Já sabia tudo sobre Tom. O que gostava de ouvir, comer, onde gostava de passear, o jeito que gostava das roupas.

Quando fiz treze, visitando Miki e Adônis, finalmente descobri o que eram as coisas doentes das quais acusavam Tom. Enquanto ainda não entendia o problema, finalmente entendi outra coisa. Tom me amava. E eu o amava também. Tudo que aprendia sobre ele, as pessoas de quem o defendia, os negócios que fechava. Era tudo para que pudesse ser uma boa esposa. Estava tão claro! Só precisava esperar até que ele percebesse.

Então esperei. Quase uma década depois de Tom ter me comprado, começava a me tornar uma mulher. Quando fiz quinze anos e olhei-me no espelho, tive certeza de estar pronta, e que ele perceberia isso logo. Afinal, já tinha quase trinta, também já deveria estar pronto. Tomaria coragem a qualquer momento.

Eu estava errada. Naquela tarde, me apresentou Candace.

Ele não tinha percebido o quanto eu era fofa, mesmo morando comigo todos esses anos. E então, arrumou uma namorada, uma que, segundo ele, já existia há alguns meses.

Uma... Namorada. Com quem ele pretendia se casar. Um peso caiu sobre meu coração.

Isso não foi nada fofo, Thomas.