The New Avenger escrita por Dark Sweet


Capítulo 15
Pindarolas!


Notas iniciais do capítulo

Hey! Olá! Como vão?
Cheguei para animar o final de semana de vocês! Me senti o último pacote da bolacha agora.
Aqui está o capítulo e colocamos um ponto final no filme Vingadores 2: Era de Ultron. Contudo, a história continuará. Não será agora que você irão se despedir da Melinda.
Enfim, boa leitura!



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 A evacuação da cidade começou assim que pousamos.

Thor foi até as galerias subterrâneas da cidade afim de descobrir o que o Dom Aço estava construindo. Tony foi atrás de Ultron com a ideia de ganhar tempo para que a evacuação da cidade tivesse sucesso. Wanda manipulava as mentes dos civis para que deixassem Sokovia e fossem para o mais longe possível. O Gato a Jato – vulgo Papa-Léguas – ficou encarregado de avisar a polícia local sobre a importância de proteger os civis enquanto eles corriam para as colinas.

Bruce foi atrás de Natasha em vez de esperar no Quinjet o bendito Código Verde. Eu finalmente consegui entender qual era o mais novo casal de Vingadores: o Hulk e a Viúva Negra.

Eu estava shippando muito eles dois ao mesmo tempo em que me xingava por não ter percebido a intensa troca de olhares entre os pombinhos.

Cruz credo. Que tola, Melinda.

Enfim, voltando a evacuação de Sokovia, porque esse é oponto importante da missão, óbvio, e não o romance entre Natasha e Bruce.

Steve, Clint e eu estávamos ajudando as pessoas a saírem o mais rápido possível da cidade. Indicando possíveis rotas e outros meios de fuga.

Só que temos um problema dos grandes: as ruas, vielas e tudo mais estavam com um engarrafamento horrível. Ou seja, as ruas de Sokovia estavam parecendo a vida do Adam: parada.

Se Ultron fosse esperto – e se tem algo que aquela lata velha é, além de psicopata, claro, é ser esperta – logo iria perceber que Tony queria distraí-lo e então bum! Começaria com seu planinho infalível de dominar o mundo.

—Vamos, lá, amores da minha vida. Corram para as colinas e nada de mau acontecerá com vocês. – falei empurrando algumas pessoas de leve. – Gente, vamos! Mais rápido! Vocês não estão percebendo que é a vida de vocês que está em perigo? Vamos, bebês! Ligeiro e avexado. –

Enquanto eu ainda apressava as pessoas para sumirem o mais rápido possível daqui, armaduras de metal emergiram do solo e tudo quanto é lado.

—Porcaria! Vão! Vão! Saiam daqui, agora! – gritei para os civis que começaram a correr. Fiz um escudo surgir entre eu e os civis e os robôs, que atiravam na minha direção sem piedade. – Vocês não irão matar ninguém no meu turno, bebê. – falei acertando os robôs com meus jatos.

Olhei para trás, as pessoas tinham se dispersados o que me fez desativar o escudo e ir atrás dos outros mini-Ultrons.

O cenário caótico mostrava os civis correndo em busca de salvar suas vidas, os Vingadores e os irmãos Maximoff lutavam contra as latas velhas ao mesmo tempo que protegiam os civis.

—Certo. Podia ser pior, não podia? – bastou eu calar a minha boca para sentir algo tremer sob meus pés. Engoli seco acertando um robô com um jato. –Gente, quais as chances de isso ter sido um mero terremoto? –

Que boca, hein, Melinda? Jesus! Você devia ficar de boca fechada!

—Pequenas. – escutei Clint responder.

—Certo. E quais as chances de ter um vulcão em erupção por essas bandas? – indaguei novamente tentando achar um ponto positivo nesse tremor.

Considerando que tem um robô homicida solto por aí, um terremoto e um vulcão em erupção é algo muito melhor, não?

—Nulas, Melinda. – respirei fundo com a resposta de Steve.

—Ok. Então, com isso, temos a confirmação de que tem o dedo de metal do Robocop no meio. – falei e outro tremor aconteceu. Agora mais intenso que o outro.

Passada na manteiga, olhei sobre um pequeno muro da ponte onde eu estava. Então eu vi a cidade se partindo e começando a elevar.

Pindarolas!

Peguei impulso e voei sobre o pedaço de pedra flutuando.

Aqui em cima eu conseguia ter uma visão mais ampla do cenário, fazendo sugir escudos quando os civis estavam sendo ameaçados, acertando os robôs com os jatos e fazendo até uns flutuarem antes de parti-los ao meio.

Um robô maior que os outros se elevou na direção do céu, seu olhar para as pessoas era carregado de superioridade. Ele deve estar se sentindo a Rihanna de metal, só pode.

Então Ultron começou seu discurso psicopata:

—Conseguem ver? A beleza disso. A inevitabilidade. Vocês se levantam apenas para caírem. Vocês, Vingadores, serão o meu meteoro. Minha fúria recairá e a terra rachará, junto com o peso da sua derrota. Exilem-me de seus computadores, virem minha própria carne contra mim. Isso não significará nada. Quando a poeira baixar, os únicos seres vivos nesse planeta serão de metal. – revirei os olhos e ergui minha mão na direção de um grupo de pessoas que estavam sob ataque.

—Para uma interface criada por Tony Stark e Bruce Banner, ele até que é muito burro, não acham? Onde já se viu robôs serem seres vivos? – resmunguei indo para o chão e acertando os robôs com os golpes que aprendi com Amy e Natasha. – Antes de tentar dominar o mundo, ele deveria ter ido à escola nem que fosse um dia. –

—Stark, faça a cidade pousar em segurança. O resto de nós só tem uma missão: destruir essas coisas. Se acertarem vocês, acertem de volta. Se morrerem... levantem e lutem. – sorri e acertei mais um robô com um chute.

Então um rugido soou, o que me fez sorrir mais ainda.

—Parece que o Verdão apareceu a tempo para a festa. – falei erguendo um escudo na direção de Clint no exato momento em que três robôs atiraram na direção dele.

Acertei dois com os jatos e corri na direção do terceiro, pulando em cima dele e ficando sentada sobre os ombros da lata velha.

Uma das minhas mãos ficou onde seria mais ou menos o queixo e puxei a cabeça para cima, arrancando do corpo. Levantei encarando Clint.

—Obrigado. – ele fez um meneio com a cabeça.

—Dispõe. Parece que o Gavião Arqueiro está mesmo perdendo seus super reflexos, não? Seria a idade chegando, Legolas? – ironizei. Ele ergueu seu arco mega foda na minha direção e atirou suas flechas. Escutei algo caindo e olhei para trás, vendo dois robôs destruídos. – Ok, isso responde minha pergunta. – ele sorriu e eu me afastei atrás de um pouco de diversão.

Meu olhar encontrou a Bruxa Má Do Oeste enfrentando alguns robôs.

Contudo, Wanda parecia com problemas. Haviam robôs demais em cima dela e eu, como ótima pessoa, fui até ela para ajudá-la, claro. Acertei alguns robôs com meus poderes e me aproximei dela, que não havia feito nada.

—O que foi? – perguntei tentando me defender de alguns golpes. – Faz alguma coisa! – disse e senti um soco no estômago. Mordi meu lábio inferior, curvando um pouco as costas. Encarei o robô que tinha feito tal proeza e acertei um soco na cabeça dele. – Quem você pensa que é para tocar em mim, sua lata velha idiota? – resmunguei dando uma pirueta e acertando um chute na lateral dele, o mandando para longe.

Olhei para trás a fim de encontrar Wanda lutando, mas ela não fazia muita coisa. Estávamos sendo cada vez mais encurraladas por mais e mais robôs.

Merda.

Fui até Wanda e passei meu braço ao seu redor, puxando ela em direção à uma casa. Disparos eram feitos na nossa direção e eu tentava ativar o escudo, mas não sei se estava tendo muito êxito.

—Vamos, vamos! – falei e então meu olhar encontrou uma janela de vidro grande. Talvez isso doa um pouquinho, mas é a dor que te torna humano, não?

Eis que um robô voa na nossa direção e explode, me fazendo pular e puxar ela junto.

Atravessamos a janela de vidro e nos afastamos dela, indo para o outro lado da casa. Graças ao collant, eu não tinha sofrido graves cortes com os cacos de vidro.

Menos mal.

—Como deixei isso acontecer? – a Malévola falou atraindo meu olhar.

—Você está bem? – perguntei me aproximando dela.

—Isso é tudo culpa minha. – ela voltou a murmurar. Revirei os olhos e olhei para cima.

—Isso é o que? Castigo por eu nunca acreditar que aquilo que aconteceu há 11 anos não foi minha culpa? Mesmo com várias pessoas falando que não era minha culpa? Tudo bem! Eu estou aprendendo a lição! – espremi os olhos e segurei os braços dela.

—Olha para mim, coração. – pedi fazendo ela me obedecer. – A culpa é sua, é minha, é do Tony, é do Bruce, é do mundo todo, tudo bem? Mas agora eu te pergunto: quem é que liga para isso? Você acha que nessas condições alguém liga para de quem é a culpa, Wanda? Agora é como eu falei para os dois cientistas: a gente pode escolher aprender e consertar esse erro ou não fazer caralho nenhum. E eu notei esse seu olhar estranho por conta do meu vocabulário nenhum pouco digno, então nem adianta disfarçar. – falei fazendo ela baixar o olhar por um tempo, mas logo voltou a me encarar. – Mas agora eu te pergunto de novo, porque eu amo fazer perguntas, claro. Você está pronta para lutar, amor? Hein? – ela não me respondeu. Revirei os olhos novamente. – Amiguinha, eu não gosto de ficar esperando, ok? Ou você me responde que sim ou que não. A cidade está voando, tem robôs voando e atirando para tudo quanto é lado e eu estou aqui tendo que te dar uma espécie de esporro em você ou sei lá! – disparos foram feitos e acertaram a parede em que estávamos. Pelo buraco vi alguns robôs e coloquei minha mão nele, fazendo o jato acertá-los. Voltei a encarar a garota. – Olha, Wanda, eu passei 11 anos da minha vida com medo dos meus poderes, com medo de machucar alguém com eles como já havia acontecido. Agora veja só que ironia: eu estou aqui, em Sokovia, lutando ao lado dos Vingadores para impedir que um robô homicida mate todo mundo. E eu estou protegendo os civis com os meus poderes, os mesmos poderes que matou várias pessoas, inclusive meu próprio pai, apenas porque não tinha controle sobre eles. Mas eu estou mostrando que eu posso fazer a diferença. E do mesmo jeito que eu posso, você também pode. – respirei fundo. – É apenas uma questão de escolha. –

Ela nada falou, ficou me encarando com aqueles olhos de dar inveja a qualquer um. Soltei um suspiro. Não estou com raiva dela, até a entendo. Mas que é frustrante, é sim.

—Tudo bem. Se você acha que não consegue, está tudo bem. Eu chamo o Papa-Léguas e ele te leva para um local seguro, ok? – disse levantando e indo em direção à porta. Sim, eu vou sair pela porta e em grande estilo. – Certo, Melinda. Você consegue, coração. – sussurrei e abri a porta, saindo sem o escudo.

Os robôs que antes nos cercavam continuavam ali, nos esperando. Acertei o máximo que podia com meus jatos, ativando o escudo quando precisava e até acertando uns com uma barra de ferro que achei no chão.

Corri e subi na capota de um carro, pegando impulso e pulando em cima de um robô. Enfiei minha mão onde seria o tórax dele e puxei o coração para fora. Pulei em direção ao chão antes que caísse com tudo junto com a carcaça.

Sorri orgulhosa de mim mesma e então senti algo me jogando para longe. Minhas costas atingiram o chão, me fazendo soltar um grunhido de dor. Encarei o robô possessa e fiz ele flutuar e após algum tempo fechei minha mão com força, fazendo ele se partir em vários pedaços. Mais robôs me cercavam.

Maravilha.

Escutei algo abrindo e então Wanda apareceu. Linda, gostosa e com feixes vermelhos nas mãos. Ela partia os robôs em pedaços, curvava um pouco as costas como se estivesse reunindo seu poder e depois atingia mais robôs com uma bola vermelha, igual o Kamehameha do Goku.

Oh, céus. Preciso transar com essa mulher para ontem!

Me levantei do chão e também ajudei a abater os robôs, quando, aparentemente, nenhum robô apareceu ela me encarou. Dei um sorriso, a parabenizando. Lógico que pretendo agradecer de outra forma.

—Limpamos a área aqui. – falei caminhando.

—Não limpamos não! Estamos longe de limpar! – Steve falou.

—Certo, Cap. Estamos indo. – falei e vi Pietro se aproximando do seu jeito Papa-Léguas. Ele pegou a irmã no colo e se afastou, rapidamente.

—Me acompanha, Coiote! – soltei um rosnado erguendo minha mão na direção dele, mas lógico que não funcionaria.

—Ninguém ficaria sabendo. Ninguém. – falei abaixando a mão e começando a voar. – "Da última vez quevi, Ultron estava sentado em cima dele. Nós vamos sentir falta do miseravelzinho ligeiro. Para falar a verdade, já estou sentindo."

***

Quando eu cheguei onde seria mais ou menos o centro da cidade, encontrei Natasha, Thor e Steve lutando com vários robôs.

É, com certeza falta muito para limpar a área como Steve disse.

Ainda no alto, eu ajudava eles com os robôs. Steve jogava seu escudo maravilhoso acertando o máximo de robôs que podia, Natasha lutava com as latas velhas com uma espécie de bastões que davam choque – eu quero um desses para mim – e Thor acertava os mini-Ultrons com seu martelo enquanto voava.

Ele rodou no ar acertando eles com sua arma indestrutível, até que arremessou uma das carcaças em direção a um caminhão que explodiu atingindo outros robôs.

Uau.

Então eu tive ideia suicida.

—Thor! – o gigante me encarou. – Me acerta com o Mjölnir. – seu olhar mostrava o quanto ele achava aquela ideia uma péssima ideia.

—Ficou maluca? – acertei um robô com um soco, fazendo ele cair no chão.

—Vamos! Eu vou ficar bem. Irei absorver os raios, lembra? – na verdade, eu esperava que isso desse certo. Absorver a eletricidade de um taser é bem diferente de absorver o poder do Mjölnir. – Vamos! – ainda receoso ele ergueu o martelo para alto, fazendo raios aparecer em volta dele.

—Tem certeza? – respondi um sim bem alto e foi quando senti os raios me atingindo em cheio.

Oh, céus.

Aquilo doía, mas ao mesmo tempo parecia fazer minha energia aumentar.

Quando ele parou, me encarou com um olhar preocupado. Abri os olhos e vi tudo mais claro. Isso me fez sorrir.

Então eu juntei minhas mãos e acertei todos os robôs que tinham ali perto. Raios estavam ao redor das minhas mãos, ao redor dos jatos, ao redor do meu corpo. Meus olhos também deviam estar com alguns raios e aquilo só fez com que eu acertasse mais robôs.

Quando o poder do Mjölnir foi esgotado, eu sentia que minhas forças também tinham esgotado um pouco. Contudo, eu continuei voando.

—Você está bem? – Thor perguntou acertando algumas carcaças com seu martelo.

Antes que eu pudesse responder algo prendeu meus pescoço, me levando para longe.

—Vocês estão me incomodando. – era Ultron. Tipo, o Ultron chefe, o grandão. Ele também prendia Thor pelo pescoço.

Ainda sendo carregada sem nem um pouco de delicadeza, tentava acertar ele com meus poderes ou qualquer coisa, mas aquela ideia do Mjölnir tinha me enfraquecido um pouco.

Era nesse momento que eu queria que ele tivesse seus devidos documentos e eu pudesse acertá-los com uma joelhada, causando-lhe dor.

O Dom Aço jogou Thor e eu em algum lugar. A força que ele usou com Thor foi tanta que quebrou uma coluna, já eu  também fui jogada em direção à uma parede com grande força. Tanto que criou um buraco no lugar.

Ultron jogou uma coluna na direção de Thor enquanto ele tentava se levantar. Levantei do chão e foi quando ele também me atingiu, mas com um soco bem no meio do rosto.

A força foi enorme, me fazendo cair de novo. Cuspi o sangue no chão e ergui meu rosto, encarando ele bater em Thor.

Atingi ele com meu jato. Uma, duas, três, infinitas vezes. Ultron fez um bloco do chão se erguer e me atingir em cheio, me levando ao chão novamente e me fazendo cogitar a ideia de permanecer ali.

"Se você quiser vencer uma batalha, terá que levantar do chão."

Lembrando do que a Natasha tinha dito enquanto eu ainda estava na S.H.I.E.L.D., ignorei a dor e levantei. Eu não serei derrotada por ele. Não serei.

Erguendo a mão na direção dele, eu tentava fazer com que ele deixasse Thor de lado por um segundo. Apenas para que ele pegasse seu martelo e acertasse esse desgraçado.

Quando Ultron ergueu a mão novamente fazendo outro pedaço do solo vir em minha direção eu ativei o escudo, sentindo o impacto. Dei um sorriso para ele, levantando minha mão novamente na direção dele.

Senti algo me puxar para a frente e logo meu rosto sendo atingindo, fazendo-me ir ao chão.

Com as mãos e joelhos sustentando o peso do meu corpo, eu cuspi o sangue no chão.

—Acham que estão salvando alguém? – ele falou acertando outro soco no Deus do Trovão. As mãos de metal dele se fechou em volta tanto do meu pescoço como do de Thor. – Se eu girar a chave e soltar essa rocha pouco antes, ainda sim, bilhões vão morrer. Nem vocês poderão impedir. –

—Amigão... – falei com dificuldade. Ele estava apertando meu pescoço com muita força e respirar se tornou uma tarefa difícil. – Eu sou... uma humana comum... não tenho... tanto... fôlego assim. – completei com um fio de voz e sentindo a mão dele apertar cada vez mais, fazendo o ar fugir dos meus pulmões.

—Eu sou Thor, filho de Odin. E enquanto houver vida em meu corpo... – Thor falou, mostrando que um alienígena tem mais fôlego que os humanos, claro. – Eu estou ficando sem ter o que dizer. Vai demorar? – prevendo que algo de errado não está certo, Ultron abandonou um pouco o posto de psicopata assassino para adotar o posto de robô confuso em alerta.

No exato momento, Visão apareceu com o Mjölnir e acertou o Robocop, mandando ele para longe.

Cai com tudo no chão, levando minha mão até o pescoço enquanto procurava por oxigênio.

—Oxigênio. – murmurei quase sem voz. – Preciso... de... oxigênio. – eu puxava o oxigênio com a boca, em um ato completamente desesperado.

—É muito mal balanceado. – escutei Visão falar sobre o Mjölnir.

—Se inclinar demais tu perdes força no giro. – Thor respondeu e então pareceu se lembrar de mim. – Melinda? – o deus passou seu braço sob minha barriga e me fez sentar. – Você está bem? – assenti ainda com a mão no pescoço e tentando regular a respiração.

—Estou. Só preciso de um pouquinho de oxigênio. Pouca coisa, nada demais. Só espero conseguir comer alguma coisa depois disso. – ele me encarou.

—Aquela foi uma péssima ideia. – soltei uma risada sentindo minha garganta doer logo em seguida.

—Mas funcionou, não funcionou? – ele ofereceu a mão para me ajudar a levantar. A aceitei, ficando de pé.

—Nunca mais me peça para fazer algo do tipo. – ele falou em tom sério.

—Nunca mais. – blefei. Lógico que eu iria fazer de novo. Foi fantástico!

Robôs começaram a aparecer na nossa direção e eu estalei meu pescoço. A luta ainda não acabou. Vamos deixar as dores para depois.

Thor, Visão e eu começamos a destruir os robôs que se aproximavam do núcleo de energia. Ao que parece, se algum deles girar a chave, nossa missão vai por água abaixo.

—Thor! Eu tenho um plano. – a voz de Stark soou pelo ponto de comunicação.

—Não há tempo. Estão indo para o núcleo. – o deus respondeu acertando mais uma lata velha com o martelo.

—Rhodes, leve o resto das pessoas para a aeronave. – Tony voltou a falar. Então o Máquina de Combate está aqui também? – Vingadores, é hora de lutar sério. –

Ainda lutando contra os robôs, Stark apareceu e também ajudou no embate. E obrigada, Tony, esta sendo de grande ajuda.

Logo o restante do time também apareceu. Capicolé, Papa-Léguas, Bruxa Má Do Oeste, Legolas. Mano do céu! Eu dou apelidos para todo mundo!

—Romanoff? Melhor você e Banner não estarem brincando de pique-esconde. – Tony falou. Realmente só estava faltando eles dois.

—Relaxa, Cabeça de Lata. Nem todo mundo pode voar. – ela respondeu. Minutinhos depois ela chegou. – Qual é o lance? –

—Esse é o lance. – Tony apontou para a chave. – Se Ultron chegar ao núcleo, nós perdemos. –

Sendo o último a chegar e, sendo assim a mulher do Padre, o Hulk apareceu destruindo as últimas armaduras por ora.

Observei ao redor, estávamos todos em torno do núcleo, protegendo-o. Então Ultron apareceu na nossa frente voando.

—Isso é o que podes fazer de melhor? – Thor gritou. Com um gesto, várias armaduras se aproximando de Ultron. E quando eu falo várias, é várias mesmo.

—Puta merda. – resmunguei.

—Você tinha que perguntar. – Steve criticou de leve.

—Este é o melhor que posso fazer. – Ultron falou abrindo os braços, mostrando seus filhinhos. – Era exatamente o que eu queria. Todos de vocês, contra todos de mim. Como esperam me impedir? –

—Como o velhinho disse: juntos! – Tony respondeu.

No mesmo momento o Hulk rugiu, robôs correram na nossa direção e a real luta começou de verdade.

***

Se alguém que tivesse reconhecimento sobre meus poderes dissesse que um dia eu poderia controlá-los, eu começaria com todo aquele discurso de que eu não conseguiria, de que eu já havia tentado e não havia obtido nenhum êxito.

Agora se alguém me dissesse que eu conseguiria controlá-los e que ajudaria os Vingadores a salvar o mundo, eu provavelmente riria tanto dessa pessoa que ficaria com dor na barriga de tanto rir.

Agora vejam só onde eu estava: em um pedaço de Sokovia flutuante, usando meus poderes e lutando ao lado dos Vingadores para impedir que o mundo acabe. Irônico, não?

Ainda pensando nessa ideia, eu fazia com que algumas armaduras flutuassem e logo as partia em vários pedaços.

Observei Visão lutar contra Ultron no ar e logo o acertando com a gema em sua testa, o tirando de perto do núcleo. Vendo que Ultron poderia driblar aquilo facilmente, Thor foi junto com Visão, o acertando com os raios do Mjölnir. Logo Tony também ajudou os dois com seus raios propulsores.

E vocês acham que eu ficaria do lado se fora? Que nada! Fui para o embalo e acertei o Robocop com meus jatos.

Continuamos com o trabalho em grupo por um bom tempo, até que paramos. Acabamos conseguindo derreter parte do rosto da armadura dele.

Se eu não posso matar Ultron, isso já me deixa muito feliz.

A lata velha levantou.

—Sabe, avaliando em retrospectiva... – ele não pôde terminar, pois o Hulk chegou e acertou um soco nele com toda força verde que ele tinha, mandando-o para longe.

O Verdão olhou para o lado, onde havia mais armaduras. Que... saíram correndo? Franzi as sobrancelhas. Ultron amarelou, meu povo?

—Estão tentando fugir. – Thor falou o óbvio.

—Não podemos deixar nem mesmo um. Rhodes! – Stark chamou pelo amigo que apareceu voando em uma armadura cinza e começou a destruir as carcaças.

Voltamos para perto do núcleo.

—Temos que sair. O ar já está ficando rarefeito. – Capitão falou olhando para nós. – Embarquem. Procurarei os atrasados. Irei em seguida. –

—Mas e esse troço perigoso aqui? – olhei para o núcleo.

—Eu o protegerei. – Wanda falou fazendo tanto Clint como eu encará-la. – É o meu trabalho. – dei um sorriso e juro que se não estivéssemos nessas condições a beijaria agora mesmo. Se bem que acho que é isso mesmo que vou fazer.

—Nat, Melinda, por aqui. – Barton nos chamou frustrando meus planos. Ok, fica para depois.

Entramos em um carro e logo Clint deu a partida.

—Sabe o que eu preciso reformar? A sala de jantar. Tiro a parede da direita e crio um espaço para a Laura trabalhar. Eu coloco uma porta anti-ruído e ela não vai ouvir as crianças correndo. O que você acha? – resisti ao impulso de revirar os olhos. Vamos brincar de casinha agora?

—Vocês sempre comem na cozinha mesmo. – Natasha respondeu.

—Ninguém come na sala de jantar, Nat. – falei.

—Exatamente. – Clint concordou. Ele parou o carro um pouco antes da aeronave que estava esperando as últimas pessoas e descemos. De longe escutei um rugido. – Não temos muito tempo. – descemos do carro.

—Entrem logo na nave. – ela nos encarou e foi atrás do Bruce.

—Olha, eu sou nova por aqui. Então o que diabos ela vai fazer? – questionei começando a caminhar.

—Canção de ninar. – ele falou indo em direção à nave.

—Ela vai cantar para o Hulk? Está falando sério? – perguntei incrédula.

—Pois é. O mais estranho é que funciona. –

Ajudei algumas pessoas a subirem na nave e entrei com elas. Escutei alguns policiais falando que iria ficar tudo bem e respirei fundo, olhando ao redor. Parece que conseguimos.

—Gustav. – escutei uma voz feminina falar e procurei pela dona, encontrando uma mulher no chão da nave. – Estávamos no mercado. Gustav! – olhei ao redor e espremi um pouco os olhos, encontrando alguém um pouco longe.

—Lá. – apontei na direção do garoto. Barton olhou na direção em que apontava.

Fizz menção de ir atrás dele, mas o Gavião segurou meu braço.

—Eu vou. – ele disse indo até o garoto.

Olhava a cena apreensiva. Era para eu ter ido. Eu tinha o escudo, para caso houvesse um imprevisto. O Legolas não tinha nem seu arco e flecha!

Escutei disparos ao longe seguido por um barulho de algo voando. Meu sexto sentido dizia que não era algum aliado tentando destruir os robôs.

Meu olhar encontrou Clint pegando o menino no colo e no mesmo momento que o Quinjet se aproximava atirando.

Merda!

Corri na direção de Barton e, quando estava próxima o bastante, ergui as mãos, dando um escudo a ele e o menino.

Os disparos se aproximavam cada vez mais. Clint me encarou e fiz um meneio com a cabeça, dizendo que estava tudo bem. Tinha que estar tudo bem!

O garoto não irá morrer, Clint não irá morrer. Nem que para isso acontecer, eu tenha que morrer.

Só que então algo bateu em mim, me levando para longe e, consequentemente, me fazendo quebrar o escudo.

Não, não, não!

Um robô acertou meu rosto com socos repetidamente. Minhas forças estavam sumindo, eu estava preocupada com Clint e o menino.

Reage, Melinda, reage.

Quando o robô ergueu seu braço novamente para me bater, eu segurei seu soco. Com a respiração ofegante, enfiei minha mão no corpo dele e segurei o coração com a minha mão, puxando ele para fora e o destruindo.

Joguei a carcaça do robô para o outro lado e levantei, ignorando a dor que se alastrava pelo corpo.

—Clint. Menino. Salvar. – murmurei caminhando com passos trôpegos.

Eles têm que estar vivos! Eles não podem estar mortos!

Ainda me aproximando, vi um carro onde Clint e o garoto estava. Ele não estava ali antes.

Continuei andando na direção deles e encontrei Steve também indo para perto deles. Certo. Estavam todos bem. Ninguém morreu.

Bastou mais um passo e meu olhar encontrou alguém caído no chão com Clint ao lado.

Empaquei no lugar.

Reconheci a cabeleira platinada e a camisa azul com marcas de perfurações de balas e machada de sangue.

Não estavam todos bem. E sim, alguém morreu.

Uma lágrima escapou e escorreu pelo meu rosto enquanto eu me aproximava. O garoto estava bem e encarava a cena. Limpei meu rosto e fui até ele, pegando-o no colo.

—Vamos, Pirralho. Você não precisa ver isso. – murmurei escondendo o rosto dele no meu pescoço.

Olhei para o Papa-Léguas e fechei os olhos com força. Ultron conseguiu matar mais uma pessoa que eu gostava.

Sim, por mais que ele e a irmã tivessem lutado ao lado do inimigo, eu já estava começando a gostar deles. Quando perceberam qual o verdadeiro plano do Robocop, eles escolheram o lado certo a tempo.

Os irmãos Maximoff se deixaram cegar pelo ódio que tinha por Stark, da mesma forma que no início de tudo, eu me deixava cegar pela culpa de ter matado meu pai.

Subi na aeronave e entreguei o garoto para a mãe, que abraçou o filho. Me afastei deles e me sentei em uma das cadeiras. Encarei Clint que tinha deitado nas cadeiras ao meu lado.

O corpo de Pietro estava no chão.

—Você está bem? – perguntei sem olhá-lo.

—Estou. Foi um dia longo. E você? – respirei fundo encostando o troco na cadeira.

—Tenho pena do meu terapeuta quando eu for para a consulta. – respondi e virei o rosto, olhando o Gavião. – Mas eu estou bem. –

Observei os últimos civis subirem e foi nesse exato momento que a rocha que flutuava pareceu ceder, fazendo Steve pular para a nave antes que a cidade caísse.

Levantei e fui até a beira, ficando ao lado dele que observava a rocha cair rapidamente.

—Eles vão conseguir. – falei para Steve, mas na verdade eu tentava me convencer disso. Respirei fundo. Eles vão conseguir, Melinda! – Espera, espera, espera! E a Wanda? – perguntei começando a me desesperar.

Já perdemos um Maximoff, dois são demais.

—Peguei ela. – a voz de Visão soou pelo ponto de comunicação, fazendo-me suspirar aliviada.

No momento seguinte, a rocha se pariu em milhares de pedaços, exatamente como era o plano.

—Acabou? – perguntei esperando por um sim.

—Acabou. – Steve respondeu com alívio.

—Que bom, Capicolé. Que bom. – murmurei me sentando ao lado dele. – Temos que comemorar essa vitória. Só que depois do luto pelo Papa-Léguas, claro. – então eu me lembrei de algo que eu deixei pendente antes de decidir lutar ao lado deles. – E quando o luto da minha avó passar também. – senti a mão de Steve em minhas costas em um gesto de solidariedade.

Dei um sorriso pequeno.


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Notas finais do capítulo

Hey! Hey! Hey! Então? Gostaram? Não gostaram? Comentem!
Agora como será que a família da Melinda reagirá com esse retorno?
Até a próxima!



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