The New Avenger escrita por Dark Sweet


Capítulo 3
S.H.I.E.L.D.?


Notas iniciais do capítulo

Hey! Voltei rápido, né?
Pois é, aqui está mais um capítulo novinho em folha!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/746953/chapter/3

 

Eu imaginava acordar em um quarto de hospital ou no meu quarto, mas isso não aconteceu.

O lugar onde estava parecia um quarto de hospital, mas aquilo não era de fato um hospital. Nem de longe.

Olhei ao redor tentando reconhecer que lugar era aquele. Será que aquele homem conseguiu se safar e me trouxe para algum cativeiro? Revirei os olhos sentindo uma dor logo em seguida.

Um cativeiro arrumado desse jeito? Todo equipado? Não, não mesmo. Se bem que nunca se sabe, né?

Tentei levantar, mas senti uma dor se espalhar pelo meu corpo, então continuei deitada.

A porta automática foi aberta. Uma mulher morena entrou naquele quarto. Ela sorriu enquanto vinha até mim. E, meu Deus! Que mulher linda!

—Quem é você? Você não está com uma roupa de médico, nem com um jaleco e nem tem cara de médica. Ou seja, não é médica. Então quem é você? - questionei arqueando a sobrancelha. Ela riu.

—Eu sou Reginna Rivera. E não, eu não sou médica. Eu sou uma amiga do seu pai. -

—Michael? -

—Dele e o do Richard. - pisquei os olhos atônita.

—Você conheceu meu pai? - ela assentiu.

—Sim, Melinda. Eu também conheci você. Se eu não me engano, você tinha 4 anos. -

—Você não espera que eu lembre disso 13 anos depois, né? - a mulher riu e negou com a cabeça.

—Me surpreenderia se você lembrasse, criança. Como você está? - ela segurou minha mão.

—Bem, dolorida, mas bem. E o Michael? -

—Seu pai está bem. Ele teve alguns ferimentos graves, principalmente internos, mas está bem, se recuperando na sala ao lado. - respirei aliviada.

—Eu posso vê-lo? - Reginna assentiu.

—Pode, mas não agora. Um médico está fazendo uns últimos exames para ver como ele está se saindo. - pressionei os lábios. - Tem uma pessoa querendo falar com você, Melinda. -

—Que pessoa? Oh, céus. Minha mãe. Ela deve estar maluca! - levei as mãos à minha cabeça.

—Não, não é sua mãe. Michelle está em New York, com seus irmãos, mas ela já foi avisada do seu estado e do seu pai, juntamente com a localização de vocês. - franzi as sobrancelhas.

—Como assim ela está em New York? Não estamos em New York? Aliás, que lugar é esse? -

—A pessoa que quer falar com você irá lhe explicar tudo. - Reginna falou simplesmente.

—Quem é esse louco que quer falar comigo? Eu não sou ninguém importante. Não sou rica, nem sou... -me calei. Meus "poderes". Eles sabem, eles sabem, eles sabem.

—Sim, nós sabemos. - Reginna confirmou minhas suspeitas. - Mas não se preocupe, Melinda. Você está segura aqui. Ninguém irá te machucar. -

—Não é com isso que estou preocupada. - murmurei de cabeça baixa. Ela sorriu.

—Nem você irá nos machucar, criança. -

—Eu não teria tanta certeza. - falei encarando a mulher à minha frente.

—Eu tenho. Ali fica o banheiro. - Reginna apontou para uma porta que tinha no quarto. - Tem roupas lá para você. Pode tomar banho se quiser, estarei lhe esperando aqui para levar você até ele. -

—Pode me dizer ao menos quem é ele? - indaguei afastando o lençol e sentando  na cama com as pernas para fora.

—Você irá saber, Melinda. Logo.— soltei um suspiro frustrado e levantei. Fui até a porta em que ela indicou e entrei.

O banheiro era um banheiro comum. Nada que evidenciasse o lugar onde eu estava. Tirei aquela camisola descartável e entrei no box. Tomei um banho rápido e parei em frente ao espelho.

Havia um corte em minha têmpora direita que já estava cicatrizando. Isso se dava ao meu fator de cura avançado, ganhei junto com os meus "poderes". Suspirei e procurei a roupa para vestir.

Era uma calça jeans preta, uma camisa de mangas compridas branca e uma bota sem salto marrom. Escovei meus dentes com a escova que tinha ali (lógico que perguntei a Reginna se alguém havia usado ela antes) e penteie meu cabelo.

Sai do banheiro e encontrei Reginna sentada na poltrona que tinha ali. Ela sorriu quando me viu e levantou.

—Vejo que Amélia escolheu bem e acertou no tamanho. - ela falou indo até uma porta.

—Quem é Amélia? - questionei a seguindo.

—Minha filha. - ela sorriu abrindo a porta e saindo. Fui logo atrás dela. - Ela tem 25 anos, mas para mim é como se ela ainda fosse meu bebê. - sorri.

Seguimos por um corredor e entramos em um elevador. Assim que ele parou, as portas se abriram e eu arregalei os olhos. O lugar era enorme, cheio de pessoas com um tipo de uniforme cinza e colado ao corpo, tinha um emblema no uniforme. Uma espécie de pássaro, sei lá.

—Uau.— murmurei surpresa. Reginna sorriu.

—Você vem? - assenti e comecei a seguí-la. Algumas pessoas cumprimentaram Reginna e novamente eu vi aquele logotipo de pássaro. Só que dessa vez maior, seis vezes maior. Eu já vi esse símbolo antes. Agora, onde? - Por aqui, Melinda.  - Reginna parou em frente a uma porta enorme. - Espere aqui, sim? - assenti e observei ela entrar. Logo depois ela volta e segura a porta para mim. - Pode ir, criança. -

Entrei na sala e novamente vi aquele logotipo de pássaro. Na parede, só que dessa vez tinha um nome em baixo. S.H.I.E.L.D.

 Aqui era a S.H.I.E.L.D. Mas espera, a S.H.I.E.L.D não tinha caído? Ainda estava procurando respostas para minha pergunta quando a cadeira por trás da enorme mesa virou-se em minha direção.

—Olá, Melinda. Fico feliz em saber que você está bem. -

—Você é o... - balbucionei.

—Phill Coulson. - ele levantou e veio até mim. Parou em minha frente, estendendo a mão.

—Oh, meu Deus. - sorri apertando a mão dele. - Você é o Phill Coulson! E aqui é a S.H.I.E.L.D! Meu Deus! - o diretor da S.H.I.E.L.D sorriu discretamente.

—Como você está se sentindo? -

—A última bolacha do pacote! Em que mundo eu, Melinda Hunters, uma moradora comum de New York, iria estar na S.H.I.E.L.D falando com Phill Coulson? - falei empolgada. Eu estava quase subindo pelas paredes.

—Bom, eu não estava me referindo a você estar aqui na S.H.I.E.L.D, mas fico feliz em saber que você está gostando. -

—Gostando é pouco! - falei. Respirei fundo e tratei de me acalmar. Lembre-se porquê você está aqui, Melinda. - Desculpe. - pedi me recompondo.

—Tudo bem. Sente-se, por favor. - ele falou indicando uma cadeira em frente a mesa dele.

Me sentei e logo ele voltou para sua cadeira. Mexi as mãos nervosas. Conversar sobre aquilo. É por isso que estou aqui.

—Acho que você sabe o que aconteceu e porquê está aqui certo? - assenti.

—Aconteceu um ataque terrorista, aí um cara terrorista veio do nada, começou a atirar em mim e meu pai. - comecei a falar o que lembrava. - Então Michael começou a dirigir, para fugir do terrorista, um carro começou a nos seguir. Entramos em uma rua deserta e achamos que o cara tinha nos perdido, então ele bateu no nosso carro e ele capotou. Então eu apaguei. - olhei para Coulson. - Quando eu acordei meu pai não estava no caro. Ele estava lutando com o homem que atirou na gente. O que eu fiquei surpresa, porque não achava que ele sabia lutar. - o diretor da S.H.I.E.L.D deu um sorriso discreto, como se soubesse de algo que eu não sei. - Eu tentei soltar o cinto, mas ele estava emperrado. Peguei meu canivete na mochila e cortei ele. Foi quando o homem apontou a arma para meu pai que eu... eu perdi... perdi um pouco o controle. - o homem a minha frente assentiu, como se pedisse para eu continuar a contar o que aconteceu. - Eu... acabei... acabei atingindo o homem e o carro que nos seguiu com os meus... os meus... -
—Poderes?— assenti. - Você não gosta deles, Melinda? - neguei com a cabeça. - Por quê? -

—Porque não! Isso... isso não é bom! É horrível! Você sabe como eu ganhei eles? - questionei desencostando da cadeira.

—Sim, sei. - arregalei os olhos voltando a encostar o tronco na cadeira.

—Que? Como... como você... -

—Eu estava lá, Melinda. Eu estava no dia da explosão. - neguei com a cabeça.

—Não. Isso não pode estar acontecendo! - murmurei passando as mãos pelo cabelo e puxando alguns fios. - O que você estava fazendo lá? Ninguém sabia de nada! Ninguém além da minha mãe, do Michael e daquela psicóloga atrevida! -

—Acalme-se, Melinda. - ele pediu gentilmente. - Eu era amigo do seu pai. - olhei para Coulson.

—O que? - sussurrei. - Você era amigo do meu pai? - ele assentiu. - Mas... mas... -

—Eu estava em Washington quando tudo aconteceu. Ao saber que era na empresa em que o Richard trabalhava, fiz questão de ir até lá. Eu estava no prédio quando você usou pela primeira vez seus poderes. -

—Mas todos naquele prédio... todos morrer... eles... - não consegui completar a frase.

—Eu sobrevivi porque eu não estava naquele andar. Enquanto você estava no hospital eu acessei as imagens da câmera de segurança. Vi você usando os poderes que você ganhou com a explosão do reator de energia. -

—Como você sabe que eu ganhei isso com aquela... explosão? Eu podia muito bem ter isso antes! -

—Você não podia. Eu conheço você desde que nasceu, Melinda. -

—Que? - murmurei.

—Fora que eu olhei seus exames enquanto você estava no hospital. Seu DNA estava diferente do DNA de uma pessoa... -

—Normal.— o interrompi. - Porque é isso que vocês são. Normais. Eu não. -

—Melinda, você realmente não é uma adolescente normal. Você é extraordinária!— ele falou sorrindo.

—Não, não sou. Eu sou um monstro!— falei gesticulando. - Eu matei aquelas pessoas naquele prédio! Eu matei o meu... eu matei o meu pai! - sussurrei sem fôlego. - Matei o homem que eu mais amava! Matei o homem que sempre me avisou para não mexer em nada naquele prédio, para não ir em nenhum laboratório sozinha. E eu ignorei! Ignorei e fiz exatamente o contrário! E o que isso me trouxe? Trouxe não só a morte do meu pai, mas a da Hellen, da Kimberly e de vários funcionários! E isso foi apenas com a explosão! Quando eu acordei... quando eu vi que eu tinha matado o meu pai... - respirei fundo sentindo as lágrimas se acumularem. - Eu perdi o controle e liberei o tal poder que eu tinha adquirido com aquela maldita explosão. E como se já não bastasse ter que carregar a morte das pessoas daquele prédio e do meu pai nas costas, eu matei aqueles bombeiros. Matei mais pessoas que só queriam me ajudar. Então, sim, Coulson, eu sou um monstro! - disse sentindo algumas lágrimas caírem pelo meu rosto.

—Sabe quem você me lembra, Melinda? - fiquei calada então ele prosseguiu: - O Hulk. Na verdade, você me lembra o alter ego do Hulk. Você é um pouco parecido com ele depois da explosão com radiação gama. -

—Mas ele é diferente. Ele não é um monstro. Ele ajuda as pessoas. Eu não. Eu mato as pessoas. - falei.

—Isso não é verdade. Você salvou seu pai ontem. Salvou ele do homem que tentou matar vocês. -

—Sim, o salvei depois de matar quantas pessoas? Será sempre assim, Coulson? Eu terei que tirar inúmeras vidas para poder salvar uma? - questionei.

—Não se você aprender a controlar. - neguei com a cabeça.

—Eu não consigo, já tentei. Não consigo. Eu sempre perco o controle. -

—Isso pode mudar. - soltei uma risada carregada de escárnio.
—E quem irá mudar isso? Você? A S.H.I.E.L.D.?— quando percebi o quanto isso soou desdenhoso, pedi desculpas.

—Não, não será eu, ou a S.H.I.E.L.D., ou seu pai. Será você.— resisti ao impulso de revirar os olhos. - Nós podemos apenas tentar fornecer ajuda, mas a única pessoa capaz de mudar isso é você mesma, Melinda. -

—Vocês não podem me ajudar. Não vai dar certo. As pessoas que tentaram me ajudar, acabaram mortas. - Coulson sorriu.

—Bom, eu e seus pais estamos vivos até agora. -

—Você? - não consegui esconder a surpresa.

—Sim. Eu fiz de tudo para que ninguém soubesse direito o que aconteceu naquele prédio. Para todos os efeitos, todos presentes naquele prédio morreram. Até mesmo a Meri... -

—Não. Não fala. - pedi. - Não fale esse nome, por favor. - ele assentiu.

—Até mesmo a filha do Richard. Falei com sua mãe, contei o que tinha acontecido e expliquei seu estado. Os cuidados que eles teriam que ter, que ninguém poderia saber que você era uma superdotada. - assenti entendendo. - Fiz de tudo para mudar seu nome e o Michael ficou encarregado de lhe ajudar a controlar seus poderes. Ao menos um pouco, para que se você passasse por qualquer situação não perdesse o controle e ferisse alguém ou você mesma. -

—Espera. O Michael ficou encarregado de me ajudar a controlar esses poderes? - perguntei confusa.

—Se acalme, Melinda. Antes de julgar seu pai ou qualquer coisa, peço que me escute. - assenti. Não sei se conseguiria, mas concordei. - O Michael trabalha para a S.H.I.E.L.D., ele... -

—Ele é um agente da S.H.I.E.L.D? Tipo... a Viúva Negra e o Gavião Arqueiro? Que agora fazem parte dos Vingadores? - Coulson assentiu.

—Sim. O agente Hunters foi instruído por mim para ajudar você e sua mãe com essa nova mudança. -

—Lembro-me dele ter entrado na nossas vidas como um vizinho. Ele virou nosso amigo. Começou a jantar lá em casa, ajudava Adam e eu com os trabalhos da escola... Michael acabou descobrindo sobre meus poderes. Na verdade, ele já sabia, não era? Ele apenas fingiu que não sabia de nada. - o diretor da S.H.I.E.L.D assentiu. Assenti também, entendendo. - Então ele me ajudava a me controlar quando meus olhos brilhavam. Então... então... minha mãe e ele começaram a sair juntos, logo começaram a namorar. Eles casaram, o Will nasceu. - olhei para Coulson. - O casamento deles é uma mentira? Foi apenas uma... uma espécie de missão para ele se aproximar de mim? -

—Não, Melinda. O casamento deles não é uma mentira. Eles realmente se apaixonaram. O Michael se apaixonou pela Michelle no meio da missão. Isso não é muito recomendado que você está em uma missão, Melinda. Quando você aceita uma missão, os sentimentos têm que ficar fora. -

—Por que podem comprometer a missão, certo? - ele assentiu.

—O agente Hunters não se apaixonou apenas pela sua mãe. Ele se apegou a você, ao Adam. Por um momento, o Michael pensou em abandonar a missão apenas para poder viver com vocês. -

—Sério? - falei surpresa.

—Sim. Porém, eu não permiti. Se ele abandonasse a missão e outra pessoa ficasse encarregada dela, talvez houvesse complicações. Foi magnífico você ter se dado bem com o Michael, você confiou nele. Essa confiança poderia não acontecer com outro agente. - assenti.

—Então o emprego dele de Engenheiro Civil é uma mentira? - Coulson sorriu assentindo.

—Algo apenas para manter as aparências. - pressionei os lábios segurando a curiosidade. - Pode perguntar. -

—Ele conhece os Vingadores? Ele já lutou ao lado deles alguma vez? Ou sei lá! Combateu a HYDRA? -

—Ele conhece os Vingadores sim, Melinda. O Michael ainda não lutou ao lado deles, mas já combateu a HYDRA. Até você combateu a HYDRA. - pisquei os olhos confusa.

—Que? Como assim? -

—O homem que seguiu e atirou em vocês era da HYDRA. Um ex-agente da S.H.I.E.L.D. -

—O que aconteceu com ele? Eu... o matei também? -

—Ele não. - suspirei um pouco aliviada, mesmo sabendo que ele talvez não merecesse estar vivo. - Mas o homem que estava no carro sim. -

—O que? Tinha alguém no carro que eu explodi? Oh, meu Deus. -

—Melinda, está tudo bem. Não foi culpa sua. - assenti ficando calada. - Ele só foi atrás do seu pai porque a última missão do Michael foi combater a HYDRA. O McGowan foi o único que conseguiu fugir e jurou vingança. -

—McGowan? Que raios de nome é esse? - Coulson sorriu.

—Realmente muito estranho. - sorri também. Então lembrei de algo elementar.

—Ei! Se ele estava seguindo meu pai, ele sabe da minha mãe e meus irmãos! Obviamente ele não estava nessa sozinho! -

—De fato não. A HYDRA nunca deixa apenas um pessoa sabendo de uma missão. Por isso eu mandei agentes para proteger sua mãe e seus irmãos. - Phill Coulson esclareceu mostrando que não é homem para brincadeiras.

—E eles são bons? Não que eu esteja duvidando do potencial deles, mas todo cuidado é pouco, certo? - ele assentiu com um sorriso de lado.

—Sim, Melinda, eles são bons. Michael é um dos meus melhores agentes e eu prometi a ele que sempre que pudesse iria proteger a sua família. Principalmente você.— sorri assentindo.

—Mas se um dia você tiver que escolher entre mim e minha família, escolha a minha família. Eu, de certa forma, posso me defender sozinha. Eles não. - o diretor da S.H.I.E.L.D sorriu, no seu olhar eu podia notar um certo orgulho.

—Alguma pergunta, Melinda? Algo que você queira saber? - franzi as sobrancelhas.

—Ah, sim! Duas perguntas. Primeiro, como foi que a S.H.I.E.L.D. teve reconhecimento do que aconteceu comigo e com meu pai? E segundo, a S.H.I.E.L.D. não tinha caído? -

—O carro do Michael tem um comando que, quando acionado, manda um alerta para uma das bases secretas da S.H.I.E.L.D. Logo eu mandei alguns agentes para o local o mais rápido possível. Eles chegaram assim que você abateu o McGowan e explodiu o carro. -

—Deus. Eles também sabem sobre mim. Isso não devia ter acontecido! - olhei para ele. Algo no olhar de Coulson me dizia que esses agentes não iriam falar nada para ninguém. - Certo. Você disse uma das bases secretas da S.H.I.E.L.D. É onde estamos? - ele assentiu.

—Sim. Aqui é uma das bases secretas. Aqui é o playground. E respondendo sua outra pergunta, sim, a S.H.I.E.L.D tinha caído. Porém, estou fazendo de tudo para que possamos retomar nosso trabalho. Dessa vez, sem agentes duplos. - sorri. - Mais alguma pergunta? -

—Eu posso ver meu pai? -

***

Michael já esteve melhor. Seu rosto estava todo machucado. Os ferimentos estavam limpos e já receberam os devidos cuidados, mesmo assim dava para notar o corte no supercílio esquerdo, no canto da boca, o olho esquerdo estava um pouco roxo e alguns arranhões. Ele também tinha alguns cortes nos braços e pescoço causados pelos cacos de vidro da janela do carro. Isso sem contar com os ferimentos internos que ninguém podia ver.

Ou seja, nunca quis tanto que meu fator de cura pudesse ser dado a alguém como agora. Se minha mãe o visse agora poderia jurar que estaria horrorizada. Será que ela já o viu assim? Todo machucado depois de uma missão?

Um dia. Ela está há um dia sem nos ver. Sim, um dia. Eu descobri que eu passei um dia dormindo aqui, depois de ter usado meus poderes. E até agora Michael não acordou. Já estava começando a ficar preocupada.

Segurei a mão dele e passei meu polegar levemente sobre um corte que tinha ali enquanto sorria.

—Você bem que podia ter me contado que trabalhava para a S.H.I.E.L.D., pai. Eu talvez ficaria com um pouco de raiva ao descobrir que você só se aproximou da gente por conta de uma missão, mas depois eu ficaria feliz. Tipo, em que mundo eu, Melinda Hunters, imaginaria que meu pai é um agente secreto da S.H.I.E.L.D.? Nunca! Isso é tão legal! - falei empolgada. - Queria ser que nem você e meu outro pai. Fazer algo bom pelo mundo. Eu só faço merda. Só... mato as pessoas, nunca as salvo. Se eu não tivesse feito nenhuma pegadinha na escola, você não teria ido até ela para me buscar. Talvez você não estivesse aí nessa cama, todo machucado. -

—Você sabe que isso é mentira, querida. - escutei sua voz fraca. Levantei a cabeça e olhei para meu pai. Ele acordou. - Você não só mata as pessoas, você também as salva. Você me salvou. E não foi culpa sua o que aconteceu comigo. - ele apertou minha mão com a sua. - Esse é meu trabalho, eu aceitei correr os riscos. Eu quem peço desculpas por ter colocado você nessa. -

—Bom, eu não escolhi ter isso, mas eu meio que já estava nessa, não é mesmo? - ele sorriu de leve. - Como você está? -

—Totalmente dolorido. Aquele McGowan tem um chute muito forte. - sorri.

—Mas você também bateu, pai. Não apenas apanhou. - ele riu, fazendo uma careta de dor logo em seguida. - Eu matei o cara que bateu no nosso carro. - falei abaixando a cabeça. - Eu achei que era apenas o McGowan, e quando vi o carro eu apontei para ele e deixei aquilo acontecer. Eu explodi o carro sem saber se tinha alguém lá. Eu matei uma pessoa. - Michael ergueu sua mão e levantou meu rosto. Olhando nos meus olhos ele disse:

—Isso foi uma fatalidade. Do mesmo jeito como aconteceu em Washington. Você não teve culpa, meu amor. -

—Claro que tive. - sussurrei.

—Você era uma criança, Melinda. Não sabia o que estava fazendo. -

—Eu sabia. Desobedecendo meu pai. - ele sorriu ternamente.

—Ok, você errou. Todo mundo erra. E você aprendeu com esse erro, não foi? - assenti. - Está vendo? Acontece. Não foi culpa sua. Principalmente com o que aconteceu com o homem no carro. -

—Eu só queria nada tivesse acontecido, pai. - disse derrubando algumas lágrimas.

—Não chore, querida. Você pode melhorar, pode se controlar. Mas antes de tudo, você precisa aceitar o que aconteceu. - neguei com a cabeça enquanto pressionava os lábios.

—Eu não consigo. Não consigo, pai. - ele me puxou lentamente e eu o abracei.

—Tudo bem, filha. Está tudo bem. Você já teve muita emoção para o dia de hoje. Ainda gosta do primeiro de Abril? - ri me afastando dele.

—Sim, ainda gosto. Apesar do que aconteceu, ainda é o melhor dia do ano. - enxuguei meu rosto. - Aliás, enquanto você fica aí, de repouso, eu poderia fazer algumas pegadinhas com alguns agentes? Eles são tão sérios! - Michael riu.

—Não, por mais que eu goste de algumas das suas pegadinhas, é melhor não. - revirei os olhos fingindo estar frustrada e meu pai riu novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey! Então? O que acharam?
Posto outro capítulo daqui dois dias, eu acho.
Até a próxima, galero!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The New Avenger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.