Opa! Vamos ver o quarto do Escorpy?! – Voltou Sagi, todo sorrisos.

— Ele tá bagunçado, deixa pra lá. – Ficou envergonhado. Claro que os amigos não ouviram. Já foram abrindo todas as portas e nesse momento Leão esqueceu em que andar estava.

— Achei! – gritou.

— A gente veio fazer o trabalho, vocês lembram? – Questionou, já irritado.

— Você tem uma GUITARRA!! TU SABE TOCAR?

— To tentando aprender... mas não tenho um amplificador, então o som é bem baixinho.

— E esses mangás aqui? Nossa Escorpy! Eu quero tudo isso emprestado! – Leão olhava para a prateleira enorme dele com admiração. Escorpião pedia aos céus que ele esquecesse disso, pois tinha um ciúme enorme da sua coleção.

— Teus pais deixam colar pôster na parede? Minha mãe disse que faria tirar a cola com a língua se eu me atrevesse.

Escorpião já tava cansado de olhar para um lado e para o outro, tentando reter todas as informações. Aqueles dois eram muito energéticos.

— E o que é essa gaveta trancada? – Questionou Leão, forçando a última gaveta dentro do roupeiro que tinha sido aberto sem nenhuma aprovação.

Chega, tinham passado do limite.

— Os dois saiam do meu quarto, agora! Ou nunca mais farei trabalho com vocês.

Os dois olharam amedrontados, pois ele mostrava uma seriedade que dava medo. Parecia um pai. Decidiram que seria melhor obedecer.

Sagi girava o lápis, Leão encarava a parede atrás do amigo que lia o livro de história a procura da quarte resposta do trabalho. A professora tinha dividido o desenvolvimento na resolução de 8 perguntas.
O silêncio estava incomodo até mesmo para aquele que estava trabalhando.

— Leão, você já terminou a capa?

— Ah, a capa, to fazendo. – Voltou a encarar a folha. – É trabalho de que mesmo?

Sagi riu, mas Escorpy pensou seriamente que na próxima se juntaria ao Capricórnio e a Câncer, pois eles pareciam mais esforçados e a letra dela era linda.


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